terça-feira, 15 de outubro de 2019

-29º DOMINGO DO TEMPO COMUM-DEUS NOS FARÁ JUSTIÇA- Lc 18,1-8-José Salviano


29º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Evangelho-Lc 18,1-8

 

Êx 17,8-13; Sl 121; 2Tm 3,14-4,2

 

-DEUS NOS FARÁ JUSTIÇA- Lc 18,1-8-José Salviano

Naquele tempo:
1Jesus contou aos discípulos uma parábola,
para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre,
e nunca desistir, dizendo:
2'Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus,
e não respeitava homem algum.
3Na mesma cidade havia uma viúva,
que vinha à procura do juiz, pedindo:
`Faze-me justiça contra o meu adversário!'
4Durante muito tempo, o juiz se recusou.
Por fim, ele pensou:
'Eu não temo a Deus, e não respeito homem algum.
5Mas esta viúva já me está aborrecendo.
Vou fazer-lhe justiça,
para que ela não venha a agredir-me!''
6E o Senhor acrescentou:
'Escutai o que diz este juiz injusto.
7E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos,
que dia e noite gritam por ele?
Será que vai fazê-los esperar?
8Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa.
Mas o Filho do homem, quando vier,
será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?'
Palavra da Salvação.

 

Neste Evangelho, Jesus nos apresenta mais uma parábola de um  juiz incrédulo e poderoso,  e de uma viúva desprotegida e injustiçada.

Aquele juiz assim como todo judeu, não acreditava na vida eterna, e pensava que tudo se resumia na vida terrena. Por tanto, o objetivo principal de cada um, era acumular  bastante riqueza e aproveitar  bem a vida, com tudo que tinha direito.

Isto por que os judeus só seguiam a Torá, e esta não falava da ressurreição dos mortos, e da vida futura. Assim, os saduceus não acreditavam  na vida eterna.  Esta verdade foi mostrada por Jesus, e por tanto, era uma novidade para  eles.

Para eles, tudo termina com a nossa morte. Não havendo, por tanto, ressurreição dos mortos, e nem tão pouco recompensa  na vida futura pelo bem que fazemos aqui.  Não há salvação, além da salvação terrena. Assim pensavam. Para eles, neste mundo, É UM SALVE-SE QUEM PUDER!  Pois a nossa felicidade ou desgraça é produzida por nós mesmos. Eles não acreditavam que Deus exercesse qualquer influência sobre as nossas ações.

E foi por isso que Jesus disse: “Ai de vós, os ricos, pois já têm a vossa consolação... e na outra vida não terão mais nada para receber... ... os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros...”

Caríssimas e caríssimos. Agora dá para a gente entender o comportamento de uma grande parte dos homens e mulheres desse mundo.  Eles agem exatamente como os saduceus.  Não acreditam em Deus, nem em vida eterna, muitos menos em recompensa ou penalidades futuras, e por tanto agem livremente, pois para eles, na luta pela sobrevivência vale tudo, igual ao que acontece no reino animal. Por isso, a vida é um salve-se quem puder, onde se  pode cometer as maiores injustiças contra os pequenos, os fracos e ainda acham que estão absolutamente certos. E quem disser o contrário, será perseguido. Pois a sobrevivência é uma luta na qual os fortes vencem os fracos, e ponto final!

Esta pará­bola sobre a persistência na oração tem muitas semelhanças com a parábola do homem que acorda o vizinho no meio da noite para pedir um pedaço de pão...
O contexto aqui é de conforto e incentivo para os discípulos, enquanto esperam a vinda do Filho de Deus. "Continuai a rezar, não vos desanimeis", é a ordem do Mestre! Pedir sempre, mesmo que pareça que Deus não está nos ouvindo.
O juiz é totalmente inescrupuloso, não se dei­xando guiar nem pela lei divina nem pela lei humana, ele ignora os insistentes pedidos daquela pobre mulher.
A viúva está pedindo apenas seus direitos. Pela lei judaica, ela pertencia ao grupo dos indefesos espe­ciais que deveriam ter prioridade (Dt 24,17-22). A recusa do juiz em agir pode ter sido devido à pregui­ça,  por medo do adversário dela, ou por ela não ter importância a seus olhos. Pois a mulher, especialmente a viúva, não era levada em consideração naqueles tempos.
Mas eis que finalmente, ele é levado a fazer justiça por medo das consequências para si mesmo, se ela persistisse no pedido.
Jesus compara a insensibilidade do juiz com o cuidado que Deus dispensa a seus eleitos. Se o juiz injusto agirá depois de pedidos persistentes, que dirá Deus? Mas o atraso de uma resposta à oração e, em especial aqui, o atraso da vinda do Filho do Homem, pode fazer com que os seguidores de Jesus desistam. Quando o Mestre vier, alguns terão perdido a fé! Muitos de nós podemos ficar desanimados quando Deus parece não estar dando a menor importância aos nossos insistentes pedidos.
Prezados irmãos. Neste Evangelho, a mensagem central de Jesus para nós é a insistência que devemos ter nas nossas orações. Ele disse que devemos rezar com fé, humildade e insistência. Aquela viúva insistiu tanto que o juiz teve de lhe fazer justiça, não porque ele estava disposto a cumprir a justiça, mas para não ser mais incomodado.
Veja: Não se trata de que Deus se sinta incomodado com os nossos rogos diários. Jesus citou isso para que pudéssemos  entender  a sua mensagem.
Mesmo que você não esteja recebendo aquela graça que você vem pedindo a Deus todo dia, continue pedindo. Insista. Peça todo dia mais peça com mais fé e mais humildade, até você conseguir. Foi o próprio Cristo quem aconselhou a fazer assim, inclusive deu exemplo, conforme citamos aqui.

Tenha um bom e santo domingo. José Salviano



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