SÁBADO DA 17ª SEMANA DO TC – 02/08/2014
1ª Leitura Jeremias 26, 11-16.24
Salmo 68 (69) “Minha oração sobe até vós, Senhor, na hora da vossa
misericórdia”
Evangelho Mateus 14, 1-12 ou 9,35 -10.1
“Incomodou o poder e perdeu a cabeça...”
Se no tempo de Herodes tivesse uma imprensa livre, esta seria a
manchete no dia seguinte á festa de aniversário de Herodes. A elite palaciana dos que ocupam algum poder
temporal, tornam-se deuses de si mesmo e fazem o que bem entendem. Herodes
gostava de ouvir João Batista, apreciava suas pregações...até o dia em que o
Batista denunciou o seu pecado de adultério contra seu irmão, tomando a
Herodíades, sua cunhada, por esposa.
Herodes é o mais puro retrato do homem da pós modernidade, que ouve
a Palavra de Deus, chegam a se empolgar com ela, mas quando essa Palavra exige
uma mudança de mentalidade e de postura, no campo da ética e da moral, aí a
menosprezam pois não admitem ser contrariados na busca da felicidade que é o
gozo de todos os prazeres que o mundo oferece.
Mas todos precisam ouvir o anúncio da Palavra de Deus, e não anunciá-la
a essas pessoas seria uma grave negligência de todos nós cristãos, pois o
anúncio não tem como objetivo condená-los mas sim salvá-los. Nesse sentido a
dimensão profética da nossa Igreja deve cumprir com mais fidelidade a missão
que lhe foi confiada e aí talvez esteja um grande pecado da omissão, quando
temos um certo receio de anunciar o evangelho ás classes elitizadas, ou
anunciando um evangelho menos comprometedor.
João estava preso mas era um homem livre, que anunciou a Palavra da
Verdade a Herodes. E na sua festa de aniversário, deixou seus caprichos falarem
mais alto ao esnobar o seu poder real “peças tudo o que quiseres que eu te
darei”. Também o Homem da pós modernidade, seduzido pelo avanço científico de
que é capaz, ocupa o lugar que é de Deus, e julga-se poderoso, para dar o que
quiser a quem assim o desejar.
A Filha de Herodíades e sua mãe, a exemplo também da pós
modernidade, corre dos ideais fúteis, da busca do prazer em um egocentrismo
exacerbado e assim, João Batista é decapitado. Sem a cabeça estará morto e irá
silenciar-ser para sempre, ficando os poderosos livres de sua voz
perturbadora. João é o precursor também
por isso, por preceder Jesus Cristo, aquele cujo anúncio irá perturbar a corte
palaciana e o poder religioso, e que irão matar na certeza de que estarão
enterrando definitivamente com Jesus, o projeto daquele Reino estranho que não
oferecia felicidade alguma a quem optou apenas pelo poder dominador e opressor.
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