quinta-feira, 17 de outubro de 2019

OS OPERÁRIOS SÃO POUCOS-Adélio Francisco.


REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 18/10/2019
- Lucas 10,1-9
FESTA DE SÃO LUCAS, EVANGELISTA 
   "A COLHEITA É GRANDE, MAS OS OPERÁRIOS SÃO POUCOS."
A vida tem uma sabedoria que não se pode ignorar. Viver é uma arte e, como tal, tem as suas leis, os seus princípios que nos conduzem a um relacionamento autenticamente humano porque é inspirado em Deus, que nos criou. O desafio está sempre presente : aprender a viver, a conviver é um processo ininterrupto da vida fluindo e manifestando. Todos nós, batizados, de um modo ou de outro somos enviados de Jesus para preparar o caminho para ele. Não podemos colocar nossa missão, e a posição que ocupamos na sociedade ou na Igreja, a serviço de nossa promoção ou de qualquer outra vantagem. Nossa vida deve em tudo deixar transparecer seu modo novo de pensar e de viver. 
    São Lucas é o patrono    dos pintores e dos médicos. Entre os quatro evangelhos, o terceiro é atribuído a Lucas desde o fim do século II  (Ireneu de lyon). Apresenta vários traços característicos : É o único dos evangelhos que se prolonga em outro livro, os Atos dos Apóstolos. Mostra, por conseguinte, como a ação e a Palavra de Jesus foram compreendidas e prolongadas por seus discípulos. 
    Lucas apresenta Jesus voltado para todos os pobres, a mulher, a misericórdia, enfim para todo tipo de classe social. 
      O livro intitulado Atos dos Apóstolos traça os primeiros passos da vida da Igreja até a primeira estadia de Paulo em Roma.  Apresenta o retrato ideal da Igreja nascente : perseverante nos ensinamentos dos apóstolos, na fração do pão, na comunhão, na caridade fraterna e na oração. 
     Portanto, a festa desse evangelista é  celebrada, tanto no Oriente como no Ocidente, no dia 18 de outubro. 
      No Evangelho de hoje  que a liturgia nos propõe,  o próprio Lucas acrescenta à missão dos Doze, a missão dos setenta e dois discípulos.
Jesus designou outros setenta e dois discípulos em missão, enviando-os de dois a dois.
Jesus deixa claro : que o verdadeiro discípulo não deve preocupar-se em ser ou não ser aceito e aplaudido. Nem preocupar-se com o que acontecerá com ele. Mas preocupar-se somente com a fidelidade á sua missão de pregar a grande novidade do Evangelho.
Jesus está treinando seus colaboradores e sucessores. Logo mais eles deverão enfrentar sozinhos a missão de pregar, sofrerão a indiferença, a perseguição e a morte violenta. 
A evangelização é diferente de outras empresas humanas. Essas podem ser abandonadas quando não satisfazem. Mas a evangelização deve ser levada adiante mesmo entre lágrimas e mesmo quando, aparentemente, não surtam efeitos. As empresas humanas costumam procurar os melhores meios e as mais eficientes técnicas. A evangelização tem sua força em si mesma, porque ela, se é verdadeira, se identifica com o senhor Jesus.
Jesus é claro hoje em pedir dos evangelizadores o desapego dos bens terrenos. Quanto mais vazio de si e de coisas for o apóstolo, tanto mais disponível estará para as coisas de Deus. Por bens terrenos não se entendem só o dinheiro e as posses, mas também os projetos e interesses pessoais. O ser humano costuma ser sensibilíssimo à liberdade, considerando-a, depois da vida, o maior tesouro que se possa ter ou oferecer. Ora, o apego aos bens terrenos tolhe a liberdade. Em empresas humanas, talvez se possa raciocinar assim: "se tenho dinheiro, faço o que quero". E a preocupação será administrar o dinheiro. Na empresa da evangelização esse raciocínio não funciona. Porque Deus se dá aos pobres de Espírito, isto é, aos vazios de interesses e preocupações terrenas.
Meus irmãos e irmãs: vemos que neste texto Jesus envia os seus discípulos para anunciar 
O Evangelho e aconselha-os sobre como desincumbir-se da tarefa da evangelização.
A primeira sugestão é o trabalho em conjunto ("Jesus envia-os dois a dois"). A evangelização é tarefa de toda a comunidade cristã, não é trabalho para uma só pessoa.
A segunda sugestão é o desprendimento ("...nada levem na viagem"). Os evangelizadores devem ficar isentos de objetivos pessoais e materiais, sempre disponíveis para servir os outros e desligados de ganhos subjetivos, como honra e prestígio.
Depois Jesus exorta os discípulos a serem pacientes. Fé e conversão não podem ser impostas. Ele também diz a eles para serem simples e aceitarem o que o povo lhes oferecer.
Finalmente, os discípulos são aconselhados a praticar a misericórdia assim como a ajudar o povo a libertar-se das suas escravidões e opressões humanas. A evangelização é um processo contínuo que deve conduzir as pessoas à conversão, afastando-as dos seus caminhos de pecado. 
PERMANECEMOS NA SANTA PAZ DE DEUS!
-Adélio Francisco.


Um comentário:

  1. Interessante desapego das coisas terrenas.Concordo! A liberdade é melhor que bens materiais.

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