XXV DOMINGO DO TEMPO COMUM
Dia 23 de Setembro de 2012
Evangelho de Mc 9, 30-37
Vivemos numa sociedade materialista que ignora o “SER”, que tem parâmetro o “TER”. Uma sociedade fixada na idéia da competitividade, que tenta a qualquer custo nos desvirtuar dos bens eternos.
Contaminados por esta mentalidade calculista, chegamos a assimilar a falta de esperteza, de dinheiro, com o não êxito na vida.
Mas Jesus vem nos mostrar o contrário, Ele nos convida a fazer a diferença em meio a esta inversão de valores! A proposta inovadora que Ele nos trás, nos desperta para a importância de fazermos um retiro interior e numa revisão de vida, nos reorganizarmos interiormente, buscando como prioridade os valores sobre os quais, devemos construir os pilares que nos darão sustentação durante a nossa trajetória terrena.
Sem uma sintonia com Jesus, não vivenciamos as maravilhas do reino de Deus, já presente aqui na terra. Maravilhas, tão próximas de nós, mas que as vezes não enxergamos, por estarmos voltados para os “valores” do mundo.
O evangelho que a liturgia de hoje nos apresenta, nos alerta sobre o perigo que corremos de não corresponder aos anseios de Jesus. Se não ficarmos atentos, corremos o risco de tornamos pessoas frias, de atitudes automáticas, prisioneiros dos nossos apegos.
Quando não acolhermos à proposta de vida nova trazida por Jesus, fica impossível nos libertar de tudo aquilo que nos escraviza.
A nossa preocupação primeira, não deve ser com a nossa promoção pessoal e sim com a promoção da vida, vida na sua totalidade.
Podemos perceber nas entrelinhas do evangelho, que Jesus tinha uma grande preocupação com a fragilidade de seus primeiros seguidores! Conhecedor das fraquezas humanas, Ele cuidava veementemente daqueles que iriam dar continuidade à sua missão, após a sua volta para o Pai, estava sempre orientando os seus discípulos, advertindo-os sobre o perigo da auto-suficiência, de se deixarem levar pela vaidade, pelos interesses pessoais.
Era de costume, Jesus se afastar temporariamente do povo, para dedicar um tempo especial na formação dos seus discípulos, despertar neles, uma nova mentalidade a respeito dos verdadeiros valores, da necessidade do esvaziamento de si mesmo para tornar-se servidor, conscientizando-os de que, para ser um seu seguidor era preciso priorizar os valores eternos.
É natural que os discípulos sentissem dificuldades em entender todo que Jesus lhes comunicara, a respeito do desfecho de sua trajetória terrena, pois eles ainda, não haviam entrado na dinâmica do Reino, continuavam apegados a outros valores. Enquanto Jesus falava da sua morte e ressurreição, eles estavam em outra sintonia, querendo saber quem seria o maior.
Percebendo a inquietação de todos e sabendo de seus pensamentos, Jesus chama os doze e pacientemente começa a lhes dizer:” Se alguém quiser ser o primeiro seja o último, aquele que serve a todos”. E para exemplificar, toma consigo uma criança e a coloca no meio deles e diz: “Quem acolher em meu nome uma destas crianças, estará acolhendo a mim mesmo”. Naquele momento Jesus mostra para os discípulos, e hoje para nós, um modelo de grandeza que agrada a Deus. Aquele pequeno ser, representado por uma criança, passa a ser um instrumento de questionamento aos que querem ser grande, segundo os critérios do mundo.
O exemplo mais marcante que Jesus quis passar e fazer até chegar até nós, é a importância de cultivar em nossos corações a pureza de uma criança e de nos tornar dependentes de Deus, como uma criança, que é totalmente dependente do adulto.
A chave dos ensinamentos de Jesus, capaz de abrir o nosso coração hoje, são os pequenos! Não somente a criança, mas todos aqueles que estão às margens, os últimos aos olhos do mundo.
Em toda a sua permanência física aqui na terra, Jesus nos deixa um grande exemplo de humildade: mesmo sendo o próprio Deus, se fez pequeno, a sua Nobreza, estava em ser “FILHO”! Um Filho completamente dependente do Pai!
FIQUE NA PAZ DE JESUS! - Olívia
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