terça-feira, 28 de maio de 2019

Ascensão do Senhor-Ano C-Jorge Lorente


Evangelhos Dominicais Comentados

02/junho/2019 – Ascensão do Senhor

Evangelho: (Lc 24, 46-53)

Jesus disse: “Assim estava escrito que o Cristo haveria de sofrer e ao terceiro dia ressuscitar dos mortos e, começando por Jerusalém, em seu nome seria pregada a todas as nações a conversão para o perdão dos pecados. Vós sois testemunhas disso. Eu vos mandarei aquele que meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade até que sejais revestidos da força do alto”. Levou-os em seguida até perto de Betânia. Ali, levantou as mãos e os abençoou. Enquanto os abençoava, separou-se deles e foi levado ao céu. E eles, depois de se prostrarem diante dele, voltaram para Jerusalém com grande alegria. Permaneciam no Templo, louvando a Deus.

COMENTÁRIO

Hoje comemoramos a Ascensão do Senhor, por isso, como verdadeiros cristãos, devemos estar alegres e com os corações preparados para receber o Espírito Santo.

O evangelho nos fala da alegria dos apóstolos ao verem o Mestre subindo para a Glória Celeste. Fala também da vinda do Prometido de Deus, o Espírito Santificador, que haveria de descer sobre os filhos de Deus.

Jesus deixa esta ordem aos discípulos: “Não saiam da cidade, até que sejam revestidos da força do alto”. Assim como o Pai prometeu, agora é Jesus quem promete aos apóstolos que o Espírito virá.

Em nome do Cristo Ressuscitado, o apóstolo deve anunciar e testemunhar a conversão e o perdão dos pecados. Com isso Jesus quer indicar quais serão os frutos da sua morte e ressurreição. Quem acreditar e fizer penitência dos pecados, receberá o perdão.

Apesar da urgente necessidade de sair e pregar a Palavra de Deus, os discípulos não poderiam iniciar esse trabalho sem um bom preparo. Por isso Jesus insiste para que esperem na cidade. Lá receberão o Espírito e, com Ele, o conhecimento e a coragem para desenvolverem a difícil tarefa de apresentar Jesus ao mundo.

Jesus levantou as mãos e os abençoou. Com esse gesto Jesus pede ao Pai Eterno a proteção para os seus discípulos. Os judeus costumavam rezar com os braços estendidos. Moisés também se manteve em oração, com os braços erguidos, enquanto seu povo lutava contra os amalequitas. (Ex 17, 11-13)

Enquanto abençoava seus discípulos, Jesus afastou-se deles e subiu para o céu. É importante ressaltar que Jesus não foi levado ao céu por anjos ou através de qualquer outro meio, Jesus subiu ao céu por sua própria vontade e poder.

Essa é a grande diferença entre a Ascensão do Senhor e a Assunção de Nossa Senhora. Maria Assunta ao céu é um dogma de fé, portanto, nós cremos que Nossa Senhora foi elevada ao céu em corpo e alma, porém, não por suas próprias forças, mas sim através de anjos enviados de Deus.

Maria trouxe ao mundo ensinamentos e graças, através de sua vida, com exemplos de humildade, pureza, sacrifício e íntima união com seu Filho Jesus. Tinha que ser preservado o corpo da filha preferida que o Pai preparou para ser a esposa do Espírito Santo e Mãe do seu Filho, por isso Maria foi elevada ao céu e glorificada em corpo e alma.

Jesus que esteve entre nós, que entregou sua vida para nos salvar, agora volta glorioso para o Pai. No entanto, Jesus não quer ficar sozinho. Ele mesmo nos disse que iria antes para nos preparar um lugar e aguarda ansiosamente a minha, a sua, a nossa presença no Reino Celeste.

Jesus já cumpriu a sua parte, o terreno já está preparado, só falta agora a nossa parte, falta semear. Semear significa anunciar a conversão e o perdão dos pecados, apresentar Jesus a todas as nações começando pela nossa “Jerusalém” que é o nosso lar, nossa família, nossa comunidade, até atingir o mundo inteiro.

O Espírito Santo já nos foi dado, e com Ele o discernimento e o entendimento. Quem entende a mensagem de Jesus, é alegre, irradia felicidade e fé. Sabe que está amparado ao ver confirmada sua esperança de vida eterna.

Um lugar no céu está garantido para quem seguir os passos de Jesus. Mas não nos esqueçamos que o caminho da ascensão é o calvário. Quem segue Jesus, está sujeito ao martírio, porém, é preciso anunciar e viver o evangelho. Compartilhar da Paixão de Jesus para então, receber o prêmio maior, a glória da Ressurreição.

(1579)









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