"TODOS COMERAM E FICARAM SATISFEITOS...” Olivia Coutinho

Dia 05 de Agosto de 2019

Evangelho de Mt14,13-21

Não podemos fechar os olhos diante a realidade que aí está, fingindo não ver o rosto desfigurado de Jesus, estampado no semblante de tantos irmãos, que não tem o mínimo para a sua sobrevivência. Ignorar estes irmãos é ignorar o próprio Jesus, que quer contar conosco, na construção de um mundo mais justo e mais fraterno.

Erguer as mãos para louvar o Senhor, e não estar disposto a abaixá-las, para reerguer o irmão que está no chão, é uma incoerência de quem professa  sua fé em Jesus.  Uma profissão de fé sem ação concreta, é vazia, não chega a Deus!

Como filhos do mesmo Pai, irmãos em Cristo, somos corresponsáveis pela a vida do nosso irmão, não podemos transferir para outros a  responsabilidade que é nossa.

No evangelho que a liturgia de hoje nos apresenta, Jesus nos convida a sermos  presença Dele, junto aos sofredores.

Diz o texto, que  Jesus, assim que soube da morte de João Batista, dirigiu-se para um lugar deserto, mas ao sair da barca, Ele depara com  uma multidão  que o seguiu  a pé. Tomado de compaixão, Jesus rende-se  à aquela multidão, curando os que estavam doentes. Ao anoitecer, quando os discípulos, sugeriram que Jesus despedisse o povo  para que eles fossem comprar alimentos nas redondezas, Ele  contesta-os, dizendo:  “Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!” Essas palavras de Jesus, assustaram os discípulos,  ora, eles tinham apenas cinco pães, e dois peixes. Mas o que parecia impossível para eles, foi visto como possível para Jesus. Ao abençoar um pouco de pão e um pouco de peixe, colocado em comum, acontece o milagre da partilha, o milagre do amor, quando todos ficaram  saciados.

A multiplicação dos pães, deve nos conscientizar da importância de termos  um coração aberto à partilha! Onde há partilha, não fome.

Fome é uma questão emergencial, uma  pessoa que está com fome, não aguenta esperar por um novo emprego, por uma ajuda do governo, ela precisa do alimento no seu aqui e no seu agora.

Nenhum de nós, podemos dizer que não temos nada a oferecer, pois todos nós, de alguma forma, podemos ajudar o outro em suas necessidades.
Além de matar a fome, é também  compromisso cristão, promover o nosso irmão, motivá-lo a caminhar com suas próprias pernas, mas precisamos estar cientes: com estômago vazio, ninguém consegue ouvir a orientação de alguém. Primeiro, precisamos saciar a sua fome física, para depois orientá-lo, conscientizá-lo do seu valor, criar no seu coração, a necessidade de Deus!
Hoje, Jesus continua a nos dizer: “Dai-lhes vós mesmos de comer!” Ele nos encarrega de saciar a fome dos muitos irmãos perdidos pelas as  periferias da vida, pessoas famintas, não somente do pão material, como também, famintos de  amor e de justiça... Não vamos esperar pelos os governantes, afinal, assim como no tempo de Jesus, estes, não se importam com os pobres.

Quem partilha com o pobre, o pão material, tem  oportunidade de despertar nele, a necessidade de Deus, pois o pobre, vê em quem lhe estende a mão, a presença do próprio Deus... 

Precisamos aprender a amar do jeito de Jesus, a olhar o irmão com o seu olhar, um olhar que não apenas constata sua necessidade, mas que nos leve a ajuda-lo em suas necessidades. 

Onde existe amor, existe partilha, onde existe partilha, entra a Bênção de Deus e o milagre da partilha acontece: o pouco se transforma em muito.
FIQUE NA PAZ DE JESUS! Olivia Coutinho

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