terça-feira, 23 de dezembro de 2014

-SAGRADA FAMÍLIA-José Salviano

SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS, MARIA E JOSÉ

Evangelho - Lc 2,22-40


28 de Dezembro de 2014
Ano  B

PRIMEIRA LEITURA
          É um dever dos filhos honrar os pais, nunca lhes causando desgosto. E amparando-os na sua velhice, quando as suas forças se acabarem e sua lucidez chegar ao fim. Porque nem sempre a morte chega em pleno vigor físico.  O ser humano pode ficar por muito tempo na cama meio morto e meio vivo, dando muito trabalho aos familiares. E nessa hora os filhos não podem abandonar os pais, os quais voltam a ser como crianças completamente dependentes de cuidados. E o modo pelo qual tratamos os nossos pais pode ser o mesmo com que os nossos filhos nos tratarão um dia.   

SALMO
          Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos! O temor de Deus não significa que devemos viver apavorados com medo de castigos dos Céus, como se o Pai fosse um tirano, um ditador, que vive olhando tudo que fazemos de errado, para nos castigar. Temor de Deus significa respeito, gratidão, ternura, amor ao Pai que nos criou e nos ama, e exatamente por causa do seu amor infinito por nós, é que não vamos decepcioná-Lo, não vamos traí-Lo, não vamos pecar.

SEGUNDA LEITURA.
          Paulo nos lembra que Deus nos ama, e que somos escolhidos, somos eleitos para fazer a sua vontade. E a vontade do Pai é que nos amemos uns aos outros e que façamos a nossa parte na construção de um mundo melhor, um mundo sem injustiças.
          Devemos agir com uma misericórdia e uma fraternidade sincera, suportando uns aos outros com paciência, pois também nós temos defeitos e importunamos nossos irmãos.
A palavra suportar aqui tem duplo sentido. Não significa somente aturar o irmão, mas também dar-lhe suporte técnico, ajudando-o em suas dificuldades do seu dia-a-dia.
E o nosso perdoar deve ser fruto do perdão divino. Ou  seja, assim como o Pai nos perdoa, nós temos o dever de perdoar o nosso irmão. Por que não faz sentido pedimos que Deus nos perdoa se não perdoamos as ofensas dos nossos familiares e amigos.
Todos nós almejamos a perfeição, a qual não será alcançada somente com orações, e uma vida piedosa, mas sim, com o amor que temos e demonstramos uns para com os outros. Ou seja, se praticarmos a fraternidade e a caridade como é a vontade do Pai, estaremos cada dia mais próximos da perfeição. Nunca seremos totalmente perfeitos, pois só Deus é perfeito. Mas podemos chegar bem próximo do ideal de perfeição, se a palavra e a paz de Cristo reinar em nossas mentes, e transbordar para fora, para atingir os nossos semelhantes, os quais junto a nós, formamos um só corpo, cujas vida é governada por um só Pai.
Não sejamos fingidos nesse amor fraterno, mas se preciso, devemos repreender uns aos outros com a devida cautela e sabedoria. Que não despejemos a nossa raiva no irmão que comete um erro! Mas sim, façamos a correção fraterna em nome de Cristo Jesus, e baseado nos ensinamentos do Evangelho.
E em tudo o que fazemos, devemos ter sempre em conta a presença divina, e por isso daremos sempre  graças a Deus por estar vivendo na sua amizade.
E os frutos desse esforço por viver a palavra de Deus, já os colhemos na nossa própria família, na qual a esposa não deve ser uma escrava do marido, mas sim respeitada e amada por ele. Do mesmo modo o esposo,  não deve olhar a mulher apenas como seu objeto de prazer mais sim também como fiel companheira, presente de Deus, por isso deve tratá-la como gostaria de ser tratado por ela. E desse respeito mútuo deve brotar a harmonia da convivência, e uma melhor forma de administrar o lar, e a educação dos filhos, que deve ser baseada principalmente pelo exemplo. Os filhos serão felizes na medida que os pais vivem mutuamente felizes. Os melhores alunos são aqueles procedentes de uma família feliz.  Já os alunos desajustados, com péssimo comportamento, são procedentes de lares desfeitos, lares em constante guerra...
Filhos, respeite a experiência dos vossos pais, por isso obedeçam-nos, eles já passaram por tudo o que vocês irão passar.  Não queira pensar que a inteligência e a força física da juventude supera os longos anos de experiência dos vossos pais. Ampara-os em sua velhice, e sendo bons filhos estarão fazendo por merecer o reconhecimento de Deus que é nosso Pai.
Pais. Não lanceis mão de ameaças e intimidações para conseguir dos vossos filhos a sua obediência. Não sejam chatos, porém, sejam firmes e  exigentes. Não desanimem, não deixem de agir, não parem de corrigir, mas faça-o  com amor. Esperem passar a raiva, e no momento adequado, converse com  eles orientando-os sobre os prejuízos, sobre as consequências das suas escolhas. Mostre para eles que nem todo "amigo", é realmente amigo deles. Explica que nem todos querem o seu bem, mas sim muitos tramam, planejam  a sua destruição moral e física.    
EVANGELHO
          Hoje, a Igreja celebra a festa da Sagrada Família. A liturgia nos convida a pensar na nossa vida familiar.  A pensar em como vai a nossa família hoje, diante de tantas ameaças, tantos inimigos, tanta catequese do mal que inverte os valores deixados por Jesus Cristo a respeito da união de dois corpos que os transforma em um só corpo e uma só carne. 
          A família atravessa um pântano perigoso, tempos difíceis, no qual por todos os lados ela enfrenta perigos fatais.  Jovens se acasalam sem se importar com as palavras de Jesus: "O que Deus uniu, o homem não separa".  Pais que já não sabem mais o que fazer com relação à indiferença e a rebeldia dos seus filhos com relação à instituição do casamento.  Avós escandalizados e infelizes ao ver essas uniões irresponsáveis, pois no seu tempo não era  assim...
          Jesus, como primogênito, segundo a Lei deveria ser apresentado ao Senhor no Templo para a purificação de seus pais. Movido pelo Espírito Santo, o velho Simeão disse a Maria:  Este menino será sinal de contradição...  ...e uma espada te transpassará a alma.
Que coisa estranha! O messias, o prometido do Pai, o Salvador seria motivo de contradição? E o foi!  Pois uns o queriam como rei, enquanto outros não descansaram até o matar em morte de cruz.
          E por que tudo isso? porque Jesus, caminho verdade e vida, não agradou a todos. Ele dizia a verdade, e a verdade dói muito para aqueles que não verdadeiros! E assim, Jesus cavou a sua própria sepultura ao dizer a pura verdade sobre a vida dupla a que levavam os poderosos da época, que se apresentavam em público como santos, porém nas horas vagas faziam outras coisas...
          E foi por isso que uma espada transpassou a ama de Maria ao ver o seu Filho entregue injustamente nas mãos dos algozes que o executaram como um bandido salteador de estradas, como um criminoso qualquer.
          Porém, no terceiro dia O Filho de Deus volta à vida em toda a sua glória,  numa demonstração plena do seu poder, para que todos acreditem que verdadeiramente Ele não era um homem comum, mas, o próprio Deus!
Portanto, meus irmãos. Não sejamos incrédulos, mas sim, acreditemos!
Bom domingo,   José Salviano 

3 comentários:

  1. Brilhantes palavras,,, ótimas explicações na segunda leitura... Muito sábios os comentários.... Tenha um ótimo ano novo!

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  2. Bom dia, José Salviano

    Toda as reflexões feitas a respeito da liturgia de hoje, foram muito belas, mas a segunda Leitura me tocou muito. Vou até imprimi-la e passar para outras pessoas, as quais tenho certeza que vai ajudá-las muito.

    Fique com Deus

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  3. Admiro muito suas reflexões , que DEUS continue te inspirando sempre para iluminar nossos caminhos na reflexão do evangelho ......Paz e Bem. ......

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