-A nossa salvação depende do nosso irmão-José Salviano

 

10 de Junho de 2021-Ano B

 

Evangelho Mt 5,20-26

 

Evangelho

Evangelho - Mt 5,20-26

Vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 5,20-26

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
Se a vossa justiça não for maior
que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus,
vós não entrareis no Reino dos Céus.
Vós ouvistes o que foi dito aos antigos:
'Não matarás!
Quem matar será condenado pelo tribunal'.
Eu, porém, vos digo:
todo aquele que se encoleriza com seu irmão
será réu em juízo;
quem disser ao seu irmão: 'patife!'
será condenado pelo tribunal;
quem chamar o irmão de 'tolo'
será condenado ao fogo do inferno.
Portanto, quando tu estiveres levando
a tua oferta para o altar, e ali te lembrares
que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
deixa a tua oferta ali diante do altar,
e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão.
Só então vai apresentar a tua oferta.
Procura reconciliar-te com teu adversário,
enquanto caminha contigo para o tribunal.
Senão o adversário te entregará ao juiz,
o juiz te entregará ao oficial de justiça,
e tu serás jogado na prisão.
Em verdade eu te digo: dali não sairás,
enquanto não pagares o último centavo.
Palavra da Salvação.

 

Reflexão

A nossa salvação depende do nosso irmão. Ou seja, depende do nosso relacionamento com o nosso irmão, com a nossa irmã.  Isso foi o que nos disse Jesus no Evangelho de hoje.

Minhas irmãs, e irmãos. Isso é coisa muito séria!  Nós levamos uma vida de egoísmo, pensando só em nossos interesses, e nos esquecendo de ajudar o irmão, principalmente o carente. Isso sem falar naqueles e naquelas que levam uma vida totalmente fora dos padrões do Evangelho. Prejudicando, ofendendo, e até matando o irmão e a irmã.

Este mundo sofre por causa da falta de caridade, da falta de partilha, da falta de mor ao próximo. Tem uns que até se dizem religiosos, fingem pregar a palavra de Deus, porém não passam de lobos vorazes,   que exploram os irmãos ingênuos, tirando-lhes o seu pobre dinheirinho. 

No dia do Juízo Final, segundo o próprio Jesus, nós todos seremos cobrados pelo tratamento que tivemos com os nossos irmãos e irmãs. Seremos cobrados pelo fato de que nos importemos ou não nos importemos com a sua fome, com a sua sede, com  o seu abrigo, e assim por diante.

E foi Jesus quem disse. Ele até se comparou com o irmão carente, dizendo tive fome e não me destes de comer...

Prezadas irmãs e irmãos. Vamos mudar a nossa mentalidade a respeito dos nossos irmãos.  Vamos ver neles a pessoa de Jesus.  Vamos ser mais caridosos, mais atenciosos, mais humanos. Pois assim, estaremos fazendo o bem não só a eles, mais a nós mesmos. Estaremos fazendo o bem ao futuro da nossa alma.

Tem gente que ainda diz: Não matei, não roubei, por isso não tenho pecados. Infelizmente tem gente que ainda pensa assim. Se o pecado contra o próximo se resumisse em matar, acho que uns 80% da humanidade estaria salva. Porém, Jesus no Evangelho de hoje nos explica mais detalhes, que querem dizer que não basta evitar o ato de matar alguém, para poder nos escapar do pecado. 

Pois na verdade, nós matamos o nosso irmão aos poucos.  De ofensa em ofensa, acabamos por destruir toda a harmonia no relacionamento entre nós e ele, e isso nos faz grande mal ao nosso psiquismo, ao nosso sistema emocional e à nossa alma.

Pois todo tipo de ofensa, já nos enquadra na família de pecados filiados ao pecado NÃO MATAR.  E a causa número um das ofensas, é o nosso egoísmo, que gera injustiça, que é causadora de conflitos.

Vejamos. O meu egoísmo me faz sentir com plenos direitos de fazer o que eu bem entender. Adoro ouvir música barulhenta a todo volume, e ninguém tem nada a ver com isso. Portanto, eu ligo o meu possante aparelho de som nas alturas, não me importando se entre os meus vizinhos tem alguém doente, idoso, dormindo ou estudando. Assim, por causa do meu egoísmo extremo, eu agora estou cometendo uma injustiça.

E consequentemente, os meus vizinhos vão reclamar os seus direitos de descansar, de dormir, de ver televisão, de estudar etc., sem serem perturbado. Aí está formado o conflito entre eu e os meus vizinhos.

Toda essa trama, no fundo é uma questão lógica. Veja.

Premissa maior: Egoísmo - Eu sou egoísta, e quero tudo para mim, pois tenho o direito de fazer tudo o que eu bem quero.

Premissa menor: Injustiça - Faço barulho sem me importar se estou prejudicando ninguém.

Inferência ou conclusão: Conflito - O conflito está formado.

Em resumo, o nosso egoísmo nos leva a sermos injustos, e consequentemente, a injustiça gera todo tipo de conflitos, causadores de infelicidades na nossa convivência  familiar e social.

E todos os nossos conflitos com os nossos irmãos, produz um mal-estar no relacionamento entre nós, ao qual chamamos de ficar de mal.  E este estado de mal com o vizinho, além de nos fazer mal, pois ficamos com um peso na consciência que só termina quando fazemos as pazes com nosso irmão, nos dificulta a aproximação com aquele que disse: Ame a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.

Quando o conflito acontece, podemos estar do outro lado. Podemos ser a vítima e neste caso estamos reclamando os nossos direitos. Geralmente esta posição não nos conduz a uma situação de pecado contra o próximo, desde que não exageramos nos métodos de reivindicações dos nossos direitos. Ou seja, desde que não partamos para a vingança.

Porém, de qualquer forma, todo conflito nunca é bem vindo  ao sistema emocional e para a nossa  paz com Deus e com o irmão. Ficamos muito mal, e esse mal estar nos prejudica  muito.

Que Deus nos ajude a conseguir contornar as diferenças entre nos e os nossos irmãos, de forma  que  nunca  saiamos fora dos ensinamentos do Evangelho, quando surgir um desentendimento entre nós e os nossos irmãos e irmãs.

 

Fica com Deus. José Salviano.