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Dezembro 2020
Tempo do Natal - 2º dia da Oitava do Natal
Primeira leitura: Actos 6, 8-10; 7, 54-60
Naqueles dias, Estêvão, 8*Cheio de graça e força,
fazia extraordinários milagres e prodígios entre o povo. 9*Ora, alguns membros
da sinagoga, chamada dos libertos, dos cireneus, dos alexandrinos e dos da
Cilícia e da Ásia, vieram para discutir com Estêvão; 10mas era-lhes impossível
resistir à sabedoria e ao Espírito com que ele falava.
54Ao ouvirem tais palavras, encheram-se
intimamente de raiva e rangeram os dentes contra Estêvão. 55Mas este, cheio do
Espírito Santo e de olhos fixos no Céu, viu a glória de Deus e Jesus de pé, à
direita de Deus. 56«Olhai, disse ele, eu vejo os Céus abertos e o Filho do
Homem de pé, à direita de Deus.» 57Eles, então, soltaram um grande grito e
taparam os ouvidos; depois, à uma, atiraram-se a ele 58*e, arrastando-o para
fora da cidade, começaram a apedrejá-lo. As testemunhas depuseram as capas aos
pés de um jovem chamado Saulo. 59*E, enquanto o apedrejavam, Estêvão orava,
dizendo: «Senhor Jesus, recebe o meu espírito.» 60Depois, posto de joelhos,
bradou com voz forte: «Senhor, não lhes atribuas este pecado.» Dito isto,
adormeceu.
Estêvão foi um dos primeiros sete diáconos da
Igreja. Como os seus companheiros, estava ao serviço da comunidade cristã, para
que a comunhão se tornasse visível também na distribuição dos bens (cf. Act 6,
1-6). Foi uma ardorosa testemunha de Cristo, dotado de particulares dons do Espírito,
tais como a sabedoria contemplativa na pregação e a força evangélica na
evangelização. O corajoso discurso que faz diante dos anciãos e chefes do povo,
e a narração do seu martírio são um magnífico exemplo de catequese bíblica. O
discurso termina com a profissão de fé em Jesus, feita por Estêvão. Os seus
inimigos acusam-no de blasfemar e pecar contra a Lei e o templo, condenando-o à
morte.
Ao narrar a lapidação de Estêvão, Lucas segue
o esquema da narrativa da morte de Jesus. Como o seu Mestre, Estêvão morre
confiando-se a Deus e perdoando aos seus algozes (cf. vv. 59-60; Lc 23, 34.46).
Lucas mostra-nos, assim, que a vida de Cristo continua a na vida da Igreja: na
disponibilidade ao Espírito, na pregação, na coerência evangélica e na própria
morte.
Jesus, com a sua morte e ressurreição, e com o
dom do Espírito, inaugurou um tempo novo. Ele é a plenitude da Lei, e não há
perseguição capaz de O destruir.
Evangelho: Mateus 10, 17-22
Naquele tempo, Jesus disse aos discípulos:
17*Tende cuidado com os homens: hão-de entregar-vos aos tribunais e açoitar-vos
nas suas sinagogas; 18sereis levados perante governadores e reis, por minha
causa, para dar testemunho diante deles e dos pagãos. 19Mas, quando vos
entregarem, não vos preocupeis nem como haveis de falar nem com o que haveis de
dizer; nessa altura, vos será inspirado o que tiverdes de dizer. 20Não sereis
vós a falar, mas o Espírito do vosso Pai é que falará por vós. 21O irmão
entregará o seu irmão à morte, e o pai, o seu filho; os filhos hão-de erguer-se
contra os pais e hão-de causar-lhes a morte. 22E vós sereis odiados por todos,
por causa do meu nome. Mas aquele que se mantiver firme até ao fim será salvo.
Jesus dá alguns ensinamentos aos discípulos
sobre as provações e sofrimentos que a Igreja há-de enfrentar ao longo dos
tempos. Fá-lo com tanta clareza e abundância de
Caixa de texto: Tempo do Natal 26|Dezembro
> Festa de Santo Estêvão
pormenores que parece descrever a situação da Igreja depois do ano 70, quando
teve de enfrentar diversas provações internas e externas. Corria o risco de
desanimar e perder a fé no seu Senhor. Jesus toma medidas para a continuação da
Sua obra no tempo e no espaço, antecipando acontecimentos e sinais que a
comunidade cristã teria de enfrentar. Queria preparar os discípulos para
ultrapassarem o escândalo da cruz.
Jesus procura animar os discípulos medrosos
dizendo-lhe: «não vos preocupeis» (v. 19). O anúncio corajoso e alegre do
Evangelho não pode ser feito por gente assustada e medrosa. Por isso, intervirá
o Espírito Santo: «o Espírito do vosso Pai é que falará por vós» (v. 20).
Meditatio
Tempo de Natal. Ecoa aos nossos ouvidos, e nos
nossos corações, a palavra de João: «O Verbo fez-Se carne e habitou entre nós».
Estêvão estava plenamente certo desta verdade. Deus tinha inaugurado uma nova
forma de estar presente no meio dos homens. Ele, Estêvão, e cada um dos
discípulos, eram templos de Deus. O templo de Jerusalém já não era preciso.
Jesus destrui-lo-ia. Os anciãos e chefes acusam-no de blasfémia e sacrilégio.
Condenam-no à lapidação e executam a condenação. Há uma impressionante ligação
entre o mistério da Encarnação que ontem celebrámos, e continuamos a celebrar
em toda a oitava do Natal, e o martírio de Estêvão.
A morte de Estêvão, e a de tantas testemunhas
da fé cristã, não será a última palavra sobre a vida destes discípulos de
Jesus, porque Cristo é o Senhor da vida e da morte. A ressurreição de Jesus
mostra a glória, como única realidade de verdadeira vida, para a qual todo o
crente está encaminhado. Ela anuncia que a glória de Jesus, e a de todo o
discípulo, passa pelo caminho do Calvário e pela morte na Cruz. A morte de
Jesus, e a de Estêvão, oferecem um sinal que fala à nossa fé. O projecto de
Deus é maior do que os projectos dos homens. O amor de Deus ultrapassa largamente
todos os interesses de quem quer que se
ja. Somente Jesus, sinal do amor de Deus pelos homens, é capaz de libertar o
homem da morte e de fazer brotar no coração do discípulo a fé como resposta
radical à salvação oferecida por Deus.
Rezemos diante do presépio: «Senhor Jesus,
recebe o meu espírito», para que vivamos como filhos do Pai e teus irmãos,
dando testemunho da tua Encarnação, Morte e Ressurreição.
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Oratio
Ó Bem-aventurado Santo Estêvão, valente
soldado de Cristo, primeiro nas fileiras dos mártires; aceito alegremente que
tu, ainda nesta terra, tenhas sido tão luminoso na santidade. Quando os teus
inimigos se atiravam a ti, tu, de joelhos, rezavas: «Senhor, não lhes atribuas
este pecado».
Homem feliz, quanta esperança nos dás, a nós
teus amigos pecadores, quando nos damos contas que estás tão preocupado com
pecadores arrogantes! Quanta bondade usarás para com os humildes, agora que
foste exaltado, tu que assim socorrias os soberbos, quando eras humilhado! Que
é que te queimava o coração, para assim derramares exteriormente tantas
doçuras? Estavas certamente cheio de todas, ornado de todas, aceso por todas.
Eu te suplico, caridoso Estêvão, reza pela
minha alma cheia de aridez, e enche-a de caridade generosa. Faz com que a minha
alma insensível, por graça d´Aquele que a criou, seja incendiada pelo fogo da
caridade. Amen. (oração inspirada num texto de Santo Anselmo de Aosta)
Contemplatio
Contemplo dois prisioneiros: O Menino Jesus em
faixas e o seu primeiro mártir Santo Estêvão na prisão do Sinédrio: rapuerunt
eum et adduxerunt in concilium (Actos 6, 12).
Compreendo, divino Infante, que vos devo
gratidão, amor, reparação, imitação: gratidão pelos vosso sofrimentos
salutares, amor pelo vosso coração de menino totalmente entregue e generoso,
reparação pela dureza de tantas almas que vos recebem sem amor. Quero, com o
vosso santo mártir Estêvão, imitar a vossa paciência, a vossa mansidão, a vossa
generosidade. (Leão Dehon, OSP 4, p. 591s.).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Senhor Jesus, recebe o meu espírito»
DEUS te abençoe e te ilumine. Obrigado pela reflexão.
ResponderExcluirSanta Maria, Rio Grande do Sul.
Eu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, na Bahia da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe(José Salviano, Helena Serpa, Olívia Coutinho, Dehoniamos, Jorge Lorente, Vera Lúcia, Maria de Lourdes Cury Macedo, Adélio Francisco) colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que doaram um pouco do seu tempo para evangelizar, catequizar e edificar o reino de Deus, que o Senhor Jesus Cristo e Nossa Mãe Maria Santíssima continue iluminando a todos. Abraços fraternos.
ResponderExcluirSão maravilhosas essas pregações
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