quinta-feira, 26 de março de 2015

Jesus, o crucificado, ressuscitou-Claretianos

SÁBADO SANTO, 04 DE ABRIL DE 2015
Gema Galgani, Isidoro de Sevilla

Gênesis 1,1–2,2: Deus viu tudo que foi feito
Salmo 103: Bendize, o minh´alma ao Senhor
Romanos 6,3-11: Cristo já não morre mais
Marcos 16,1-7: Jesus, o crucificado, ressuscitou,
VIGILIA PASCAL NA NOITE SANTA
Gênesis 1, 1 – 2, 2: A criação
Salmo 103
Gênesis 22, 1-18: O sacrificio de Isaac
Salmo 15
Êxodo 14, 15 – 15, 1: Passagem do Mar Vermelho
Interlecional: Êxodo 15, 1-2.3-4.5-6.17-18
Isaías 54, 5-14: As águas do dilúvio não tornarão a cobrir a terra
Salmo 29
Isaias 55, 1-11: Vinde comprar agua, vinho, leite sem pagar
Interlecional: Isaías 12, 2-3.4.5-6
Baruc 3, 9-15.32 - 4,4: Escuta, Israel, mandamentos da vida
Salmo 18
Ezequiel 36, 16-28: Derramarei sobre vós uma agua pura.
Salmo 41
Romanos 6, 3-11: Cristo, uma vez ressuscitado dentre os mortos, já não morre mais
Salmo 117
Mateus 28, 1-10: A ressurreição de Jesus segundo Mateus.
1 Depois do sábado, quando amanhecia o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o túmulo. 2 E eis que houve um violento tremor de terra: um anjo do Senhor desceu do céu, rolou a pedra e sentou-se sobre ela. 3 Resplandecia como relâmpago e suas vestes eram brancas como a neve. 4 Vendo isto, os guardas pensaram que morreriam de pavor. 5 Mas o anjo disse às mulheres: Não temais! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. 6 Não está aqui: ressuscitou como disse. Vinde e vede o lugar em que ele repousou. 7 Ide depressa e dizei aos discípulos que ele ressuscitou dos mortos. Ele vos precede na Galileia. Lá o haveis de rever, eu vos disse. 8 Elas se afastaram prontamente do túmulo com certo receio, mas ao mesmo tempo com alegria, e correram a dar a boa nova aos discípulos. 9 Nesse momento, Jesus apresentou-se diante delas e disse-lhes: Salve! Aproximaram-se elas e, prostradas diante dele, beijaram-lhe os pés. 10 Disse-lhes Jesus: Não temais! Ide dizer aos meus irmãos que se dirijam à Galileia, pois é lá que eles me verão.

COMENTÁRIO

A vigília pascal tem início com a experiência do fogo novo e a luz que com este fogo vai iluminando, pouco a pouco, o recinto sagrado. Nossa história foi uma história de trevas e de morte, uma história que parece não poder ver um caminho de saída. Porém, da tumba vazia surge a luz, da morte surge o fogo-luz que anuncia que podemos crer na vida, que podemos encontrar o caminho em meio à obscuridade, que a morte não é a última palavra para o homem. Pelo fogo novo, pela luz do Círio Pascal, pela lua cheia que ilumina o firmamento nessa noite pascal, começamos a experimentar em nossa vida as consequências da Ressurreição de Jesus.
As leituras nos conduzem da experiência da criação à tumba vazia. Ressurreição é agradecer os preciosos dons gratuitos de Deus que fazem parte da nossa existência. É viver, como o povo de Israel, a experiência da saída da escravidão à liberdade, uma experiência que passa pelo contato com a água do Mar Vermelho e para nós com as águas batismais, um caminho guiado pela coluna de fogo e pela nuvem que conduz Israel da experiência de morte para uma experiência de vida.
A Bênção do fogo novo
A escuridão da noite representa as trevas do pecado e da morte. O fogo abençoado tem como finalidade proporcionar a chama para acender o círio pascal, que representa Cristo Ressuscitado. À medida que o círio avança, vai se iluminando o templo e da chama do círio vão se acendendo as velas dos presentes no templo, dissipam-se as trevas enquanto se propaga a salvação a partir do Ressuscitado. O Círio Pascal permanecerá todo o ano no templo, como símbolo, memorial da celebração pascal.
A Proclamação da Ressurreição
O canto do Pregão Pascal (Exultet), é o ponto culminante da liturgia da luz. Nele se proclama a propagação da luz no mundo que dissipa as trevas do pecado, guia os hebreus na saída do Egito, volta aos homens a graça, devolve a inocência aos caídos e aos tristes a alegria, desterra os ódios, prepara a concórdia e dobra o orgulho.
A liturgia da Palavra
As diferentes leituras do Antigo Testamento permitem comtemplar, através da história de Israel, como se propagou a luz salvífica desde a criação. As leituras nos lembram também que a história da salvação é a nossa própria história e exortam ao compromisso de todos e de cada um com esta história.
Primeira leitura: Gênesis 1,1-2,2a: A Criação
O primeiro relato da criação. Toda a criação é obra do amor de Deus Pai que quis preparar para o homem um lugar bonito e adaptado à sua dignidade de imagem de Deus. Ao ser humano lhe corresponde o compromisso de continuar e conservar a criação.
Segunda leitura: Gênesis 22,1-18: O Sacrifício de Isaac
A leitura da salvação de Isaac nos coloca frente às exigências da experiência de fé de Abraão: aceitar que somente Deus sabe e dirige a história de salvação. Da mesma maneira que para o povo de Israel, nossa história se funda única e exclusivamente na vontade daquele que livremente dispõe da história e em virtude dessa liberdade deixou Isaac viver.
Terceira leitura: Êxodo 14,15-15,1 – A passagem do Mar Vermelho
Os israelitas passaram a ser escravos no Egito, submetidos a outro povo. Deus, porém, viu a miséria e os sofrimentos do povo, escutou seus clamores e lhe abriu um caminho de salvação: que era escravo viu a salvação nascer e vencer o poder do faraó.
Quarta Leitura: Isaías 54,5-14: O Senhor te ama com misericórdia eterna.
O profeta Isaías descreve, com belas figuras, uma vida nova, essa nova criação que Deus Pai levou à plenitude em seu Filho Jesus ressuscitado.
O Canto do Glória
A alegria da comunidade pela ressurreição do Senhor se expressa com o hino do Glória, hino de ação de graças que o povo entoa ao mesmo tempo que ressoam os sinos do templo e volta a escutar a sua música. Com o canto dos anjos estamos confessando que Jesus, o Messias que foi crucificado, continua vivendo porque foi ressuscitado por Deus, que o glorificou para sempre.
Romanos 6,3-11: Cristo, uma vez ressuscitado já não morre mais.
Na carta aos Romanos, o apóstolo Paulo mostra que pelo batismo também o cristão passa da morte à vida. Esse mistério pascal de Jesus, mistério de morte e ressurreição é o nosso próprio mistério, porque o cristão, mediante o batismo, está morto ao pecado e vivo para Deus. Em Cristo Jesus o cristão vive o mistério de Cristo morto e ressuscitado cada dia, nos momentos de tristeza e alegria, de enfermidade e saúde, quando pecamos e sentimos que Deus Pai nos acolhe com misericórdia. Nós o vivemos especialmente nos sacramentos. Cada sacramento que recebemos é uma reatualização do mistério pascal.
Salmo 117,1-2.16-17.22-23
Somente sentimentos de gratidão são experimentados ao considerar a obra de Deus em Cristo Jesus. A pedra angular do templo de Jerusalém, reconstruído, foi pedra de escândalo. Agora um universo novo construído sobre a pedra angular, Cristo, se estabeleceu no dia em que Jesus ressuscitou.
Evangelho: Lucas 24,1-12: Não está aqui, ressuscitou.
A narrativa da tumba vazia do Evangelho de Lucas coloca na boca dos anjos, vestidos de branco, o significado da ressurreição de Jesus para as mulheres que foram ao sepulcro ao amanhecer do primeiro dia da semana e para todos nós: não podemos buscar Jesus entre os mortos, porque está vivo, no meio de nós. Somente nos cabe descobrir o rosto de Jesus em milhares de pessoas que passam pela rua, nas crianças tristes e desnutridas, nas mulheres e seus filhos que necessitam de um pedaço de pão; no homem malcheiroso que está ao nosso lado no templo, em todos os homens e mulheres que por diferentes caminhos buscam a Jesus.
A tumba vazia não é uma prova da ressurreição de Jesus, mas um questionamento que somente terá resposta quando se consegue viver a experiência do Cristo ressuscitado.
Os apóstolos não acreditaram na boa notícia das mulheres. As mulheres não mereciam crédito: muita mulher, muita mentira, afirmava um dito popular da época. Os apóstolos haviam feito a experiência de Jesus vivo. Pedro comprova que a tumba está vazia. Mesmo assustado, precisa agora fazer a experiência do Cristo ressuscitado.
A Liturgia Batismal
Não há melhor ocasião para ser incorporado a Cristo e para fazer memória de nossa incorporação a ele que a vigília pascal, pois ela é também celebração batismal: celebramos os batismos e renovamos as promessas batismais.
Neste momento tenhamos presente a melhor explicação do batismo: Paulo na epístola aos romanos: ser batizado significa passar com Cristo da morte para à vida e assinala as consequências éticas desta confirmação com o destino histórico de Cristo: se morremos com Cristo, já não devemos mais pecar, pois entramos em uma nova vida.
A liturgia Eucarística
Com os sentimentos de alegria e emoção, partilhamos a Eucaristia, por meio da qual realizamos o mandamento que recebemos do Senhor de fazer memória dele: Fazei isto em memória de mim.
A lembrança que agora fazemos de Jesus, o Senhor, não consiste na pura evocação de uma história perdida no passado. Recordar agora significa para nós fazer a experiência da vida nova: Jesus, ainda que morto, vive para sempre. Jesus, assim ressuscitado, está vivo em Deus, o Pai, no meio de todo o cosmos. Cada vez que partilhamos este pão e este cálice, como irmãos, queremos comungar com a vida que ele vive e que quer também para todos e para sempre.
No hemisfério norte, ao qual pertence o cenário da vida histórica de Jesus, a primavera chega agora à sua plenitude: estamos no que se chama o equinócio da primavera. A celebração da ressurreição de Jesus tem por isso sabor de primavera, agua fresca, brotos que surgem por toda parte nas plantas e odor de flores multicoloridas. A natureza oferece também ela a impressão de um mundo no qual começa a germinar a vida nova. A celebração da ressurreição de Jesus tem lugar também no dia de lua cheia: e a festa da luz.
Com os cristãos de todos os tempos queremos ver amanhecer nesta data o projeto de Jesus de Nazaré, que é o evangelho. Deus é o fundamento da permanência da vida ainda que a partir da morte, de uma forma que não conhecemos e que não podemos expressar.


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