15 de Maio - Sexta -
Evangelho - Jo 16,20-23ª
Ninguém vos poderá
tirar a vossa alegria.
Neste Evangelho, Jesus
nos fala que a nossa tristeza, o nosso choro, é provisório; o que será
definitivo para nós é a alegria.
Essas palavras de
Jesus se referem a dois planos: um imediato, que é, após a tristeza dos
discípulos diante da sua morte, e a alegria ao vê-lo ressuscitado.
O outro plano vale
também para nós: neste mundo temos lutas, tristezas e até lágrimas pelo fato de
sermos discípulos de Jesus. Mas depois, no céu, o dia vai amanhecer e o sol vai
brilhar para sempre. Não só no céu, pois a Comunidade cristã é para nós uma
pálida antecipação do céu. Assim, em meio às lutas e perseguições, o cristão
encontra um oásis. “Como é bom, como é agradável os irmãos viverem juntos e se
amarem!” (Sl 132,1).
A parábola da mulher
dando à luz é muito apropriada. Mesmo antes de a criança nascer, ela já sente,
em meio à dor, uma alegria de fundo, fundada na esperança de ver logo o
filhinho ou filhinha e de ter dado ao mundo um novo ser humano. Depois que a
criança nasce, ela se esquece completamente da dor e da angústia sofridas
minutos antes.
De fato, nós cristãos
temos de enfrentar muitas dificuldades, especialmente quando se aproxima a
morte: doenças, certo isolamento, incapacidade de fazer o que gostaria... É a
hora de nos lembrarmos da mulher em dores de parto, olhar para frente e
recuperar o ânimo e a alegria. É o grão de trigo que morre para que possa
produzir muito fruto.
“Naquele dia, não me
perguntareis mais nada.” O Espírito Santo, que acompanhou e iluminou Jesus
desde o seu Batismo, está agora conosco. Antes de Pentecostes, os discípulos
tinham dificuldade em entender os ensinamentos de Jesus. Mas depois tudo se
mudou. E nós recebemos o Espírito Santo no batismo e na crisma.
O antigo rito do
batismo por imersão expressava bom esas realidade: a pessoa era mergulhada na
água, significando que morreu para o mundo pecador. E logo era retirada,
expressando o novo nascimento em Cristo pelo Espírito Santo.
Olhando a vida de
muitos cristãos, descobrimos com tristeza que parece que a água do batismo não
penetrou e a pessoa continua vivendo segundo o homem velho do mundo pecador.
Que o cumprimento amoroso da vontade de Deus nos leve a passar para uma vida
nova, segundo e pela ação do Espírito Santo.
Na parábola da videira
e os ramos, Jesus fala: “Todo ramo que dá fruto, meu Pai o limpa, para que dê
mais fruto ainda”. A planta “sente”, quando o agricultor, com a sua tesoura,
corta um dos seus galhos. Ela produz até uma resina no corte, que simboliza as
nossa lágrimas. Mas o importante são os frutos que virão depois.
“Eu repreendo e educo
os que eu amo” (Ap 3,19). Como é bom ser corrigido por Deus! É a correção de um
Pai amoroso.
“Meu filho, não
desprezes a correção do Senhor, não te desanimes quando ele te repreender, pois
o Senhor corrige a quem ele ama e castiga a quem aceita como filho” (Hb
12,5-6).
“Irmãos, considerai
uma grande alegria quando tiverem de passar por diversas provações, pois sabeis
que a prova da fé produz em vós a constância, e a constância leva a que vos
torneis perfeitos e íntegros, sem falta ou deficiência alguma” (Tg 1,2-4).
“Feliz aquele que
suporta a provação, porque uma vez provado, receberá a coroa da vida, que o
Senhor prometeu aos que o amam. Ninguém, ao ser tentado, deve dizer: É Deus que
me tenta, pois Deus não pode ser tentado pelo mal e tampouco tenta a alguém.
Antes, cada qual é tentado por sua proporia concupiscência, que o arrasta e
seduz. Em seguida a concupiscência concebe o pecado e o dá à luz, e o pecado,
uma vez maduro, gera a morte” (Tg 1,12-15).
“Felizes sois vós,
quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós
por causa de mim. Alegrai-vos e exultar, porque é grande a vossa recompensa nos
céus” (Mt 5,11-12).
Havia, em um
determinado lugar, uma família de ratos. Estava indo tudo bem, até que apareceu
por ali um gato. O gato estava fazendo o maior estrago. De vez em quando pegava
um rato e comia. Os ratos então se reuniram para resolver o problema. Após
muita discussão e várias opiniões, um ratinho deu uma idéia: “Vamos amarrar um
sino no pescoço do gato. Assim, quando ele se aproximar, nós perceberemos e nos
esconderemos”. Mas ninguém teve coragem de fazer o serviço. Estão até hoje
esperando o corajoso.
O Espírito Santo não
só nos dá coragem, mas nos ilumina e orienta, indicando como fazer o serviço de
evitar cair nas garras do pecado.
Maria Santíssima,
desde a sua concepção, foi uma mulher nova, conduzida pela graça de Deus. Que
ela nos ajude a sermos fortes na fé, alegres na esperança e solícitos na
caridade. Assim conseguiremos, nós também, pisar na cabeça da serpente.
Ninguém vos poderá
tirar a vossa alegria.
Pe. Queiroz
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