Domingo, 1º de dezembro de 2019.
Evangelho de Lc 24, 37-44.
Nesse domingo, dia 1º começa o tempo do advento. Com o Advento iniciamos o novo ano litúrgico.
O Advento nos aponta para a celebração do Natal, o nascimento de Jesus e também
para a segunda e última vinda do Senhor Jesus. Nesse tempo presente, tempo de
espera da segunda vinda de Jesus, precisamos viver a vigilância. Jesus voltará
como Ele mesmo disse, mas não sabemos quando, por isso se faz necessário viver
vigilantes, seguindo os passos dele para não nos encontrarmos desprevenidos no
momento que ele voltar.
Nesse tempo de espera, tempo
intermediário entre o natal e a sua volta, precisamos ter Jesus no coração, nos
nossos atos, fazer a experiência d’Ele em nossas vidas, ter o nosso encontro
pessoal com Ele e viver do jeito ele quer que vivamos.
O
Advento lembra, portanto, a vinda de Jesus ao nosso meio. Jesus veio morar
entre nós, dar sentido a nossa vida, fazendo-se homem, encontrando-se conosco,
vivendo a nossa situação de seres humanos e indicando-nos o caminho, que nos
conduz ao Pai.
Quando
a vida termina para cada um de nós temos o nosso encontro particular com Jesus,
por isso precisamos viver purificados, sem pecado, na graça de Deus e para
viver desse modo é necessário a nossa doação ao próximo de nós mesmos, de
assumir a nossa cruz que nos dá a salvação e de cultivar a presença de Deus
diariamente na nossa vida, pois sem Ele nada poderemos fazer.
No
Advento surgem sempre três figuras bíblicas: Isaías com suas profecias, João
Batista, o precursor de Jesus nas portas do Novo Testamento, com sua denúncia
profética convidando todos à conversão, para endireitar o caminho e um clima de
esperança da chegada do Messias e Maria, que ocupa o lugar de destaque neste
tempo, porque esperou o Redentor.
Nas
quatro semanas do Advento é o tempo de prepararmos para celebrar o Natal, nesse
tempo a Igreja nos pede que examinemos o fundo do nosso coração, da nossa alma e
nos livremos dos inimigos que nos afastam de Deus como: a concupiscência da
carne, o comodismo, a soberba, o orgulho, a vaidade, o amor próprio, o
egoísmo... O Advento pede de nós um estado de vigília, que é luta constante
contra nossas imperfeições e fragilidades, enfim contra todo o pecado. Estar vigilante é evangelizar
nossa família, amigos, parentes, vizinhos, enfim colaborando na evangelização
da nossa comunidade. Vigiar é um convite a um compromisso concreto com Jesus e
com os irmãos. Esta é a maneira de estar vigilantes, porque não sabemos quando
o Filho do Homem, que é Jesus, voltará.
O
que nos ajuda e fortalece é ter zelo pela oração, pequenos sacrifícios e a
prática da caridade, que é o amor ao próximo. Assim vamos tirando os entulhos
que guardamos dentro de nós como: preocupações exageradas com bens materiais, nos corrigindo, vivendo como
Jesus nos ensinou, vivendo o amor a Deus e ao próximo. Porque onde existe amor,
existirá compreensão, paciência, solidariedade, fraternidade, justiça. Onde há
Deus não há lugar para o ódio, rancor, inveja, ciúme, maldade, discórdia,
falsidade, desunião, fofocas, calúnias.
Este evangelho nos ensina uma lição que é atual para os homens de
todos os tempos: é preciso estar sempre alerta. Para melhor entendermos, Jesus
dá exemplos: Ele fala do povo no tempo de Noé, da atividade diária das pessoas,
do seu trabalho e a do ladrão que chega quando ninguém espera.
O Evangelho nos recorda que
as pessoas que viveram na época de Noé não deram muita atenção às advertências
que ele fazia. O resultado foi que muitos foram apanhados de surpresa quando
veio o dilúvio e arrastou a todos, assim será no retorno de Jesus no dia do
juízo final: muitos serão encontrados despreparados.
O povo da época de Noé levava sua vidinha de sempre: comiam, bebiam,
casavam-se. A violência aumentou tanto até chegar a um ponto insuportável e só
Noé se conservava na lei do Senhor e construía a arca da justiça. Aquele povo
não percebeu, ou não se deu conta que vivendo daquela maneira não agradava a
Deus.
Isto pode estar acontecendo hoje conosco, levamos nossa vida sem
nos preocuparmos se estamos ou não agradando o Senhor. É preciso ter
sensibilidade em relação ao momento presente, saber compreender o presente, o
que Deus está nos falando, ensinado, corrigindo, mostrando, mas ser parecidos
com Noé, que era considerado uma pessoa justa...
Jesus nos alerta: Estejam atentos! Não podemos viver só preocupados
com as coisas do mundo... Quem vive assim será pego de surpresa.
O exemplo dos dois homens trabalhando no campo e das duas mulheres
moendo no moinho refere-se aos trabalhos diários de toda a humanidade.
Trabalham juntos, mas um será levado e outro deixado. Os que estiverem
preparados, porque estão vigilantes e praticando a justiça, o amor, serão
levados; os que não estiverem preparados, porque não deram atenção à prática da
justiça e ao amor, serão deixados. Uns, serão levados outros deixados porque no
mundo convivem juntos os justos e os injustos. A diferença está no modo de ser,
de agir, de pensar de cada um deles. Nem sempre quem faz o mesmo serviço será
salvo ou condenado. Não é o serviço, mas a intenção com que faz. Se, faz com amor, dedicação, justiça ou com
ódio, inveja, de qualquer jeito, com descaso.
Com as palavras deste evangelho, Jesus não quis assustar ninguém e
nem por medo. A nossa religião, a nossa fé não é uma religião de medo, medo de
Deus, medo do castigo, mas devemos nos revestir do amor, da graça de Deus, que
Ele continuamente derrama sobre todos aqueles que querem e desejam a graça,
desejam viver no amor, na justiça, na paz. O Evangelho é uma mensagem de
alegria e esperança e não uma mensagem
de medo, de terror e angústia, mas de Salvação.
Por isso enquanto estivermos vivos, em marcha para a casa do Pai, a
atitude que o Senhor quer de nós é a de uma atenta e sábia vigilância para não
errar, para não desviar do caminho do amor, do caminho da Salvação.
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
Parabéns pela bela reflexão,sou ministra da Sagrada Eucaristia, aqui no Paraná,e me preparo com as mensagem de vcs. Q o Espírito Santo, continue empulcionando.
ResponderExcluirParabéns,bela reflexão,sou ministro extraordinário da comunhão e da palavra, sempre que vou celebrar, leio todas as reflexões, para me inspirar.
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