-A ORAÇÃO DO ORGULHOSO E DO HUMILDE-José Salviano.
21 de Março-2020
Evangelho – Lc 18,9-14
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Primeira Leitura-Oseias
6,1-6
Vinde, e tornemos ao SENHOR, porque ele
despedaçou, e nos sarará; feriu, e nos atará a ferida.
Depois de dois dias nos dará a vida; ao terceiro
dia nos ressuscitará, e viveremos diante dele.
Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao
Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como
chuva serôdia que rega a terra.
Que te farei, ó Efraim? Que te farei, ó Judá?
Porque a vossa benignidade é como a nuvem da manhã e como o orvalho da
madrugada, que cedo passa.
Por isso os abati pelos profetas; pelas palavras
da minha boca os matei; e os teus juízos sairão como a luz,
Porque eu quero a misericórdia, e não o
sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos.
REFLEXÃO
Muito embora no Antigo
Testamento o nosso Deus aceitava a
oferta em holocaustos, com o sacrifício dos animais, o profeta Oséias já anunciara o que Jesus
depois confirmou. O desejo do Pai, a sua preferência pela caridade no lugar do sacrifício.
Salmo 51
Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua
benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias.
Lava-me completamente da minha iniqüidade, e
purifica-me do meu pecado.
Porque eu conheço as minhas transgressões, e o
meu pecado está sempre diante de mim.
Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que
é mal à tua vista, para que sejas justificado quando falares, e puro quando
julgares.
Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado
me concebeu minha mãe.
Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me
fazes conhecer a sabedoria.
Purifica-me com hissopo, e ficarei puro;
lava-me, e ficarei mais branco do que a neve.
Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que gozem
os ossos que tu quebraste.
Esconde a tua face dos meus pecados, e apaga
todas as minhas iniqüidades.
Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova
em mim um espírito reto.
Não me lances fora da tua presença, e não
retires de mim o teu Espírito Santo.
Torna a dar-me a alegria da tua salvação, e
sustém-me com um espírito voluntário.
Então ensinarei aos transgressores os teus
caminhos, e os pecadores a ti se converterão.
Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da
minha salvação, e a minha língua louvará altamente a tua justiça.
Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca
entoará o teu louvor.
Pois não desejas sacrifícios, senão eu os daria;
tu não te deleitas em holocaustos.
Os sacrifícios para Deus são o espírito
quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.
Faze o bem a Sião, segundo a tua boa vontade;
edifica os muros de Jerusalém.
Então te agradarás dos sacrifícios de justiça,
dos holocaustos e das ofertas queimadas; então se oferecerão novilhos sobre o
teu altar.
REFLEXÃO
Este é o nosso pedido de perdão
pelos nossos pecados cometidos
diariamente. Pecados que se
tornaram vícios, e nós os repetimos quase que maquinalmente.
Mais o importante, é que nesse tipo de pecado,
geralmente não arrastamos ninguém para pecar conosco.
Confiemos, pois na misericórdia
divina, e rezemos o Salmo 51 diariamente
antes de dormir.
Evangelho
E
disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram
justos, e desprezavam os outros:
Dois homens subiram ao templo, para orar; um,
fariseu, e o outro, publicano.
O fariseu, estando em pé, orava consigo desta
maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens,
roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de
tudo quanto possuo.
O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem
ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem
misericórdia de mim, pecador!
Digo-vos que este desceu justificado para sua
casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e
qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.
REFLEXÃO
Nesta parábola Jesus nos mostra dois perfis: O do orgulhoso
fariseu, e do humilde publicano.
O fariseu orgulhoso e cheio de si, se considerando um homem puro,
se apresenta diante de Deus em sua oração, como um homem impecável, um cidadão
a toda prova, puro, sem nenhum pecado.
E como todo orgulhoso, ele não precisa de ninguém, pois ele é
autossuficiente. Por tanto, ele evita a comunicação com os demais,
principalmente os humildes e fracos, ele não se mistura com os serviçais, com a
ralé. Também ele pensa que não precisa de Deus para nada. Partindo do princípio
que tem muitos recursos materiais, Deus para ele não significa nada. Pois os
seus problemas são facilmente resolvidos pelo dinheiro. Ele paga, ele apaga
pessoas e não lhe acontece nada. Ele compra, não somente coisas materiais, como
também pessoas para ficarem do seu lado, para lhe defender, para lhe fazer a
vontade, enfim, para muitas coisas.
Humildade? Nem pensar. Pois ser humilde é uma característica dos
pobres, dos perdedores, dos fracos. E ele, sendo um vencedor, tem mais é de ser
orgulhoso.
Caridade? De jeito nenhum. Pois o seu lema é cada um pra si. E quem
puder mais chora menos.
O orgulhoso, no caso daquele fariseu, se achava um homem puro e
santo, por tanto, sem nenhum pecado. Porém, como se sabe, o fariseu era um dos
mais pecadores dos homens, principalmente pelo fato de se achar sem nenhum pecado.
Já o publicano, reconhecido publicamente como um pecador, pois ele
cobrava impostos para os romanos então dominadores daquela região, ajoelhado lá
no último lugar, ele pede a Deus que tenha piedade dele pois se reconhecia um grande pecador.
Caríssimas e caríssimos. Precisamos tomar muito cuidado para que
isso não nos aconteça. Muitas vezes, podemos ter a sensação de que somos
poderosos, não somente na vida social, como também na nossa vida religiosa,
pelo fato de sermos ministros a serviço do Reino de Deus.
E então podemos relaxar na oração, no zelo pela espiritualidade, e
é por aí que a casa cai. Pois se nos afastamos de Deus, tudo vai ficar muito
difícil na nossa vida pessoal e no nosso trabalho pastoral, ou missionário.
Nós podemos desprender o maior esforço para estudar a palavra, para
evangelizar do melhor modo possível, para mudar este mundo sem Deus. Porém, se
Jesus não fizer parte da nossa vida pra valer, se não escutamos a sua voz que
fala conosco várias vezes durante o dia, se não botamos em prática a sua
palavra e as suas orientações diárias, o nosso esforço não terá nenhum êxito.
Prezados irmãos e irmãs. O sucesso do nosso trabalho
catequético-missionário, não depende somente do nosso esforço pessoal e humano,
mas sim, da presença viva de Cristo em nós, dentro de nós, na nossa alma, no
nosso pensamento dominante.
Religião é vida. É preciso primeiro viver o Cristo para em seguida
levar este mesmo Cristo aos nossos irmãos!
Tenha um bom dia. José Salviano
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