-A NECESSIDADE DA ORAÇÃO- Lc 18,1-8-José Salviano
16 de Novembro de 2019
Evangelho
–Lc 18,1-8
E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca
desfalecer,
Dizendo: Havia numa cidade um certo juiz, que
nem a Deus temia, nem respeitava o homem.
Havia também, naquela mesma cidade, uma certa
viúva, que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário.
E por algum tempo não quis atendê-la; mas depois
disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens,
Todavia, como esta viúva me molesta, hei de
fazer-lhe justiça, para que enfim não volte, e me importune muito.
E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz.
E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que
clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles?
Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando
porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?
Jesus nos explica que devemos rezar com insistência, pedir todos os
dias. A nossa oração não pode ser assim: pedimos a Deus hoje, e ponto final.
Ficamos esperando receber aquela graça, a qual poderá não acontecer, pois
pedindo somente uma vez, demonstramos pouca confiança na proteção e bondade
divina, além de também demonstrar pouco interesse em conversar com Deus.
Do mesmo modo, quando pedimos somente uma vez, damos pouca
importância ao sofrimento a que estamos vivendo. Em outras palavras,
demonstramos que o que pedimos não é algo de tanta importância para a nossa
sobrevivência.
Ao contrário, quem pede várias vezes, é sinal que está muito
necessitado, desesperado, mesmo, e que confia no poder de Deus, como o fizeram
os dez leprosos. Eles estavam desesperados! Outro exemplo que demonstra melhor
o que estamos querendo explicar, foi aquela cena de desespero daquele cego de
Jericó que pedia em alta voz: Jesus, filho de Davi, pende piedade de
mim! E ele foi prontamente atendido.
Com toda certeza, todos os nossos pedidos feitos com muita emoção,
até com lágrimas, tocam muito a Deus. Mas não se trata de lágrimas de
crocodilo. Viu? Estamos falando e pedir com fé e pedir do fundo da nossa alma.
Pedir acreditando que vai receber.
Neste Evangelho, uma viúva insistente nos dá uma bela lição de
perseverança e nos ensina a nunca desistir dos nossos objetivos.
Vendo aquela cena, Jesus toca num assunto importantíssimo na nossa
vida cristã: A oração insistente.
Mas não se trata de repetição fórmulas, mas apenas uma necessidade.
Sem esse diálogo cotidiano com Deus, a vida espiritual perde se total sentido e
se enfraquece.
É importante notar que o próprio Jesus nos insiste na necessidade
de rezar diariamente. Pois sem oração a nossa vida não se sustenta. Se fosse
possível viver sem Deus, Ele não nos teria mostrado a importância da oração.
Vamos revisar a nossa vida de oração tanto pessoal. Como
comunitária, para ver se ela está de acordo com as palavras de Jesus, de acordo
com as nossas necessidades do socorro do Pai que nos ama.
Seria muito triste se depois dessa revisão nós chegássemos a
conclusão de que os nossos esforços pela oração está na periferia, num segundo
plano das nossas opções.
Uma sugestão. Compre na secretaria da sua paróquia, um livrinho de
orações. Use-o todos os dias. Reze várias vezes por dia. Isso é possível.
Sempre há uma oportunidade para isso. Sempre temos um momento propício. Seja
enquanto o ônibus não chega, enquanto a água ferve, enquanto estamos numa fila,
continue você. Faça a sua lista de momentos propícios para rezar pelo menos um
Pai Nosso...
Fica com Deus.
José Salviano.
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