09 de Janeiro de 2021-Ano B
Evangelho Jo 3,22-30
João Batista estava muito certo. Pois em tudo o que fazemos
principalmente em se tratando do Reino de Deus, quem tem de aparecer não é a
nossa pessoa, mas sim, a pessoa de Jesus.
Por mais santo que você seja, nunca permita que passe pela sua
cabeça, que você é tão santo como Jesus.
Sejamos santos, sim, anunciemos a palavra, mas sempre
com a humildade de João Batista, diante da pessoa de Nosso Senhor
Jesus Cristo! O lema de João foi esse: Importa que ele cresça e que eu
diminua.
Diante da
discussão entre os discípulos de João e um judeu, a respeito da purificação,
João Batista age com muita habilidade, para resolver aquele desentendimento. Os
judeus entendiam a questão da purificação de uma forma totalmente distorcida ao
longo dos tempos, enquanto que João Batista e seus discípulos a entendiam da
forma que lhes foi inspirada pelo Espírito Santo.
Mas João
está mesmo é preocupado em concluir o seu trabalho de preparação dos caminhos
que levam ao Messias. E naquele momento ele já estava quase terminando a sua
tarefa. Vejam que Ele afirma: Importa que ele cresça e que eu diminua.
A figura
de João Batista tinha crescido tanto que poderia até prejudicar a pessoa de
Jesus Cristo. Por isso é que ele se expressa desse jeito. Ele vê Jesus se
aproximando, e diz: "Eis o Cordeiro de Deus,
aquele que tira o pecado do mundo". O fato de João
apontar Jesus como o Cordeiro recorda imediatamente a Páscoa da libertação da
escravidão egípcia (cf, Êxodo 12,1-14). A prática de Jesus será uma prática de
libertação e de passagem da escravidão e morte para a liberdade e a vida.
Jesus vai tirar o pecado do "mundo". Pecado é adesão a um sistema
social que gera a morte do povoe do mundo. Com sua prática, Jesus libertará as
pessoas desse sistema de morte. Todavia, isso não se dará sem o enfrentamento
do centro do poder, representado pelo Sinédrio, o supremo tribunal que irá
condenar e matar Jesus. Mas Jesus ressuscitará e vencerá o poder da morte.
Em seu
testemunho, João afirma que Jesus é mais importante do que ele. Por isso ele,
João precisa encolher, para dar lugar ao brilho de Jesus.
Seria um
absurdo também se algum de nós se considerasse tão importante quanto a pessoa
de Jesus, por mais santo que possamos ser. Quando estamos dedicados ao nosso
trabalho pastoral, missionário, recebemos muitos elogios, que podem por um
momento nos envaidecer, nos fazer sentir grande. Cuidado! Grande, Santo é só
um. Deus.
Observem
que o próprio Jesus repreendeu aquele jovem quando o chamou de Mestre. Por que
Mestre é só o Pai.
Irmãos.
Sejamos humildes. Os elogios são importantes, e até necessários para incentivar
alguém que está dando tudo pelo Reino de Deus. Mas vai devagar. Não se ache o
máximo diante dos elogios.
João
Batista ao se preocupar em diminuir a sua importância, a sua imagem para que
Jesus possa crescer e exercer a sua missão, nos ensina que nenhum líder
comunitário deve fazer-se mais importante que o padre, ou o vigário da
paróquia.
Por outro
lado, o padre não tem o direito de dificultar o trabalho de um catequista pelo
fato dele saber mais que o padre. Pelo fato do catequista ser um iluminado, e
muito esforçado. O padre tem por obrigação, arrumar tempo para ler, meditar e
rezar muito. Para não se sentir menor que nenhum membro da comunidade
paroquial. O padre é o padre. É aquele que foi dotado de poderes que
lhe foram confiados por Deus. Porém, acima de tudo, ele tem de fazer por
merecer a iluminação do Espírito Santo.
José
Salviano
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