terça-feira, 13 de outubro de 2020

-29º DOMINGO T.C.É JUSTO PAGAR IMPOSTO A CÉSAR?-José Salviano

 

29º DOMINGO TEMPO COMUM

Ano A

 

18 de Outubro de 2020

 

Evangelho Mt 22,15-21

-É JUSTO PAGAR IMPOSTO A CÉSAR?-José Salviano

Evangelho - Mt 22,15-21

Dai, pois, a César o que é de
César e a Deus o que é de Deus.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 22,15-21

Naquele tempo:
Os fariseus fizeram um plano
para apanhar Jesus em alguma palavra.
Então mandaram os seus discípulos,
junto com alguns do partido de Herodes,
para dizerem a Jesus:
'Mestre, sabemos que és verdadeiro
e que, de fato, ensinas o caminho de Deus.
Não te deixas influenciar pela opinião dos outros,
pois não julgas um homem pelas aparências.
Dize-nos, pois, o que pensas:
É lícito ou não pagar imposto a César?'
Jesus percebeu a maldade deles e disse: 'Hipócritas!
Por que me preparais uma armadilha?
Mostrai-me a moeda do imposto!'
Trouxeram-lhe então a moeda.
E Jesus disse:
'De quem é a figura e a inscrição desta moeda?'
Eles responderam: 'De César.'
Jesus então lhes disse:
'Dai pois a César o que é de César,
e a Deus o que é de Deus.'
Palavra da Salvação.

 

Na PRIMEIRA LEITURA, nós vemos que até aqueles que não têm fé, podem ter as suas ações dirigidas por Deus, em colaboração com o seu projeto de salvação da humanidade.

 

Na SEGUNDA LEITURA, vemos que o corajoso Paulo e os tessalonicenses são fiéis na difusão do evangelho de forma destemida e dedicada. Pois a força de Deus estava com eles. Era a Igreja nascente que mesmo sofrendo perseguições, continuava firme a sua missão. Era Deus se servindo até de situações adversas para realizar na Terra o seu Plano de salvação, porque para Deus nada é impossível.

Portanto, só nos resta seguir  e imitar a coragem e a dedicação de Paulo na construção de um mundo melhor, menos injusto e com menos corrupção.

 

EVANGELHO

 

Os fariseus prepararam um plano fatal, um golpe mortal,  segundo eles, infalível para pegar Jesus de surpresa. Primeiro eles colocaram Jesus lá em cima, ou seja, com muita falsidade, e hipocrisia,  fizeram uma porção de elogios ao Mestre. Em seguida, deram o golpe letal: É lícito ou não pagar imposto a César?

Para eles, Jesus estaria finalmente acabado. Pois qualquer resposta que Ele desse, cairia em uma armadilha sem saída.  Só que eles se esqueceram ou não  sabiam que Jesus tinha plenos poderes no Céu e na Terra. Não estavam contando com a sua divindade, sua onisciência, ou seja, o seu poder de ver o que se passava pelas suas mentes  naquele momento. E sem nenhum temor, Jesus reage dizendo a verdade sobre o que estava acontecendo ali. “Hipócritas! Por que me preparais uma armadilha?”
Meus irmãos, a liturgia deste domingo é bastante atual, pois se refere a duas realidades opostas:  Dar a César o que dele e a Deus o que é de Deus. Ora, tudo o que temos nos veio de Deus, pela sua graça, sua generosidade e seu poder.  Na verdade, quando ofertamos algo a Deus, só estamos devolvendo um pouco do que Ele nos deu. É como o filho que compra um presente para o seu pai com o dinheiro que o pai lhe deu dias atrás. 

Pagamos aos césares dos tempos atuais o imposto devido e indevido, cujo retorno em benefício da sociedade pagante, nem sempre é  correspondente ao que deveria ser.

Ao nosso Deus colaboramos com o que podemos principalmente na hora da coleta na Santa Missa.  Porém, infelizmente o que geralmente acontece, é que pessoas de posse dão somente algumas moedinhas,  enquanto, os de menos recursos, sempre dão um pouco mais.

Jesus não amarelou  diante daquela armadilha preparada pelos líderes religiosos, os quais o consideravam um impostor.

É claro que Jesus não achava nem um pouquinho justo pagar imposto a César,  que era o representante máximo do Poder Romano instalado naquele lugar e em várias outras nações daqueles tempos.

César, assim como o imperialismo romano, representava um vampiro gigante que sugava o sangue daquela gente,  tirando os seus poucos recursos para ser carreado para  quem já tinha muito. Desse modo, Jesus não poderia estar de acordo com tamanha injustiça, com tamanho ato desumano.

Porém, se naquele momento  Jesus se posicionasse contra  o Poder Romano o seu Plano de salvar  a humanidade do pecado terminaria ali mesmo. Ele seria imediatamente preso, e entregue às forças imperiais romanas, e tudo se acabaria naquele momento.

Por isso foi que Jesus  justo e sábio, optou  por um segundo plano de ação imediata, mostrando aos seus opositores, que Ele não estava do lado de cá nem de lá. Jesus mostrou que Ele não veio para fazer política, para ficar do lado dos romanos nem dos judeus. Pois o seu reino não é deste mundo.

Caríssimas e caríssimos. Isto vale também para nós. Dão devemos nos posicionar politicamente.  Não devemos ser da direita ou da esquerda, mas sim, do lado de Jesus, e em defesa dos fracos. Pois se você vive dizendo que é seguidor de Cristo e prejudica os pobres, cuidado! Podem lhe chamar de mentiroso!

Muito embora Jesus soubesse como ninguém que Ele iria morrer,  naquele momento, Ele preferiu declinar, para que o seu Plano pudesse continuar.

É claro, muito claro, que Deus  é a favor do bom uso do dinheiro dos impostos. Esse dinheiro deve ser aplicado para o bem do próprio povo que o paga. Na construção de boas estradas, de hospitais, escolas, etc.

Esses recursos públicos devem ser usados para uma educação de qualidade, para uma saúde preventiva em vez de uma saúde curativa (por meio de medicamentos).

Saúde preventiva é ensinar o povo a evitar a doença.  E a medida mais correta para isso é a HIGIENE. Como lavar as mãos, higienizar tudo o que tocamos,  sermos discretos na aproximação pessoal, etc.   O uso da máscara é uma medida bastante efetiva para se evitar  a contaminação.  Porém, logo, logo, esta prática será descartada.

Engraçado que só se fala em medidas de higiene em tempos de  epidemia. Passou a pandemia, não se ouve mais ninguém falando ou ensinando as crianças no lar nem nas escolas,  as devidas medidas de higiene tão importantes para se evitar de ficar doente.

Deus sabe como ninguém, da justa aplicação do dinheiro público.  Esta verba não deve ser carreada para os bolsos dos espertos, mais sim, para promover  a paz social, por meio de medidas justas  e humanas, em busca do equilíbrio social que só acontece com uma justa distribuição da renda nacional.

Irmãos. O que estamos devendo a Deus?  Tudo!  Pois como já dissemos, tudo nos veio de Deus.  Principalmente a nossa vida. É preciso, pois devolver a Deus pelo menos uma parte de tudo o que Ele generosamente nos concedeu. Devolver ou ofertar alguns momentos da nossa vida diária em oração, assim como o tempo que investimos na Santa Missa.

E aos Césares do mundo atual o que estamos devendo? A primeira vista, não estamos devendo nada, mas sim, eles é quem estão nos devendo em obras, atendimento, infraestrutura, (saúde, educação, segurança), numa devolução do dinheiro do imposto que pagamos. E ai de nós se não pagarmos, pois se tem uma coisa que funciona mesmo na nossa sociedade política, é ação pente fino “do leão” do Imposto de Renda. É quase impossível se escapar dela.

O imperador romano explorava o povo da Palestina com vários impostos.  Nós também pagamos vários impostos, como o IR, imposto de renda, o ICM, imposto de circulação de mercadoria, o IPI, imposto de produção industrial... Pagamos imposto e não temos uma educação de primeiro mudo, com ensino profissionalizante, que proporciona aos nossos jovens participar da produção da nossa indústria, para não ter de importar produtos manufaturados do outro lado do mudo. Pagamos imposto e não temos uma boa assistência  médico-hospitalar que satisfaça às nossas necessidades, pagamos impostos e não temos uma saúde preventiva, mas sim, curativa. Pagamos impostos e não temos uma infraestrutura de saneamento básico para todos os cidadãos de modo que aqueles que vivem nas favelas e nas periferias, sofrem problemas de saúde pois são infectados constantemente pelo esgoto a céu aberto.   Pagamos impostos e nossos filhos não têm uma educação para a vida, que lhes mostre a importância da escala de valores, de modo que quando crescerem não precisem usar das armas para ganhar o seu sustento.  Pagamos impostos e não temos a segurança que todos precisam para viver uma vida tranquila.

O Evangelho de hoje aborda um tema de muita controvérsia, ou seja, política e religião. Sabemos que muitos “religiosos” de outras religiões, se candidatam aos cargos políticos pensando que vão aumentar a expansão da sua igreja, mas não é por aí. Pois para expandir a palavra de Deus é necessário que os seus missionários sejam justos e piedosos.

O melhor mesmo é que os catequistas de Deus não se envolvam na carreira política. Porque mesmo que seja honesto, é praticamente impossível resistir à tentação de botar a mão no dinheiro público. O justo que entrar para a política está correndo o grande risco de não poder mais continuar sendo justo. Infelizmente essa é a grande verdade que vemos na mídia. 

 

Uma parte do dinheiro que Deus nos deu, um pouco da energia da nossa juventude também deve ser direcionada a Deus na construção do seu Reino na Terra, etc. Assim, meus irmãos e minhas irmãs, doação de vida a Deus e ao seu Reino que também é nosso, não é coisa somente de sacerdotes e freiras. Mas sim, de todos nós. Se o mundo está do jeito que está, é porque só estamos preocupados em investir na nossa própria vida terrena, só estamos empenhados em usar os recursos (saúde, inteligência, dinheiro) que nos foi dado por Deus, para construir uma existência confortável, como se fôssemos viver aqui para sempre. É aí que nos enganamos, é aí que como cegos não enxergamos o outro lado da vida que é duradoura ou eterna, para a qual precisamos dar tudo o que podemos para merecê-la um dia.

Coragem! Deus está com você.

 

Bom domingo.   José Salviano.


 

 

 

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