terça-feira, 16 de março de 2021

-Atirar a primeira pedra-José Salviano

 

22 de Março de 2021-Ano B

 

Evangelho Jo 8,1-11

 


Evangelho

Jesus, porém, foi para o Monte das Oliveiras.
E pela manhã cedo tornou para o templo, e todo o povo vinha ter com ele, e, assentando-se, os ensinava.
E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério;
E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando.
E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?
Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra.
E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.
E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra.
Quando ouviram isto, redargüidos da consciência, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava no meio.
E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?
E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais.


Reflexão

Segundo a Lei de Moisés,  (que está escrito no Levítico), todo ser humano, homem ou mulher que for apanhado em flagrante de adultério, deve ser apedrejado. Porém, a misericórdia de Jesus é maior do que o cumprimento da Lei. Ou seja, por que tirar uma vida sem antes lhe dar uma oportunidade de se converter? E se a pessoa se arrepender de verdade? Mesmo assim temos de eliminá-la?

Para Jesus, o AMOR está acima da Lei. Pois Jesus nos veio para  nos mostrar que o amor  a Deus e o amor ao irmão,  é a única solução para todos os nossos problemas existenciais de relacionamento. Se vivêssemos o amor,  não haveria nenhum crime, não haveria nenhuma injustiça, e esta vida terrena seria uma outra realidade muito mais habitável!

Para Deus não há casos perdidos.  Por isso, poderemos  um dia ver no Céu, muitos que hoje nós consideramos verdadeiros  monstros  sociais  por aqui.

Meus irmãos, e irmãs.  Se tomarmos  de verdade  a consciência  dos nossos muitos pecados,  dos nossos defeitos,  jamais teríamos coragem de ficar  apontando o dedo para os defeitos e pecados dos nossos irmãos e irmãs.  Assim, muitas brigas seriam evitadas, muitas injustiças não seriam cometidas!

O Evangelho de hoje nos coloca  diante da LEI e da MISERICÓRDIA.  

De um lado, vemos a hipocrisia dos judeus que  numa atitude de provar, de provocar, de testar  a pessoa do Filho de Deus, lhe apresenta uma mulher adúltera,  pensando que estariam colocado Jesus em um verdadeiro beco sem saída.  Porém, Jesus em sua sabedoria divina,  lhes mostra que  o ato de atirar a primeira pedra é o mesmo que exercer a função de juiz, esquecendo os próprios pecados.

Jesus conhecendo o que cada um  daqueles homens havia feito em sua caminhada até ali, lançou o grande desafio. Aquele que não tiver nenhum pecado, atire a primeira pedra!

E assim, não aconteceu nenhuma pedrada, pois ali todos também já haviam feitos coisas  iguais ou piores do que  o pecado daquela mulher.

Será que isso já aconteceu com algum de nós?  Com o professor que faz uma punição ao um aluno  que cometeu um ato imoral?  Com o pai que pegou em flagrante o filho ou a filha fazendo algo condenável? Com o chefe da empresa? Com o policial? Com o próprio juiz? Com o inspetor de alunos?  Com a irmã que vive apontando o dedo para os erros da própria irmã que ela sente tanta inveja?

Gostamos de condenar. Porém, não gostamos de sermos condenados.  Gostamos de sermos perdoados, porém, não  perdoamos de verdade.

Que Deus nos ajude a nos espelhar na misericórdia de Jesus, e moderar em nossos atos de correção que chamamos de fraterna. Pois para ser uma verdadeira correção fraterna, precisamos levar em conta que também nós cometemos atos por vezes ilícitos, e que somos feitos da mesma matéria que a pessoa que julgamos é feita. Ou seja, que nós também estamos sujeitos aos mesmos defeitos, ou até piores que os defeitos da pessoa a que ousamos julgar.

 

Seja justo(a).  E fica com Deus. José Salviano.

 

 

 

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