-SENHOR, EU NÃO SOU DIGNO- Lc 7,1-10-José Salviano
16 de Setembro de 2019
Evangelho- Lc 7,1-10
E, depois de concluir todos
estes discursos perante o povo, entrou em Cafarnaum.
E o servo de um certo centurião, a quem muito
estimava, estava doente, e moribundo.
E, quando ouviu falar de Jesus, enviou-lhe uns
anciãos dos judeus, rogando-lhe que viesse curar o seu servo.
E, chegando eles junto de Jesus, rogaram-lhe
muito, dizendo: É digno de que lhe concedas isto,
Porque ama a nossa nação, e ele mesmo nos
edificou a sinagoga.
E foi Jesus com eles; mas, quando já estava
perto da casa, enviou-lhe o centurião uns amigos, dizendo-lhe: Senhor, não te
incomodes, porque não sou digno de que entres debaixo do meu telhado.
E por isso nem ainda me julguei digno de ir ter
contigo; dize, porém, uma palavra, e o meu criado sarará.
Porque também eu sou homem sujeito à autoridade,
e tenho soldados sob o meu poder, e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro:
Vem, e ele vem; e ao meu servo: Faze isto, e ele o faz.
E, ouvindo isto Jesus, maravilhou-se dele, e
voltando-se, disse à multidão que o seguia: Digo-vos que nem ainda em Israel
tenho achado tanta fé.
E, voltando para casa os que foram enviados,
acharam são o servo enfermo.
Veja que o centurião não pediu para si, mais pelo seu servo
que estava muito mal. Com isso se
confirma a sua bondade, a sua caridade, apesar de ser um daqueles que dominavam
e explorava o povo judeu com muita crueldade.
Aquele homem apesar de ser um romano imperialista, era um bom homem.
Esta é uma prova de que no meio dos arrogantes, dos dominadores,
dos ricos, podemos encontrar pessoas boas caridosas, de muita fé, e devotas,
como aquele centurião romano.
SENHOR, EU
NÃO SOU DIGNO DE QUE ENTREIS EM MINHA CASA. DIZ UMA SÓ PALAVRA E MEU CRIADO
SERÁ CURADO.
Esta frase proferida por aquele homem importante, nos mostra três
grandes qualidades ou virtudes:
Primeiro a sua qualidade de caridoso, pois ele estava inquieto com
o estado de saúde de alguém que naquele lugar, era desprezado por todos, um
criado, um simples serviçal.
Segundo a sua humildade e bom senso. Ele sabia que os dominadores romanos
espalhados por todo aquele lugar, eram
odiados, e indignos do convívio com os
habitantes daquele país, pois estavam ali para humilhar, para dominar, para
explorar e matar se preciso eles achassem. O centurião romano reconheceu isso e
mandou dizer a Jesus, que Ele não precisava, não deveria ir até a sua
residência, pois sendo ele um dos romanos,
ele era indigno não só da visita de um judeu, como do Mestre, o Senhor
Jesus.
Em segundo lugar, a sua fé. Ao dizer aquelas palavras, ele, o dominador romano, demonstrou a sua
grande fé nos poderes de Jesus. Pois ele acreditava que o Filho de Deus não precisava ir até a sua
casa, para operar aquele milagre! Dali
mesmo de onde Jesus estava, Ele podia
curar o seu empregado. O centurião
romano reconhecia, e acreditava na
pessoa de Jesus, muito mais do que muitos daquele lugar.
E foi por isso que Jesus ouvindo
aquilo, maravilhou-se e disse a todos
que o seguiam: Digo-vos
que nem ainda em toda Israel tenho encontrado tão grande fé.
FÉ, CARIDADE E HUMILDADE- Foram as características, as virtudes
principais que Jesus encontrou naquele homem, do qual todos esperavam
arrogância e descrença, como eram todos os demais soldados romanos que haviam
invadido e dominado aquele território.
Ele era CARIDOSO, construiu uma sinagoga para o povo, se preocupou
com a saúde do seu criado ao ponto de pedir a Jesus que o curasse;
Ele era um homem de GRANDE FÉ! E demonstrou isso ao dizer que Jesus
poderia curar o seu criado a distância;
Ele era HUMILDE. Achou-se indigno da presença de Jesus em sua casa,
por ser um invasor romano.
Fé, caridade e humildade devem ser também as nossas principais
virtudes. Sejamos humildes, devemos nos reconhecer pecadores diante de Deus.
Sejamos humildes ao ponto de nos reconhecer pequenos, limitados, frágeis,
diante da imensa glória de Deus Pai, aquele que tudo criou, inclusive a nós.
A arrogância, não agrada a Deus. Aquele jeito de quem se basta a si
mesmo, de quem se acha o infalível, o poderoso, o mais forte, o mais
inteligente, o mais sábio, o maior de todos, não agrada nem um pouco ao Pai, pois ao ser assim, o orgulhoso humilha
os demais, e tudo o que fazemos em ofensa aos nossos irmãos pequenos, fracos,
desagrada muito a Deus.
Muitas vezes nós somos acometidos de doenças, ou mesmo da perda de
bens materiais, ou de um ente querido, para que isso nos conduza a conversão e faça
que nos voltemos para o Criador. Para que isso nos faça voltar a nossa raíz, a
nossa origem, ou seja, a nossa insignificância, a nossa humilde condição de ser
humano ridículo e limitado. A doença nos faz sentir indefesos, dependentes, insignificantes,
fracos e limitados. E é exatamente isso o que somos. Nós não somos nada. Por
mais ricos que possamos ser, não somos absolutamente nada sem Deus. “Sem mim nada podeis fazer”.
Jesus fez questão de nos mostrar que quem se exalta será humilhado,
e quem se humilha será exaltado.
Senhor, eu não sou digno, de que entreis em minha morada. Mas dizei
uma só palavra e minha alma será salva!
Fica com Deus. José Salviano.
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