quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Deus está ao nosso lado-Alexandre Soledade

24-        Quinta - Evangelho - Lc 9,7-9


Bom dia!
Herodes estava curioso por saber quem era esse homem que causava tanto alvoroço por onde passava. O imagino se questionando: Quem então é esse homem de que falam tanto? “(…) Herodes, o governador da Galiléia, ouviu falar de tudo o que estava acontecendo e ficou sem saber o que pensar. Pois alguns diziam que João Batista tinha sido ressuscitado, outros diziam que Elias tinha aparecido…”.
Imagino tantas pessoas que querem conhecer Jesus e não o encontram, em contrapartida os “Herodes” que precisam ser avisados sobre a presença de Jesus no mundo. No penúltimo ano de seu pontificado, Bento XVI chamava a atenção dos bispos do nordeste da seguinte forma:
“(…) Diante deste quadro emerge, por um lado, a clara necessidade que a Igreja católica no Brasil se empenhe NUMA NOVA EVANGELIZAÇÃO QUE NÃO POUPE ESFORÇOS NA BUSCA DE CATÓLICOS AFASTADOS BEM COMO DAQUELAS PESSOAS QUE POUCO OU NADA CONHECEM SOBRE A MENSAGEM EVANGÉLICA, CONDUZINDO-OS A UM ENCONTRO PESSOAL COM JESUS CRISTO, VIVO E OPERANTE NA SUA IGREJA”. (Bento XVI)
Há um povo curioso e sedento de Deus, mas que não teve a oportunidade de reconhecê-lo ao seu lado, no seu caminhar, em sua vida. Como o evangelho de domingo nos bem alerta, talvez que nossa criatividade ou empenho não tenham sido do administrador infiel quando se viu em uma enrascada e de fato também somos assim…
Esforçamos-nos em ter Deus ao nosso lado quando estamos em apuros, mas facilmente o esquecemos quando estamos numa posição privilegiada ou de conforto.
“(…) Todos somos tentados como Cristo: tentados de voltar às costas a Deus Criador; de pararmos diante das coisas para possuí-las; de querer dominar sobre os outros, de colocar-nos no centro do mundo: pessoas e povos, caídos na tentação. Situações de violência e prepotência onde um exaltado demonstra uma irreprimível vontade de poder” (Dom Geraldo Majella)
Precisamos estar atentos para não nos colocar a frente da graça como Herodes. Ele não tinha intenção de matar João Batista, mas o fez para demonstrar que “manda” e muita gente também não tem a intenção, mas afasta as pessoas de Deus. Muita gente a frente de movimentos e pastorais e também por vezes sacerdotes, ministros, seminaristas, (…) esquecem da ovelha perdida caso sua vontade pessoal não seja feita, cumprida, realizada…
Quantos casos ouvimos de lideranças arrogantes e prepotentes, que ao invés de discípulos, vestem-se da soberba na lida com a s pessoas? Fazem belos discursos, mas em off, são pessoas impossíveis de se lidar. Falam de pobreza de dentro de carros luxuosos; de desapego e pecado por seus smartphones de última geração… É para esses que Bento XVI falava e Francisco fala hoje.
Grupos de jovens têm acabado, mas ninguém se atenta; jovens tentam adentrar nos movimentos e pastorais, mas não sabemos como falar com eles. Conclui-se turmas de crisma, mas poucos desejam ficar e os que ficam, sem preparo, já são incorporados a messe… Será que nossos planos precisam de uma revisada ou recall?
Devemos valorizar o que temos de mais precioso que é nossa tradição, mas temos dado muito mais atenção a criticar aquele que proclamou gaguejando a primeira leitura do que incentivá-lo a continuar. A IGREJA NÃO PRECISA DE MÚSICOS, MAS É MUITO TRISTE SEM ELES, pois como diz o missal, eles também são comunidade.
A base de nossas comunidades esta envelhecendo, pois poucos líderes estão sendo formados; poucos seminaristas são suscitados por serem atraídos pelo mundo e não pelo encanto de se levar a palavra de Deus, pois os nossos irmãos padres e catequistas também precisam reaprender a encantar e talvez seja essa a grande mensagem implícita no discurso de Bento XVI.
“(…) Dirigiu-se Jesus ao templo. E, enquanto ensinava, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram-se e perguntaram-lhe: Com que direito fazes isso? Quem te deu esta autoridade”? (Mateus 21, 23)
O mês das missões esta chegando…
Um imenso abraço fraterno
 

Um comentário:

  1. É exatamente isso que está acontecendo. Moro numa cidade pequena e faz muito tempo que isso acontece. Vivo falando com as amigas que trabalham na Igreja, "O que será que vai acontecer qdo nós os mais velhos não pudermos mais trabalhar/"
    Maria

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