quinta-feira, 25 de março de 2021

O SENHOR JESUS É O REI DA PAZ – Maria de Lourdes Cury Macedo.

 


 

Domingo, 28 de março de 2021.

Evangelho de Mc 11, 1-10.

 

Com a celebração do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, a Igreja abre a Semana Santa, Semana Maior. Entrar na Semana Santa é entrar em Jerusalém com Jesus, onde Ele será aclamado como Rei, mas será crucificado daí uns dias.

Jesus entra em Jerusalém, como Messias, o rei da paz, manso e humilde, indicando um reino de Justiça, de Amor e paz montado num burrinho, conforme havia sido profetizado muitos séculos antes (Zac. 9,9). Jesus entra triunfalmente em Jerusalém porque é acolhido como Rei, embora sendo um rei diferente dos reis, sem cavalo de raça, sem carruagem, sem luxo, sem súditos, sem exército... Um rei pobre montado num jumento, montaria dos pobres.

Jesus não veio para dominar, mas para proclamar o reino da paz, da fraternidade e da justiça. Jesus não é um Rei com valores do “mundo”, seu reinado é o serviço e amor a todos. Um reino próximo do povo e para o povo, muito diferente do que havia até então. De acordo com a concepção dos judeus, o povo esperava um Messias diferente, triunfante, mas Jesus é simples, se achega às pessoas com simplicidade, humildade, sem cerimônias e formalidades. Muitos não entenderam o reinado de Jesus, como hoje muitos ainda não entendem quem é Jesus e qual o seu reinado.

 

A celebração de hoje inicia-se com o Hosana! O povo gritava “Hosana” que em hebraico, significa “salve-nos!” E culmina no crucifica-o! Era isso que aquele povo sofrido gritava à passagem de Jesus, montado em um simples jumento. O povo que pedia por sua salvação, reconhecia definitivamente naquele homem que passava o Salvador tão esperado, aquele que poderia libertá-lo do sofrimento e do jugo dos dominadores. Todos sacudiam ramos de palmeira ou de oliveira, jogavam suas vestes no chão para Jesus passar, aclamavam com fervor como que enlouquecidos pelo Rei Jesus. Os ramos da oliveira, árvore da qual se extrai o azeite, era uma forma de aclamar Jesus como o Ungido, o Messias esperado. Muitos que gritavam louvando e saudando Cristo, depois incitados pelos sumos sacerdotes gritaram juntos com os outros “Crucifica-O”.

Mas esse grito crucifica-O não é absurdo; é, antes, o coração do mistério. O mistério que se quer proclamar é este: Jesus se entregou voluntariamente a sua Paixão; não se sentiu esmagado por forças maiores do que Ele (Ninguém me tira a vida, mas eu a dou por própria vontade Jo10,18). Foi Ele que, conhecendo a vontade do Pai, compreendeu que havia chegado a hora e a acolheu com a obediência livre do filho e com infinito amor para os homens.

Esse fato nos leva a recordar que quantas vezes louvamos Jesus com os lábios, O recebemos na Eucaristia, mas o condenamos com a nossa língua ferina, com a maneira de viver, de ser, de agir. São muitas as maneiras de crucificarmos Cristo Jesus, quando somos coniventes com as injustiças, com a opressão, quando falamos mal dos nossos irmãos, quando damos continuidade a fofocas e intrigas que fazem nossos irmãos sofrerem. São muitas as formas de condenação de Cristo que hoje fazemos e que mostram a necessidade de conversão que precisamos todos os dias. Somos pecadores, precisamos mudar de direção, ser mais amorosos com o próximo.

Hoje Jesus quer também entrar triunfante na vida dos homens, sobre uma montaria humilde: quer que demos testemunho d’Ele com a simplicidade do nosso trabalho bem feito, com a nossa alegria, com a nossa serenidade, com a nossa sincera preocupação pelos outros. Quer fazer-se presente em nós através das situações da nossa vida humana. A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém pede-nos coerência e perseverança, aprofundamento da nossa fidelidade, para que os nossos propósitos não sejam luz que brilha momentaneamente e logo se apaga. Dentro do nosso coração, há profundos contrastes: somos capazes do melhor e do pior. Se queremos ter em nós a vida divina, triunfar com Cristo, temos de ser constantes e romper como pecado, com o mal, que nos afasta de Deus e nos impede de acompanhar o Senhor até a Cruz.

Vamos aproveitar essa celebração dos ramos para aprender com Jesus a sermos simples, humildes, mansos... Só a Ele, devemos aclamar, porque Ele é o verdadeiro Rei. Podemos saudar Jesus com ramos, com bandeirinhas, com foguetes, mas principalmente saudá-Lo com uma vida de simplicidade, humildade, amor e serviço aos irmãos.

O povo da primeira Aliança, que durante a Festa das 
Tendas levava ramos nas mãos, simbolizando a esperança no Messias, hoje, nós aclamamos o Cristo Rei Redentor, Ressuscitado, Vitorioso e podemos renovar nossa adesão a Ele. Deixemos que o mistério pascal da paixão, morte e ressurreição de Jesus se realize em nossa vida.

A Boa Notícia deste domingo é o anúncio daquele que se fez servo, paciente nas provações, obediente até a morte e morte de cruz para salvar a humanidade do pecado e da morte.

Que nós possamos nestes dias da Semana Santa estar unidos à Virgem Maria no Monte Calvário, permanecendo com ela aos pés da Cruz, velando com ela o Cristo morto, aguardando também com ela o dia luminoso da ressurreição.  Que ela interceda por nós e nos faça direcionar os nossos passos no caminho da verdade e do bem. Assim seja.

 

Abraços em Cristo!

Maria de Lourdes

 

 

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