terça-feira, 18 de junho de 2019

-Eucaristia, o alimento da alma-Lc 9,11b-17-José Salviano.


20 de Junho de 2019

Evangelho-Lc 9,11b-17

 


Todos comeram e ficaram satisfeitos.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 9,11b-17
Naquele tempo:
11bJesus acolheu as multidões,
falava-lhes sobre o Reino de Deus
e curava todos os que precisavam.
12A tarde vinha chegando.
Os doze apóstolos aproximaram-se de Jesus
e disseram: 'Despede a multidão,
para que possa ir aos povoados e campos vizinhos
procurar hospedagem e comida,
pois estamos num lugar deserto.'
13Mas Jesus disse: 'Dai-lhes vós mesmos de comer.'
Eles responderam:'Só temos cinco pães e dois peixes.
A não ser que fôssemos comprar comida
para toda essa gente.'
14Estavam ali mais ou menos cinco mil homens.
Mas Jesus disse aos discípulos:
'Mandai o povo sentar-se em grupos de cinqüenta.'
15Os discípulos assim fizeram, e todos se sentaram.
16Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes,
elevou os olhos para o céu, abençoou-os, partiu-os
e os deu aos discípulos para distribuí-los à multidão.
17Todos comeram e ficaram satisfeitos.
E ainda foram recolhidos doze cestos
dos pedaços que sobraram.
Palavra da Salvação.

 

Jesus multiplicou os pães e os peixes e alimentou uma multidão faminta. Jesus é o Pão descido do Céu que veio para alimentar a nossa alma faminta de Deus. Por meio da Eucaristia, nós nos refazemos, nos fortalecemos, e nos tornamos santos, não como o Pai, mais experimentamos um pouco da divindade, desde que permaneçamos na oração e na busca da perfeição, pela prática do bem e evitando o mal.

Eucaristia é presença de Deus em nós. Quem come a minha carne viverá em mim e eu nele. Por isso, o modo de presença de Cristo sob as espécies eucarísticas é único. Ele eleva a Eucaristia acima de todos os sacramentos e faz com que ela seja como que o coroamento da vida espiritual e o fim ao qual tendem todos os sacramentos. No santíssimo sacramento da Eucaristia estão contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e o Sangue juntamente com a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo, o Cristo inteiro. Esta presença chama-se real não por exclusão, como se as outras não fossem reais, mas por antonomásia, porque é substancial e porque por ela Cristo, Deus e homem, se toma presente de forma completa.

E é pela mudança do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Cristo que Este se torna presente em tal sacramento. Os Padres têm o poder de efetuar esta transformação do pão e do vinho no corpo e sangue de Jesus, poder este que lhes foi dado pelo próprio Cristo na Última, Ceia, quando Ele disse: Fazei isso em memória de mim. Com este gesto os sacerdotes da Igreja afirmaram com firmeza e a fé da Igreja na eficácia da Palavra de Cristo e da ação do Espírito Santo para operar esta conversão. E mesmo que o padre em sua condição humana tenha algum pecado, aquela transformação será realizada do mesmo modo, pois ele continua sendo padre, o escolhido e abençoado de Cristo para a missão de salvar a humanidade do pecado. Por que não é o homem que faz com que as coisas oferecidas se tomem Corpo e Sangue de Cristo, mas o próprio Cristo, que foi crucificado por nós. O sacerdote, figura de Cristo, pronuncia as palavras, mas a sua eficácia e a graça são de Deus. Isto é o meu Corpo, diz ele. Estas palavras transformam as coisas ali oferecidas.
A Eucaristia também é um sacrifício. Ela representa o sacrifício de Jesus na cruz, e sua morte por nós. Ela é o memorial da Páscoa de Cristo, a atualização e a oferta sacramental de seu único sacrifício na liturgia da Igreja, que é o corpo dele. Em todas as orações eucarísticas encontramos, depois das palavras da instituição, uma oração chamada anamnese ou memorial.
No sentido da Sagrada Escritura, o memorial não é somente a lembrança dos acontecimentos dos acontecimentos do passado, mas a proclamação das maravilhas que Deus realizou por todos os homens. A celebração litúrgica desses acontecimentos torna-os de certo modo presentes e atuais. É desta maneira que Israel entende sua libertação do Egito: toda vez que é celebrada a Páscoa, os acontecimentos do êxodo tomam-se presentes à memória dos crentes, para que estes conformem sua vida a eles.
“Fazei isso em memória de mim!”.
O memorial recebe um sentido novo no Novo Testamento. Quando a Igreja celebra a Eucaristia, rememora a páscoa de Cristo, e esta se torna presente: o sacrifício que Cristo ofereceu uma vez por todas na cruz torna-se sempre atual: "Todas as vezes que se celebra no altar o sacrifício da cruz, pelo qual Cristo nessa páscoa foi imolado, efetua-se a obra de nossa redenção."
Então, por ser memorial da páscoa de Cristo, a Eucaristia é também um sacrifício. O caráter sacrifical da Eucaristia é manifestado nas próprias palavras da instituição: "Isto é o meu Corpo que será entregue por vós", e "Este cálice é a nova aliança em meu Sangue, que vai ser derramado por vós" (Lc 22,19-20). Na Eucaristia, Cristo dá este mesmo corpo que, entregou por nós na cruz, o próprio sangue que "derramou por muitos para remissão dos pecados" (Mt 26,28).
A Eucaristia é, portanto, um sacrifício porque representa (toma presente) o Sacrifício da Cruz, porque dele é memorial e porque aplica seus frutos:
Cristo, nosso Deus e Senhor ofereceu-se a si mesmo a Deus Pai uma única vez, morrendo como intercessor sobre o altar da cruz, a fim de realizar por eles (os homens) uma redenção eterna. Todavia, como sua morte não devia pôr fim ao seu sacerdócio, na última ceia, "na noite em que foi entregue, quis deixar à Igreja, sua esposa muito amada, um sacrifício visível, como o reclama a natureza humana, em que seria representado (feito presente) o sacrifício cruento que ia realizar-se uma vez por todas, uma única vez na cruz, sacrifício este cuja memória haveria de perpetuar-se até o fim dos séculos e cuja virtude salutar haveria de aplicar-se à remissão dos pecados que cometemos cada dia.
Façamos nós o sacrifício de lutar pela nossa pureza, pela nossa santidade, para então podermos receber o corpo e o sangue Cristo de preferência diariamente, mantendo assim a nossa união com Cristo aqui mesmo na Terra, e um dia merecermos o Céu.

Faça isso e terá m santo dia. José Salviano.

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