quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

JESUS NOS ENSINA A VIVER OS MANDAMENTOS – Maria de Lourdes Cury Macedo.



Domingo, 16 de fevereiro de 2020.
Evangelho de São Mateus 5,17-37.


Nesse trecho do Evangelho, que é continuação das Bem Aventuranças, Jesus se posiciona diante da Lei porque não estava sendo interpretada nem cumprida corretamente e nos diz: Eu não vim para abolir a Lei, mas para levá-la à perfeição”(Mt 5, 17).
O que é a Lei? O que são os Profetas? Por Lei e Profetas, entendem-se dois conjuntos distintos de livros do Antigo Testamento. A Lei refere-se aos escritos atribuídos a Moisés; os Profetas, como o próprio nome o indica, são os escritos dos profetas e os livros sapienciais. 
Jesus deixa claro que não veio para destruir a Lei Antiga de Moisés, recebida das mãos de Deus, mas veio dar-lhe pleno cumprimento, veio para aperfeiçoá-la, restaurá-la, para ensinar a cumpri-las de maneira mais perfeita. Somos convidados a refletir sobre qual deve ser a atitude do cristão diante da Lei de Deus e as consequências que ela tem nas nossas opções de vida.
Jesus diz: aquele que é fiel em observar os menores preceitos da lei e ensina os outros a fazer o mesmo terá um grande premio  na glória. E quem com sua conduta despreza os mandamentos, por serem insignificantes, este terá recompensa menor.
Naquele tempo os escribas eram os doutores intelectuais, copiavam e explicavam as Escrituras, se julgavam donos do saber e os melhores para interpretar as Escrituras, criticando os que a descumpriam segundo as suas próprias interpretações e incluindo Jesus nas suas críticas. Como pessoas esclarecidas, os escribas sabiam muito bem o que se devia fazer, mas não o faziam e nem sempre ensinavam o que Deus pedia, exigindo muito, com isso colocavam fardos pesados nos ombros do povo em relação ao cumprimento das Leis, escravizando-os e controlando duramente a população. Eles queriam ser considerados justos e observantes da Lei, mas por dentro, no íntimo estavam cheios de vícios, eram hipócritas, soberbos, orgulhosos, por isso Jesus os chamou de “sepulcros caiados”.
 Jesus ensina que não veio abolir as leis, e sim ensinar como elas deveriam ser realmente compreendidas e praticadas, ensinando dessa forma um novo jeito de viver a liberdade e não ser  escravo, obedecer por amor a Deus e para ser feliz. A lei deve estar dentro do coração, só assim ela será praticada com alegria, sem ser um peso na vida das pessoas. O que Jesus pretende é restaurar, aperfeiçoar a Lei para o povo de Israel, uma exigência para entrar no Reino que Jesus veio oferecer.
Na interpretação de Jesus, a Lei é ampliada até as suas últimas consequências: o respeito pela vida está ligado à erradicação do ódio, da vingança e da ofensa; a castidade do corpo passa pela pureza das intenções; a perfeição do matrimônio passa pela fidelidade e pela indissolubilidade; a verdade da palavra dada passa pelo respeito aos pactos. Ao cumprir a Lei, Jesus, «revela o homem ao próprio homem e manifesta-lhe sua vocação mais profunda» (Concílio Vaticano II).
Ser justo passa por uma radical conversão. Por isso o espírito da justiça até no cumprimento dos mandamentos da Lei de Deus necessita de uma interpretação tranquila. Muitas pessoas não matam fisicamente, mas matam psicologicamente o irmão com calúnias, desprezo, rixa, inveja, disputa de poder, mania de perseguição.
O ser humano é pecador. Os fariseus viviam a lei pelos critérios humanos. Nós cristãos somos chamados a viver a Lei pela vontade de Deus, pelo amor, entendendo que Deus é nosso Pai bondoso e misericordioso.
Os discípulos de Jesus são convidados a viver segundo a lei do “Reino”, isto é, a acolher com alegria e entusiasmo o projeto de salvação que Deus quis oferecer aos homens. Com fé e confiança deve caminhar sem desanimar, na certeza que o Espírito Santo os guiará a vida de santidade.
Cumprir a Lei por meio de aparências externas não garante  a salvação, à vida eterna, o Reino dos Céus. É necessário se empenhar com muito amor a observância mais perfeita da Nova Lei que Jesus veio nos propor: “Amai-Vos uns aos outros como eu vos tenho amado!”
O exemplo de Jesus convida-nos àquela perfeição da vida cristã que realiza com ações o que se prega com palavras.

Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes


Um comentário:

  1. Maria de Lourdes, Graça e Paz! Obrigada. Iluminada Reflexão! Abraço.

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