sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Jesus, modelo de Pastor-Diac. José da Cruz


TERÇA FEIRA DO TEMPO DO NATAL  05/01/2015
1ª Leitura 1Jo 4, 7-10
Salmo 71 (72) “Os Reis de toda terra hão de adorar-vos ó Senhor”
Evangelho Mc 6, 34-44

(Jesus, modelo de Pastor, quer a Salvação do homem todo, e isso implica também em saciar a fome material de suas ovelhas)
Jesus sente compaixão da numerosa multidão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois a ensinar-lhes muitas coisas. Essa introdução do evangelho faz surgir um questionamento: Jesus poderia sentir compaixão porque o povo estava com fome, e em seguida faria o milagre da multiplicação dos pães, e a narrativa estaria completa.
Mas era o início da pregação, imaginemos que fosse de manhã, os ensinamentos de Jesus continuou o dia inteiro e de repente já é o entardecer que prenuncia a noite e os discípulos constatam um problema e imediatamente propõe uma solução...
A compaixão inicial de Jesus não é pelo problema da fome ou da falta de alimentos naquele lugar distante, mas sim porque o povo estava sem perspectiva, em um total desânimo, não havia quem lhes indicasse um caminho seguro, ou quem lhes falasse de algo novo. Ovelha sem pastor é gente sem esperança, sem rumo a seguir, sem um sentido para a sua vida.
Talvez o povo tivesse colocado sua esperança em instituições, governantes, autoridades e outros Líderes, a espera de uma mudança para melhor, que nunca viria. Ninguém quer aqui menosprezar nossas instituições políticas e governamentais, mas está difícil de se acreditar em mudanças no Brasil, pelo menos aquelas mudanças estruturais necessárias e importantes, que trariam benefícios á grande massa. O evangelho não fala, sobre o que Jesus ensinava, mas certamente ele deixa evidente que a realização do Reino de Deus não depende das estruturas humanas, nem religiosas e nem governamentais. Ao mesmo tempo ele se apresenta como o realizador do Reino: O caminho, a Verdade e a Vida....
E para que na cabeça do povo não fique a impressão de que Religião é alienação, Jesus se volta para um problema levantado pelos discípulos: é preciso dispensar o povo, pois é muita gente e não há alimentação disponível e suficiente para todos.
Se Jesus fosse pregador de uma Religião alienadora, aceitava o conselho dos discípulos e se livrava do problema, mandando a multidão embora.
Mas Jesus é Pastor e não Lobo, que se aproveita das ovelhas, ao dizer aos discípulos, dai-lhes vós mesmos de comer, Jesus está afirmando que as Comunidades Cristãs não podem ficar alheias ás necessidades das pessoas. No Reino dos Homens, somente o “Muito” viabiliza projetos sociais, no Reino de Deus, basta a partilha do “Pouco” e o milagre acontece. É uma alusão direta á Eucaristia, o maior de todos os milagres, e do qual nasce a vida de comunhão e partilha, que faz tantos milagres iguais a esse acontecer. O Homem e a mulher Eucaristizados contempla as pessoas com o mesmo olhar de compaixão de Jesus, e suas necessidades nunca ficam sem serem supridas....(Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP- E-mail cruzsm@uol.com.br)


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