quinta-feira, 5 de março de 2020

Em busca da Jerusalém Celeste-Helena Serpa


11 DE MARÇO DE 2020

4ª. FEIRA DA SEGUNDA

SEMANA DA QUARESMA

Cor roxo

1ª Leitura - Jr 18,18-20


Leitura do Livro do Profeta Jeremias 18,18-20
Naqueles dias: 18Disseram eles: 'Vinde para conspirarmos juntos contra Jeremias; um sacerdote não deixará morrer a lei; nem um sábio, o conselho; nem um profeta, a palavra. Vinde para o atacarmos com a língua, e não vamos prestar atenção a todas as suas palavras.' 19Atende-me, Senhor, ouve o que dizem meus adversários. 20Acaso pode-se retribuir o bem com o mal? Pois eles cavaram uma cova para mim. Lembra-te de que fui à tua  resença,
para interceder por eles e tentar afastar deles a tua ira.
Palavra do Senhor.

Reflexão - “A perseguição faz parte da caminhada espiritual.”
Só o Senhor poderia salvar Jeremias, por isso, ele Lhe suplicava proteção. O mesmo povo que havia recebido do profeta os benefícios de ajuda e intercessão, agora o perseguia e “cavava para ele uma cova”.  Assim também pode acontecer conosco! As nossas lamentações são iguais às do profeta quando nos sentimos injustiçados (as) pela ingratidão de pessoas a quem  algumas vezes  tentamos ajudar e no entanto, não entendem a nossa intenção. Por causa da nossa fidelidade e da nossa honestidade no cumprimento do dever poderemos ser perseguidos na vida de diversas maneiras. Assim sendo, nós também, como o profeta, precisamos expor perante Deus a nossa indignação diante das más ações e da falta de gratidão de alguém. O mundo aparentemente continua o mesmo, por isso não devemos nos desesperar porque um dia as pessoas nos louvam e no outro dia, poderão nos atacar. Isto é natural em todas as esferas de vida e, principalmente, quando estamos no caminho de Deus. A perseguição faz parte da caminhada espiritual. As pessoas às vezes nos testam, nos confundem e nos pressionam para provar se realmente temos segurança nas nossas escolhas, na nossa vocação, nas nossas decisões. Nem por isso, podemos deixar morrer a lei, nem o conselho nem a Palavra, porque a nossa missão é ajudar a construir um mundo novo a partir de nós mesmos (as). Mesmo injustiçados, (as) e perseguidos (as) precisamos ser fiéis a Deus, pois Ele mesmo também sofre com os desatinos do povo que escolheu. Somos esse povo que uma hora sabe ser justo e depois pode tornar-se injusto. Assim, Deus também sofre por nós e os “inimigos”, frequentemente estão dentro de nós mesmos.  Nestes momentos o melhor será abrir o coração para Deus e sermos sinceros (as), pois, só Ele, é quem conhece tudo e poderá nos ajudar. - Você tem se queixado da ingratidão das pessoas? - E você,  tem sabido reconhecer quando as outras pessoas querem  ajudá-lo (a) ou não as compreende? - Faça como Jeremias, exponha suas inquietações ao Senhor-  Escreva, faça as suas queixas!

 

Salmo - Sl 30,5-6.14.15-16 (R. 17b)


R. Salvai-me pela vossa compaixão, ó Senhor Deus!

5Retirai-me desta rede traiçoeira, *
porque sois o meu refúgio protetor!
6Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito, *
porque vós me salvareis, ó Deus fiel!R.

14Ao redor, todas as coisas me apavoram; *
ouço muitos cochichando contra mim;
todos juntos se reúnem, conspirando *
e pensando como vão tirar-me a vida.R.

15A vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio, *
e afirmo que só vós sois o meu Deus!
16Eu entrego em vossas mãos o meu destino; *
libertai-me do inimigo e do opressor!R.

Reflexão - Os nossos inimigos, na maioria das vezes estão dentro de nós mesmos (as). Há uma rede traiçoeira dentro de cada homem, de cada mulher, que tenta ser fiel a Deus. Há horas, em que como o salmista, nós nos sentimos apavorados (as), intranquilos (as), num beco sem saída. Porém, como ele, também podemos dizer: “Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito, porque vós me salvareis, ó Deus fiel!”

 

Evangelho - Mt 20,17-28


+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 20,17-28
Naquele tempo: 17Enquanto Jesus subia para Jerusalém, ele tomou os doze discípulos à parte e, durante a caminhada, disse-lhes: 18'Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos sumos sacerdotes e aos mestres da Lei.
Eles o condenarão à morte, 19e o entregarão aos pagãos para zombarem dele, para flagelá-lo e crucificá-lo. Mas no terceiro dia ressuscitará.' 20A mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com seus filhos e ajoelhou-se com a intenção de fazer um pedido. 21Jesus perguntou: 'O que tu queres?' Ela respondeu: 'Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu Reino,
um à tua direita e outro à tua esquerda.' 22Jesus, então, respondeu-lhes: 'Não sabeis o que estais pedindo. Por acaso podeis  beber o cálice que eu vou beber?' Eles responderam: 'Podemos’.
23Então Jesus lhes disse: 'De fato, vós bebereis do meu cálice,
mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à  minha esquerda. Meu Pai é quem dará esses lugares àqueles para os quais ele os preparou.' 24Quando os outros dez discípulos ouviram isso, ficaram irritados contra os dois irmãos. 25Jesus, porém, chamou-os, e disse: 'Vós sabeis que os chefes das nações
têm poder sobre elas e os grandes as oprimem. 26Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor; 27quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo.  28Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos.' Palavra da Salvação.

Reflexão – “em busca da Jerusalém Celeste”
Jerusalém era o destino de Jesus naquela viagem que fazia  juntamente com os Seus discípulos. Lá, Jesus já sabia que teria a sublime missão de salvar a humanidade com sofrimento e perseguições. Por isso, enquanto seguia o caminho, mais uma vez Jesus conscientizava aos Seus discípulos que, para que  pudessem segui-Lo e alcançar uma vida plena na glória dos céus eles teriam que passar com Ele, pelo Calvário e pela Cruz. Entretanto, os discípulos não compreendiam nada que Jesus lhes dizia e pleiteavam já os melhores lugares no reino para usufruírem das benesses que o “alto posto” poderia lhes proporcionar. Faz parte da nossa humanidade decaída e corrompida pelo pecado rejeitar todo sofrimento, tudo que venha de encontro à realização dos nossos planos, assim como também desejar alcançar glória e poder sem passar por dificuldades.  No entanto, hoje não podemos mais nos enganar como os apóstolos, porque já conhecemos a história e Jesus nos ensina e nos adverte, que assim como aconteceu com Ele, nós também passaremos por dificuldades, provações e perseguições, mas no terceiro dia, isto é, no tempo certo,  ressuscitaremos. Este é, portanto, o nosso objetivo! Precisamos dar os passos que Jesus seguiu, mas ter a firme convicção de que a vontade do Pai para nós é ressuscitar-nos como O ressuscitou. Não há ressurreição sem Cruz, não há glória sem provação e é já nesta vida terrena que damos os passos para essa conquista: “quem quiser tornar-se grande torne-se vosso servidor”; “quem quiser ser o primeiro seja vosso servo!” A certeza da ressurreição nos dá alento para que possamos atravessar o deserto da nossa vida, em busca da Jerusalém Celeste, apossados da graça de Deus. Aqui mesmo na terra já podemos experimentar em nós as nuances da Cruz e da ressurreição de Jesus. Vivemos com Cristo o Seu martírio e provamos muitas vezes aqui mesmo da Sua ressurreição. Se quisermos a glória temos que participar da Cruz que é o serviço, o encargo e a missão que, muitas vezes, vêm acompanhados de incompreensões, traições e humilhações.  Enganam-se aqueles (as) que pensam que a salvação só tem validade depois da nossa morte! Não, é no nosso dia a dia que começamos a viver a vida eterna, pois ela consiste na vontade de Deus se realizando na nossa existência terrena. Quem ama, quem serve e pratica os ensinamentos de Jesus já há conquistado a Jerusalém celeste desde já. - Você também almeja possuir a glória de Deus? – Você aceita participar da Cruz de Jesus? – Você é se sente grande ou pequeno (a)? – Você tem prestado serviço a alguém em Nome do Senhor? – O que você tem feito pelo amor de Deus? – Você tem aprendido e praticado o que Jesus tem lhe ensinado?


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