terça-feira, 12 de janeiro de 2021

-Segue-me-José Salviano

 

16  de Janeiro de 2021-Ano B

 

Evangelho Mc 2,13-17


 

Evangelho

 

Minha irmã, meu irmão. Jesus hoje está dizendo a você: Segue-me. E o  que vem a ser seguir Jesus? Ora. Seguir o Mestre é colar em suas pegadas, para não nos perder na floresta perigosa que é este mundo. Na floresta cheia de animais predadores, que a qualquer momento podem nos devorar.

São predadores por todos os lados, e acima de nós. Os que estão acima de nós são os possuidores de poderes, contra os quais, é humanamente impossível contestá-los. Digamos humanamente, pois para Deus nada é impossível. Assim, com a sua força, podemos tudo. Pois tudo podemos naquele que nos dá força.

E do nosso lado estão os predadores iguais a nós, ou seja, os nossos concorrentes, que  podem fazer de tudo para atrapalhar o nosso progresso, principalmente na espiritualidade.

Porém, todos são nossos irmãos, pois todos somos filhos de um mesmo  Pai. E, apesar de tudo, temos de amá-los como Cristo nos amou.  Esta é a dinâmica da vida terrena, para podermos alcançar a vida eterna. Pois não podemos nos esquecer de que também somos pecadores...

No Evangelho de hoje, Jesus come com os pecadores, e isso irrita os líderes judaicos. Almoçar com os publicanos era uma afronta aos costume e à Lei. Isto porque os publicanos eram odiados por colaborarem com o poder romano arrecadando, ou melhor, arrancando o dinheiro do povo. Por isso eram considerados impuros e pecadores.

O sistema de cobrança de impostos era o que chamamos hoje de terceirização. A máquina do Estado do Império romano que dominava grande parte da Europa incluindo a Palestina não se dispunha de funcionários o suficiente para realizar a cobrança de tanto imposto. Então o Estado romano contratava empresários para fazer a cobrança dos impostos, sob o sistema de arrendamento. Estes arrendatários terceirizados eram muito ricos oriundos da elite sendo muitos deles anciãos membros do Sinédrio e Senadores. Assim, notamos que a classe dominante comia junto com os dominadores romanos, em troca da preservação de seus privilégios.

O povo sofria com esta exploração, pois era 3 vezes explorados. Do imposto arrecadado, uma parte ia para o Império Romano, outra parte era a taxa de serviço do arrendatário, e a terceira parte era o que o empresário arrendatário dono da Agência de Arrecadação, pegava para si, isto é, roubava. Por isso eram muito ricos.

Os publicanos eram os empregados desta agência, que fazia o serviço sujo vigiados pelos soldados romanos, por isso não podiam pegar nem uma moedinha. E qualquer deslize ou tentativa, eram mandados embora do emprego. Eram geralmente pobres e a falta de emprego os obrigava a fazer esse serviço odioso.

O povo não escapava da exploração romana. O imposto sob forte apoio dos guardas era feito em vários lugares: Além de pagar direitos de Alfândega, o povo era obrigado a pagar imposto de pedágio nas entradas dos povoados, nas pontes, nos vaus, e nas encruzilhadas dos caminhos. Não tinha para onde correr ou escapar. Pelo contrário. Tinha cidadão que pagava até três impostos por dia, pois precisava se deslocar de vários lugares para outros. Era uma situação insustentável de tamanha injustiça, e pensar que tudo isso tinha o apoio da classe dominante local, OS TRAIDORES DA PÁTRIA.

E era por isso que os publicanos eram odiados por explorar o povo para os romanos e considerados: pecadores, impuros e por isso eram desprezados.

Jesus fez questão de convidar um desses cobradores de impostos discriminado pela sociedade, para fazer parte do seu grupo.

        "Jesus Cristo, viu sentado ao balcão um coletor de impostos, por nome Levi, e disse-lhe: Segue-me. Deixando ele tudo, levantou-se e o seguiu." 

Depois desse convite, Jesus foi jantar na casa de Levi. Os fariseus que andavam sempre no encalço de Jesus, também estavam presentes no local, e criticou a atitude de Jesus por estar jantando na companhia de um impuro publicano. Engraçadinhos! Eles podiam roubar o povo juntamente com os romanos. Mais naquele momento fingiam que eram contra a exploração dos dominadores através dos publicanos. 

Eles conversaram com os discípulos um tanto afastados do Mestre. Mas Jesus não precisava ouvir com os ouvidos humanos. Ele sabia o que se passava dentro das mentes das pessoas principalmente dos fariseus. Então Jesus respondeu:

        Não são os homens de boa saúde que necessitam de médico, mas sim os enfermos. Não vim chamar à conversão os justos, mas sim os pecadores.

E a cobrança de impostos na sua cidade. Vai bem? O retorno desse dinheiro para a população é muito eficiente. Certo? O povo tem escolas, boas estradas, água encanada, saneamento básico e o Serviço de Assistência Médica-hospitalar é tão eficiente que ninguém precisa pagar Plano de Saúde. Que maravilha!  Não é mesmo?

Roguemos a Deus Pai para que toda justiça seja feita, e ninguém seja desprezado, excluído e discriminado dos demais. Amém.

 

 

Tenha um bom dia. José Salviano

 

 

 

Um comentário:

  1. Eu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, na Bahia da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe(José Salviano, Helena Serpa, Olívia Coutinho, Dehoniamos, Jorge Lorente, Vera Lúcia, Maria de Lourdes Cury Macedo) colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que doaram um pouco do seu tempo para evangelizar, catequizar e edificar o reino de Deus, que o Senhor Jesus Cristo e Nossa Mãe Maria Santíssima continue iluminando a todos. Abraços fraternos.

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