sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Festa da Apresentação de Jesus no Templo - Jorge Lorente

Evangelhos Dominicais Comentados

02/fevereiro/2014 – Apresentação do Senhor

Evangelho: (Lc 2, 22-40)


Celebramos hoje a Festa da Apresentação de Jesus no Templo. O evangelho de Lucas nos leva a fixar nosso olhar em Jesus, Maria e José e a maravilhar-nos da vontade de Deus que quis nascer de uma mulher e entrar ao mundo pelo caminho comum a todos os seres humanos

Conforme determinava a lei, durante os sete dias que se seguiam ao nascimento do filho, a mãe era considerada impura. Devia ainda ficar mais trinta e três dias em casa e só após o quadragésimo dia iria fazer a sua oferta que consistia em um cordeiro e uma pomba. Se fosse pobre, oferecia duas rolas ou dois pombinhos.

Maria e José ofereceram dois pombinhos, o sacrifício dos pobres. Era só o que podiam dar. Isso mostra bem a condição humilde da família de Nazaré. Jesus quis vir ao mundo numa família simples e pobre. Poderia ter nascido num castelo todo iluminado, cercado pelo conforto e embalado num "berço de ouro", mas não o fez.

Nasceu na periferia, num curral sem iluminação e, uma manjedoura foi seu berço. Desprendeu-se de tudo, só não abriu mão da família. Este é o recado da liturgia de hoje: a família deve estar acima de qualquer bem material, sem ela, de nada vale o ouro e não existe tesouro.

No templo, Maria ouviu de Simeão estas palavras: "Quanto a ti, uma espada transpassará a tua alma". Em silêncio Maria guardou no coração essas palavras e meditava sobre elas. Mulher forte e corajosa, sabia das dificuldades que encontraria para cumprir sua tarefa no Plano de Salvação, no entanto, desistir é algo que nunca lhe passou pela idéia.

Renunciar, desistir, duvidar, são verbos que a Co-Redentora nunca conjugou. Sempre acreditou. Nunca se sentiu desamparada. Sabia do imenso amor do Pai e encontrou apoio na família. O diálogo e a presença constante do esposo e do Filho, multiplicavam suas forças. Caminhavam juntos alimentados pela oração.

Dois mil anos se passaram e as palavras de Simeão continuam presentes. Seu recado agora é para a família moderna mutilada e desvalorizada. Sua mensagem quer aliviar a dor de milhares de corações transpassados; são mães, pais e filhos atingidos pela espada da desunião, pela falta de diálogo e pela ausência da oração. São milhares de Marias  dispersas pelo mundo, que perdem seus filhos para os vícios, para as drogas e para a prostituição.

Como cristãos, também fomos, um dia, batizados com o Espírito Santo. E, fomos também consagrados para crescer, caminhar e irradiar a luz de Jesus. Essa luz não pode ficar sob um móvel, ou escondida sob qualquer objeto.

Este evangelho ressalta a pobreza de Jesus. Como diz o Papa Francisco, “Quero uma Igreja pobre entre os pobres” e conclui dizendo: “a pobreza nos chama a semear esperança, para que também nós tenhamos mais esperança!” Por tudo isso, mais do que nunca, vamos semear a esperança nos lares.

Vamos levar o amor às famílias; quando o respeito, o diálogo e a oração, estiverem presentes nos lares, poderemos dizer: "Agora Senhor podes deixar teu servo partir em paz, pois meus olhos já viram também, a salvação das famílias".




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