18o Domingo do Tempo Comum-Jorge Lorente
Evangelhos
Dominicais Comentados 04/agosto
– 18o Domingo do Tempo Comum Evangelho: (Lc 12, 13-21) Naquele
tempo, alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: “Mestre, dize ao meu irmão
que reparta a herança comigo”. Jesus respondeu: “Homem, quem me encarregou de
julgar ou de dividir vossos bens?” E disse-lhes: “Atenção! Tomai cuidado contra
todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de
um homem não consiste na abundância de bens”. E contou-lhes uma parábola: “A
terra de um homem rico deu uma grande colheita. Ele pensava consigo mesmo: ‘O
que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’. Então resolveu: ‘Já sei
o que fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir maiores; neles vou guardar
todo o meu trigo, junto com os meus bens. Então poderei dizer a mim mesmo: Meu
caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe,
aproveita!’ Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a
tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?’ Assim acontece com quem
ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus”. COMENTÁRIO A liturgia
deste domingo nos fala de partilha, mas não daquela partilha do jeito que Deus
ensina. Fala de uma divisão gananciosa, fala de herança. Como se diz em linguagem
jurídica, fala de divisão obrigatória, legal e de direito.
Deus está
sempre rodeado por alguém pedindo alguma graça ou favor. Nesta passagem do
Evangelho, Jesus é solicitado para resolver problemas de dinheiro. Jesus
aproveita o exemplo destes dois irmãos para entrar no assunto que pretendia. Jesus não
quis se envolver com problemas de herança, mas não perdeu a oportunidade para
mostrar o valor da herança espiritual. Usou como exemplo o comportamento desses
irmãos para mostrar, para toda multidão, que não são os bens materiais que
trazem segurança e felicidade.
São outros
os tesouros que devem ser acumulados, diz Jesus. O tesouro que Jesus se refere,
chama-se partilha, porém no seu verdadeiro sentido. Para Jesus, partilha vai
muito além da obrigação e da lei dos homens. A verdadeira partilha é fruto do
amor e, é espontânea, por isso traz mais satisfação para quem distribui do que
para quem recebe.
A parábola
narrada por Jesus mostra o comportamento de um homem avarento e ambicioso, só
que tem uma única preocupação; trabalhar para enriquecer ainda mais, pois já
era rico. Seus celeiros estavam lotados e já não tinha mais onde armazenar o
produto de sua colheita.
Pouco
sabemos sobre ele, porém podemos concluir que ele não se lembrou dos necessitados,
nem quis saber dos miseráveis e famintos. Certamente sentia-se isento de culpa
pela péssima distribuição de renda e não se achava responsável pelos
desempregados e sem terras que, certamente, já existiam naquela época.
Nem sequer
pensou naqueles lavradores que, em troca de um mísero salário, plantaram e
colheram para ele. Considerava um desperdício vender a colheita a preço
acessível e uma loucura doar parte dela. Nunca lhe passou pela ideia investir
uma parte de seus bens para gerar empregos e amenizar a fome.
Esta
parábola deve servir de alerta para cada um de nós. Ninguém está proibido de
trabalhar e de poupar para o futuro, porém é preciso lembrar que o nosso tempo
de vida não é proporcional ao volume de dinheiro e de bens que acumulamos.
Nada mais
justo do que agradecer a Deus se hoje estamos radiantes de alegria e sem
problemas de saúde ou financeiros. Agradecer também pelo dinheiro e pelos bens.
No entanto, não é segredo que essa calmaria não é perpétua. Só temos uma
certeza: sabemos que estamos vivos agora, mas nada sabemos sobre o próximo
minuto, quanto mais do amanhã. Isso é válido para o pobre e para o rico. O rico
perante Deus é aquele que não acumula riquezas para si, mas sim para o bem do
próximo. Trabalha de sol a sol para o bem comum, não é avarento e muito menos
esbanjador. Sabe valorizar seus bens, porque são necessários para a
sobrevivência e para uma vida digna.
O rico de
verdade, sabe distribuir amor e, acima de tudo, sabe que basta manter seus
celeiros transbordantes de boas obras, para garantir a sua parte na Herança
Eterna. (3099) jorge.lorente@miliciadaimaculada.org.br - 04/agosto/2019
Eu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe(José Salviano, Helena Serpa, Olívia Coutinho, Dehoniamos, Jorge Lorente, Vera Lúcia, Maria de Lourdes Cury Macedo, Adélio Francisco) colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que doaram um pouco do seu tempo para evangelizar, catequizar e edificar o reino de Deus, que o Senhor Jesus Cristo continue iluminando a todos. Abraços fraternos.
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