domingo, 2 de fevereiro de 2020

A simplicidade de Deus escandaliza-Helena Serpa


5 DE FEVEREIRO DE 2020

 

4ª. FEIRA QUARTA SEMANA DO

 

TEMPO COMUM


Cor Verde

 

1ª. Leitura – II Sam 24,2.9-17

 

Leitura do Segundo Livro de Samuel 24,2.9-17
Naqueles dias: 2Disse, o rei Davi a Joab e aos chefes do seu exército que estavam com ele: 'Percorre todas as tribos de Israel,
desde Dã até Bersabéia, e faze o recenseamento do povo, de maneira que eu saiba o seu número. 9Joab apresentou ao rei o resultado do recenseamento do povo: havia em Israel oitocentos mil homens de guerra, que manejavam a espada; e, em Judá, quinhentos mil homens. 10Mas, depois que o povo foi recenseado,
Davi sentiu remorsos e disse ao Senhor: 'Cometi um grande pecado, ao fazer o que fiz. Mas perdoa a iniquidade do teu servo,
porque procedi como um grande insensato'. 11Pela manhã, quando Davi se levantou, a palavra do Senhor tinha sido dirigida ao  profeta Gad, vidente de Davi, nestes termos: 12'Vai dizer a Davi: Assim fala o Senhor: dou-te a escolher três coisas: escolhe aquela que queres que eu te envie'. 13Gad foi ter com Davi e referiu-lhe estas palavras, dizendo: 'Que preferes: três anos de fome na tua terra, três meses de derrotas diante dos inimigos que te perseguem, ou três dias de peste no país? Reflete, pois e vê
o que devo responder a quem me enviou'. 14Davi respondeu a Gad: 'Estou em grande angústia. É melhor cair nas mãos do Senhor,
cuja misericórdia é grande, do que cair nas mãos dos homens!'
15E Davi escolheu a peste. Era o tempo da colheita do trigo.
O Senhor mandou, então, a peste a Israel, desde aquela manhã até ao dia fixado, de modo que morreram setenta mil homens da população, desde Dã até Bersabéia. 16Quando o anjo estendeu a mão para exterminar Jerusalém, o Senhor arrependeu-se desse mal e disse ao anjo que exterminava o povo: 'Basta! Retira agora a tua mão!' O anjo estava junto à eira de Areuna, o jebuseu. 17Quando Davi viu o anjo que afligia o povo, disse ao Senhor:
'Fui eu que pequei, eu é que tenho a culpa. Mas estes, que são como ovelhas, que fizeram? Peço-te que a tua mão se volte contra mim e contra a minha família! ' Palavra do Senhor.

 

Reflexão - “o pecado social
Irritado com o povo de Israel David mandou fazer um recenseamento a fim de que pudesse ter ciência do número exato dos seus subordinados.  Agindo assim, David mostrou confiar mais nos efetivos humanos do que em Deus. Desejou ter conhecimento para ter domínio da situação e mostrar o seu poderio.  Arrependido diante do Senhor e sentindo remorso, Davi pediu clemência a Deus, porém, mesmo assim, sofreu decorrência da sua insensatez.  Por isso, teve que escolher entre uma das três punições previstas pela Lei para quem trai a Aliança. Três anos de fome. Três meses de derrota diante dos inimigos; três dias de peste. “É melhor cair nas mãos do Senhor cuja misericórdia é grande, do que cair nas mãos dos homens,” disse David. Ele, então, preferiu a peste à guerra porque, um castigo vindo da mão de Deus nos permite esperar na misericórdia divina. De fato, aconteceu que Deus sentiu compaixão por Jerusalém, e poupa-a quando o próprio rei intercede pelo povo inocente, e assume as responsabilidades pelo sucedido. Os homens são implacáveis e injustos, Deus, no entanto, é justo e misericordioso. Não nos trata segundo as nossas faltas.  Neste relato nós compreendemos a lógica da história da salvação: pecado, castigo, arrependimento, perdão.  Percebemos também como o pecado de alguém pode ter consequência na vida de todos.  A conduta de uma pessoa pode repercutir-se, para o bem e para o mal na vida de toda uma comunidade, principalmente, se esta pessoa, tiver responsabilidades em relação ao seu bem estar. É o pecado social! Por isso, o comportamento de um governante, de um rei ou alguém que estiver à frente de um povo é parâmetro para que esse povo seja bem sucedido ou não. A grande mensagem desta leitura para nós é que precisamos confiar no Senhor e não nos homens. Davi quis agir por suas próprias forças confiando em carros e cavaleiros e não se lembrou de que o plano é do Senhor e não dele. Com isso, nós aprendemos também que, às vezes, o querer “saber demais” com o intuito de dominar e mostrar poder, desperta a ira de Deus contra nós. A confiança é a atitude do homem que mais é apreciada por Deus, portanto, precisamos dar provas de que fazemos a nossa parte, mas o Senhor é soberano e é Ele quem nos dá resposta para os nossos questionamentos e dúvidas. – Você é uma pessoa que gosta de fazer muitos cálculos para não ser pego de surpresa? – Você confia na providência de Deus? – Quem é que dá resposta para os seus questionamentos e dúvidas? – Você confia no poder e na misericórdia de Deus?

Salmo - Sl 31, 1-2. 5. 6. 7 (R. Cf. 5c)


R. Perdoai-me, Senhor, meu pecado!

1Feliz o homem que foi perdoado *
e cuja falta já foi encoberta!
2Feliz o homem a quem o Senhor
não olha mais como sendo culpado, *
e em cuja alma não há falsidade!R.

5Eu confessei, afinal, meu pecado, *
e minha falta vos fiz conhecer.
Disse: 'Eu irei confessar meu pecado!' *
E perdoastes, Senhor, minha falta.R.

6Todo fiel pode, assim, invocar-vos, *
durante o tempo da angústia e aflição,
porque, ainda que irrompam as águas, *
não poderão atingi-lo jamais.R.

7Sois para mim proteção e refúgio;*
na minha angústia me haveis de salvar,
e envolvereis a minha alma no gozo *
da salvação que me vem só de vós.R.

 

Reflexão - A decisão que tomamos de confessar o nosso pecado e pedir perdão ao Senhor pelas nossas faltas nos traz como consequência uma experiência de grande felicidade e a certeza do amor misericordioso do Pai. Por isso, o salmista proclamou: “Eu confessei, afinal, meu pecado, e minha falta vos fiz conhecer... E perdoastes, Senhor minha falta”. Enquanto guardamos conosco as nossas faltas e não reconhecemos os nossos pecados para confessá-los, nós encurralamos a nossa alma e não deixando que ela se sinta livre, por isso, seremos eternos prisioneiros de nós mesmos. Aquele que confessa o seu pecado merece ser perdoado e quando invocar o Senhor durante a sua angústia, será escutado e acolhido.

 

Evangelho - Mc 6,1-6

 

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 6,1-6
Naquele tempo: 1Jesus foi a Nazaré, sua terra, e seus discípulos o acompanharam. 2Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o escutavam ficavam admirados e diziam:
'De onde recebeu ele tudo isto? Como conseguiu tanta sabedoria?
E esses grandes milagres que são realizados por suas mãos?
3Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco?'  E ficaram escandalizados por causa dele. 4Jesus lhes dizia: 'Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares'. 5E ali não pôde fazer milagre algum.
Apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. 6E admirou-se com a falta de fé deles. Jesus percorria os povoados das redondezas, ensinando. Palavra da Salvação.

Reflexão – “A simplicidade de Deus escandaliza”
O povo admirava-se da sabedoria de Jesus, mas desconfiava das Suas palavras e até dos milagres que Ele realizava, porque não acreditava que Ele, o simples filho do carpinteiro, tivesse tanta sabedoria. Precisamos ter consciência de que Deus é simples! Na maioria das vezes nós também não acreditamos na simplicidade das Suas manifestações na nossa vida e ficamos esperando algo que já aconteceu. A simplicidade de Deus escandaliza as pessoas e a maneira como Ele opera os Seus planos, também nos deixa confusos. Esperamos “grandes coisas”, “grandes acontecimentos” e o Senhor nos fala e orienta na naturalidade dos nossos pensamentos, sentimentos repletos de fé. Por que não olhamos com os olhos da Fé, os milagres também são difíceis de acontecer na nossa vida. Necessitamos do extraordinário e temos planos complicados que vêm dos nossos desejos humanos, não trabalhamos o nosso ser espiritual para perceber os gestos simples. Não acreditamos nos planos de Deus e principalmente o que Ele deseja realizar através de coisas e de pessoas simples. Ainda hoje, nós também damos pouco valor às pessoas que estão muito próximas de nós, principalmente àquelas que são humildes e sem pretensão. Acostumamo-nos a conviver com elas e não percebemos que são instrumentos de Deus para o nosso crescimento e até para o nosso livramento.  Muitos milagres poderiam acontecer no nosso meio se déssemos atenção àqueles (as) que são instrumentos de Deus para nós.  Não entendemos o porquê que alguém, mesmo simples e humilde, possa ao mesmo tempo ser sábio aos olhos de Deus. Confundimos a sabedoria que vem de Deus com o conhecimento que o mundo dá. Jesus, o Salvador visitou a sua casa, mas os Seus não O reconheceram. Assim também, Jesus Salvador, visita a nossa casa, o nosso coração. Está dentro de nós e mora conosco, está ao nosso alcance e nós achamos que só vamos encontrá-Lo La fora. Procuramos longe Aquele que está tão perto de nós e quer fazer maravilhas na nossa vida.  Somos chamados (as), então a refletir: as coisas simples nos incomodam ou atraem? – Valorizamos as pessoas da nossa casa quando nos dão algum conselho? – Na nossa casa também os profetas não são bem recebidos por nós? - A quem estamos valorizando, o que nos prende a atenção e a que nós estamos dando importância: às coisas simples do alto, ou às coisas complicadas de baixo? 

3 comentários:

  1. José Maria Nascimento5 de fevereiro de 2020 às 03:32

    Obrigado Senhor, obrigado Helena!!!

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  2. Me converti ao catolicismo a pouco tempo estou Amando aprender obrigada pelo trabalho de vcs estão mudando minha vida

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  3. DEUS te abençoe e te ilumine. Obrigado p/ reflexão.
    Santa Maria, Rio Grande do Sul.

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