16º Domingo do Tempo Comum-Jorge Lorente
Evangelhos
Dominicais Comentados 21/julho/2019
– 16o Domingo do Tempo Comum Evangelho: (Lc 10, 38-42) Enquanto caminhavam, Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de
nome Marta, o recebeu em sua casa. Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés
do Senhor, e ficou escutando a sua palavra. Marta estava ocupada com muitos
afazeres. Aproximou-se e falou: «Senhor, não te importas que minha irmã me
deixe sozinha com todo o serviço? Manda que ela venha ajudar-me!» O Senhor,
porém, respondeu: «Marta, Marta! Você se preocupa e anda agitada com muitas
coisas; porém, uma só coisa é necessária, Maria escolheu a melhor parte, e esta
não lhe será tirada.» COMENTÁRIO Na liturgia deste domingo
encontramos Jesus em Betânia, na casa de duas irmãs. Marta e Maria são também
irmãs de Lázaro. Todos os três sempre foram grandes amigos de Jesus.
A cidade de Betânia ficava no
caminho entre Jericó e Jerusalém. E, em suas viagens, para lá ou para cá, Jesus
não deixava de entrar em Betânia para visitar seus amigos. Sabia que lá encontraria
uma calorosa acolhida. Diante dessa certeza, por mais pressa que tivesse, nunca
passaria por ali sem dar uma “paradinha”.
Como é bom entrar na casa de
amigos! Como é bom sentir-se acolhido e amado. Jesus também fica muito feliz
quando o recebem com amor. O lar que acolhe Jesus adquire ar festivo. É o que
podemos notar no evangelho de hoje. As duas irmãs dão a Jesus uma recepção
digna de um grande amigo.
Lucas não menciona outras pessoas
neste evangelho. Ele fala somente de Jesus e das irmãs Marta e Maria, mas Jesus
andava sempre acompanhado dos seus discípulos, e Lucas inicia o Evangelho
dizendo: “Enquanto caminhavam”... por isso, é bastante provável que seus doze
apóstolos também estivessem naquela casa, esperando pelo almoço que Marta estava
preparando.
Diante de tanto serviço e de
tantas preocupações, não é de se estranhar que Marta tenha reclamado com Jesus
da falta de colaboração de sua irmã. É muito importante ressaltar também, a
forma como Marta falou com Jesus.
Ela fala de maneira meio chorosa,
e reconhece a autoridade de Jesus ao pedir-lhe que mande Maria ajudá-la. Seu
jeito de conversar com Jesus deixa transparecer a grande amizade existente
entre eles. Marta via Jesus como alguém da família e falou com Ele como se fala
para um pai ou para um grande amigo.
Falou sem rodeios e naturalmente,
não falou por mal. Estava somente transmitindo o que sentia. Sentia-se sozinha
e abandonada em meio a tantos afazeres, e sem ninguém com quem dividir as
tarefas.
As palavras de Jesus não devem ser
interpretadas como advertência para Marta, nem como elogios para o
comportamento de Maria. Jesus não está censurando o trabalho e muito menos,
elogiando Maria por não ajudar sua irmã. Sabe que Marta tem muitos motivos para
estar preocupada com seus afazeres. No entanto, Jesus sabe também como
é importante que as coisas de Deus estejam em primeiro lugar em nossas vidas. É
isso que Jesus tenta ensinar para Marta e para cada um de nós. As preocupações
do dia a dia sempre existirão e não devem ser negligenciadas, entretanto é
preciso cuidado para não nos envolvermos somente com as coisas materiais, a
ponto de colocarmos Deus em segundo plano.
Marta e Maria se complementam. Por
isso se entendem, vivem juntas e são tão companheiras. Não podemos analisá-las
de forma isolada, pois uma é o complemento da outra. Uma é o exemplo vivo do
trabalho, da ação e do gesto concreto. A outra representa a vida contemplativa
e a meditação da palavra de Deus. Representa, acima de tudo a oração.
A união das duas representa a
perfeição da vida. O trabalho de Marta deve ser visto como algo necessário e a
oração de Maria, como algo indispensável. Como dizia São Tiago, a fé sem obras
é morta, no entanto a boa obra é fruto da oração. Quem dera fôssemos metade
Marta, metade Maria; para estarmos sempre disponíveis, sem nunca nos afastarmos
de Jesus.
(2920) jorge.lorente@miliciadaimaculada.org.br
– 21/julho/2019
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