A quem muito foi dado, muito será
pedido.
Neste Evangelho, Jesus novamente nos
convida à vigilância. Primeiro ele usa a comparação do ladrão que entra numa
residência e quando a família menos espera. Assim é a chegada do Reino de Deus
na nossa vida, será de surpresa.
Pedro pergunta a Jesus: “É para nós?”
Jesus responde que sim. A mesma pergunta podemos fazer a Jesus hoje: “É para
nós?” Ele vai responder que sim.
A parábola dos dois administradores um
fiel e outro infiel, Jesus a contou para mostrar a Pedro que a advertência é
principalmente para eles, os Apóstolos, que serão os futuros líderes e
administradores da santa Igreja.
Em se tratando de um administrador ou
administradora, o lucro ou o prejuízo para o Reino de Deus é maior, pois para
onde eles vão, muita gente irá atrás. Isso vale para os pais, para os
professores, para os líderes cristãos, para os religiosos e religiosas, padres,
bispos, papa... E vale também para as lideranças políticas ou qualquer cargo de
coordenação na sociedade.
O administrador fiel é transparente, não
faz nada escondido do patrão. Já o infiel aproveita a ausência do patrão para
praticar atos ilícitos e usufruir do cargo em benefício próprio.
Mas Deus nosso Pai, que na parábola está
simbolizado no patrão, sabe de tudo; ele recompensará generosamente o
administrador fiel, e castigará com rigor o infiel.
São apelos à nossa vigilância. A vida
cristã é algo sério e temos de prestar contas a Deus de todos os nossos atos. E
essa prestação de contas pode acontecer a qualquer momento. A vida cristã
envolve os nossos compromissos na família, no trabalho, na escola, na
sociedade, na Comunidade cristã, em tudo.
“Ficai preparados, porque o Filho do
Homem vai chegar na hora em que menos esperais.” Quantas vezes falhamos nesses
pontos, pensando que ninguém está vendo! Diante de Deus nada passa escondido e
tudo será cobrado. Às vezes temos a tentação de fazer coisas erradas, porque
ninguém nos conhece naquele lugar, ou ninguém está nos vendo. É justamente
nessas horas que mostramos para Deus que tipo de fé é a nossa.
“Aquele empregado que, conhecendo a
vontade do patrão, não agiu conforme a sua vontade, será chicoteado muitas
vezes. Porém, o que não conhecia essa vontade e fez coisas que merecem castigo,
será chicoteado poucas vezes.” Isso nos toca, pois conhecemos a vontade de Deus
a nosso respeito. Portanto, a nossa responsabilidade é maior. Quem conhece os
mandamentos e mesmo assim desobedece, peca mais do que aquele que não conhece
os mandamentos. “A quem muito foi dado, muito será pedido.”
O que Deus mais quer de nós é que
façamos bem aquilo que devemos fazer, cuidando do momento presente, e jogando
tudo o mais, o nosso passado e o nosso futuro, nas mãos dele. Precisamos dar o
melhor de nós para Deus. Deus merece, e certamente nos retribuirá cem vezes
mais.
Certa vez apareceu, na roça de um
agricultor, um formigueiro. Eram formigas devoradoras mesmo, que estavam
destruindo a plantação. Então o homem não teve outra saída senão colocar na
entrada do formigueiro um veneno em forma de grãozinhos, com aparência atraente
às formigas.
Julgando que os pequenos grânulos eram
comida, as formigas os apanharam e conduziram para dentro do formigueiro.
Quando o agricultor voltou, no dia seguinte, todas as formigas estavam mortas.
Mas o agricultor ficou triste, porque
outro formigueiro ao lado, cujas formigas não eram agressivas, também levaram a
“comida” para dentro de suas casas e morreram.
Somos fracos, podemos nos enganar pelo
inimigo. O pecado sempre se apresenta como algo bom e não nocivo. Depois que o
praticamos, aí é que ele mostra todo o seu veneno. Por isso Jesus nos alerta:
“Ficai atentos!”
Maria Santíssima foi de uma fidelidade
admirável. Ela tinha a fidelidade própria de quem ama. A noiva espera a chegada
do noivo e se prepara para isso com a maior alegria; assim era Nossa Senhora.
Que ela nos ensine a sermos sempre vigilantes.
A quem muito foi dado, muito será
pedido.
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