quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

“A sabedora de Jesus!” - Claudinei M. Oliveira.



Quarta - feira, 06  Fevereiro  de 2013.
Evangelho:  Mc 6,1-6

            Como pode uma pessoa que frequentou a escola judaica, trabalhou com seu pai na oficina, ajudou a mãe nos afazeres de casa, cresceu no lugarejo pobre e sem destaque para Jerusalém,  solidarizou-se com os pobres, pôde alegrar os corações de muitas pessoas e ao mesmo tempo provocar sua rejeição em sua cidade? Como pode também um rapaz que viu a miséria de perto ser tão sábio? Como pode um moço que foi perseguido quando criança, escondido para não ser morto pelo Rei Herodes, o grande, ser tão destro nas palavras e no toque dos corações dos marginalizados?
Somente a graça e a misericórdia de Deus podem canalizar tamanha sabedoria para Jesus, seu Filho amado. Ele tinha um jeito simples e humilde para cativar as pessoas. Sua destreza alinhava nas veias das pessoas um desejo ardente para mudar de vida, ou seja, a vida para as pessoas deveria fortalecer na caminhada rumo ao céu. Jesus embebia a alma das pessoas com seu jeito meigo de ser e de abordar as pessoas. Não tinha discursos longos, não era poliglota, mas cada palavra que saia da sua boa tinha um destino certo: alertar a consciência das pessoas da necessidade de desvencilhar das opressões sofridas.
Interessante que Jesus ganhou fama por muitas outras regiões, era adorado, amado e venerado. Mas na sua casa, ou na sua pátria não tinha o aconchego necessário. Mesmo falando a verdade, mostrando o caminho certo, alinhando o povo para superar os obstáculos, não conseguia convencer seus patriotas. Tanto que foi impedido de fazer milagres na sua cidade e pediram para deixar o local.
Quantos cegos e surdos; quantos mudos e alienados; quantos inconscientes  e levianos. Não aceitaram que o  filho da terra trouxeste a libertação, não admitiram que um pobre revelasse a divindade, mas preferiram a morte, a exploração, o atraso, a inconsciência. Jesus era pobre mesmo, nasceu junto aos animais, cheirava o estrume, mas sua origem era divina. Jesus lutou com sua família para sobreviver, enfrentou a miséria da falta de oportunidade e de pão, mas tinha uma ligação com o Criador. Jesus não tinha terno e nem gravata, mas tinha uma túnica e um par de sandálias para levar a vida para muita gente.
Mesmo diante de tanta sabedoria foi rejeitado, impedido de anunciar a libertação e de criar consciência viva para driblar a manipulação. Seu passado, sua família pobre e seu povo empobrecido não ajudou a mostrar o caminho para sua gente.
Não estamos distante de cenário como de Jesus. Ainda hoje muitos leigos e leigas que pregam muito bem, tem exemplo de vida, deseja ardentemente revelar o Deus misericordioso, não consegue falar  para sua comunidade. São rejeitados, resignados e até difamados. Quantos de nós ao chegamos à porta da igreja e ver um ministro da palavra no altar, damos meia volta para casa! Quantos pecados! Quantas injustiças! Quantas humilhações!
Ainda prendemos nos engravatados, naquele que fala bem ou  que tem muitos canudos. Damos valor incondicional para pessoa que mostra vultosa diante da sociedade. Na verdade queremos aparecer junto ao outro pelo poder e pela ostentação. Entretanto, quando um pobre, um iletrado, pés rachados pelo serviço árduo tem algo a dizer, viramos as costas. Somos egoístas também como o povo da cidade de Jesus. Não damos valor para nosso povo, ele também tem o que falar, ensinar e mostrar.  
Jesus caminhava pelas diversas regiões enaltecendo o projeto de vida e de libertação. Foi modelo de superação para muitos. Tinha um caráter empreendedor. Era um verdadeiro maestro da vida. Apesar de ser rejeitado pelo seu povo, chegou a afirmar que um profeta não era bem recebido pela sua comunidade. Mesmos sabendo disso, cheio de sabedoria, foi até sua comunidade e ensinou o sentido da verdade.
Enfim, aprendemos com Jesus de Nazaré a paciência e do discernimento para uma vida de paz. Bebemos sua sabedoria para ajudar muitos que ainda precisam conhecer a vida digna. Amém.
Claudinei M. Oliveira

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