terça-feira, 21 de outubro de 2014

A quem muito foi dado, muito será pedido - Padre Antonio Queiroz



A quem muito foi dado, muito será pedido.
Neste Evangelho, Jesus novamente nos convida à vigilância. Primeiro ele usa a comparação do ladrão que entra numa residência e quando a família menos espera. Assim é a chegada do Reino de Deus na nossa vida, será de surpresa.
Pedro pergunta a Jesus: “É para nós?” Jesus responde que sim. A mesma pergunta podemos fazer a Jesus hoje: “É para nós?” Ele vai responder que sim.
A parábola dos dois administradores um fiel e outro infiel, Jesus a contou para mostrar a Pedro que a advertência é principalmente para eles, os Apóstolos, que serão os futuros líderes e administradores da santa Igreja.
Em se tratando de um administrador ou administradora, o lucro ou o prejuízo para o Reino de Deus é maior, pois para onde eles vão, muita gente irá atrás. Isso vale para os pais, para os professores, para os líderes cristãos, para os religiosos e religiosas, padres, bispos, papa... E vale também para as lideranças políticas ou qualquer cargo de coordenação na sociedade.
O administrador fiel é transparente, não faz nada escondido do patrão. Já o infiel aproveita a ausência do patrão para praticar atos ilícitos e usufruir do cargo em benefício próprio.
Mas Deus nosso Pai, que na parábola está simbolizado no patrão, sabe de tudo; ele recompensará generosamente o administrador fiel, e castigará com rigor o infiel.
São apelos à nossa vigilância. A vida cristã é algo sério e temos de prestar contas a Deus de todos os nossos atos. E essa prestação de contas pode acontecer a qualquer momento. A vida cristã envolve os nossos compromissos na família, no trabalho, na escola, na sociedade, na Comunidade cristã, em tudo.
“Ficai preparados, porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos esperais.” Quantas vezes falhamos nesses pontos, pensando que ninguém está vendo! Diante de Deus nada passa escondido e tudo será cobrado. Às vezes temos a tentação de fazer coisas erradas, porque ninguém nos conhece naquele lugar, ou ninguém está nos vendo. É justamente nessas horas que mostramos para Deus que tipo de fé é a nossa.
“Aquele empregado que, conhecendo a vontade do patrão, não agiu conforme a sua vontade, será chicoteado muitas vezes. Porém, o que não conhecia essa vontade e fez coisas que merecem castigo, será chicoteado poucas vezes.” Isso nos toca, pois conhecemos a vontade de Deus a nosso respeito. Portanto, a nossa responsabilidade é maior. Quem conhece os mandamentos e mesmo assim desobedece, peca mais do que aquele que não conhece os mandamentos. “A quem muito foi dado, muito será pedido.”
O que Deus mais quer de nós é que façamos bem aquilo que devemos fazer, cuidando do momento presente, e jogando tudo o mais, o nosso passado e o nosso futuro, nas mãos dele. Precisamos dar o melhor de nós para Deus. Deus merece, e certamente nos retribuirá cem vezes mais.
Certa vez apareceu, na roça de um agricultor, um formigueiro. Eram formigas devoradoras mesmo, que estavam destruindo a plantação. Então o homem não teve outra saída senão colocar na entrada do formigueiro um veneno em forma de grãozinhos, com aparência atraente às formigas.
Julgando que os pequenos grânulos eram comida, as formigas os apanharam e conduziram para dentro do formigueiro. Quando o agricultor voltou, no dia seguinte, todas as formigas estavam mortas.
Mas o agricultor ficou triste, porque outro formigueiro ao lado, cujas formigas não eram agressivas, também levaram a “comida” para dentro de suas casas e morreram.
Somos fracos, podemos nos enganar pelo inimigo. O pecado sempre se apresenta como algo bom e não nocivo. Depois que o praticamos, aí é que ele mostra todo o seu veneno. Por isso Jesus nos alerta: “Ficai atentos!”
Maria Santíssima foi de uma fidelidade admirável. Ela tinha a fidelidade própria de quem ama. A noiva espera a chegada do noivo e se prepara para isso com a maior alegria; assim era Nossa Senhora. Que ela nos ensine a sermos sempre vigilantes.
A quem muito foi dado, muito será pedido.



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