16º DOMINGO TEMPO COMUM
19 de Julho-2020-Ano
Evangelho Mt 13,24-43
O joio e o trigo, ambos são
parecidos. Do mesmo modo, que bons e maus são também semelhantes, pelo menos a
primeira vista. Assim, poderemos ser ludibriados,
enganados, quando nos deparamos com alguém
que nos faz uma bela proposta, e ficamos tentados a aceitar. Afinal,
aquela pessoa não tem nenhum traço de alguém que seja do mal!
A
cada um de nós também pode acontecer a presença do joio no meio do trigo que é
quando o maligno semeia em nossas mentes, os sentimentos de inveja, de ódio, de
vingança, de violência...
Deste modo, mesmo que nossas
mentes estejam semeadas de semente de trigo que é a palavra de Deus, elas podem
ser infectadas pelo joio que é representado pela ação semeadora do
inimigo. E a mais perigosa semente de joio que entra em nossas mentes, é a
semente da inveja. Podemos sentir inveja daquele ou daquela que é mais
rico, mais bonita, o mais talentoso, mais habilidoso, etc. A inveja pode
acontecer com as pessoas mais santas, e nos lugares mais sagrados. Isto porque
o demônio não perde tempo. Ele não descansa até conseguir envenenar as mentes
das pessoas, de modo que um santo pode ter ciúmes de outro santo ou santa! Um
fato muito lamentável!
Do mesmo modo, o dono da empresa
não admite um funcionário mais competente do que ele. O professor se incomoda
quando aparece outro ou uma professora mais preparada do que ele.
Portanto não estamos livres desse terrível joio que é a inveja. Aquele que está
no comando, pode bloquear um subordinado de progredir na comunidade, impedindo
assim o seu excelente desempenho que poderia dar muitos frutos na catequese...
Uma forma de exclusão muito usada
em vários meios de convívio social é o “GELO”. Vamos colocar o “fulano ou
a fulana no gelo”. Ninguém fala com ele, não lhe dão atenção, e o ignoram. E
tem gente que pensa que isso não é pecado. Colocam o concorrente no gelo, que
nada mais é do que uma exclusão, e depois comunga o corpo e o sangue de Cristo
tranquilamente.
O instinto de competição é natural
da natureza humana. Porém, o inimigo se aproveita disso para nos fazer
prejudicar os nossos concorrentes. Em decorrência disso temos o chamado
ciúme doentio, que na verdade não passa de uma inveja forte que atingiu as
raias do perigo da vingança.
Exemplo. O ciúme é uma prova de
amor. Até nos sentimos muito felizes quando a pessoa amada faz cenas de
ciúmes com relação a nossa pessoa. É confortante, e nos trás segurança.
Porém, o ciúme exagerado faz efeito contrário. Aquele marido ou companheiro,
que já se encontra em estado físico decaído pela bebida, começa a imaginar
coisas. E esse imaginar, nada mais é do que a semente do joio, o maligno
buzinando em sua cabeça que a sua mulher pode estar traindo a sua pessoa.
Então as coisas começam a se complicar, e ele parte para a vingança.
Tanto com relação ao possível adversário, ou apenas em relação a sua
companheira ou esposa.
Marido ou companheiro? No caso do
companheiro, a coisa é muito complicada, pois se trata de um casal, cuja união
foi produzida apenas por atração física, é uma situação complicada do princípio
ao fim. Isto porque, a pura atração da carne acaba com o tempo. E
então começa o desamor, a traição, o ciúme impetuoso, por não haver compreensão,
fraternidade, amor a Deus e amor ao próximo entre os dois.
Ao contrário, quando uma união
homem-mulher é abençoada por Deus por intermédio da Igreja, e principalmente se
aquele casal pratica a religião, os perigos de desavenças são bem menores, pois
eles permitiram que Deus cuidasse de suas vidas, dirigindo os seus
passos.
Por outro lado, alguém já disse
que os piores inimigos da Igreja estão dentro dela. São os infiltrados, de
outras religiões ou seitas, que de mansinho,
devagarzinho e com muita determinação, ao longo do tempo se transformam
em hospedeiros, parasitas, que vão corroendo, solapando, desfigurando a
espiritualidade da comunidade paroquial, de tal forma que fica humanamente
difícil extirpá-los, sem ferir a imagem da Igreja. Porém, para Deus nada
é impossível.
"Eis
que estarei convosco até o fim dos tempos...e as portas dos infernos não se
prevalecerão contra ela (a minha Igreja.)"
Cristo prometeu, e Cristo cumpre.
Ele não é como os candidatos que prometem e nunca cumprem. Em sua
paróquia tem alguma infiltração do tipo joio no meio do trigo? Não desanime!
Confia em Deus e articule uma defesa contra esse tipo de crime
organizado. Mas pega leve; vai com calma, fale com o bispo, mas não vá
sozinho(a). Leve também outros paroquianos devotos com você. Não faça nenhum
tipo de escândalo, e nem pense em chamar algum repórter para registrar e
divulgar tal problema, para que isso não se transforme em escândalo para a
nossa Igreja.
Imagine uma paróquia, que está
infiltrada de macumbeiros. Um homem certo dia entrou naquela paróquia e
até hoje não saiu mais.
Em pouco tempo o pároco comia na
mão dele, fazia tudo o que ele mandava com jeitinho, é claro, a catequese
daquela comunidade ficou destruída, e no lugar foi colocado uma grande maluquice
com um nome muito doido, na qual não existia evangelização, mas sim, encenações
ou representações teatrais, e muitas brincadeiras. Muitas crianças saíram, seus
pais e as próprias crianças diziam: Para brincar eu brinco em casa.
Aquele grande semeador de joio no
meio do trigo, é dono de um centro de umbanda, ele se fez passar por um cristão
autêntico e prestativo, muito carismático ele conquistou a todos, ou quase
todos. Pois muitos dos participantes daquela comunidade, cristãos de verdade,
desconfiaram, reclamaram e até denunciaram o problema para o bispo.
Outro exemplo de joio semeado no
trigo, que volta e meia aparece nos noticiários de final da tarde: Aquele
jovem de aparência humilde, justo que se infiltrou naquela família, se dizendo
apaixonado pela adolescente, depois de uns tempos cometeu aquele crime
bárbaro!
Ele conheceu aquela moça em uma festa da
comunidade, ou seja, na quermesse da paróquia. Dançou a quadrilha
com ela, e minutos depois estavam apaixonados. Os pais dela ficaram encantados
com tantas qualidades daquele jovem, principalmente pelo seu aparente bom
caráter. Parecia ser o melhor partido para a sua filha, disse o pai. É um
príncipe encantado, disse a mãe.
Só tinha um pequeno detalhe. O “santo” rapaz se
recusou a casar na Igreja, somente no civil. Prometeu cuidar disso depois, e
todos concordaram apesar dos protestos da avó.
Um ano depois, ele já se apoderara de grande parte
da fortuna daquela família, tinha a esposa praticamente prisioneira, e todos
estavam apavorados, pois ele controlava tudo. A paz daquela família acabou, e a
tragédia foi inevitável...
Jesus disse para que o joio não fosse arrancado,
pois como ele se parece demais com o trigo, este poderia ser também arrancado
junto. A separação do joio do trigo seria feita depois, segundo Jesus. E Ele se
referiu ao juízo final, quando os filhos do maligno serão separados dos justos,
os quais irão para a glória eterna.
Prezados irmãos, prezadas irmãs. Esperamos que
todos nós sejamos conduzidos a vida eterna, que Deus tenha piedade da nossa
alma massacrada por tantas tentações, por tantas ilusões, por tantos pecados.
Constantemente em nossas orações
pedimos a Deus que nos livre de tantos irmãos que praticam o mal, e podem nos
atingir, se ainda não o fizeram. Através da parábola
do joio no meio do trigo, Jesus nos diz que não é essa a vontade do Pai. Mas
sim, a sua vontade não é de matar todos os maus, mas deixá-los até o tempo da
ceifa, ou seja, o juízo final.
Por meio desta parábola, vamos entender porque
existe o mal no mundo. Porque o joio está semeado em toda parte, causando mais
e mais pecados, e mais sofrimentos. Então, muitos perguntam: Se Deus
existe por que Ele permite o mal no mundo?
Acontece que Deus respeita a nossa liberdade de
praticar o bem ou o mal. Quando estamos mergulhados no pecado, quando estamos
agindo como os malvados, o inimigo se aproveita para semear o ódio, a vingança
e todo o mal na nossa mente. Ele domina a nossa pessoa de tal modo que
viramos presas fáceis das tentações, e assim, praticamos o mal e sofremos as
consequências do mau uso da nossa liberdade.
Cuidado com o joio!
José Salviano
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