segunda-feira, 17 de setembro de 2012

“Jesus dá uma lição nos fariseus e doutores da lei” - Claudinei M. Oliveira.


Quarta - feira, 19  Setembro  de 2012.
Evangelho: Lc 7, 31-35

            Na reflexão de hoje Jesus faz uma crítica severa aos fariseus e aos doutores da Lei. Eles acreditam apossar do Senhor, mas rejeitam os pobres. Dilatam palavras maldosas sobre João Batista, chama-o de estar endemoniado, mas são os sabidos desprezados e excluídos da sociedade dos fariseus que serão elevados para os céus. Mas, afinal quem são as crianças que estão na praça, em plena festa de casamento, e não dançam; ou quem está no velório e não choram!
Jesus fala diretamente para os homens apossados da cidade grande, usam da simplicidade e da inocência do povo para aumentar o poder, querem lucrar as costas do povo, ensinam os mandamentos do Senhor a partir de sua pedagogia opressora, ou seja, julgam estar “com o Deus na barriga”, mas pensam em si e não compatibilizam mudanças na sociedade.  Para Jesus não passam de “idiotas”, pois os “filhos da Sabedoria” são os rejeitados.
Isto mesmo. Foram os rejeitados do sistema, os excluídos de pés descalços, de costas açoitadas que aceitaram a conversão de João Batista. Eles aderiram a proposta de amadurecer no Deus vivo para esperar de alma limpa o Messias. Este daria um lugar seguro e muita vontade para crescer na vida sem vendar os olhos. O povo empobrecido  foi agraciado por Jesus por compreender e comprometer-se com o projeto de Salvação, pois almejava construir uma realidade embasada na vida do Mestre.
Entretanto, as pessoas instruídas, sabedoras das palavras, aquelas que julgavam comungar a presença constante de Senhor, não conseguiram enxergar o noivo na festa de casamento. Deixaram passar o encanto do Reino pela ignorância e pela falta de perspicácia do olhar de águia. Deixaram a avareza corroer todo o semblante do amor, da justiça e da solidariedade.
            Da mesma maneira o cristão de hoje distância do Reino da justiça pela idiotice ou pelo pragmatismo. Não volta verdadeiramente para Deus e nem enxerga a festa acontecendo aos olhos por  insistir nas cores do mundo, na pornografia, na maldade e no ranço de uma vida confortável. Muitas vezes enche o peito e solta gritos de tortura que amedronta seus amigos somente para alcançar glórias e boas reputações. Contudo, o reino fica à espera da boa vontade ou de um dia algo de ruim acontecer para voltar para Deus.
Quem são as pessoas que oram, agem, buscam novas transformações, criam mecanismo de superação da vida miserável? Quem sãos as pessoas que doam sua vida pelo Reino? Quem são as pessoas que abrem os olhos dos cegos e os ouvidos dos surdos para projetarem o Espírito santificador em suas entranhas? Será que reconheceremos no cotidiano da vida?
João Batista foi fundamental para alertar a vinda do Messias e procurava converter o povo com o batismo. Ele foi fiel ao projeto do Pai que entregou sua cabeça numa bandeja para satisfazer o desejo da filha da amante do Rei. Agora, se olharmos atentamente ao redor, encontraremos pessoas dispostas,  lutando para o crescimento do reino, inseridos  numa alcatéia de lobos famintos.  São os corajosos que não acovardaram nas palavras e priorizam suas vidas em favor dos pobres.
Portanto, Jesus dá uma lição nos fariseus e doutores da lei, possibilitando uma mudança radical na atitude de injustiça e malvadeza com o povo. Assim, o reino deverá ser vivido por todos na amplitude do amor. Que assim seja, amém.
Claudinei M. Oliveira


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