domingo, 2 de maio de 2021

CRISTÃOS UNIDOS A CRISTO PRODUZEM FRUTOS DE QUALIDADE - Maria de Lourdes Cury Macedo

 


Domingo, 2 de maio de 2021.

Evangelho de Jo15,1-8.

 

         A Liturgia da Palavra deste 5º Domingo do Tempo Pascal enfatiza a união vital dos discípulos com o Ressuscitado, do batizado com sua comunidade de fé. Jesus explica essa união de vida por meio da metáfora da videira. Jesus se apresenta como a “videira verdadeira” e nós, seus discípulos, os ramos, vitalmente unidos a ele. No primeiro Testamento, a videira era considerada o símbolo do povo eleito de Deus. Mas essa videira não correspondeu às expectativas do “agricultor”.

A comparação da videira é comum e frequente no AT. O povo de Israel fora comparado à vinha que não correspondera às expectativas de Javé, que a plantara na esperança de vê-la produzir bons frutos de direito e justiça. Esta comparação servia então para indicar a infidelidade de Israel que não produziu os frutos esperados. Foram infiéis.

         Jesus recapitula, ou seja, realiza, atualiza o A.T. Jesus recupera a velha imagem do A.T. e se declara como a verdadeira videira, cujo Pai é o agricultor. Se Jesus é a verdadeira videira, só ele é capaz de produzir frutos que Deus espera. Frutos de justiça, retidão e amor. Só em Jesus é que se pode realizar o que o Pai anseia, deseja, ou aquilo que espera de seu povo. Portanto, só Jesus é autêntico e fiel, só Jesus é a verdadeira videira. O Pai é o agricultor, ou seja, aquele que põe em ação seu projeto de instaurar na terra o direito e a justiça, a liberdade e a vida para todos.

         A comparação da videira fala de algo dinâmico, de vida, seiva que circula animando todo o ser. Assim Jesus quer que seja a Igreja e cada cristão: vivo, ativo, unido e alimentado pela graça, ouvinte e servidor da Palavra na prática sacramental. Cristão isolado não cumpre sua missão. A imagem da videira faz lembrar a realidade do cristão unido ao tronco, que é Cristo, e os ramos que, unidos entre si, formam a comunidade. A comunidade cristã é chamada a dar frutos em Cristo, pelo fato dela estar enraizada em Jesus e no Pai. O Pai como bom agricultor cuida da videira com a intenção de fazê-la produzir muitos frutos.

         Um ramo separado da planta, depois de certo tempo, apresenta sinais de morte. O mesmo acontece com aqueles que se separam de Cristo e da própria comunidade, logo cessam de produzir frutos. O ramo seco representa: misérias, infidelidades ao Evangelho, fraquezas, pequenos e grandes pecados que se encontram em todos os discípulos, até mesmo nos mais devotos e coerentes. Representam também, os cristãos que vivem a fé separada da vida e isto significa que eles não entenderam a dimensão da proposta de Jesus.

         Quem tem uma autêntica comunhão com Jesus é transformado por dentro, isto é, vida de quem tem fé. Quem não é transformado, não está em comunhão com Jesus. Confessar puramente que tem fé é inútil.

O Pai como bom agricultor cuida da videira, com a intenção de fazê-la produzir muitos frutos. Este cuidado do Pai fica claro no texto quando aparece a imagem da poda. É importante saber que sem a poda, a videira dentro de alguns anos, torna-se estéril e acaba morrendo. A poda é importante para a videira crescer mais forte e viçosa. Sem a poda ela se torna estéril e acaba morrendo. Portanto, podar não é fazer a videira sofrer, judiar dela, mas, dar condições para ela ter mais vida e produzir em abundância. A poda na vida do cristão não é provação e sim graça.

         A alegria do agricultor é ver a videira carregada de excelentes frutos. A glória do Pai é uma comunidade fortemente unida a Jesus, comprometida com Ele, carregada de frutos. Só permanecendo unido a Cristo o homem pode realizar obras que sejam frutos do Espírito Santo.

Neste texto aparece oito vezes o Verbo Permanecer. PERMANECER é estar alimentado da Palavra. Podemos entender o verbo permanecer como AMOR. As pessoas que permanecem em Jesus, fazem o que Jesus quer, ouvem a sua Palavra, a sua voz, rezam, frequentam a Igreja e os sacramentos, pensam e agem como Jesus, são os cristãos unidos ao tronco. Com Jesus formam uma só coisa, no exemplo da videira, formam uma só planta. Assim os cristãos permanecem unidos a Jesus (tronco) pelo AMOR. Se estivermos unidos à videira, que é Jesus, também daremos os frutos que Jesus deu e então poderemos ser Cristo para os nossos irmãos.

         Permanecer em Cristo é dar frutos de justiça, de paz, de amor, de igualdade, de fraternidade, de solidariedade, de serenidade, de confiança, esperança, de perdão, de generosidade, de misericórdia e muitos outros...  Assim pelos frutos conheceremos de que árvore é a comunidade. Produzir tais frutos é ser da árvore cujo tronco é Jesus. Os ramos que se mantêm unidos ao tronco recebem a seiva da vida que os trona fortes, vigorosos e férteis. Produzem muitos frutos de excelente qualidade, assim como os de Jesus: perfeitos e comestíveis.

         Por isso Jesus fala: “se permanecerem em mim, e minhas palavras permanecerem em vocês, peçam o que quiserem, e isto lhes será concedido”. Portanto, estes são os requisitos para ser uma comunidade cristã: - ouvir a palavra; - ter amor e fé; - e ter vida de oração.  Estes requisitos são tão essenciais ao cristão, assim como a seiva é para a planta. A alegria do agricultor é ver a videira carregada de excelentes frutos. A glória do Pai é uma comunidade comprometida com seu ensinamento, fortemente unida a Jesus, que é a videira, cujos frutos são a justiça, a retidão e o amor.

         Não existe vida para o ramo, se ele estiver separado do tronco. O ramo que se separa do tronco, seca e morre sem produzir frutos, vira lenha e é lançado ao fogo. Sem Jesus não há vida, não há frutos, que é a santidade de uma vida fértil unida a ele.

         A videira produz uvas, não para si, mas para os outros. Esta é a alegria do ramo: produzir frutos para os outros. Assim também o cristão: sua alegria é produzir boas obras, gestos concretos de caridade, de amor para que os outros sejam mais felizes e tenham vida digna. Essas são as condições para que a comunidade cresça e desenvolva sua missão de ser autêntico cristão – discípulo missionário.

         Assim se constrói uma vida de fé sólida e uma Igreja viva. Separados de Jesus acabamos mergulhados em nossas próprias deficiências, isto é, imperfeições, pecados, erros. Não serviremos pra nada, a não ser para ser queimados.

        

Um grande abraço em Cristo!

         Maria de Lourdes

 

 

3 comentários:

  1. Precisamos cortar os velhos galhos e ficarmos com o tronco, extirpando os pecados e juntos a Deus. Ele nos ampara e fortalece , em todos momentos de nossa Vida . Obrigada por sua disponibilidade em transmitir as homilias. Bom domingo!

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  2. Parabéns por esta tão explicativa reflexão!!! Temos que estar junto de Jesus e vivenciar no nosso dia a dia o amor que Ele nos ensinou!!!

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  3. Eu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, na Bahia da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe(José Salviano, Helena Serpa, Olívia Coutinho, Dehoniamos, Jorge Lorente, Vera Lúcia, Maria de Lourdes Cury Macedo) colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que doaram um pouco do seu tempo para evangelizar, catequizar e edificar o reino de Deus, que o Senhor Jesus Cristo e Nossa Mãe Maria Santíssima continue iluminando a todos. Abraços fraternos.

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