domingo, 2 de fevereiro de 2020

Jesus nos chama para o outro lado do mar-Helena Serpa


1 DE FEVEREIRO DE 2020

 

SÁBADO DA 3ª.  SEMANA DO

 

TEMPO COMUM


Cor Verde

Primeira Leitura – II Sam 12,1-7a.10-17

 

Leitura do Segundo Livro de Samuel 12,1-7a.10-17
Naqueles dias: 1O Senhor mandou o profeta Natã a Davi. Ele foi ter com o rei e lhe disse-lhe: 'Numa cidade havia dois homens,
um rico e outro pobre. 2O rico possuía ovelhas e bois em grande número. 3O pobre só possuía uma ovelha pequenina, que tinha comprado e criado. Ela crescera em sua casa junto com seus  filhos, comendo do seu pão, bebendo do mesmo copo, dormindo no seu regaço. Era para ele como uma filha. 4Veio um hóspede à casa do homem rico, e este não quis tomar uma das suas ovelhas
ou um dos seus bois para preparar um banquete e dar de comer ao hóspede que chegara. Mas foi, apoderou - se da ovelhinha do  pobre e preparou-a para o visitante'. 5Davi ficou indignado contra esse homem e disse a Natã: 'Pela vida do Senhor,
o homem que fez isso merece a morte! 6Pagará quatro vezes o valor da ovelha, por ter feito o que fez e não ter tido compaixão'.
7aNatã disse a Davi: 'Esse homem és tu! Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: 10Por isso, a espada jamais se afastará de tua casa, porque me desprezaste e tomaste a mulher do hitita Urias para fazer dela a tua esposa. 11Assim diz o Senhor: Da tua própria casa farei surgir o mal contra ti e tomarei as tuas mulheres, sob os teus olhos, e as darei a um outro, e ele se aproximará das tuas mulheres à luz deste sol. 12Tu fizeste tudo às escondidas.
Eu, porém, farei o que digo diante de todo o Israel e à luz do sol'.
13Davi disse a Natã;'Pequei contra o Senhor'. Natã respondeu-lhe:
'De sua parte, o Senhor perdoou o teu pecado. de modo que não morrerás! 14Entretanto, por teres ultrajado o Senhor com teu procedimento o filho que te nasceu morrerá'. 15E Natã voltou para a sua casa. O Senhor feriu o filho que a mulher de Urias tinha dado a Davi e ele adoeceu gravemente. 16Davi implorou a Deus pelo menino e fez um grande jejum. E, voltando para casa,
passou a noite deitado no chão. 17Os anciãos do palácio insistiam com ele para que se levantasse do chão; mas ele não o quis fazer
nem tomar com eles alimento algum. Palavra do Senhor.

Reflexão - “as consequências dos nossos pecados nos acompanham”
O profeta Natã não se omitiu e com palavras de sabedoria expôs a David o seu pecado fazendo um paralelo com o homem que se apoderara da “ovelhinha do pobre” para preparar um banquete para o seu hóspede. Davi propôs logo a Natã um castigo para aquele algoz: “o homem que fez isso merece a morte!” Natã apontou para ele, dizendo: “Esse homem és tu!” Humilhado e arrependido, Davi escutou do profeta a sentença do Senhor: “a espada jamais se afastará de tua casa!” Davi confessou o seu pecado e por isso, o Senhor o perdoou, as consequências, no entanto, foram desastrosas. Deus deu a Davi a chance de se arrepender e ele, reconhecendo a sua miséria se vestiu de saco e fez um grande jejum para alcançar a misericórdia do Senhor para com a vida do seu filhinho que iria nascer. Mesmo perdoado, Davi foi perseguido pelas implicações do seu pecado e, sujeito a grandes humilhações.  O Senhor está sempre nos dando uma nova chance a fim de que possamos assumir as nossas faltas e recomeçar uma nova vida. Assim, também, muitas vezes, Ele nos envia os “Natãs” para nos exortar e tentar abrir os nossos olhos quando cometemos algum deslize. Entretanto, nem sempre  acolhemos os enviados de Deus nem admitimos os nossos deslizes. Porque não reconhecemos as nossas fraquezas também não experimentamos o perdão de Deus.  O nosso orgulho e obstinação nos levam para a morte. Do contrário, quando nos curvamos e recebemos com humildade as admoestações das pessoas enviadas pelo Senhor, nós experimentamos o refrigério e o alívio para as nossas feridas. Precisamos, pois, tomar consciência de que as consequências dos nossos pecados nos acompanham, no entanto, nos servirão também como um alerta e um sinal na hora em que o inimigo nos tentar. Davi até hoje é reconhecido como um rei irrepreensível e fiel porque admitiu a sua iniquidade, arrependeu-se, pediu perdão ao Senhor e ficou vigilante para não magoar mais o coração de Deus. – Você aceita que alguém possa mostrar o seu erro? – Você admite as suas fraquezas? - Você tem coragem de aconselhar alguém quando este erra? – Você costuma arrepender-se e admitir o seu pecado com sinceridade diante dos outros?

Salmo - Sl 50, 12-13. 14-15. 16-17 (R. 12a)


R. Criai em mim um coração que seja puro!

12Criai em mim um coração que seja puro, *
dai-me de novo um espírito decidido.
13ó Senhor, não me afasteis de vossa face, *
nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!R.

14Dai-me de novo a alegria de ser salvo *
e confirmai-me com espírito generoso!
15Ensinarei vosso caminho aos pecadores, *
e para vós se voltarão os transviados.R.

16Da morte como pena, libertai-me, *
e minha língua exaltará vossa justiça!
17Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar, *
e minha boca anunciará vosso louvor!R.

Reflexão - Depois que reconhecemos o nosso pecado e pedimos o perdão de Deus é necessário que peçamos a Ele o auxílio para podermos caminhar na estrada do bem. Davi nos ensina a fazer isto quando diz: “criai em mim um coração que seja puro e dai-me de novo um espírito decidido”. Apesar do nosso pecado nós nunca podemos perder esperança e deixar de confiar na misericórdia do Senhor. Deus esquece o nosso passado e trabalha em nós em vista do nosso futuro. Peçamos ao Senhor, portanto, que Ele nos dê de novo tudo o que jogamos fora, e nos ensine a trilhar o caminho seguro para, assim, podermos também ajudar a todos os que se transviarem.
Evangelho - Mc 4,35-41

 

 + Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 4,35-41

35Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos: 'Vamos para a outra margem!' 36Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava na barca. Havia ainda outras barcas com ele. 37Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. 38Jesus estava na parte de trás,
dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: 'Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?'
39Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: 'Silêncio! Cala-te!'
O ventou cessou e houve uma grande calmaria. 40Então Jesus perguntou aos discípulos: 'Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?' 41Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: 'Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?'
Palavra da Salvação.

Reflexão - “Jesus nos chama para o outro lado do mar”
Jesus convocou os seus discípulos a passar para o outro lado do mar e subiu na barca com eles. Jesus não mandou que os discípulos fossem sozinhos, mas se dispôs a ir junto com eles. Não foram eles que entraram na barca de Jesus, mas foi Jesus quem entrou na barca deles, para fazer-lhes companhia durante a travessia. Com certeza, Jesus fez questão de acompanhar os Seus discípulos, porque já sabia o que eles iriam passar. Os apóstolos deviam estar apreensivos, mas a fé em Jesus era maior do que as suas dúvidas e apreensões. Assim também, na realidade da nossa vida, isto pode acontecer. Nós também, costumeiramente temos convivido com Jesus meditando na Sua Palavra em momentos de oração, na tranquilidade da nossa rotina, recebendo instruções e presenciando os Seus milagres na nossa vida! No entanto, chega o momento (ao cair da tarde) em que o Senhor nos chama e ordena a que passemos para o outro lado, quem sabe para alguma mudança de atitude, de mentalidade, de comportamento. Um lugar em que estejamos mais próximos Dele, longe do mundo e das suas concepções. Ele nos chama para a santidade, mas não fica de fora, entra na nossa barca, na nossa vida e vem nos ajudar na viagem. Jesus chama a cada um de nós em particular, para levá-Lo na nossa barca a um lugar que só Ele sabe onde fica, o que lá existe e o que iremos fazer lá.  A nossa parte é apenas acolhe-Lo, com fé, do jeito que Ele está e não querer dar nenhuma sugestão, apenas confiar que Ele nos levará a algo “maravilhoso”. Se Ele nos chama é porque deseja nos formar em alguma coisa que ainda não vivemos e que é “novo”, outra maneira de agir, outra percepção das coisas, outra conscientização. Como os discípulos, nós precisamos ter consciência de que mesmo com Jesus na nossa barca, nós também enfrentaremos as tempestades, naturais da nossa própria limitação e incapacidade. Quando entramos na barca com Jesus nós assumimos compromisso com o amor, com o serviço, e as dificuldades vêm balançar a nossa vida. Por isso, nós também começamos a temer quando ficamos entregues à sorte.   Dizemos também como aqueles: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” Quantas crises nós também, como Igreja, povo de Deus, como família e como comunidade experimentamos pela nossa falta de fé!  Ainda que a barca de Jesus balance ao sabor dos ventos contrários, nós, que confiamos no poder do Espírito Santo, não poderemos nos atemorizar. Jesus está conosco na Barca e tem poder para ordenar ao vento que estremece o mar da nossa existência: “Silêncio! Cala-te!” Eis que tudo fica calmo quando confiamos em Jesus: os nossos medos se tornam fumaça e nós conseguimos atravessar as tempestades, certos de que Jesus não está dormindo. Ele apenas espera a manifestação da nossa fé! – Você já deixou que Jesus subisse na barca da sua vida?  - Você tem deixado que Ele o (a) leve para o outro lado do mar? - Como você tem atravessado as tempestades da sua vida?  -  O que lhe dá medo? – Você já apelou para Jesus ou tenta vencer a tempestade sozinho (a)?


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