segunda-feira, 22 de março de 2021

Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor-Jorge Lorente

 

Evangelhos Dominicais Comentados

28/março/2021 --  Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor

Evangelho: (Mc 11,1-10)

 

Naquele tempo, quando se aproximaram de Jerusalém, na altura de Betfagé e de Betânia, junto ao monte das Oliveiras, Jesus enviou dois discípulos, dizendo: “Ide até o povoado que está em frente e, logo que ali entrardes, encontrareis amarrado um jumentinho que nunca foi montado. Desamarrai-o e trazei-o aqui! Se  alguém disser: ‘Por que fazeis isso?’, dizei: ‘O Senhor precisa dele, mas logo o mandará de volta”. Eles foram e encontraram um jumentinho amarrado junto de uma porta, do lado de fora, na rua, e o desamarraram. Alguns dos que estavam ali disseram: “O que estais fazendo, desamarrando esse jumentinho?” Os discípulos responderam como Jesus havia dito, e eles permitiram. Levaram então o jumentinho a Jesus, colocaram sobre ele os seus mantos, e Jesus montou. Muitos estenderam seus mantos pelo caminho, outros espalharam ramos que haviam apanhado nos campos. Os que iam à frente e os que vinham atrás gritavam: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito seja o reino que vem, o reino de nosso pai Davi! Hosana no mais alto dos céus!”

 COMENTÁRIO 

Já estamos vivendo o Domingo de Ramos, o dia que nos introduz na Semana da Paixão do Senhor. A Liturgia de hoje nos oferece dois evangelhos de Marcos; um para a bênção dos ramos (Mc 11,1-10) e outro extenso para a Liturgia da Palavra (Mc 14,1-15,47). Para nossa meditação, vamos nos ater ao evangelho da bênção dos ramos (Mc 11,1-10), que relata a entrada triunfal de Jesus em Belém.

 

Ao entrar em Jerusalém, Jesus é aclamado Rei. No entanto, Jesus é um Rei diferente. Ao contrário dos outros reis que andavam em carros de guerra, Jesus é um Rei manso, humilde e pacífico.

 

Um Rei capaz de lavar os pés dos seus súditos, sem perder sua majestade. Um Rei que fez questão de esclarecer que veio para servir.  O povo se aglomera para receber esse ‘serviçal’ e o reconhece como seu Rei, seu Salvador. Por isso, as pessoas estendem seus mantos à sua passagem.

 

Certamente, ao ver a multidão gritar Hosana! “Salva-nos!”, os poderosos ficaram preocupados e agitados. A presença de Jesus sempre preocupa. Jesus é uma ameaça para aqueles que vivem às custas do suor do povo. A simples presença de Jesus já é motivo para sonharmos com a liberdade.

 

O tema da Campanha da Fraternidade deste ano nos fala de paz, de superação da violência, fala de diálogo, de aproximação, fala de viver fraternalmente. Certa ocasião, disse Jesus: “Pai, que eles sejam um, como nós o somos!” Mas como transformar em realidade essas palavras? Para por em prática esse pedido de Jesus, basta colocar-se a serviço da sociedade, a serviço dos irmãos. 

 

As atividades libertadoras realizadas por Jesus desafiam o poder opressor. A vinda do Rei-pobre exige opção, exige uma definição, ou o recusamos ou o aceitamos, não existe meio termo. Esse é o grande desafio. Ficar com o verdadeiro ou com o falso. Ficar com o antigo ou aceitar a Nova Aliança.

 

Veja o que é preciso para ficar com Jesus: Primeiramente é preciso abrir mão do poder e assumir o serviço. É uma decisão difícil, que nos coloca numa posição incômoda. Não é fácil aceitar o convite do Salvador.

 

A proposta de mudança de Jesus é uma proposta radical. Se trouxermos para os nossos dias, significa abrir mão dos grandes lucros, significa tirar do dicionário a palavra ‘propina’ e preocupar-se com os idosos, aposentados e desempregados.

 

O Rei é justo e exige preocupação com os dependentes químicos, com os enfermos e com os preços abusivos dos remédios. São mudanças que exigem desprendimento e renúncia; exigem humildade, solidariedade e amor ao próximo.

 

Jesus veio para nos trazer a paz, porém, paz é muito mais do que ausência de guerra. Por tudo isso, nós não podemos permitir que se repita a mesma cena de dois mil anos atrás. É bom lembrar que os mesmos que exaltaram Jesus, também o condenaram. Exaltar Jesus é aderir ao seu Projeto.

 

Aderir ao Cristo significa mudar. Quem não muda e não assume o compromisso batismal, é como aquele que hoje estende o seu manto e grita “Hosanas!” e que, em menos de uma semana depois, se posiciona no meio da multidão para gritar: “Crucifica-o! Crucifica-o!”

 

Jesus espera ouvir-nos gritando Hosanas e apresentando-o ao mundo! Todos precisam conhecer o Verdadeiro Rei, conhecer a Boa Nova da sua presença entre nós. É hora de reconhecer o Rei na pessoa dos pequenos e sofredores. Através dos humildes, Jesus nos convoca para o seu exército. O convite está feito. Recusar ou aceitá-lo é uma questão de livre escolha.

 

jorge.lorente@miliciadaimaculada.org.br - 28/março/2021

 

 

(08694) - Palavras de Vida       [355]

 

Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor – 28/março/2021

 

Op-  (08695) –  “Tua Palavra é assim”    Sobe 10” e cai mantendo BG

 

Loc – Bom dia para você que nos acompanha através das emissoras interligadas à Rede Imaculada de Comunicação!

 

Loc – A partir de agora apresentamos: Palavras de Vida!

 

Loc – Vamos juntos refletir e nos alimentar da Palavra de Deus deste domingo, dia do Senhor.

 

Op-  (08695) –  “Tua Palavra é assim”    Sobe 10” e cai mantendo BG

 

Loc – Assim é a Palavra de Deus! Ela não pode passar sem marcar nosso dia a dia, sem deixar um sinal indicativo do verdadeiro caminho.

 

Loc – Celebramos hoje o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor e a liturgia deste último Domingo da Quaresma nos convida a contemplar esse Deus que, por amor, desceu do Céu ao nosso encontro. Um Deus que compartilhou da nossa humanidade, se fez servo dos homens, e que deixou-se matar para que o egoísmo e o pecado fossem vencidos. A cruz, que a liturgia deste domingo ressalta, nos apresenta a lição suprema, o último passo desse caminho de vida nova que Deus Pai nos propõe, através de seu Filho Jesus Cristo: a doação da vida por amor.

 

 

Vejamos as leituras de hoje:

 

Primeira leitura Is 50, 4-7

 

Na primeira leitura nós nos encontramos com Isaias, um profeta chamado por Deus para testemunhar, no meio das nações, a Palavra da salvação. Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta Isaias confiou plenamente e concretizou, com total fidelidade, os projetos de Deus. Apesar de sua missão terminar num aparente insucesso, a dor do profeta não foi em vão: ela tem um valor redentor, pois do seu sofrimento resulta o perdão para o pecado do Povo. Deus aprecia o sacrifício do profeta e irá recompensá-lo elevando-o diante de todos, fazendo-o triunfar sobre seus adversários. Os primeiros cristãos viram neste servo a figura de Jesus, a Palavra de Deus feita carne, que oferece a sua vida para trazer a salvação, a libertação para toda humanidade. A vida de Jesus realiza plenamente esse destino de entrega da vida em favor de todos; e a sua glorificação mostra que uma vida vivida dessa maneira não termina no fracasso, mas na ressurreição que gera vida nova. Jesus, o servo sofredor, que faz da sua vida um dom amoroso, mostra aos seus seguidores o verdadeiro caminho. A mensagem central deste texto quer nos mostrar que a vida, quando é posta a serviço da libertação dos pobres e dos oprimidos, não é perdida mesmo que, na visão humana, pareça fracassada e sem sentido. 

 

Op - (04972) –  “Liberdade que Cristo me dá”  6’ 08”

 

 

Salmo 21 (22)

 

O salmo 21 é a súplica de um inocente perseguido. Ele vive a experiência mais profunda do sofrimento, que é sentir-se abandonado pelo próprio Deus. A lembrança dos benefícios concedidos aos antepassados fundamenta sua súplica e procura sensibilizar Deus a agir. Ao seu sofrimento e à sensação de abandono, soma-se também a marginalização. O salmista sente-se abandonado e questiona dizendo: “E o senhor Deus não vai socorrer o marginalizado?” “Será que Ele vai abandonar aqueles que lhe pertencem?” No seguimento de suas palavras, percebe-se que o autor deste salmo vai definhando, enfraquecendo, aproximando-se de seus últimos dias de vida e chega até mesmo a dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?” No entanto, ao final, ele reconhece que Deus jamais abandona o pobre que clama e passa então, do extremo sofrimento que vivia, para a confiança total nesse Deus maravilhoso, justo e misericordioso.

 

Op - (05639) –  “Oceano de misericórdia”  4’ 21”

 

Segunda leitura Fl 2, 6-11

 

A segunda leitura, tirada da Carta de São Paulo aos filipenses nos apresenta o exemplo de Cristo. Um Deus que renunciou ao orgulho e à arrogância, para escolher a obediência ao Pai e o serviço aos homens, até à doação de sua própria vida. É esse mesmo caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe. A cidade de Filipos era uma cidade próspera, com uma população constituída na sua maioria por veteranos do exército romano. Organizada à maneira de Roma, estava fora da jurisdição dos governantes das províncias locais e dependia diretamente do imperador. Por isso, Filipos gozava dos mesmos privilégios das cidades da Itália. A comunidade cristã, fundada por Paulo em Filipos, era uma comunidade entusiasta, generosa, comprometida com as necessidades de Paulo e da Igreja. Apesar destes sinais positivos, não era, no entanto, uma comunidade perfeita. O desprendimento, a humildade, a simplicidade, não eram valores muito apreciados entre a classe mais abastada que compunha a comunidade. É neste contexto que podemos situar o texto que esta leitura nos apresenta. Paulo convida os filipenses a encarnar os valores que marcaram a trajetória existencial de Cristo. O apelo à humildade e ao desprendimento que Paulo faz aos Filipenses e a todos nós cristãos é este: o cristão deve ter como exemplo o Cristo autêntico e verdadeiro, deve seguir o caminho do Cristo Servo sofredor e humilde, que fez da sua vida uma doação total. Esse caminho não levará ao aniquilamento, mas à glória, à vida plena. Paulo tem consciência de que está pedindo aos filipenses algo muito difícil; mas é fundamental que assim seja. O cristão tem que seguir o exemplo, o testemunho do Mestre Jesus Cristo.

 

Op - (01445) –  “Senhor eu quero te seguir”  3’ 54”

 

 

Evangelho Mc 14, 1-15,47

 

O Evangelho, segundo Marcos, cap 14, versículo 1 ao capítulo 15, vers 47, é bastante extenso e nos convida a contemplar a paixão e morte de Jesus: é o momento supremo de uma vida doada e de serviço a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz se revela o amor de Deus, esse amor que não guarda nada para si, mas que se doa totalmente. Marcos procura, no seu Evangelho, apresentar a figura de Jesus de acordo com duas grandes coordenadas. Uma desenvolvida na primeira parte apresenta Jesus como o Messias, enviado por Deus aos homens para lhes propor o Reino, e outra tratada na segunda parte do Evangelho, apresenta Jesus como o Filho de Deus, que para cumprir a missão que o Pai lhe confiou tem de passar pela paixão e morte, mas a quem Deus Pai irá ressuscitar. A leitura de hoje é o relato da paixão de Jesus. Este relato está fundamentado em acontecimentos concretos, não é uma simples reportagem jornalística da condenação à morte de um inocente; mas é, sobretudo, uma catequese destinada a apresentar Jesus como o Filho de Deus. O verdadeiro Deus que aceita cumprir o projeto do Pai, mesmo quando esse projeto passa pelo destino da cruz. Ao longo de todo o processo, Jesus manifesta uma grande serenidade e uma total conformação com tudo aquilo que está passando e que irá passar. Não se trata de passividade ou de inconsciência, mas de aceitação serena de um caminho que Ele sabe que passa pela dor da cruz. Marcos sugere, desta forma, que Jesus está perfeitamente conformado com o projeto do Pai e que a sua vontade é cumprir fiel e integralmente o plano de Deus, sem objeções ou resistências de qualquer espécie. Marcos pretende que as pessoas, para quem sua catequese se destina, concluam e repitam aquela frase do centurião romano que testemunhou a paixão e morte de Jesus: “na verdade, este homem era o Filho de Deus”. Fica assim demonstrada a tese que Marcos que, desde o início de seu Evangelho se propôs apresentar: Jesus, o Messias, é verdadeiramente o Filho de Deus.

 

Op - (06330) –  “Deus tem um plano pra você”  3’ 51”

 

 

Loc – Com os trabalhos técnicos de ..................... e apresentação de Jorge Lorente, nós encerramos a nossa meditação da Palavra de Deus. Obrigado por seu carinho e audiência. Palavras de Vida volta no próximo domingo neste mesmo horário. Continue conosco, em instantes estaremos rezando com você através das canções que falam de fé, amor e fraternidade. Deus abençoe seu lar e sua semana. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo e salve Maria Imaculada!

 

 

Um comentário:

  1. Eu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, na Bahia da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe(José Salviano, Helena Serpa, Olívia Coutinho, Dehoniamos, Jorge Lorente, Vera Lúcia, Maria de Lourdes Cury Macedo) colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que doaram um pouco do seu tempo para evangelizar, catequizar e edificar o reino de Deus, que o Senhor Jesus Cristo e Nossa Mãe Maria Santíssima continue iluminando a todos. Abraços fraternos.

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