04/03/2016
Sexta-feira - 3ª
Semana da Quaresma
Lectio
Primeira leitura: Oseias, 14, 2-10
Assim fala o Senhor: 2Volta, Israel, ao Senhor teu
Deus, porque caíste por causa dos teus pecados. "tome! convosco palavras
de arrependimento. E voltai ao Senhor, dizendo-lhe: «Perdoa todos os nossos
pecados, e acolhe favoravelmente o sacrifício que oferecemos, a homenagem dos
nossos lábios. 4 A Assíria não nos salvará; não montaremos a cavalo, e nunca
mais chamaremos nosso Deus a uma obra das nossas mãos, pois só junto de ti o
órfão encontra compaixão.» "Corare! a sua infidelidade, emâ-Ios-ei de todo
o coração, porque a minha cólera se afastou deles. 6Serei para Israel como o
orvalho: florescerá como um lírio e deitará raízes como um cedro do Líbano. 70s
seus ramos estender-se-ão ao longe, a sua opulência será como a da oliveira, o
seu perfume como o odor do Líbano. 8 Regressarão os que habitavam à sua sombra;
renascerão como o trigo, darão rebentos como a videira e a sua fama será como a
do vinho do Líbano. 9 Efraim, que tenho Eu ainda a ver com os ídolos? Sou Eu
quem responde e olha por ele. Eu sou como um cipreste sempre verdejante; é de
mim que procede o teu fruto. lOQuem é sábio para compreender estas coisas,
inteligente para as conhecer? Porque os caminhos do Senhor são rectos, os
justos andarão por eles, mas os pecadores tropeçarão neles.
Oseias convida o povo a «voltar», isto é, a
converter-se a Deus, reconhecendo o seu pecado, causa das actuais desgraças. O
profeta sugere uma confissão lúcida e sincera das próprias culpas, porque
agrada mais a Deus uma vida purificada e unida à oferta de louvor (v. 3) do que
os sacrifícios de vítimas. Há que libertar-se de compromissos humanos
pecaminosos, e particularmente do recurso aos ídolos. O povo pode sentir-se
pobre e desprotegido. Mas é então que Deus assume cuidar dele (v. 4).
Uma vez convertido o povo, o próprio Deus Se
«converte» renunciando à sua justa ira. Mais ainda: o seu amor fiel curará
Israel e perdoará as suas infidelidades. O texto detém-se a descrever os
efeitos do amor divino com termos e expressões de rara beleza, lembrando o
Cântico dos Cânticos. Quem caminha na rectidão compreenderá esse amor e fruirá
dos seus benefícios: «Os caminhos do Senhor são rectos, os justos andarão por
eles, mas os pecadores tropeçarão netes» (v. 10).
Evangelho: Marcos 12, 28-34
Naquele tempo, 28 Aproximou-se dele um escriba
que os tinha ouvido discutir e, vendo que Jesus lhes tinha respondido bem,
perguntou-lhe: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?» 29 Jesus respondeu:
«O primeiro é: Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor; 30 amarás
o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu
entendimento e com todas as tuas forças. 310 segundo é este: Amarás o teu
próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior que estes.» 320 escriba
disse-lhe: «Muito bem, Mestre, com razão disseste que Ele é o único e não
existe outro além dele; 33 e amá-lo com todo o coração, com todo o
entendimento, com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo vale mais
do que todos os holocaustos e todos os sacrifícios.» 34 Vendo que ele
respondera com sabedoria, Jesus disse: «Não estás longe do Reino de Deus.» E
ninguém mais ousava interrogá-lo.
o texto evangélico de hoje reflecte uma
discussão viva entre as escolas rabínicas do tempo de Jesus. Qual é o primeiro
mandamento entre os 248 apresentados pela Lei, acrescidos de 365 proibições?
Provavelmente a pergunta não era de todo inocente, mas escondia uma insídia
contra o jovem rabi. Mas Jesus soube encontrar uma saída airosa, indo logo ao
fundo da questão, ao citar o Deuteronómio: «Escuta, Israel/» (Dt 6, 4s), texto
repetido três vezes ao dia nas orações dos piedosos israelitas. A este
mandamento, Jesus acrescenta outro, tirado do Levítico: «Amarás o teu próximo
como a ti mesmos (Lv 19, 18). A originalidade desta resposta de Jesus está na
união destes dois mandamentos. O escriba reconheceu nela uma verdadeira síntese
da Lei e do culto. Jesus elogia-o e acrescenta outra novidade: a proximidade do
reino de Deus, cuja lei fundamental é o amor.
Meditatio
Qualquer que tenha sido a intenção do escriba ao
interrogar Jesus sobre qual é o primeiro de todos os mandamentos, devemos
estar-lhe gratos. De facto, deu ao Senhor a oportunidade de dar uma resposta
que nos interessa, que interessa a todos quantos desejam compreender bem a
vontade do Senhor, para a cumprirem fielmente. A resposta de Jesus foi muito
simples: o maior dos mandamentos é o amor. Deus é amor, e pede-nos amor:
«amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com
todo o teu entendimento e com todas as tuas forças ... Amarás o teu próximo
como a ti mesmo-, Amando como Ele nos ama, amando com o amor com que nos ama,
participamos da sua vida. É a vocação de todo o homem. É a sua felicidade: amar
o Deus-Amor como único Senhor, sabendo que jamais O amaremos como merece e tem
direito, e que, por isso, havemos de progredir no amor, desenvolvendo todas as
nossas capacidades de amar. Amar o próximo com Ele e como Ele, por causa d '
Ele, com o amor com que somos amados, é uma verdadeira alegria, é a suprema
realização.
Mas, quantas vezes, amámos outros deuses,
adorando as obras das nossas mãos, a nossa realização pessoal, os nossos
interesses mesquinhos ... O resultado foi cairmos na escravidão, ver os outros
como rivais, perder a nossa liberdade, a nossa alegria, a nossa felicidade. Por
isso, rezamos com o profeta: «Perdoa todos os nossos pecados, e acolhe
favoravelmente o sacrifício que oferecemos, a homenagem dos nossos lábios»' Que
o Senhor nos responda: «Curarei a sua infidelidade, sme-tos-ei de todo o
coreção-. Amados pelo Senhor, seremos capazes de amar.
Depois da vinda de Cristo, todo o crente pode
repetir estas palavras de João:
"Nisto consiste o Seu amor: não fomos nós
que amámos a Deus, mas foi Ele, que nos amou ... Amou-nos por primeiro ...
" (1 Jo 4, 19). Porque nos amou, podemos amá-I '0. Porque nos amou,
podemos amar a todos os nossos irmãos, sem fazermos acepção de pessoas. De
facto, Deus ama-nos a todos. Chamou-nos à vida porque nos amou pessoalmente:
"Chamei-te pelo nome ... " (Is 43, 1). É esse o fundamento da
dignidade da pessoa humana. Cada um de nós é um pensamento amoroso de Deus,
criado à sua imagem e semelhança: "Façamos o homem à nossa imagem e
semelhança ... Deus criou o homem à Sua imagem, à imagem de Deus os criou,
homem e mulher os aiod'
(Gn 1, 26-27). Criado à imagem do Deus-Amor,
todo o homem merece ser amado com o amor típico de Deus: o amor oblativo!
Oratio
Pai santo, obrigado por todos os teus dons
maravilhosos, especialmente pelo dom de um coração novo, no teu Filho Jesus.
Palpitando em nós o coração de Jesus, teu Filho muito amado, podemos viver o
primeiro dos mandamentos e todos os outros. Podemos amar-Te com todo o nosso
coração, com toda a nossa inteligência e com todas as nossas forças. E podemos
amar o próximo em Ti!
Obrigado, Pai santo, porque nos amaste por
primeiro, nos criaste por amor, nos criaste à tua imagem e semelhança, nos
redimiste gratuitamente e nos deste a possibilidade de corresponder ao teu amor
infinito, infundindo em nós o Espírito Santo, criando em nós um coração novo, o
coração do teu Filho Jesus. Amen.
Contemplatio
Santa Catarina de Sena é da família espiritual
das Gertrudes e das Margaridas Maria. Tinha apenas seis anos quando Jesus lhe
mostrou o seu coração, como fonte de toda a santificação. Ia rezando para a
Igreja de S. Domingos. Uma aparição manifestou-se-Ihe na Igreja.
Viu Jesus mostrando-lhe o seu coração com uma
mão e abençoando-a com a outra. À sua direita as duas colunas da Igreja, S.
Pedro e S. Paulo; à esquerda, o apóstolo bem-amado, S. João, o discípulo do
Sagrado Coração, inclinando a sua cabeça sobre o peito do Mestre. A criança era
investida pelo Sagrado Coração com a augusta missão de reconduzir a paz na
Igreja perturbada, e de se tornar a Joana d' Arc do papado, missão que ela
cumpriu mais tarde no meio de um profundo e universal entusiasmo por ela. Desde
então, imitou S. João e viveu em união com o Sagrado Coração.
Recebeu uma graça mística maior ainda. Um dia em
que meditava neste versículo: «Criai em mim um coração novo», viu Nosso Senhor
aproximar-se e tocá-Ia no lado onde ela sentiu uma dor indizível, como se lhe
tivessem arrancado o seu coração. Depois Nosso Senhor apareceu-lhe de novo
tendo na mão um coração luminoso, que lhe pôs no peito dizendo-lhe: «Minha
filha, tirei-te o teu coração, dou-te o meu, para que vivas para sempre em
mim». A partir daquele dia, teve no lado esquerdo uma cicatriz que reconheceram
depois da sua morte, e sentiu no coração um fogo sagrado com um ímpeto de
generosidade e de amor por Deus e pela Igreja que espantou o seu século (Leão
Dehon, OSP 3, p. 493).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Cria em mim, ó Deus, um coração puro;
renova e dá firmeza ao meu esptrito. (SI 50,
12).
05/03/2016
Sábado - 3ª Semana
da Quaresma
Lectio
Primeira leitura: Oseias 6, 1-6
Primeira leitura: Oseias 6, 1-6
1 «Vinde, voltemos para o Senhor; Ele feriu-nos,
Ele nos curará; Ele fez a ferida, Ele dará o penso. 2 Der-nos-e de novo a vida
em dois dias, ao terceiro dia nos levantará, e viveremos na sua presença. 3
Conheçamos, esforcemo-nos por conhecer o Senhor; iminente, como a aurora, está
a sua vinda; Ele virá para nós como a chuva, como a chuva da Primavera que
irriga a terra.» 4Que posso fazer por ti, ó Efraim? Que posso fazer por ti, ó
Judá? O vosso amor é como a nuvem da manhã, como o orvalho matutino que logo se
dissipa. 5 Por isso os castiguei duramente pelos profetas, e os matei pelas
palavras da minha boca, e o meu julgamento resplandece como a luz
6 Porque Eu quero a misericórdia e não os
sacrifícios, o conhecimento de Deus mais que os holocaustos.
São muitas as desgraças que afectam o povo de
Deus. Israel e Judá estão em guerra. A aliança com a Assíria levou à perda das
regiões setentrionais de Israel, no ano 732 a. C. No contexto de um acto
litúrgico penitencial, o profeta avisa o povo: tudo isto se deve ao afastamento
de Deus, a um culto meramente formal e vazio de amor. E clama: há que estar
alerta, há que converter-se, pois já se divisa no horizonte o dia do castigo
messiânico (Os 5, 9).
Com uma imagem frequente na Sagrada Escritura, o
povo reconhece estar doente (Os 5, 13) e invoca a Deus como único médico capaz
de curar a ferida que Ele mesmo provocou em vista da correcção (v. 1). Deus é o
Senhor da história. Sabe que o arrependimento do povo é interessado (v. 3) e
efémero (v. 4). Mas não se cansa de chamar à conversão. A sua palavra é uma
espada que fere para curar. Pede amor e não holocaustos (v. 6), confiança e não
simples actos de culto, ainda por cima praticados com hipocrisia.
Evangelho: Lucas 18, 9-14
Naquele tempo, Jesus9Disse também a seguinte
parábola, a respeito de alguns que confiavam muito em si mesmos, tendo-se por
justos e desprezando os demais: 10 «Dois homens subiram ao templo para orar: um
era fariseu e o outro, cobrador de impostos. 110 fariseu, de pé, fazia
interiormente esta oração: 'á Deus, dou-te graças por não ser como o resto dos
homens, que são ladrões, injustos, adúlteros; nem como este cobrador de
impostos. 12 Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de tudo quanto
possuo.' 130 cobrador de impostos, mantendo-se à distância, nem sequer ousava
levantar os olhos ao céu; mas batia no peito, dizendo: 'á Deus, tem piedade de
mim, que sou pecador.' 14Digo-vos: Este voltou justificado para sua casa, e o
outro não. Porque todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha
será exaltado. »
No contexto da subida a Jerusalém, Jesus vai apresentando as exigências para a entrada no Reino. A página que hoje escutamos apresenta-nos duas personagens em oração. O seu modo de rezar revela o seu modo de viver e de se relacionar com Deus e com os outros. O fariseu realça os seus méritos e julga-se credor diante de Deus. No fundo, não precisa d ' Ele, ainda que formalmente lhe agradeça tê-lo feito tão perfeito. Mais ainda: a sua justiça leva-o a julgar impiedosamente os outros. O excesso de autoestima e de autoconfiança levam-no a desprezar os outros (v. 11). O publicano, pelo contrário, consciente dos seus pecados, tudo espera da misericórdia de Deus. Vergado pelos seus pecados, está lançado para o céu. Batendo com a mão no peito, bate à porta do Reino, que lhe é aberta.
Meditatio
A parábola que o evangelho hoje nos apresenta é
um verdadeiro dom de Deus, particularmente no tempo da Quaresma que estamos a
viver. Com efeito, pode assaltar-nos a tentação de pensarmos que, com as
práticas penitenciais que nos propusemos, e vamos praticando, somos melhores
que os outros. Ceder a esta tentação, seria arruinar todo o bem que, com a
graça do Senhor (é bom sempre lembrá-lo!), temos praticado.
«Quero a misericórdia e não os sacrifícios, o
conhecimento de Deus mais que os haocsastos», diz-nos o Senhor pela boca de
Oseias. Conhecer a Deus, e conhecernos a nós mesmos em Deus, é o caminho da
sabedoria e da vida. Foi o caminho que os santos de todos os tempos
percorreram: «Que Te conheça, que eu me conheça», pedia Santo Agostinho. Quem
somos nós, sem Deus? Somos certamente pecadores, cheios de orgulho e cheios de
desprezo pelos outros; somos prisioneiros do nosso egoísmo e do nosso pecado.
Quem somos nós com Deus? Somos ainda pecadores, mas pecadores que sabem que a
experiência de pecado pode tornar-se o lugar em que Deus, o Misericordioso, nos
revela o seu rosto.
Um excelente exercício para a nossa Quaresma
consistirá em unir-nos à misericórdia de Deus, revelada em Jesus Cristo, que
aceitou ser contado entre os pecadores, que carregou sobre Si as culpas de todos,
e aceitou morrer para nossa salvação. Por isso, não só não se separou dos
pecadores, mas aceitou conviver com eles, para a todos revelar o amor
misericordioso do Pai. Cada cristão há-de continuar a ser sinal desse amor
misericordioso junto dos irmãos, particularmente daqueles que nos parecem
maiores pecadores. Tudo o mais que fizermos, jejuns, orações, esmolas, ou
outras penitências, deve ser oferecido pelos nossos próprios pecados. Se nos
julgamos mais perto de Deus, devemos prová-lo a nós mesmos com uma proximidade
maior junto dos outros, uma proximidade permeada de misericórdia e de amor
fraterno, de amor oblativo.
Jesus aproxima-Se das pessoas com muita
compreensão, com doçura e humildade. Ama as pessoas, como nos demonstra também
na parábola do pai bom e do filho pródigo. As palavras do pai não são um
sermão, não avançam queixas e muito menos acusações. Não é um debate e, muito
menos, uma polémica. À humilde confissão do filho: "Pai, pequei contra o
céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filhd' (Lc 15, 21), o pai
responde beijando-o e abraçando-o; apenas fala com o seu amor: "Depressa,
trazei o vestido mais belo e vesti-lho, ponde-lhe o anel no dedo e sandálias
nos pés. Trazei o vitelo gordo, matai-o, comamo-lo e façamos festa ... "
(Lc 15, 22-23).
É este o modo como também havemos de actuar com
os nossos irmãos, mesmo com aqueles de quem tenhamos alguma queixa.
Oratio
Senhor, ajuda-me a libertar-me das máscaras com
que tento esconder a pobreza do meu ser, a mesquinhez do meu coração, a dureza
dos meus preconceitos. Sinto-me realmente doente, carecido de salvação.
Sinto-me, também eu, fariseu. Mas não consigo esconder-Te a minha verdade: tu
sabes que o meu coração não é puro, que a minha vida não é santa, que, muitas
vezes, julgo, desprezo e condeno os outros, tentando justificar-me com obras
que são só aparência. A tua graça faz-me, hoje, tomar consciência de tudo isso,
e faz-me experimentar um enorme vazio dentro de mim. Como o publicano da
parábola, dobro-me a teus pés e digo: «tem piedade de mim, que sou pecador».
Sei que, também a mim, queres dar a graça de reconhecer a minha humildade, e de
experimentar a tua misericórdia imensamente maior que os meus preconceitos e os
meus pecados. Por isso, Te digo: Senhor, se quiseres, podes curar-me. Amen.
Contemplatio
Mesererel... Não sentimos a necessidade de
implorar a misericórdia divina, quando pensamos nas nossas faltas e em toda a
indiferença e ingratidão que mostrámos ... para com o Sagrado Coração de Jesus?
Se a nossa vida foi daquelas que se dizem
piedosas, acautelemo-nos para não nos envaidecermos como o Fariseu, imitemos
antes a humildade do Publicano, porque, se fizemos pouco mal, acaso fizemos
todo o bem que Nosso Senhor esperava de nós?
Não temos de tremer ao examinarmos a proporção
entre as graças recebidas e o pouco fruto que delas tirámos?
O livro da Imitação pede-nos a extirpação de um
defeito por ano, chegámos aí? Pensemos também na tibieza de tantas almas que
provocam os vómitos de Nosso Senhor; pensemos nos pecados que mais ferem o seu
Coração, os do povo escolhido, os dos culpados que escandalizam as crianças. O
nosso acto de desagravo hoje deve ser incessante por todos estes pecados ...
(leão Dehon, OSP 4, p.603).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Tem piedade de mim, que sou pecador» (Lc 18,
13).
06/03/2016
ANO C
4º DOMINGO DA QUARESMA
4º DOMINGO DA QUARESMA
Tema do 4º Domingo da Quaresma
A liturgia de hoje convida-nos à descoberta do
Deus do amor, empenhado em conduzir-nos a uma vida de comunhão com Ele.
O Evangelho apresenta-nos o Deus/Pai que ama de forma gratuita, com um amor fiel e eterno, apesar das escolhas erradas e da irresponsabilidade do filho rebelde. E esse amor lá está, sempre à espera, sem condições, para acolher e abraçar o filho que decide voltar. É um amor entendido na linha da misericórdia e não na linha da justiça dos homens.
A segunda leitura convida-nos a acolher a oferta de amor que Deus nos faz através de Jesus. Só reconciliados com Deus e com os irmãos podemos ser criaturas novas, em quem se manifesta o homem Novo.
A primeira leitura, a propósito da circuncisão dos israelitas, convida-nos à conversão, princípio de vida nova na terra da felicidade, da liberdade e da paz. Essa vida nova do homem renovado é um dom do Deus que nos ama e que nos convoca para a felicidade.
O Evangelho apresenta-nos o Deus/Pai que ama de forma gratuita, com um amor fiel e eterno, apesar das escolhas erradas e da irresponsabilidade do filho rebelde. E esse amor lá está, sempre à espera, sem condições, para acolher e abraçar o filho que decide voltar. É um amor entendido na linha da misericórdia e não na linha da justiça dos homens.
A segunda leitura convida-nos a acolher a oferta de amor que Deus nos faz através de Jesus. Só reconciliados com Deus e com os irmãos podemos ser criaturas novas, em quem se manifesta o homem Novo.
A primeira leitura, a propósito da circuncisão dos israelitas, convida-nos à conversão, princípio de vida nova na terra da felicidade, da liberdade e da paz. Essa vida nova do homem renovado é um dom do Deus que nos ama e que nos convoca para a felicidade.
LEITURA I – Jos 5,9a.10-12
Leitura do Livro de Josué
Naqueles dias,
disse o Senhor a Josué:
«Hoje tirei de vós o opróbrio do Egipto».
Os filhos de Israel acamparam em Gálgala
e celebraram a Páscoa,
no dia catorze do mês, à tarde,
na planície de Jericó.
No dia seguinte à Páscoa,
comeram dos frutos da terra:
pães ázimos e espigas assadas nesse mesmo dia.
Quando começaram a comer dos frutos da terra,
no dia seguinte à Páscoa,
cessou o maná.
Os filhos de Israel não voltaram a ter o maná,
mas, naquele ano,
já se alimentaram dos frutos da terra de Canaã.
disse o Senhor a Josué:
«Hoje tirei de vós o opróbrio do Egipto».
Os filhos de Israel acamparam em Gálgala
e celebraram a Páscoa,
no dia catorze do mês, à tarde,
na planície de Jericó.
No dia seguinte à Páscoa,
comeram dos frutos da terra:
pães ázimos e espigas assadas nesse mesmo dia.
Quando começaram a comer dos frutos da terra,
no dia seguinte à Páscoa,
cessou o maná.
Os filhos de Israel não voltaram a ter o maná,
mas, naquele ano,
já se alimentaram dos frutos da terra de Canaã.
AMBIENTE
O livro de Josué narra a entrada e a instalação
do Povo de Deus na Terra Prometida. Recorrendo ao género épico (relatos
enfáticos, exagerados, maravilhosos) e apresentando idealmente a tomada de
posse da Terra como um passeio triunfal do Povo com Deus à frente, os autores
deuteronomistas vão sublinhar a acção maravilhosa de Jahwéh que, através do seu
poder, cumpre as promessas feitas aos antepassados e entrega a Terra Prometida
ao seu Povo. Não é um livro muito preciso do ponto de vista histórico; mas é
uma extraordinária catequese sobre o amor de Deus ao seu Povo.
No texto que a liturgia de hoje nos propõe, os israelitas, vindos do deserto, acabaram de atravessar o rio Jordão. Estão em Guilgal, um lugar que não foi ainda localizado, mas que devia situar-se não longe do Jordão, a nordeste de Jericó. Aproxima-se a celebração da primeira Páscoa na Terra Prometida e só os circuncidados podem celebrar a Páscoa (cf. Ex 12,44.48); por isso, Josué faz o Povo passar pelo rito da circuncisão, sinal da aliança de Deus com Abraão e, portanto, sinal de pertença ao Povo eleito de Jahwéh (cf. Gn 17,10-11). É neste contexto que aparecem as palavras de Deus a Josué referidas na primeira leitura.
No texto que a liturgia de hoje nos propõe, os israelitas, vindos do deserto, acabaram de atravessar o rio Jordão. Estão em Guilgal, um lugar que não foi ainda localizado, mas que devia situar-se não longe do Jordão, a nordeste de Jericó. Aproxima-se a celebração da primeira Páscoa na Terra Prometida e só os circuncidados podem celebrar a Páscoa (cf. Ex 12,44.48); por isso, Josué faz o Povo passar pelo rito da circuncisão, sinal da aliança de Deus com Abraão e, portanto, sinal de pertença ao Povo eleito de Jahwéh (cf. Gn 17,10-11). É neste contexto que aparecem as palavras de Deus a Josué referidas na primeira leitura.
MENSAGEM
O rito da circuncisão, destinado a todos “os que
nasceram no deserto, durante a viagem, depois do êxodo” (Jos 5,5), terminou e
todos fazem, agora, parte do Povo de Deus. É um Povo renovado, que dessa forma
reafirmou a sua ligação ao Deus da aliança. O rito levado a cabo por Josué
faz-nos pensar numa espécie de “conversão” colectiva, que põe um ponto final no
“opróbrio do Egipto” e assinala um “tempo novo” para o Povo de Deus.
A questão central deste texto gira à volta da vida nova que começa para o Povo de Deus. A Páscoa, celebrada nessa terra livre, marca o início dessa nova etapa. Israel é, agora, um Povo novo, o Povo eleito, comprometido com Jahwéh, definitivamente livre da escravidão, que inicia uma vida nova nessa Terra de Deus onde “corre o leite e o mel”.
A questão central deste texto gira à volta da vida nova que começa para o Povo de Deus. A Páscoa, celebrada nessa terra livre, marca o início dessa nova etapa. Israel é, agora, um Povo novo, o Povo eleito, comprometido com Jahwéh, definitivamente livre da escravidão, que inicia uma vida nova nessa Terra de Deus onde “corre o leite e o mel”.
ACTUALIZAÇÃO
Reflectir a partir das seguintes questões:
• Somos convidados, neste tempo de Quaresma, a
uma experiência semelhante à que fez o Povo de Deus de que fala a primeira
leitura: é preciso pôr fim à etapa da escravidão e do deserto, a fim de passar,
decisivamente, à vida nova, à vida da liberdade e da paz. E a circuncisão? A
circuncisão física é um rito externo, que nada significa… O que é preciso é
aquilo a que os profetas chamaram a “circuncisão do coração” (Dt 10,16; Jr 4,4;
cf. Jr 9,25): trata-se da adesão plena da pessoa a Deus e às suas propostas;
trata-se de uma verdadeira transformação interior que se chama “conversão”. O
que é que é preciso “cortar” na minha vida ou na vida da minha comunidade
cristã (ou religiosa) para que se dê início a essa nova etapa? O que é que
ainda nos impede de celebrar um verdadeiro compromisso com o nosso Deus?
• A partir dessa “circuncisão do coração”,
podemos celebrar com verdade a vida nova, a ressurreição. A celebração da
Páscoa será, dessa forma, o anúncio e a preparação dessa Páscoa definitiva (a
Páscoa escatológica), que nos trará a vida plena.
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 33 (34)
Refrão: Saboreai e vede como o Senhor é bom.
A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes.
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes.
Enaltecei comigo ao Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.
Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.
LEITURA II – 2 Cor 5,17-21
Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São
Paulo aos Coríntios
Irmãos:
Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura.
As coisas antigas passaram; tudo foi renovado.
Tudo isto vem de Deus,
que por Cristo nos reconciliou consigo
e nos confiou o ministério da reconciliação.
Na verdade, é Deus que em Cristo reconcilia o mundo consigo,
não levando em conta as faltas dos homens
e confiando-nos a palavra da reconciliação.
Nós somos, portanto, embaixadores de Cristo;
é Deus quem vos exorta por nosso intermédio.
Nós vos pedimos em nome de Cristo:
reconciliai-vos com Deus.
A Cristo, que não conhecera o pecado,
Deus identificou-O com o pecado por causa de nós,
para que em Cristo nos tornemos justiça de Deus.
Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura.
As coisas antigas passaram; tudo foi renovado.
Tudo isto vem de Deus,
que por Cristo nos reconciliou consigo
e nos confiou o ministério da reconciliação.
Na verdade, é Deus que em Cristo reconcilia o mundo consigo,
não levando em conta as faltas dos homens
e confiando-nos a palavra da reconciliação.
Nós somos, portanto, embaixadores de Cristo;
é Deus quem vos exorta por nosso intermédio.
Nós vos pedimos em nome de Cristo:
reconciliai-vos com Deus.
A Cristo, que não conhecera o pecado,
Deus identificou-O com o pecado por causa de nós,
para que em Cristo nos tornemos justiça de Deus.
AMBIENTE
Por volta de 56/57, chegam a Corinto
missionários itinerantes que se apresentam como apóstolos e criticam Paulo,
lançando a confusão. Provavelmente, trata-se ainda desses “judaizantes” que
queriam impor aos pagãos convertidos as práticas da Lei de Moisés (embora
também possam ser cristãos que condenam a severidade de Paulo e que apoiam o
laxismo da vida dos coríntios). De qualquer forma, Paulo é informado de que a
validade do seu ministério está a ser desafiada e dirige-se a toda a pressa
para Corinto, disposto a enfrentar o problema. O confronto é violento e Paulo é
gravemente injuriado por um membro da comunidade (cf. 2 Cor 2,5-11;7,11). Na
sequência, Paulo abandona Corinto e parte para Éfeso. Passado algum tempo,
Paulo envia Tito a Corinto, a fim de tentar a reconciliação. Quando Tito
regressa, traz notícias animadoras: o diferendo foi ultrapassado e os coríntios
estão, outra vez, em comunhão com Paulo. É nessa altura que Paulo, aliviado e
com o coração em paz, escreve esta Carta aos Coríntios, fazendo uma tranquila
apologia do seu apostolado.
O texto que nos é proposto está incluído na primeira parte da carta (2 Cor 1,3-7,16), onde Paulo analisa as suas relações com os cristãos de Corinto. Neste texto em concreto, transparece essa necessidade premente de reconciliação que vai no coração de Paulo.
O texto que nos é proposto está incluído na primeira parte da carta (2 Cor 1,3-7,16), onde Paulo analisa as suas relações com os cristãos de Corinto. Neste texto em concreto, transparece essa necessidade premente de reconciliação que vai no coração de Paulo.
MENSAGEM
A palavra-chave desta leitura é “reconciliação”
(das dez vezes que Paulo utiliza o verbo “reconciliar” e o substantivo “reconciliação”,
cinco correspondem a esta passagem). Transparece, portanto, aqui, a angústia de
Paulo pelo “distanciamento” dos seus queridos filhos de Corinto e a sua vontade
de refazer a comunhão com eles.
Mas, para além da reconciliação entre os coríntios e Paulo, é necessária a reconciliação entre os coríntios e Deus. Daí a ardente chamada do apóstolo a que os coríntios se deixem reconciliar com Deus. “Em Cristo”, Deus ofereceu aos homens a reconciliação; aderir à proposta de Cristo é acolher a oferta de reconciliação que Deus fez. Ser cristão implica, portanto, estar reconciliado com Deus (isto é, aceitar viver com Ele uma relação autêntica de comunhão, de intimidade, de amor) e com os outros homens. Isto significa, na prática, ser uma criatura nova, um homem renovado.
É desta reconciliação que Paulo se fez “embaixador” e arauto; o ministério de Paulo passa por pedir aos coríntios que se reconciliem com Deus e que nasçam, assim, para a vida nova de Deus. É evidente que esta chamada não é só válida para os cristãos de Corinto, mas serve para os cristãos de todos os tempos: os homens têm necessidade de viver em paz uns com os outros; mas dificilmente o conseguirão, se não viverem em paz com Deus.
O texto termina (vers. 21) com uma referência à eficácia reconciliadora da morte de Cristo: pela cruz, Deus arrancou-nos do domínio do pecado e transformou-nos em homens novos. Que quer isto dizer? Ao ser morto na cruz pela Lei, Cristo mostrou como a Lei só produz morte, desqualificou-a e afastou-nos dela, permitindo-nos o verdadeiro encontro com Deus; e pela cruz, Jesus ensinou-nos o amor total, o amor que se dá, libertando-nos do egoísmo que impede a reconciliação com Deus e com os irmãos.
Mas, para além da reconciliação entre os coríntios e Paulo, é necessária a reconciliação entre os coríntios e Deus. Daí a ardente chamada do apóstolo a que os coríntios se deixem reconciliar com Deus. “Em Cristo”, Deus ofereceu aos homens a reconciliação; aderir à proposta de Cristo é acolher a oferta de reconciliação que Deus fez. Ser cristão implica, portanto, estar reconciliado com Deus (isto é, aceitar viver com Ele uma relação autêntica de comunhão, de intimidade, de amor) e com os outros homens. Isto significa, na prática, ser uma criatura nova, um homem renovado.
É desta reconciliação que Paulo se fez “embaixador” e arauto; o ministério de Paulo passa por pedir aos coríntios que se reconciliem com Deus e que nasçam, assim, para a vida nova de Deus. É evidente que esta chamada não é só válida para os cristãos de Corinto, mas serve para os cristãos de todos os tempos: os homens têm necessidade de viver em paz uns com os outros; mas dificilmente o conseguirão, se não viverem em paz com Deus.
O texto termina (vers. 21) com uma referência à eficácia reconciliadora da morte de Cristo: pela cruz, Deus arrancou-nos do domínio do pecado e transformou-nos em homens novos. Que quer isto dizer? Ao ser morto na cruz pela Lei, Cristo mostrou como a Lei só produz morte, desqualificou-a e afastou-nos dela, permitindo-nos o verdadeiro encontro com Deus; e pela cruz, Jesus ensinou-nos o amor total, o amor que se dá, libertando-nos do egoísmo que impede a reconciliação com Deus e com os irmãos.
ACTUALIZAÇÃO
Para reflectir e actualizar a Palavra,
considerar as seguintes questões:
• Ser cristão é, antes de mais, aceitar essa
proposta de reconciliação que Deus nos faz em Jesus. Significa que Deus, apesar
das nossas infidelidades, continua a propor-nos um projecto de comunhão e de
amor. Como é que eu respondo a essa oferta de Deus: com uma vida de obediência
aos seus projectos e de entrega confiada nas suas mãos, ou com egoísmo,
auto-suficiência e fechamento ao Deus da comunhão?
• É “em Cristo” – e, de forma privilegiada, na
cruz de Cristo – que somos reconciliados com Deus. Na cruz, Cristo ensinou-nos
a obediência total ao Pai, a entrega confiada aos projectos do Pai e o amor
total aos homens nossos irmãos. Dessa lição decisiva deve nascer o Homem Novo,
o homem que vive na obediência aos projectos de Deus e no amor aos outros. É
desta forma que eu procuro viver?
• A comunhão com Deus exige a reconciliação com
os outros meus irmãos. Não é uma conclusão a que Paulo dê um relevo explícito
neste texto, mas é uma perspectiva que está implícita em todo o discurso. Como
me situo face a esta obrigatoriedade (para o cristão) de me reconciliar com os
que me rodeiam?
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO – Lc 15,18
Refrão 1: Louvor e glória a Vós, Jesus Cristo
Senhor.
Refrão 2: Glória a Vós, Jesus Cristo, Sabedoria do Pai.
Refrão 3: Glória a Vós, Jesus Cristo, Palavra do Pai.
Refrão 4: Glória a Vós, Senhor, Filho do Deus vivo.
Refrão 4: Louvor a Vós, Jesus Cristo, rei da eterna glória.
Refrão 6: Grandes e admiráveis são as vossas obras, Senhor.
Refrão 7: A salvação, a glória e o poder a Jesus Cristo, Nosso Senhor.
Refrão 2: Glória a Vós, Jesus Cristo, Sabedoria do Pai.
Refrão 3: Glória a Vós, Jesus Cristo, Palavra do Pai.
Refrão 4: Glória a Vós, Senhor, Filho do Deus vivo.
Refrão 4: Louvor a Vós, Jesus Cristo, rei da eterna glória.
Refrão 6: Grandes e admiráveis são as vossas obras, Senhor.
Refrão 7: A salvação, a glória e o poder a Jesus Cristo, Nosso Senhor.
Vou partir, vou ter com meu pai e dizer-lhe:
Pai, pequei contra o Céu e contra ti.
Pai, pequei contra o Céu e contra ti.
EVANGELHO – Lc 15,1-3.11-32
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo
São Lucas
Naquele tempo,
os publicanos e os pecadores
aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem.
Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo:
«Este homem acolhe os pecadores e come com eles».
Jesus disse-lhes então a seguinte parábola:
«Um homem tinha dois filhos.
O mais novo disse ao pai:
‘Pai, dá-me a parte da herança que me toca’.
O pai repartiu os bens pelos filhos.
Alguns dias depois, o filho mais novo,
juntando todos os seus haveres, partiu para um país distante
e por lá esbanjou quanto possuía,
numa vida dissoluta.
Tendo gasto tudo,
houve uma grande fome naquela região
e ele começou a passar privações.
Entrou então ao serviço de um dos habitantes daquela terra,
que o mandou para os seus campos guardar porcos.
Bem desejava ele matar a fome
com as alfarrobas que os porcos comiam,
mas ninguém lhas dava.
Então, caindo em si, disse:
‘Quantos trabalhadores de meu pai têm pão em abundância,
e eu aqui a morrer de fome!
Vou-me embora, vou ter com meu pai e dizer-lhe:
Pai, pequei contra o Céu e contra ti.
Já não mereço ser chamado teu filho,
mas trata-me como um dos teus trabalhadores’.
Pôs-se a caminho e foi ter com o pai.
Ainda ele estava longe, quando o pai o viu:
encheu-se de compaixão
e correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos.
Disse-lhe o filho:
‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti.
Já não mereço ser chamado teu filho’.
Mas o pai disse aos servos:
‘Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha.
Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés.
Trazei o vitelo gordo e matai-o.
Comamos e festejemos,
porque este meu filho estava morto e voltou à vida,
estava perdido e foi reencontrado’.
E começou a festa.
Ora o filho mais velho estava no campo.
Quando regressou,
ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças.
Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo.
O servo respondeu-lhe:
‘O teu irmão voltou
e teu pai mandou matar o vitelo gordo,
porque ele chegou são e salvo’.
Ele ficou ressentido e não queria entrar.
Então o pai veio cá fora instar com ele.
Mas ele respondeu ao pai:
‘Há tantos anos que eu te sirvo,
sem nunca transgredir uma ordem tua,
e nunca me deste um cabrito
para fazer uma festa com os meus amigos.
E agora, quando chegou esse teu filho,
que consumiu os teus bens com mulheres de má vida,
mataste-lhe o vitelo gordo’.
Disse-lhe o pai:
‘Filho, tu estás sempre comigo
e tudo o que é meu é teu.
Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos,
porque este teu irmão estava morto e voltou à vida,
estava perdido e foi reencontrado’».
os publicanos e os pecadores
aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem.
Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo:
«Este homem acolhe os pecadores e come com eles».
Jesus disse-lhes então a seguinte parábola:
«Um homem tinha dois filhos.
O mais novo disse ao pai:
‘Pai, dá-me a parte da herança que me toca’.
O pai repartiu os bens pelos filhos.
Alguns dias depois, o filho mais novo,
juntando todos os seus haveres, partiu para um país distante
e por lá esbanjou quanto possuía,
numa vida dissoluta.
Tendo gasto tudo,
houve uma grande fome naquela região
e ele começou a passar privações.
Entrou então ao serviço de um dos habitantes daquela terra,
que o mandou para os seus campos guardar porcos.
Bem desejava ele matar a fome
com as alfarrobas que os porcos comiam,
mas ninguém lhas dava.
Então, caindo em si, disse:
‘Quantos trabalhadores de meu pai têm pão em abundância,
e eu aqui a morrer de fome!
Vou-me embora, vou ter com meu pai e dizer-lhe:
Pai, pequei contra o Céu e contra ti.
Já não mereço ser chamado teu filho,
mas trata-me como um dos teus trabalhadores’.
Pôs-se a caminho e foi ter com o pai.
Ainda ele estava longe, quando o pai o viu:
encheu-se de compaixão
e correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos.
Disse-lhe o filho:
‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti.
Já não mereço ser chamado teu filho’.
Mas o pai disse aos servos:
‘Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha.
Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés.
Trazei o vitelo gordo e matai-o.
Comamos e festejemos,
porque este meu filho estava morto e voltou à vida,
estava perdido e foi reencontrado’.
E começou a festa.
Ora o filho mais velho estava no campo.
Quando regressou,
ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças.
Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo.
O servo respondeu-lhe:
‘O teu irmão voltou
e teu pai mandou matar o vitelo gordo,
porque ele chegou são e salvo’.
Ele ficou ressentido e não queria entrar.
Então o pai veio cá fora instar com ele.
Mas ele respondeu ao pai:
‘Há tantos anos que eu te sirvo,
sem nunca transgredir uma ordem tua,
e nunca me deste um cabrito
para fazer uma festa com os meus amigos.
E agora, quando chegou esse teu filho,
que consumiu os teus bens com mulheres de má vida,
mataste-lhe o vitelo gordo’.
Disse-lhe o pai:
‘Filho, tu estás sempre comigo
e tudo o que é meu é teu.
Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos,
porque este teu irmão estava morto e voltou à vida,
estava perdido e foi reencontrado’».
AMBIENTE
Continuamos no “caminho de Jerusalém”, esse
caminho espiritual que Jesus percorre com os discípulos, preparando-os para
serem as testemunhas do Reino diante de todos os homens.
Todo o capítulo 15 é dedicado ao ensinamento sobre a misericórdia: em três parábolas, Lucas apresenta uma catequese sobre a bondade e o amor de um Deus que quer estender a mão a todos os que a teologia oficial excluía e marginalizava. O ponto de partida é a murmuração dos fariseus e dos escribas que, diante da avalanche de publicanos e pecadores que escutam Jesus, comentam: “este homem acolhe os pecadores e come com eles”. Acolher os publicanos e pecadores é algo de escandaloso, na perspectiva dos fariseus; no entanto, comer com eles, estabelecer laços de familiaridade e de irmandade com eles à volta da mesa, é algo de inaudito… A conclusão dos fariseus é óbvia: Jesus não pode vir de Deus pois, na perspectiva da doutrina tradicional, os pecadores não podem aproximar-se de Deus.
É neste contexto que Jesus apresenta a “parábola do filho pródigo”, uma parábola que é exclusiva de Lucas (nem Marcos, nem Mateus, nem João a referem).
Todo o capítulo 15 é dedicado ao ensinamento sobre a misericórdia: em três parábolas, Lucas apresenta uma catequese sobre a bondade e o amor de um Deus que quer estender a mão a todos os que a teologia oficial excluía e marginalizava. O ponto de partida é a murmuração dos fariseus e dos escribas que, diante da avalanche de publicanos e pecadores que escutam Jesus, comentam: “este homem acolhe os pecadores e come com eles”. Acolher os publicanos e pecadores é algo de escandaloso, na perspectiva dos fariseus; no entanto, comer com eles, estabelecer laços de familiaridade e de irmandade com eles à volta da mesa, é algo de inaudito… A conclusão dos fariseus é óbvia: Jesus não pode vir de Deus pois, na perspectiva da doutrina tradicional, os pecadores não podem aproximar-se de Deus.
É neste contexto que Jesus apresenta a “parábola do filho pródigo”, uma parábola que é exclusiva de Lucas (nem Marcos, nem Mateus, nem João a referem).
MENSAGEM
A parábola apresenta-nos três personagens de
referência: o pai, o filho mais novo e o filho mais velho. Detenhamo-nos um
pouco nestas figuras.
A personagem central é o pai. Trata-se de uma figura excepcional, que conjuga o respeito pelas decisões e pela liberdade dos filhos, com um amor gratuito e sem limites. Esse amor manifesta-se na emoção com que abraça o filho que volta, mesmo sem saber se esse filho mudou a sua atitude de orgulho e de auto-suficiência em relação ao pai e à casa. Trata-se de um amor que permaneceu inalterado, apesar da rebeldia do filho; trata-se de um pai que continuou a amar, apesar da ausência e da infidelidade do filho. A consequência do amor do pai simboliza-se no “anel” que é símbolo da autoridade (cf. Gn 41,42; Est 3,10; 8,2) e nas sandálias, que é o calçado do homem livre.
Depois, vem o filho mais novo. É um filho ingrato, insolente e obstinado, que exige do pai muito mais do que aquilo a que tem direito (a lei judaica previa que o filho mais novo recebesse apenas um terço da fortuna do pai – cf. Dt 21,15-17; mas, ainda que a divisão das propriedades pudesse fazer-se em vida do pai, os filhos não acediam à sua posse senão depois da morte deste – cf. Sir 33,20-24). Além disso, abandona a casa e o amor do pai e dissipa os bens que o pai colocou à sua disposição. É uma imagem de egoísmo, de orgulho, de auto-suficiência, de frivolidade, de total irresponsabilidade. Acaba, no entanto, por perceber o vazio, o sem sentido, o desespero dessa vida de egoísmo e de auto-suficiência e por ter a coragem de voltar ao encontro do amor do pai.
Finalmente, temos o filho mais velho. É o filho “certinho”, que sempre fez o que o pai mandou, que cumpriu todas as regras e que nunca pensou em deixar esse espaço cómodo e acolhedor que é a casa do pai. No entanto, a sua lógica é a lógica da “justiça” e não a lógica da “misericórdia”. Ele acha que tem créditos superiores aos do irmão e não compreende nem aceita que o pai queira exercer o seu direito à misericórdia e acolha, feliz, o filho rebelde. É a imagem desses fariseus e escribas que interpelaram Jesus: porque cumpriam à risca as exigências da Lei, desprezavam os pecadores e achavam que essa devia ser também a lógica de Deus.
A “parábola do pai bondoso e misericordioso” pretende apresentar-nos a lógica de Deus. Deus é o Pai bondoso, que respeita absolutamente a liberdade e as decisões dos seus filhos, mesmo que eles usem essa liberdade para procurar a felicidade em caminhos errados; e, aconteça o que acontecer, continua a amar e a esperar ansiosamente o regresso dos filhos rebeldes. Quando os reencontra, acolhe-os com amor e reintegra-os na sua família. Essa é a alegria de Deus. É esse Deus de amor, de bondade, de misericórdia, que se alegra quando o filho regressa que nós, às vezes filhos rebeldes, temos a certeza de encontrar quando voltamos.
A parábola pretende ser também um convite a deixarmo-nos arrastar por esta dinâmica de amor no julgamento que fazemos dos nossos irmãos. Mais do que pela “justiça”, que nos deixemos guiar pela misericórdia, na linha de Deus.
A personagem central é o pai. Trata-se de uma figura excepcional, que conjuga o respeito pelas decisões e pela liberdade dos filhos, com um amor gratuito e sem limites. Esse amor manifesta-se na emoção com que abraça o filho que volta, mesmo sem saber se esse filho mudou a sua atitude de orgulho e de auto-suficiência em relação ao pai e à casa. Trata-se de um amor que permaneceu inalterado, apesar da rebeldia do filho; trata-se de um pai que continuou a amar, apesar da ausência e da infidelidade do filho. A consequência do amor do pai simboliza-se no “anel” que é símbolo da autoridade (cf. Gn 41,42; Est 3,10; 8,2) e nas sandálias, que é o calçado do homem livre.
Depois, vem o filho mais novo. É um filho ingrato, insolente e obstinado, que exige do pai muito mais do que aquilo a que tem direito (a lei judaica previa que o filho mais novo recebesse apenas um terço da fortuna do pai – cf. Dt 21,15-17; mas, ainda que a divisão das propriedades pudesse fazer-se em vida do pai, os filhos não acediam à sua posse senão depois da morte deste – cf. Sir 33,20-24). Além disso, abandona a casa e o amor do pai e dissipa os bens que o pai colocou à sua disposição. É uma imagem de egoísmo, de orgulho, de auto-suficiência, de frivolidade, de total irresponsabilidade. Acaba, no entanto, por perceber o vazio, o sem sentido, o desespero dessa vida de egoísmo e de auto-suficiência e por ter a coragem de voltar ao encontro do amor do pai.
Finalmente, temos o filho mais velho. É o filho “certinho”, que sempre fez o que o pai mandou, que cumpriu todas as regras e que nunca pensou em deixar esse espaço cómodo e acolhedor que é a casa do pai. No entanto, a sua lógica é a lógica da “justiça” e não a lógica da “misericórdia”. Ele acha que tem créditos superiores aos do irmão e não compreende nem aceita que o pai queira exercer o seu direito à misericórdia e acolha, feliz, o filho rebelde. É a imagem desses fariseus e escribas que interpelaram Jesus: porque cumpriam à risca as exigências da Lei, desprezavam os pecadores e achavam que essa devia ser também a lógica de Deus.
A “parábola do pai bondoso e misericordioso” pretende apresentar-nos a lógica de Deus. Deus é o Pai bondoso, que respeita absolutamente a liberdade e as decisões dos seus filhos, mesmo que eles usem essa liberdade para procurar a felicidade em caminhos errados; e, aconteça o que acontecer, continua a amar e a esperar ansiosamente o regresso dos filhos rebeldes. Quando os reencontra, acolhe-os com amor e reintegra-os na sua família. Essa é a alegria de Deus. É esse Deus de amor, de bondade, de misericórdia, que se alegra quando o filho regressa que nós, às vezes filhos rebeldes, temos a certeza de encontrar quando voltamos.
A parábola pretende ser também um convite a deixarmo-nos arrastar por esta dinâmica de amor no julgamento que fazemos dos nossos irmãos. Mais do que pela “justiça”, que nos deixemos guiar pela misericórdia, na linha de Deus.
ACTUALIZAÇÃO
Ter em conta os seguintes elementos, para
reflexão:
• A primeira chamada de atenção vai para o amor
do Pai: um amor que respeita absolutamente as decisões – mesmo absurdas – desse
filho que abandona a casa paterna; um amor que está sempre lá, fiel e
inquebrável, preparado para abraçar o filho que volta. Repare-se: mesmo antes
de o filho falar e mostrar o seu arrependimento, o Pai manifesta-lhe o seu
amor; é um amor que precede a conversão e que se manifesta antes da conversão.
É num Deus que nos ama desta forma que somos chamados a confiar neste tempo de
“metanoia”.
• Esta parábola alerta-nos também para o sem
sentido e a frustração de uma vida vivida longe do amor do “Pai”, no egoísmo,
no materialismo, na auto-suficiência. Convida-nos a reconhecer que não é nos
bens deste mundo, mas é na comunhão com o “Pai” que encontramos a felicidade, a
serenidade e a paz.
• Esta parábola convida-nos, finalmente, a não
nos deixarmos dominar pela lógica do que é “justo” aos olhos do mundo, mas pela
“justiça de Deus”, que é misericórdia, compreensão, tolerância, amor. Com que
critérios julgamos os nossos irmãos: com os critérios da justiça do mundo, ou
com os critérios da misericórdia de Deus? A nossa comunidade é,
verdadeiramente, o espaço onde se manifesta a misericórdia de Deus?
ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 4º DOMINGO DA QUARESMA
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)
1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 4º Domingo da Quaresma, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 4º Domingo da Quaresma, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
2. UMA LADAINHA PENITENCIAL.
Estamos a caminhar para o fim da Quaresma. Pode ser sugestivo, no momento penitencial, evocar as leituras da Quaresma deste ano C em forma de ladainha. Como exemplo:
- Jesus, atormentado pela tentação…
- Jesus, transfigurado sobre a montanha…
- Jesus, testemunha do Deus de paciência…
- Jesus, testemunha do Deus de misericórdia…
- Jesus, testemunha do Deus do perdão…
Estamos a caminhar para o fim da Quaresma. Pode ser sugestivo, no momento penitencial, evocar as leituras da Quaresma deste ano C em forma de ladainha. Como exemplo:
- Jesus, atormentado pela tentação…
- Jesus, transfigurado sobre a montanha…
- Jesus, testemunha do Deus de paciência…
- Jesus, testemunha do Deus de misericórdia…
- Jesus, testemunha do Deus do perdão…
3. ORAÇÃO NA LECTIO DIVINA.
Na meditação da Palavra de Deus (lectio divina), pode-se prolongar o acolhimento das leituras com a oração.
Na meditação da Palavra de Deus (lectio divina), pode-se prolongar o acolhimento das leituras com a oração.
No final da primeira leitura:
Deus fiel, nós Te damos graças pela terra prometida na qual nos acolheste desde o nosso baptismo; é o teu Povo, o Corpo eclesial de teu Filho, que Tu alimentas com o sopro do teu Espírito Santo.
Nesta Quaresma, tempo de partilha, nós Te confiamos as nossas acções em favor do desenvolvimento e de uma mais justa repartição dos bens da terra. Que o teu Espírito nos guie e nos inspire.
Deus fiel, nós Te damos graças pela terra prometida na qual nos acolheste desde o nosso baptismo; é o teu Povo, o Corpo eclesial de teu Filho, que Tu alimentas com o sopro do teu Espírito Santo.
Nesta Quaresma, tempo de partilha, nós Te confiamos as nossas acções em favor do desenvolvimento e de uma mais justa repartição dos bens da terra. Que o teu Espírito nos guie e nos inspire.
No final da segunda leitura:
Pai misericordioso e paciente, nós Te damos graças pela reconciliação que nos concedeste por Cristo e pela missão de perdão e de reconciliação que nos confias.
Nós Te pedimos: pelo teu Espírito Santo, ilumina os nossos pensamentos, muda os nossos corações, inspira-nos as iniciativas de perdão e de paz que se impõem para o bem das nossas famílias e dos que estão ao nosso lado.
Pai misericordioso e paciente, nós Te damos graças pela reconciliação que nos concedeste por Cristo e pela missão de perdão e de reconciliação que nos confias.
Nós Te pedimos: pelo teu Espírito Santo, ilumina os nossos pensamentos, muda os nossos corações, inspira-nos as iniciativas de perdão e de paz que se impõem para o bem das nossas famílias e dos que estão ao nosso lado.
No final do Evangelho:
Pai misericordioso, nós Te damos graças pela grande festa dos reencontros de cada domingo. Preparas-nos a mesa para nos acolher, remindo os nossos pecados e enchendo-nos com o teu Espírito.
Com o filho perdido e reencontrado nós Te pedimos: Pai, pecámos contra ti, cura os nossos espíritos e os nossos corações, dá-nos o teu Espírito Santo.
Pai misericordioso, nós Te damos graças pela grande festa dos reencontros de cada domingo. Preparas-nos a mesa para nos acolher, remindo os nossos pecados e enchendo-nos com o teu Espírito.
Com o filho perdido e reencontrado nós Te pedimos: Pai, pecámos contra ti, cura os nossos espíritos e os nossos corações, dá-nos o teu Espírito Santo.
4. BILHETE DE EVANGELHO.
Tal é a questão dos fariseus e dos escribas. Tal foi a questão do filho mais velho da parábola, ao descobrir a festa organizada para o regresso de seu irmão. Com efeito, Jesus aproximava-Se dos publicanos e dos pecadores, chegando mesmo a fazer-Se convidar por eles, o que O tornava impuro aos olhos daqueles que se julgavam puros. O Pai do pródigo vai atirar-se ao pescoço do filho que julgava perdido e cobre-o de beijos. Porquê? Porque se encheu de compaixão. Assim, este pai também se torna impuro tocando o filho que regressa, depois de uma vida de desordem, de um país estrangeiro onde tinha guardado porcos, tantas situações que o declaravam impuro… Como os fariseus e os escribas, o filho mais velho recusa entrar em casa, julga-se puro. A um como a outro, o pai continua a dizer “meu filho”. A cada um de lhe responder “meu pai”. Este pai tinha feito a partilha dos seus bens, respeitando a liberdade do filho que decide partir… Este mesmo pai suplica ao filho mais velho para se juntar à festa, respeitando a sua liberdade… Um dia, talvez, alegrar-se-á também com o seu regresso…
Tal é a questão dos fariseus e dos escribas. Tal foi a questão do filho mais velho da parábola, ao descobrir a festa organizada para o regresso de seu irmão. Com efeito, Jesus aproximava-Se dos publicanos e dos pecadores, chegando mesmo a fazer-Se convidar por eles, o que O tornava impuro aos olhos daqueles que se julgavam puros. O Pai do pródigo vai atirar-se ao pescoço do filho que julgava perdido e cobre-o de beijos. Porquê? Porque se encheu de compaixão. Assim, este pai também se torna impuro tocando o filho que regressa, depois de uma vida de desordem, de um país estrangeiro onde tinha guardado porcos, tantas situações que o declaravam impuro… Como os fariseus e os escribas, o filho mais velho recusa entrar em casa, julga-se puro. A um como a outro, o pai continua a dizer “meu filho”. A cada um de lhe responder “meu pai”. Este pai tinha feito a partilha dos seus bens, respeitando a liberdade do filho que decide partir… Este mesmo pai suplica ao filho mais velho para se juntar à festa, respeitando a sua liberdade… Um dia, talvez, alegrar-se-á também com o seu regresso…
5. À ESCUTA DA PALAVRA.
Péguy dizia da parábola do filho pródigo: “Aquele que a ouve pela centésima vez, é como se a ouvisse pela primeira vez”. Conhecemo-la de cor… É preciso parar longamente, saboreá-la ainda e sempre. Podemos hoje pensar na seguinte frase: “Bem desejava ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava”. Parece que não diz nada de importante. Mas pode ser a frase-chave da parábola. A verdadeira miséria do filho mais novo é de não ter ninguém que esteja atento a ele, que o olhe. Para os seres humanos, o olhar é vital. Quando o olhar não é transparente, acontecem desvios, recusa do amor, os seres humanos torna-se inimigos em vez de serem irmãos e irmãs, acontece desconfiança, inveja, indiferença. O filho mais novo morre da falta de um olhar de amor, sente fome de amor. Jesus quer mudar esta situação, renovando relações em que o amor possa circular de novo. Jesus lança o seu olhar de amor sobre nós, sobre cada um de nós. Um olhar que é fonte de vida! Um olhar do qual não podemos fugir!
Péguy dizia da parábola do filho pródigo: “Aquele que a ouve pela centésima vez, é como se a ouvisse pela primeira vez”. Conhecemo-la de cor… É preciso parar longamente, saboreá-la ainda e sempre. Podemos hoje pensar na seguinte frase: “Bem desejava ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava”. Parece que não diz nada de importante. Mas pode ser a frase-chave da parábola. A verdadeira miséria do filho mais novo é de não ter ninguém que esteja atento a ele, que o olhe. Para os seres humanos, o olhar é vital. Quando o olhar não é transparente, acontecem desvios, recusa do amor, os seres humanos torna-se inimigos em vez de serem irmãos e irmãs, acontece desconfiança, inveja, indiferença. O filho mais novo morre da falta de um olhar de amor, sente fome de amor. Jesus quer mudar esta situação, renovando relações em que o amor possa circular de novo. Jesus lança o seu olhar de amor sobre nós, sobre cada um de nós. Um olhar que é fonte de vida! Um olhar do qual não podemos fugir!
6. ORAÇÃO EUCARÍSTICA.
Sugere-se a Oração Eucarística II para a Reconciliação.
Sugere-se a Oração Eucarística II para a Reconciliação.
7. PALAVRA PARA O CAMINHO…
A segunda parte da parábola deste domingo é uma crítica à conduta do filho mais velho… uma crítica da nossa própria conduta, nós que estamos ao serviço de Deus nem nunca ter desobedecido gravemente às suas leis. Somos observantes, fazemos o que devemos fazer, mas depressa podemos mostrar-nos duros e com desprezo: quando fechamos a porta ao nosso filho que…, quando cortamos as pontes com um parente…, quando olhamos de lado a divorciada… E, entretanto, Deus não nos julga! Ele é paciente, suplica-nos para compreender: “Tu, meu filho, estás sempre comigo…”
A segunda parte da parábola deste domingo é uma crítica à conduta do filho mais velho… uma crítica da nossa própria conduta, nós que estamos ao serviço de Deus nem nunca ter desobedecido gravemente às suas leis. Somos observantes, fazemos o que devemos fazer, mas depressa podemos mostrar-nos duros e com desprezo: quando fechamos a porta ao nosso filho que…, quando cortamos as pontes com um parente…, quando olhamos de lado a divorciada… E, entretanto, Deus não nos julga! Ele é paciente, suplica-nos para compreender: “Tu, meu filho, estás sempre comigo…”
UNIDOS PELA PALAVRA DE DEUS
PROPOSTA PARA
ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA NAS COMUNIDADES DEHONIANAS
Grupo Dinamizador:
P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)
Rua Cidade de Tete, 10 – 1800-129 LISBOA – Portugal
Tel. 218540900 – Fax: 218540909
portugal@dehonianos.org – www.dehonianos.org
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