quinta-feira, 12 de março de 2020

Somos devedores e inadimplentes diante de Deus-Helena Serpa


17 DE MARÇO DE 2020

3ª. FEIRA DA TERCEIRA SEMANA

DA QUARESMA

         Cor Roxo

1ª Leitura - Dn 3,25.34-43

Leitura da Profecia de Daniel 3,25.34-43
Naqueles dias: 25Azarias, parou e, de pé, começou a rezar;
abrindo a boca no meio do fogo, disse: 34'Oh! não nos desampares nunca, nós te pedimos, por teu nome, não desfaças tua aliança
35nem retires de nós tua benevolência, por Abraão, teu amigo,
por Isaac, teu servo, e por Israel, teu Santo, 36aos quais prometeste multiplicar a descendência como estrelas do céu
e como areia que está na beira do mar; 37Senhor, estamos hoje
reduzidos ao menor de todos os povos, somos hoje o mais humilde em toda a terra, por causa de nossos pecados; 38neste tempo estamos sem chefes, sem profetas, sem guia, não há holocausto nem sacrifício, não há oblação nem incenso, não há um lugar para oferecermos em tua presença as primícias, e encontrarmos benevolência; 39mas, de alma contrita e em espírito de humildade, sejamos acolhidos, e como nos holocaustos de carneiros e touros 40e como nos sacrifícios de milhares de cordeiros gordos, assim se efetue hoje nosso sacrifício em tua presença, e tu faças que nós te sigamos até ao fim; não se sentirá frustrado quem põe em ti sua confiança. 41De agora em diante, queremos, de todo o coração, seguir-te, temer-te, buscar tua face; 42não nos deixes confundidos, mas trata-nos segundo a tua clemência e segundo a tua imensa misericórdia; 43liberta-nos com o poder de tuas maravilhas e torna teu nome glorificado, Senhor'.
Palavra do Senhor.

Reflexão – “a fornalha ardente”
Dentro da fornalha ardente e reconhecendo os desmandos do seu povo, Azarias (Daniel) e seus companheiros louvavam e bendiziam ao Senhor de “alma contrita e espírito de humildade”, confiando na misericórdia de Deus e entregando a Ele as suas vidas. A fornalha ardente significa para nós a hora da provação, do sofrimento, da grande dificuldade, do beco sem saída, quando não temos a quem recorrer. O fogo são as angústias, as aflições, as incertezas, o abandono, as decepções que experimentamos na nossa vida. Nestas horas quantos de nós ao invés de nos apegarmos a Deus, praguejamos e nos rebelamos, só piorando a nossa situação!   Assumindo o pecado de todo o povo de Israel que passava por humilhação no exílio Daniel pede clemência a Deus e oferece a Ele o sacrifício deles próprios que passavam por aquela experiência da fornalha ardente.  Não era propriamente o pecado de Daniel e de seus companheiros, mas o pecado de uma comunidade toda. Nós, também, quando estivermos “no meio do fogo”, passando por situações angustiantes, precisamos ter consciência de que o nosso pecado, isto é, o pecado da humanidade, contribui para que o mal aconteça no meio de nós. Por causa da nossa ignorância nunca queremos assumir o pecado coletivo, social e nos achamos “bonzinhos (as)” não admitindo que também tenhamos culpa da desarmonia que há na humanidade. Assim como Daniel e seus companheiros, necessitamos também nós de “alma contrita e em espírito de humildade, de todo o coração” ter confiança na misericórdia do Senhor para recomeçar assumindo que somos coniventes com a maldade que impera no mundo!   Como aqueles jovens na fornalha ardente, nós também às vezes nos sentimos solitários (as) e desamparados (as), sem “chefes, sem profetas, sem guias”, mas o Senhor continua atento às nossas preces e ao louvor que brota de dentro de nosso coração. Louvar no meio da dificuldade é a maior experiência que a nossa alma humana pode vivenciar. - Até que ponto você se acha responsável pelas coisas ruins que acontecem no mundo? E na sua família, na comunidade? – Como é a sua reação nos momentos de fogo: humildade ou revolta?– Você já experimentou louvar a Deus da dificuldade, do sofrimento?  – Reviva as experiências de sofrimento que você teve e perceba como foi o seu comportamento.


Salmo - Sl 24, 4bc-5ab. 6-7. 8-9 (R. 6a)

R. Recordai, Senhor, a vossa compaixão!

4bMostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos,*
4ce fazei-me conhecer a vossa estrada!
5aVossa verdade me oriente e me conduza,*
5bporque sois o Deus da minha salvação.R.

6Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura *
e a vossa compaixão que são eternas!
7bDe mim lembrai-vos, porque sois misericórdia*
7ce sois bondade sem limites, ó Senhor!R.

8O Senhor é piedade e retidão,*
e reconduz ao bom caminho os pecadores.
9Ele dirige os humildes na justiça,*
e aos pobres ele ensina o seu caminho.R.

Reflexão - Nos momentos de dificuldades e de penúria devemos pedir ao Senhor que nos mostre o Seu caminho. A estrada de Deus é a mais segura para nós e a verdade da nossa vida está na Sua Palavra que nos orienta e nos conduz. Somente quem tem experiência com a Palavra de Deus pode provar da Sua compaixão porque nela encontra conforto, sabedoria e ânimo para prosseguir caminhando protegido (a).

Evangelho - Mt 18,21-35

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 18,21-35
Naquele tempo: 21Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou:
'Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?' 22Jesus respondeu: 'Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados.
24Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna. 25Como o empregado não tivesse com que pagar,
o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida.
26O empregado, porém, caíu aos pés do patrão, e, prostrado, suplicava: `Dá-me um prazo! e eu te pagarei tudo'. 27Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. 28Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: `Paga o que me deves'. 29O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: `Dá-me um prazo! e eu te pagarei'. 30Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. 31Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes,
procuraram o patrão e lhe contaram tudo. 32Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: `Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. 33Não devias tu também, ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?' 34O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. 35É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco,
se cada um não perdoar de coração ao seu irmão.'
Palavra da Salvação.

Reflexão – “somos devedores e inadimplentes diante de Deus
Porque confiava na bondade do seu amo, o empregado da parábola que Jesus contou foi inteligente e caiu aos seus pés para implorar a dispensa do seu débito.  Em consequência, recebeu a anistia, mas foi condenado porque não usou da mesma medida para agir em relação aos seus próprios devedores. Apropriou-se da misericórdia do seu Senhor e não a usou para com os seus  semelhantes. Jesus, então, não nos conta esta parábola para que possamos, conscientemente, assumir a nossa condição de devedores e inadimplentes em relação a tudo quanto recebemos  de Deus para bem aplicarmos aqui na terra enquanto caminhamos. Chegará a ocasião em que também seremos chamados (as) a prestar contas dos bens que nos foram entregues para administrar. Desde já, temos, então, a oportunidade de calcular como está a nossa “balança comercial”, a fim de avaliar se possuímos ou não, capacidade de devolver alguma coisa ao empregador.  Feito isto, chegaremos quase sempre à conclusão de que há um déficit que nunca poderemos liquidar e necessitaremos do indulto de Deus. Da mesma forma precisamos fazer com aqueles que aqui na terra são nossos devedores. Enquanto caminhamos na terra temos a grande chance de colocar em prática o fundamento da oração que Jesus nos ensinou: “Perdoai as nossas dívidas assim como nós perdoamos os nossos devedores”. Do contrário, cairemos na nossa própria armadilha. O perdão é, pois, uma via de mão dupla que precisa ser palmilhada por todos nós, sem exceção nenhuma. O perdão é o segredo da nossa entrada no reino de Deus. O reino dos céus é feito de perdão, e perdoar sempre, quantas vezes forem necessárias, da mesma forma como Deus Pai nos perdoa é o primeiro estágio para a vivência do Seu mandamento maior, o Amor. Não podemos limitar a Misericórdia de Deus a números e a circunstâncias, por isso, a nossa capacidade de perdoar também deve ser ilimitada. Pedir perdão e perdoar é a receita para um bom relacionamento dentro do projeto de Deus para a nossa vivência aqui na terra.  No céu, só entrarão, aqueles (as) que, reconhecendo a sua dívida, cairão aos pés  do “patrão” pedindo clemência, mas que também tenham em si a marca do perdão que concederam aos homens aqui na terra.   Reflita...- Você tem perdoado....sempre? – Você usa de misericórdia com o próximo da mesma forma que alcança a misericórdia de Deus? – Como você age com as pessoas que lhe devem alguma coisa? – Você dá alguma chance a elas ou prefere revanche – Você reza a oração do Pai Nosso?

2 comentários:

  1. José Maria Nascimento16 de março de 2020 às 19:05

    Obrigado Senhor, obrigado Helena!!!

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  2. DEUS te abençoe e te ilumine.Obrigado pela reflexão.
    Santa Maria, Rio Grande do Sul

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