sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Nem só de pão vive o homem - Helena Serpa

DIA 18 TERÇA - Evangelho - Mc 8,14-21
Tiago 1, 12-18 - “todo dom precioso vem de Deus”

São Tiago sabiamente nos revela que a provação é uma consequência natural da vida e nos exercita para que estejamos firmes no amor de Deus, confiando no Seu livramento. O homem que suporta a provação receberá a coroa da vida que o Senhor prometeu àqueles que O amam, e por isso, suportam as dificuldades por AMOR. O Senhor transforma a nossa dor em AMOR! A tentação, porém, não vem de Deus. A tentação vem do mal e é uma decorrência da nossa própria concupiscência que concebe em nós o pecado, nos arrasta e nos seduz e faz com que demos luz a ele e o pratiquemos, gerando a morte da nossa alma. Deus é Pai de todo dom precioso e de toda a dádiva perfeita. Tudo o que é bom, belo, agradável, vem do alto e é dom perfeito de Deus. Deus é imutável, não muda conforme nós mudamos. Ele nos gerou para o bem e não deseja para nós, nenhum mal, por isso, Ele não nos tenta! Não podemos continuar dizendo que caímos nos erros porque Deus assim o quis. De maneira alguma! Somos livres para escolher o caminho do bem, se caímos no mal é porque cedemos à tentação que nos leva para o mal, o pecado e a morte. Pelo contrário, a provação, as dificuldades e até o sofrimento quando colocados na Cruz de Jesus, nos purificam e modelam a nossa alma! Precisamos estar atentos (as) aos dons de Deus e às maravilhas que Ele realiza através dos bons acontecimentos da nossa vida. - Como você tem vivido: provado (a) ou tentado (a)? Você distingue a diferença entre as duas situações? – Faça uma reflexão sobre a sua vida e veja aonde você foi tentado ou provado.


Salmo 93 – “Bem aventurado é aquele a quem ensinais vossa lei!”

A nossa fé e confiança no amor misericordioso de Deus Pai e a nossa humildade em reconhecer o nosso pecado são o caminho que nos leva à justiça. Por isso, o salmista diz que é feliz quem é formado e educado nos caminhos da lei. O Senhor não nos rejeita, Ele espera o nosso arrependimento. Quando pensamos que estamos caindo, o Amor do Senhor nos sustenta e ampara. Um coração arrependido e suplicante é uma alma consolada pela graça de Deus. Por isso, não percamos tempo aninhando o pecado dentro de nós, voltemo-nos para o Deus misericordioso e teremos de novo a vida em abundância.


Evangelho – Marcos 8, 14-21 - “Nem só de pão vive o homem”

Jesus advertia aos seus discípulos que tivessem cuidado com “o fermento dos fariseus e de Herodes”, a desconfiança, a falta de fé e a falsidade. Os discípulos, no entanto, tinham dificuldade em compreender o que Jesus lhes falava porque não O escutavam de coração. Eles não entendiam bem das coisas espirituais e pensavam que Jesus estava se referindo ao pão, alimento material. Mesmo depois dos milagres da multiplicação dos pães eles continuavam inseguros quanto á sua sobrevivência. Por isso, Jesus replicou: “Por que discutis sobre falta de pão? Ainda não entendeis nem compreendeis? Tendes o coração endurecido?” “Não vos lembrais de quando reparti cinco pães para cinco mil pessoas”? Assim também somos nós! Como os discípulos de Jesus, “tendo olhos, nós não vemos e tendo ouvidos, nós não ouvimos”. Temos o coração endurecido, e não enxergamos o poder de Deus para providenciar tudo de que precisamos na nossa vida. Esquecemo-nos da Sua força misteriosa e de quantas coisas maravilhosas já aconteceram na nossa vida! No entanto, nós, às vezes, nos apegamos à situação do momento e desconfiamos de que Ele, o Senhor, tem poder para fazer por nós muito mais do que imaginamos. - Você tem medo de passar necessidades no futuro? Você acredita na providência de Deus? – Qual é o pão que você precisa para alimentar a sua vida? – Quem pode dá-lo? 

Helena Serpa

OUTRO


Evangelho – Marcos 8, 14-21 – “ o fermento dos fariseus”
Mesmo depois dos milagres da multiplicação dos pães e dos peixes os discípulos continuavam inseguros quanto à sua sobrevivência. Por mais que Jesus lhes mostrasse prodígios e milagres, eles não O entendiam porque tinham o seu pensamento obscurecido pelas coisas materiais e porque não O escutavam com o coração. Assim também acontece com cada um de nós: “tendo olhos, nós não vemos e tendo ouvidos, nós não ouvimos”. Temos o coração endurecido porque somos limitados e não distinguimos as coisas mais além do que elas aparentam. Tomamos como base para o nosso entendimento apenas o que sacia as nossas necessidades materiais e emergenciais. Temos fome de Deus e entendemos que a nossa fome é de pão material. Jesus também nos adverte sobre o “fermento dos fariseus”, que são a falsidade, a maldade, a cobiça, a inveja que existem no coração daqueles que dizem estar perto de Deus, mas vivem longe porque não estão nem aí para a Sua Palavra e os Seus ensinamentos. Somos também fariseus quando cultuamos a Deus apenas com os lábios, sem nenhuma intenção no coração; quando estamos envolvidos somente com os nossos propósitos e não enxergamos os propósitos do coração de Deus; quando não confiamos na sua providência e nos preocupamos mais com o ter do que com o ser e promovemos guerra com os nossos irmãos por conta de coisas que são passageiras na nossa vida, porém desejamos possuí-las. Deus nos quer dar um alimento eterno e nós litigamos por uma comida perecível. Portanto, abramos os nossos olhos espirituais para que possamos enxergar tudo com a visão de Deus e não com a nossa mente limitada. – Você consegue entender espiritualmente os ensinamentos de Jesus para sua vida? - Você tem medo de passar necessidades no futuro? - Você acredita na providência de Deus? – Qual é o pão que você precisa para alimentar a sua vida? – Quem pode dá-lo? – Há sinceridade na sua oração a Deus?

Helena Colares Serpa

Fé provada e aprovada - Helena Serpa

DIA 17 SEGUNDA - Evangelho - Mc 8,11-13

Tiago 1, 1-11 – “ fé provada e aprovada”

Às vezes nós não entendemos o porquê das provações, das dificuldades. São Tiago abre-nos os olhos para enxergar esta grande verdade: para que sejamos perfeitos como o Pai o é, precisamos ser perseverantes e a perseverança é obra de uma fé posta em prática. Como podemos dizer que temos fé, como podemos dizer que somos perseverantes se tudo acontecer para nós como passe de mágica? Deus nos dá a sabedoria sem pedir nada em troca. E é com a sabedoria que nós adquirimos a fé. Se, temos a sabedoria de Deus, não podemos duvidar das suas obras. Precisamos, pois, pedir a Deus a sabedoria para que não nos tornemos “ricos” de nós mesmos (as) e no final sejamos humilhados, caindo na nossa própria arapuca. Precisamos, também, ter consciência de que tudo passará: os nossos bens, a nossa juventude, o tempo dos grandes empreendimentos. Restar-nos-á, somente, a Sabedoria de Deus que é o Seu Amor agindo em nós. Porém, peçamos a Deus a sabedoria, com fé, sem duvidar nem olhar para o que o mundo nos ensina. O homem que só acredita na hora que tudo está bem é inconstante, não merece crédito, é “homem de duas almas - Como a sua fé tem sido provada? Você foi aprovado (a) no teste? Como você entende isso? - Você é daquelas pessoas que desiste na primeira dificuldade ou continua confiante?

Salmo 118 – “Venha a mim o vosso amor e viverei!”

O salmista ressalta o Amor de Deus como sendo a maior riqueza que nós podemos obter. O amor de Deus é para nós consolo e esperança de vida nova. Mesmo que nos percamos nos caminhos da vida e sejamos provados e humilhados, nós podemos ter a certeza de que a vontade de Deus para nós é a felicidade. Portanto, não percamos tempo e voltemos para o Senhor. Confiemos na Sua misericórdia e persigamos a Sua Lei que é o Amor vivendo em nós.

Evangelho - Marcos 8, 11-13 - “ a fé não precisa de sinais”

Quem crê em Jesus não precisa de sinais para assumir as Suas promessas como verdadeiras. Pedir sinal é prova de falta de fé e de desconfiança na pessoa que nos fala. Como nós também gostamos de pedir “um sinal do céu” para as nossas inquietações! Não aprendemos ainda a confiar incondicionalmente nos planos de Deus para nós e, também como aqueles fariseus vivemos pedindo sinais e prodígios. Queremos ver para crer. No entanto a fé independe de que estejamos vendo, ouvindo ou tocando. A verdadeira fé se manifesta no escuro da nossa vida, quando não estamos tendo nenhuma evidência ou mesmo quando tudo parece perdido. Os sinais de Deus estão inseridos nos acontecimentos da nossa vida, no nosso dia a dia, na natureza, nos nossos relacionamentos. O maior sinal para nós é, sem dúvida, a Sua Palavra que nos fala claramente a vontade do Pai para a nossa vida. O céu deve estar presente nas nossas ações diárias, nos nossos gestos, nas nossas expressões. Estejamos atentos (as) e já, perceberemos tudo. Jesus também depois de dar um suspiro profundo nos diz: “Por que você pede um sinal especial? Você tem percebido os sinais de Deus nos acontecimentos da sua vida? - Qual foi o grande sinal que Deus já lhe deu? . Você confia sem que precise de algum sinal? Diga isto agora para Jesus ouvir.

Helena Serpa

Os pães e peixes que possuímos - Helena Serpa

DIA 15 SÁBADO - Evangelho - Mc 8,1-10

Evangelho - Marcos 8, 1-10 - “ os pães e peixes que possuimos”

Do mesmo modo que Jesus olhava aquela multidão do alto do monte, Ele continua olhando hoje, percebendo o vazio que existe no coração do homem moderno, que se alimenta de tudo que o mundo oferece, comemora os grandes feitos da ciência, celebra as grandes conquistas tecnológicas, mas que na verdade continua triste, sem esperança, desalentado, ansioso, revoltado e carente. A multidão que seguia Jesus naquele tempo não é diferente da multidão que hoje O busca, em diversos lugares e das mais diversas maneiras. Na verdade existe para nós uma grande diferença em relação aos discípulos que acompanhavam o Mestre. Nós somos privilegiados, porque temos a garantia da Sua palavra, e a certeza de que como Ele fez naquele tempo, hoje também o fará, bastando apenas que nós obedeçamos ao que Ele nos orienta. Jesus conhece as nossas necessidades, entretanto, Ele quer que tenhamos consciência do que nós já possuímos, do que já dispomos. Por isso, antes de qualquer coisa, Ele nos pergunta: “ quantos pães tendes?” Assim dizendo Jesus nos leva a refletir e questionar sobre a nossa real condição de vida. É como se Ele estivesse falando para todos nós: você tem algo, você não é de todo carente; o que você tem eu abençôo e multiplico até que sobre!” O pão representa o alimento que mata a nossa fome material, que sacia a nossa alma, os nossos desejos, mas também significa os dons e talentos que nós possuímos para bem usá-los e assim participar do aprovisionamento do pão espiritual e material do nosso cada dia. Nós precisamos também colocar nas mãos de Jesus os sete pães e alguns peixinhos que são os nossos carismas e aptidões para que Ele, através de nós, possa alimentar a multidão carente que se encontra ao nosso redor: São sete os dons infusos que nós recebemos no nosso Batismo: temor de Deus, sabedoria, fortaleza, conhecimento, entendimento, piedade e prudência. São sete também as virtudes teologais e cardeais que o Senhor nos concede para crescermos em santidade: fé, esperança, caridade, prudência, temperança, fortaleza e justiça, portanto nós nunca poderemos dizer que nada temos para oferecer ao irmão. O Senhor nos dá a capacidade de crescermos para que nós também possamos fazer o outro crescer. Os peixinhos são também os frutos do Espírito Santo que cultivamos em nós e são preciosos para alimentar as pessoas que nos cercam: amor, alegria, paz, mansidão, paciência, temperança, afabilidade, bondade, fidelidade. Tudo isso colocado à disposição de Jesus servirá para mudar a vida de muitas pessoas no meio da multidão. – E você? Quantos pães você possui? Faça o cálculo e os ofereça a Jesus. Ele vai multiplicá-los. – O que você tem feito dos presentes que o Espírito Santo lhe concedeu? – Você tem alimentado alguém com os frutos que o Espírito tem feito você produzir?

Helena Colares Serpa

Festa da Apresentação de Jesus no Templo - Jorge Lorente

Evangelhos Dominicais Comentados

02/fevereiro/2014 – Apresentação do Senhor

Evangelho: (Lc 2, 22-40)


Celebramos hoje a Festa da Apresentação de Jesus no Templo. O evangelho de Lucas nos leva a fixar nosso olhar em Jesus, Maria e José e a maravilhar-nos da vontade de Deus que quis nascer de uma mulher e entrar ao mundo pelo caminho comum a todos os seres humanos

Conforme determinava a lei, durante os sete dias que se seguiam ao nascimento do filho, a mãe era considerada impura. Devia ainda ficar mais trinta e três dias em casa e só após o quadragésimo dia iria fazer a sua oferta que consistia em um cordeiro e uma pomba. Se fosse pobre, oferecia duas rolas ou dois pombinhos.

Maria e José ofereceram dois pombinhos, o sacrifício dos pobres. Era só o que podiam dar. Isso mostra bem a condição humilde da família de Nazaré. Jesus quis vir ao mundo numa família simples e pobre. Poderia ter nascido num castelo todo iluminado, cercado pelo conforto e embalado num "berço de ouro", mas não o fez.

Nasceu na periferia, num curral sem iluminação e, uma manjedoura foi seu berço. Desprendeu-se de tudo, só não abriu mão da família. Este é o recado da liturgia de hoje: a família deve estar acima de qualquer bem material, sem ela, de nada vale o ouro e não existe tesouro.

No templo, Maria ouviu de Simeão estas palavras: "Quanto a ti, uma espada transpassará a tua alma". Em silêncio Maria guardou no coração essas palavras e meditava sobre elas. Mulher forte e corajosa, sabia das dificuldades que encontraria para cumprir sua tarefa no Plano de Salvação, no entanto, desistir é algo que nunca lhe passou pela idéia.

Renunciar, desistir, duvidar, são verbos que a Co-Redentora nunca conjugou. Sempre acreditou. Nunca se sentiu desamparada. Sabia do imenso amor do Pai e encontrou apoio na família. O diálogo e a presença constante do esposo e do Filho, multiplicavam suas forças. Caminhavam juntos alimentados pela oração.

Dois mil anos se passaram e as palavras de Simeão continuam presentes. Seu recado agora é para a família moderna mutilada e desvalorizada. Sua mensagem quer aliviar a dor de milhares de corações transpassados; são mães, pais e filhos atingidos pela espada da desunião, pela falta de diálogo e pela ausência da oração. São milhares de Marias  dispersas pelo mundo, que perdem seus filhos para os vícios, para as drogas e para a prostituição.

Como cristãos, também fomos, um dia, batizados com o Espírito Santo. E, fomos também consagrados para crescer, caminhar e irradiar a luz de Jesus. Essa luz não pode ficar sob um móvel, ou escondida sob qualquer objeto.

Este evangelho ressalta a pobreza de Jesus. Como diz o Papa Francisco, “Quero uma Igreja pobre entre os pobres” e conclui dizendo: “a pobreza nos chama a semear esperança, para que também nós tenhamos mais esperança!” Por tudo isso, mais do que nunca, vamos semear a esperança nos lares.

Vamos levar o amor às famílias; quando o respeito, o diálogo e a oração, estiverem presentes nos lares, poderemos dizer: "Agora Senhor podes deixar teu servo partir em paz, pois meus olhos já viram também, a salvação das famílias".




quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Vós sois a luz do mundo. Padre Queiroz

DIA 9 DOMINGO - Evangelho - Mt 5,13-16

Vós sois a luz do mundo.
Neste Evangelho, Jesus nos compara com a luz e com o sal. Foi no batismo que nos tornamos luz do mundo e sal da terra. A verdadeira luz nós sabemos que é Cristo; nós somos um reflexo dessa luz. Somos parecidos com aquelas árvores de Natal que usam fibra ótica. Uma só lâmpada embaixo é refletida em dezenas de luzinhas tornando a árvore muito bonita. A luz é Cristo e as luzinhas somos nós.
Deus quer iluminar o mundo, e quer fazer isso através de nós. Que não sejamos lâmpadas queimadas, candeias apagadas ou fraquinhas.
“Ninguém acende uma lâmpada e a coloca debaixo de uma vasilha, mas sim num candeeiro.” Candeeiro é uma espécie de cabide na parede interna da casa, onde, à noite, se pendurava a candeia, cujo pavio, untado com azeite, mantinha a chama acesa. Quanto mais alto estava o candeeiro, melhor iluminava a casa. Temos a missão de ser luz do mundo. Colocamos a nossa luz debaixo da vasilha quando ocultamos a nossa fé e os valores cristãos. Podemos fazer isso com as palavras ou com o nosso comportamento.
As pessoas só são plenamente felizes quando são iluminadas pela verdadeira luz que é Cristo, presente na sua Igreja, que é una, santa, católica e apostólica. Faça uma experiência: Amarre um pano nos olhos e tente caminhar... É horrível! A gente se sente inseguro e tem medo de andar. O mesmo acontece com uma pessoa que anda longe do Caminho, da Verdade e da Vida, que é Cristo.
A Comunidade cristã é como o arco-íris: cada membro dela irradia a luz de Cristo com um matiz diferente.
“Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus.” Sendo luz do mundo, nós glorificamos a Deus Pai.
“Vós sois o sal da terra.” Assim como o sal dá sabor à comida, a Comunidade cristã traz alegria e vida para o seu bairro. O cristão e a cristã dão gosto de viver, para as pessoas com quem convivem.
“Se o sal se tornar insosso, com que salgaremos?” Se a Comunidade não dá testemunho, aí é o fim, porque o povo não tem outro referencial de caminho, verdade e vida, para seguir. Não tem outro ponto de apoio para avaliar se algo está é certo ou errado.
Seria como se o metro parasse de medir; como que o marceneiro iria fazer? Se a balança parasse de pesar, como que o balconista da mercearia iria fazer?
A Comunidade cristã é a continuadora de Jesus. Ela é a única referência segura deixada por Deus na terra. Referência de verdade, de justiça, de amor, de felicidade e de todos os valores. Portanto, ela é sal para todo o bairro, não só para os cristãos. Mesmo quem não a freqüenta nem pertence a ela, se baseia nela para avaliar a si mesmo e os outros, se estão certos ou errados, se estão ou não no caminho de Deus e da salvação.
Se a própria Comunidade cristã se corrompe, o povo fica triste e perdido, os jovens perdem a alegria e o brilho dos olhos.
“A luz resplandece nas trevas e as trevas não a compreenderam” (Jo 1,5). Se alguém se torna luz do mundo, com certeza vai sofrer os ataques do mundo pecador. Mas Deus é mais forte que o mundo.
Certa vez, um missionário chegou a uma Comunidade rural para começar as santas missões. Enquanto ele montava o som e preparava a capela, um menino de uns seis anos estava sempre perto dele. Então o padre perguntou: “Como você se chama?” Ele respondeu: “Diabo”. O padre achou que era brincadeira, mas percebeu que a criança estava falando sério. Então chegou perto dele e disse com carinho: “Meu bem, como que é o seu nome?” “Diabo”, repetiu novamente o garotinho. O padre não entendeu aquela atitude, mas disfarçou e disse a ele: “Onde você mora?” “No inferno”, respondeu ele. O padre ficou ainda mais curioso e disse: “Onde fica o inferno?” “Ali”, respondeu o menino apontando para a sua casa. “Vamos lá?” propôs o padre. “Vamos”, disse o menino e até pulou de alegria. Quando estavam chegando perto da casa, o padre entendeu tudo. Ele ouviu a mãe gritar: “Onde está aquele diabo daquele menino?” A mãe vivia xingando o pobrezinho de diabo, dizendo que a casa era um inferno e o menino, na sua inocência, pensava que era isso mesmo, apesar de não saber o que significam as palavras diabo e inferno.
Claro que quem age assim não é luz do mundo nem sal da terra! Pelo contrário, está dando um contra testemunho cristão, além de escandalizar as crianças.
Maria Santíssima é uma luz forte e bonita. Ela continua até hoje iluminando o mundo. Peçamos à nossa Mãe do céu que nos ajude a ser sal da terra e luz do mundo.
Vós sois a luz do mundo.


Padre Queiroz

Eram como ovelhas sem pastor. Padre Queiroz

DIA 8 SÁBADO - Evangelho - Mc 6,30-34

Eram como ovelhas sem pastor.
O Evangelho de hoje começa com o amável convite de Jesus aos Apóstolos, que acabavam de chegar da sua missão apostólica, satisfeitos e cansados: “Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansemos um pouco”.
Entretanto, o povo descobriu para onde iam, e foi a pé, por terra. Assim, quando chegaram, encontraram uma multidão os esperando! Jesus “teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas”.
É interessante o modo de Jesus se relacionar com a multidão. Ele disse uma vez: “Eu conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem” (Jo 10,14). Jesus evitava aquele messianismo político, pelo qual os seus contemporâneos judeus ansiavam. Evitava também o sectarismo gregário de massa. O seu contato era personalizado, dando origem ao Povo de Deus, ou à Comunidade cristã, na qual todos se conhecem e se amam, assim como o pastor conhece suas ovelhas.
“Foi vontade de Deus santificar e salvar os homens, não isoladamente e sem conexão alguma de uns com os outros, mas constituindo um Povo, que o confessasse em verdade e o servisse em santidade” (Concílio Vat. II, LG, 9).
Os primeiros cristãos entenderam bem essa lição e se uniam em Comunidades, onde viviam unidos como irmãos, tendo um só coração e uma só alma. Hoje a Igreja, pelo fato de ter milhões de membros, pode dar a impressão de ser massa. Mas não é. É só observar as nossas paróquias e Comunidades.
Várias vezes os evangelistas escrevem que Jesus sentiu compaixão. Ele tinha dó das pessoas carentes, das que sofriam, e aqui, das que estavam como ovelhas sem pastor. E ele não parava só no sentimento de compaixão, mas fazia o que ele podia pelo povo.
Jesus não possuía nada, não tinha nem onde reclinar a cabeça. Mesmo assim, não se preocupava consigo mesmo, mas com os outros. Quantos cristãos e cristãs têm esse mesmo coração! É deles que nascem as diversas pastorais e as atividades missionárias das Comunidades. Quando sentimos compaixão, e rezamos, Deus nos indica algum caminho.
Que bom seria se nós, ao nos depararmos com situações de carência, material ou espiritual, sentíssemos compaixão, uma compaixão ativa que se transforma depois em ação!
Certa vez, um homem terminou de construir a sua casa. Ficou linda. Ele a mobiliou com móveis novos, todos no mesmo estilo.
Então convidou um amigo para almoçar com ele e ver a casa. Terminada a refeição, mostrou toda a casa para o amigo, depois perguntou: “Falta alguma coisa? Pode dizer sem acanhamento, que vou comprar hoje mesmo”.
O amigo criou coragem e falou: “Eu sinto que está faltando Deus na sua casa!” O dono da casa se surpreendeu, porque não havia pensado nesse componente da casa. E ficou perdido, confuso, sem saber o que fazer, pois Deus não dá para se comprar!
Quantas casas hoje são assim: têm tudo, menos o principal que é Deus. Que sintamos compaixão, uma compaixão ativa, como fez o visitante da nova casa. “O que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se e a arruinar a si mesmo?” (Lc 9,25).
Maria Santíssima foi uma mulher ativa na luta pelo bem do povo. Vemos os seus anseios expressos no magnificat, e levados à ação nas bodas de Caná, ao pé da cruz, no Cenáculo etc. Santa Mãe Maria, o povo continua como ovelhas sem pastor; dai-nos um coração semelhante ao vosso!
Eram como ovelhas sem pastor.

Padre Queiroz

É João Batista, a quem mandei cortar a cabeça, que ressuscitou. Pe. Queiroz

DIA  7 SEXTA -Evangelho - Mc 6,14-29

É João Batista, a quem mandei cortar a cabeça, que ressuscitou.
Neste Evangelho, o evangelista Marcos conta para nós como foi o martírio de S. João Batista, e por quê.
O fato de Marcos situar este relato entre o envio dos doze Apóstolos e o seu regresso, adquire um valor de sinal. O martírio de João é uma antecipação e um anúncio da sorte final que correrão Jesus e os seus discípulos. É a sina dos profetas.
O evangelista começa relatando várias opiniões sobre Jesus, entre elas a de Herodes: “É João Batista, a quem mandei cortar a cabeça, que ressuscitou”.
O motivo do assassinato foi que Herodes se casara com Herodíades, mulher de seu irmão Filipe, e João reprovava-lhe este ato. Por isso Herodes queria eliminá-lo. Mas Herodes respeitava João e “gostava de ouvi-lo, embora ficasse embaraçado quando o escutava”. Isso mostra a fragilidade do caráter de Herodes.
A ocasião chegou quando Herodes deu um banquete pelo seu aniversário, e a filha de Herodíades, chamado Salomé, segundo o historiador Flávio Josefo, dançou diante dos comensais. Herodes entusiasmou-se tanto que jurou dar à menina qualquer coisa que ela pedisse, mesmo que fosse a metade do seu reino. Salomé, instigada pela mãe, pediu a cabeça de João Batista, e ele atendeu. Poucos anos depois, em 39, Calígula lhe tiraria todo o reino, enviando-o para o desterro em Lião.
Vemos no relato uma impressionante aproximação entre o luxo e a luxúria, a embriaguês e o crime passional. Isso do lado do assassino. Do lado do mártir, o que nos interessa, vemos a aproximação entre a vida austera e penitente, e a coragem profética. O profeta não deve ter medo de denunciar, para a pessoa certa e com palavras certas, as situações anti-evangélicas.
Outra mulher, Ester, também por encantar o rei, Assuero, recebeu a promessa da “metade do seu reino”. Graças a essa promessa, ela libertou o povo israelita da escravidão da Babilônia (Cf livro de Ester).
Os martírios de João Batista e de Jesus são parecidos. Ambos morreram vítimas de sua luta pelo Reino de Deus, um reino de verdade, de justiça, de amor verdadeiro e de bom exemplo.
O escândalo de Herodes, ao se casar com a cunhada, era o tipo da coisa que todo mundo sabia, mas ninguém tinha coragem de abria a boca. Se ele vivesse hoje, certamente denunciaria tantos escândalos semelhantes que vemos todos os dias. Criticaria também outros pecados e injustiças, cometidas especialmente por autoridades, chefes e gente importante. Por isso, também hoje João Batista não viveria muito tempo; nem ele nem Jesus. “Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 5,10).
Havia uma família, cujos filhos eram contra a oração em comum às refeições. Mas a mãe não se deixava levar por eles. Quando acabava de por a comida na mesa, ela dava um sorriso, fazia o sinal da cruz e rezava uma oração curta e bonita, pedindo a bênção de Deus para a comida e para outras coisas da família. Em seguida, rezava a Ave Maria.
Os filhos ficavam emburrados, e o marido em cima do muro. Alguns respondiam a Santa Maria de cabeça baixa, ou engolindo a voz, outros nem isso faziam. E a mãe perseverou assim anos e anos.
Hoje ela é falecida, e os filhos são ótimos cristãos. Fazem em casa o mesmo que a mãe fazia. Como é importante não ter respeito humano dentro de casa!
O profeta é persistente, ele ou ela não se deixa levar pela onda do mundo pecador, mas sempre dá testemunho de Cristo e de sua Igreja. Como o nosso mundo precisa de outros João Batista, e de outras mães como esta!
Maria Santíssima é o melhor exemplo de mãe que temos, exemplo dado a nós pelo próprio Deus. Por isso o seu Filho “crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens”.
É João Batista, a quem mandei cortar a cabeça, que ressuscitou.


Pe. Queiroz

Tem gente tentando a Deus - José Salviano


DIA 17 SEGUNDA - Evangelho - Mc 8,11-13


           Por toda parte existem pessoas que tentam a Deus, fazendo pedidos somente para testar o seu poder.  Ou pedem coisas absurdas, ou ainda pedem a Deus que lhes concedam  certas graças extremamente egoístas, para satisfazer os seus caprichos e a sua vontade. E o pior. Tem gente que têm a audácia de pedir a Deus para castigar o seu irmão, o seu próximo que anda lhe incomodando, ou prejudicando.   Isso é um absurdo!  É parecido com aquele indivíduo que pediu a Deus para matar o seu colega de trabalho, para que ele fosse promovido na empresa... 
           O Evangelho de hoje nos mostra os fariseus tentando Jesus, pedindo um sinal do céu para por Jesus à prova. Muitas pessoas  fazem chantagem com Deus, fazendo uma série de exigências e pedidos mesquinhos para satisfazer seus desejos e fundamentam a sua fé não no amor a Deus, mas na satisfação de suas exigências.
           Os fariseus vieram e começaram a discutir com Jesus. E, para pô-lo à prova, pediam-lhe um sinal do céu.   Por causa do nosso egoísmo constantemente fazemos a mesma coisa. Talvez para testar o poder de Deus, nas nossas orações fazemos pedidos a Deus para satisfazer as nossas exigências pessoais.  Em nossas preces nos esquecemos do sofrimento dos nossos irmãos, e só pensamos nos nossos. Se olharmos em volta de nós, percebemos que é grande o número de pessoas que estão sofrendo muito, com muitos problemas, e geralmente a causa de tudo isso é por estarem distantes de Deus. Nós que vivemos ou tentamos viver na presença de Deus, contamos com a sua graça e proteção,  e o essencial e mais, nunca nos falta. Mas, como somos seres insaciáveis e queremos sempre mais e mais, estamos sempre inventando uma nova necessidade para pedir a Deus na próxima oração. Esquecendo-nos que Deus sabe melhor do que nós, o que realmente precisamos.
        Um exemplo disso é que às vezes pedimos uma coisa que consideramos importante para a nossa existência, mas na concepção de Deus, não é. Assim, quando não recebemos o que pedimos feito criança que pede um doce na hora do almoço e os pais não lhe dão para que isso não lhe venha tirar o apetite, ficamos decepcionados e choramingando  achando que fomos  ignorados pelo Pai. Uma fé assim é uma fé imatura e infantil. Pois assim como Jesus enfrentou  o sofrimento da paixão e morte por amor  a humanidade, precisamos entender que o sofrimento, as contrariedades, e tudo aquilo de adverso que a própria vida nos apresenta, também é importante para nos purificar, nos fortalecer, e nos aproximar de Deus.
        Exceção feita às injustiças, para as quais precisamos, da força protetora de Deus para enfrentá-las, combatê-las e denunciá-las com a coragem de quem está nas mãos de Deus.
        Prezados irmãos. Rezemos não só por nossas necessidades, mas também e  igualmente pelas necessidades e sofrimentos dos nossos irmãos próximos e distantes.  Principalmente daqueles que se afastaram de Deus, ou que por falta de evangelização ainda não conheceram os ensinamentos de Jesus. E por isso estão infelizes.


Sal

Jesus multiplicou os pães - José Salviano


DIA 15 SÁBADO - Evangelho - Mc 8,1-10

            Por que Jesus multiplicou os pães?  Primeiro porque Ele era Deus e tinha plenos poderes no Céu e na Terra. Em segundo lugar, porque Jesus sentiu muita compaixão daquelas pessoas que não tinham o que comer. O amor de Jesus  se transforma em solidariedade, e Ele envolve os discípulos e outras pessoas ali presentes, naquele gesto de fraterno, pedindo a sua ajuda na solução daquele problema coletivo. Assim, os discípulos colaboram na medida em que organizam o povo e distribuem os pães. Outras pessoas  contribuíram também doando os sete pães, que eram para a sua alimentação, mas, preferiram confiar no poder de Jesus, e partilhar para matar a fome de todos os demais. E dessa forma, o brilho do amor de Jesus contagiou a todos, e a compaixão mais a solidariedade se espalha no meio daqueles homens, mulheres e crianças que desde cedo estavam ali ouvindo o Mestre.

            E foi que aconteceu mais um milagre espetacular, mais uma demonstração da divindade de Cristo para calar a boca dos incrédulos. Daqueles que só acreditam no Cristo histórico, não aceitando o seu mistério. Quem me dera ter o poder de multiplicar os alimentos. Eu estaria agora no Haiti matando a fome daqueles que brigam por um saco de mantimento.
        Ouvi hoje cedo da boca de um senhor, a seguinte afirmação. Ele conversava com seu amigo, que comentava o drama dos haitianos. Quando de repente ouvi da boca dele: "Deixa morrer de fome! Quem manda botar filhos no mundo se não tem o que comer?" Rapaz! Isso é o cúmulo da falta de amor fraterno e de humanidade! É o mesmo que dizer: As pessoas com eu têm o direito de ter filhos. Os pobres não têm esse direito.
        Deixa morrer de fome é cruel e anti-cristão! Porém, com relação à política de natalidade, o mundo incluindo nós os cristãos, deveria repensar os nossos conceitos a respeito de um santo e bem planejado planejamento familiar, aos olhos do Evangelho. Porque nasce mais gente exatamente onde não deveria ser assim. O rico pensa: dois filhos significam duas motos, duas faculdade, duas formaturas etc. Já o pobre fala: Onde come um, come dois, quantos Deus mandar, está bom!
        É triste ver os esqueletos que sobraram dos irmãos africanos exauridos pela fome. Enquanto em outras partes do Planeta, toneladas de alimentos são desperdiçadas. Se pararmos para pensar, o que hoje sobra em nossa casa, é exatamente o que está faltando nas casas dos irmãos pobres, sendo que uns nem casa tem.  
        Parabéns aos irmãos do mundo inteiro que estão socorrendo os haitianos.  É bom ver que apesar da inversão dos valores, e de toda violência, ainda existem muita gente que  se compadece do sofrimento dos irmãos que sofrem.


Sal

Jesus nos toca- José Salviano

DIA 14  SEXTA - Evangelho - Mc 7,31-37

               Jesus nos toca especialmente na hora da consagração, ou quando entramos no sacrário, podemos sentir a presença de Cristo que nos toca através de um  suave arrepio.  Senhor. É maravilhoso sentir o teu toque! Ajuda-me a evitar o pecado, a estar sempre na vossa presença, para merecer sempre que possível esse  toque.  Do mesmo modo, Jesus também nos fala pelos acontecimentos, pelos nossos pensamentos, e através de pessoas.  Precisamos estar atentos para ouvir com  os ouvidos da fé, a voz de Jesus que nos fala, nos orienta, nos corrige, nos mostra o caminho por onde devemos passar...
            Ao contrário do que aconteceu no Evangelho de ontem, no qual Jesus cura uma garota à distância, hoje Jesus fez questão de fazer um ritual de toques na cura do surdo-mudo. Como já sabemos, Cristo não precisava fazer nada daquilo para efetuar uma cura. Por que será que Jesus quis fazer todo aquele ritual? Para nos deixar o exemplo. Primeiro porque o surdo-mudo implorou para que  Ele lhe  impusesse a mão.  Além de ter dado a atenção àquele pobre homem carente que lhe pedia provavelmente através de gestos, pois sendo mudo não falava, Jesus atendeu o seu pedido, fazendo exatamente como ele pedia. Um toque de Jesus.
        Ao mendigo que lhe pedi um guaraná, não lhe dê uma garrafinha de água. Pois provavelmente, ele lhe pede um refrigerante porque em toda sua vida gostaria de beber um e não tinha condições. Sabemos que o refrigerante não é lá muito bom para a saúde. Mais aquele pobre coitado quer satisfazer um desejo! Então faça o que ele está lhe pedindo, em vez de fazer a sua vontade.
        Gostamos de tocar os nossos entes queridos. Gostamos de cumprimentar pegando nas mãos, de dar um abraço apertado e demorado ao amigo ao parente que há muito tempo não o vemos, enfim, gostamos de tocar as pessoas queridas. Não estamos aqui falando do contato físico sensual, mas sim do contato respeitoso, sincero e fraterno.
        Já reparou que os políticos, principalmente em épocas de campanha, e os vendedores, quando nos cumprimentam seguram firmes na nossa mão?  E, embora o saibamos que aquele tipo de aperto de mão é interesseiro, nos deixamos levar, nos deixamos cativar por aquele e ato, e podemos até votar nele.
        Prezados irmãos, que os nossos toques e cumprimentos sejam sinceros e fraternos sejam respeitosos, que sejam toques de seguidores de Cristo.  Que evitemos tocar a mulher do próximo principalmente se ele é muito ciumento. Abraçá-la, nem pensar, pois além de  corrermos o risco da tentação, o nosso irmão, seu marido, não gostaria disso.
        Pessoas carentes, solitárias, solteiras, gostam de dançar, pois a dança proporciona o toque com o sexo oposto saciando assim a carência afetiva.
        Vamos nos tocar, mais acima de tudo, vamos nos respeitar, lembrando sempre de estar na presença de Deus, e de que o amor de Cristo nos uniu.


Sal.

Jesus curou a filha da mulher que tinha muita fé - José Salviano

DIA 13 QUINTA - Evangelho - Mc 7,24-30


               Jesus cura a filha de uma mulher que insistiu para conseguir a sua ajuda, o seu milagre. E Jesus viu que aquela mulher tinha uma fé muito grande.   Nós, muitas vezes pedimos e não conseguimos pelo fato de nossa fé ser pequena. Ou, acreditamos, mas no fundo, vacilamos.  Acontece também que pedimos por pedir, sem a devida concentração,  falamos com Deus às vezes pensando em outra coisa. Isto é, rezamos com os lábios, sem prestar a atenção que Jesus merece. Pode acontecer ainda que podemos estar pedindo uma coisa que não estar de acordo com o Plano de Deus, ou com a sua vontade.
               Aquela mãe pediu a Jesus um milagre.  Jesus respondeu-lhe:
"Por causa desta palavra, vai-te, que saiu o demônio de tua filha. Voltou ela para casa e achou a menina deitada na cama. O demônio havia saído. "
        Jesus acaba de fazer mais uma cura à distância.  Para cuidar da nossa saúde, um médico precisa medir a pressão, ouvir as batidas do coração, ouvir o pulmão, examinar as radiografias, outros exames de laboratórios, fazer cirurgias, etc.
        Jesus nem perguntou o nome da menina, nem o que ela comeu que lhe teria feito mal, pois com certeza não se tratava de demônio, mais sim, de algum tipo de doença. Isso porque, os judeus quando se viam diante de uma doença inexplicável, diziam logo que era um demônio que teria se encostado ao paciente.
        Repare que Jesus respeita a cultura daquele povo. Aquela mulher disse que sua filha estava com um demônio, Ele não questiona, e simplesmente disse: vai-te, que saiu o demônio de tua filha.
         Na verdade, nem todos os demônios expulsos por Jesus, eram realmente demônios. Pois não era possível que tanta gente estivesse infectada ou possessa de satanás. É claro que houve alguns casos de possessão mesmo.  A passagem bíblica da manada dos porcos, aqueles demônios que anunciavam Jesus dizendo: Eu sei quem tu és. Tu és o Filho de Deus!   Porém, a maioria das expulsões de demônio que Jesus fez, era puramente cura de doenças comuns, as quais não tinham sido diagnosticadas, primeiro porque a medicina era  por demais precária, e segundo porque  os doentes que procuravam Jesus eram pobres e por isso não tinham direito a quase nada, principalmente   a um bom atendimento médico.
        Irmãos. Jesus não precisou tocar aquela menina para curá-la, porque para Deus não existe distância, nem barreiras.  Por isso nós podemos falar com Deus de onde estamos, e Ele vai ouvir o nosso clamor.  Talvez seja por isso que as pessoas de pouca fé declaram que quando querem rezar, rezam  em cassa.  Fazendo referência ao poder de Deus, e principalmente quando Jesus disse que quando quisermos rezar, para nos trancar no quarto. Jesus disse isto por causa dos judeus que rezavam em praças públicas, fazendo o maior barulho.  Não devemos decorar uma frase de Jesus e nos basear somente por ela. Porque em outra ocasião Ele disse que "quando um ou mais de vós estiver reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles." Isso significa que não obstante  podermos rezar em qualquer lugar, inclusive no nosso quarto em silêncio, também podemos e devemos rezar juntos na igreja , no templo, porque aí temos a certeza de que Jesus está no meio de nós.


Sal. 

O CAMINHO DA SALVAÇÃO COMEÇA A PARTIR DE UMA PEQUENA SEMENTE! - Olivia Coutinho

 

Dia 31 de Janeiro de  2014

 
Evangelho Mc 4,26-34
 
Embora em meio a tantos adversários, a palavra de Deus, ainda encontra ressonância  em muitos corações, pois  sempre haverá quem se deixa tocar por ela!
Mesmo não tendo a experiência de um agricultor, todos nós sabemos que do plantio a colheita, há  um processo lento que requer muita paciência, sem um mergulho nas profundezas da terra,  uma semente pode até germinar, mas não cria raízes, por tanto, não crescerá e nem dará frutos! 
 Assim também acontece conosco, quando  a palavra de Deus, entra nos nossos ouvidos, mas não atinge a  profundidade do nosso coração, não crescemos na fé e nem produzimos frutos.  
A  palavra de Deus é semente de vida, é  ela que  nos trás a  força do Senhor que ao longo dos tempos, vem lançando novas sementes, confiante de que nós saberemos cultivá-la no espírito da fé e da fidelidade a  Deus!
O caminho para a nossa salvação,  inicia-se a partir de uma pequena semente, que um dia, alguém  lançou  no nosso coração, daí, a importância de fazer  do nosso coração um terreno fértil, para que nele, Jesus possa lançar a semente do amor, da justiça e da solidariedade que nos une como irmãos!
Cultivar a semente do amor em nossos corações, é  colaborar com o plantio de Deus,  é deste  coração inundado pelo amor, que saem  as sementes que vão chegar a outros corações!
No evangelho de hoje, Jesus compara o Reino de Deus com as realidades mais simples do nosso cotidiano,  com o objetivo de nos fazer entender a dinâmica deste Reino.
 Não pode existir nada mais dinâmico,  do que uma pequena semente se desenvolvendo nas profundezas da terra, trazendo vida onde ainda não existe vida!
 Uma semente germina onde  cai,  mas sem criar raízes, ela não se desenvolve, jamais  produzirá frutos! Enquanto que a palavra de Deus, no coração de quem a acolhe com alegria, com compromisso e fidelidade, é como um vulcão em constante erupção, nunca para, nunca cansa, e nem descansa, é sempre um movimento constante, suave e belo, como as gigantescas labaredas de fogo iluminando e aquecendo a humanidade às vezes fria do Divino e do humano.
Por mais que acreditamos ser terra boa, ter o conhecimento da palavra, se não nos aproximarmos de Jesus com humildade, como  discípulo que quer aprender com o Mestre, jamais poderemos ser um bom semeador, pois a palavra que vamos semear não é nossa,  é palavra de Deus, somos apenas semeadores desta palavra! 
A todo instante  Jesus nos convoca a sermos  semeadores, e no exercício do plantio, é importante que tenhamos  a simplicidade de um camponês, que não almeja ser conhecido e muito menos ter algum destaque, a  sua alegria, é unicamente  ver brotar a semente que lançou!
Aplicando na nossa vida espiritual, nós, que dizemos, seguidores de Jesus, não podemos guardar a palavra de Deus  só para nós, devemos ser anunciadores desta palavra que gera vida, pois quanto mais ela é plantada nos corações dos homens, maior será a colheita e melhor será o mundo em que vivemos.
Nos dias de hoje, são muitos os semeadores, semeiam-se muito, mas infelizmente, sementes que  produzem frutos de má qualidade, as boas sementes, estão  bastante esquecidas.
 O crescimento de um Reino de amor e de justiça, tão sonhado por Deus, depende da disposição dos semeadores, por isto, um  semeador nunca deve se deixar levar pelo pessimismo, pelo desanimo, pois o seu trabalho nunca será em vão, já que muitas sementes cairão em terra boa e certamente produzirão muitos frutos!
              
FIQUE NA PAZ DE JESUS! - Olívia

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

“Nossos pequeninos” - Diac. José da Cruz


QUINTA FEIRA DA 7ª SEMANA DO TC 27/02/2014
1ª  Leitura Tiago 5, 1-6
Salmo 48(49) , 16  “Deus livrará minha alma da Habitação dos mortos”
Evangelho Marcos 9,41-50


A gente lê esse evangelho e imediatamente pensamos nos “escândalos” que vez ou outra abalam nossas comunidades e a própria Igreja, principalmente os que ocorrem no campo da sexualidade e assim, parece que o resto dos nossos pecados não é escândalo. Este evangelho não é um apelo a moral e aos bons costumes, como alguém possa pensar, mesmo porque, a m oral cristã e os bons costumes deve sim fazer parte da nossa vida de cristãos.

O escândalo tem uma vítima certa nesse evangelho: são os pequeninos! Se for compreendido como crianças, vamos voltar a pensar no escândalo da Pedofilia, cometido contra crianças sim, em casas religiosas e comunidades cristãs, por pessoas que em seu sacerdócio têm a missão de acolher e proteger os pequenos e não aproveitar-se deles, para saciar um instinto bestial e incontrolável. Mas também não é isso. Os pequeninos mencionados no evangelho não são as crianças.

Então mudamos o foco e olhamos no contexto social, pronto! Pequeninos são os pobres e necessitados que frequentam a comunidade, e que precisam ser acolhidos e assistidos em suas necessidades. Sem dúvida que essa é uma verdade evangélica, que deve e precisa ser praticada nas comunidades, se elas quiserem ser realmente cristãs. Mas o foco não é esse...

Só lembrando que Jesus é extremamente rigoroso quando fala daquele que provocou o escândalo contra os pequeninos: deveria amarrar uma pedra de moenda no pescoço e atirar-se ao mar!

Vamos então desvendar esse mistério. Em nossas comunidades há pessoas que testemunham uma Fé descomunal, são realmente fervorosos no testemunho que dão em suas vidas. Levam uma vida de oração, pautada pela Santa Palavra, recebem a Eucaristia com frequência, enfrentam provações e tribulações e não se deixam abalar. Não estou inventando. Na nossa comunidade existem pessoas assim, cujo exemplo nos estimula a buscar também a santidade.

Mas, há outras que não são nada disso, rezam de vez em quando, vão à missa de vez em quando, só entram na igreja em dias de Batismo de algum parente ou casamento de alguém, mas se dizem cristãos e há até quem frequente a comunidade. Quando estamos diante dessas pessoas sentimos uma grande vontade de “Rasgar o verbo” e dar nelas uma boa sacudida para que acordem e comecem a viver o verdadeiro cristianismo. Eis aí os “pequeninos” que Jesus fala nesse evangelho, e que às vezes, por causa de uma palavra mais “dura” de nossa parte ou de nossas lideranças, ficam aborrecidas e se afastam da comunidade, perdendo o pouquinho de Fé que tinham.

Contra eles temos muitas vezes gestos bruscos com nossos membros, olhares maliciosos e irônicos, e assim os conduzimos ao pecado da “ruptura”, perdendo a oportunidade de amá-los, acolhê-los e os aproximarem-se mais de Cristo Jesus, incentivando-os a permanecerem na comunidade e a crescerem cada vez mais na Fé. Agora já sabemos quem são os “pequeninos” da comunidade e como o Senhor quer que os tratemos. Eles estão lá nas assembleias de Casamentos e Batizados, ou mesmo em nossas pastorais e movimentos. São pequenos na Fé, talvez, mas nutrem amor pelo Cristo e cabe a nós fazer com que cresçam e se tornem maduros na Fé. É o desafio que Jesus hoje nos lança...


“Não era da Comunidade, mas agia em nome de Jesus...” - Diac. José da Cruz


QUARTA FEIRA DA 7ª SEMANA DO TC 26/02/2014
1ª Leitura Tiago 4, 13-17
Salmo 48(49) “Felizes os humildes de Espírito porque deles é o reino dos céus”
Evangelho Marcos 9,38-40



Retomemos o evangelho da Segunda Feira, os discípulos de Jesus não conseguiram expulsar um Espírito que havia possuído aquele Jovem Epilético, agora  prestemos atenção no evangelho de hoje: “Um pregador que não pertencia á comunidade, expulsava Espíritos maus em nome de Jesus”.Imaginem a  raiva que os discípulos sentiram, a inveja e a ciumeira. Quando o coração de um cristão membro da comunidade, é corrompido por tais sentimentos mesquinhos, por causa do carisma de um irmão, age com autoritarismo “Nós o proibimos”.
Em nossas comunidades usa-se muito o nome do padre, quando se age desta forma “O padre não quer que você faça, o padre proibiu você de fazer tal coisa, você não pode fazer isso sem ordem do padre, você pediu ordem do padre, para fazer isso?”. São expressões marcadas pelo ciúme, pela inveja, pela concorrência... que  podem fazer matar o carisma do irmão. Certa ocasião em uma celebração da palavra faltou um dos leitores e eu solicitei a um amigo que frequentava a comunidade, para que fosse fazer a leitura pois era um ótimo comunicador.
Surpreendentemente notei que ele não fez a leitura, que poderia ser um estímulo para continuar, ao final alguém da liturgia me explicou “Ele não é da equipe de leitores da nossa comunidade”.
Se dentro da comunidade é assim,imaginem quando o Espírito Santo contraria certas normas, e manifesta seus dons e carismas em pessoas de outras Igrejas Cristãs e até em pessoas que nem têm religião. Os Donos da Igreja agem como os discípulos desse evangelho... Ficam indignados e começam a  maldizer a pessoa, inventar calúnias para difama-la e acabar com a festa.
Querer fazer monopólio de  carismas do Espírito Santo é a mesma coisa que tentar reter água em nossas mãos em formato de concha.Ninguém consegue pois o Espírito é livre e sopra onde quer. Em outras Igrejas Cristãs há Líderes e Pastores sérios, que pregam divinamente a  Palavra libertadora,como este homem que aparece no evangelho.
Não precisamos aplaudi-los e mudar de Igreja por causa disso, mas tenhamos respeito e admiração pelo seu trabalho, pois age em nome de Jesus, sob o impulso do Espírito Santo, disso não resta a menor dúvida...