IGNORAR O POBRE É IGNORAR O PRÓPRIO JESUS! - Olivia Coutinho

Dia 21 de Março de 2019

Evangelho de Lc16,19-31

Neste tempo da Quaresma, somos chamados a contemplar o rosto desfigurado de Jesus, estampado no semblante de tantos irmãos, ceifados até mesmo do seu direito à vida!

Como seguidores de Jesus, não podemos fechar os olhos diante a triste realidade que deparamos por aí: irmãos nossos, vivendo às margens da sociedade, sobrevivendo das migalhas que caem da mesa daqueles, que tomam para si, o quê de direto, pertence a  todos! 

A desigualdade social fere o coração de Jesus, como aquela lança, que pelas mãos de um soldado, perfurou o seu lado.

Como filhos e filhas do mesmo Pai, somos uma só família, corresponsáveis pela vida do nosso irmão, não podemos transferir para outros, essa responsabilidade que é nossa: ser presença de amor, na vida dos que sofrem. Precisamos aprender a olhar o irmão com o olhar de Jesus, um olhar que não apenas constate a sua necessidade, mas que nos leve a socorre-lo.

O Evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, apresenta-nos a parábola do rico e do Lázaro.  Através de uma história, Jesus nos alerta, sobre a importância de cuidarmos dos pobres, mostrando-nos, que são eles, os amigos de Deus que abrirão a porta do céu para nós!

Podemos perceber nesta parábola, que Jesus não cita o nome do rico, somente o nome do pobre, que chamava Lázaro, o que reafirma a sua predileção para com os pequenos os pobres, estes, Jesus os conhece pelo nome!

O rico da parábola, não chegou a maltratar Lázaro, (o pobre), o seu pecado, foi  ignorá-lo, foi por causa  desta indiferença, que ele perdeu a oportunidade de alcançar, através da caridade, a vida eterna. A  condenação do rico, não foi por causa  fato da sua riqueza, e sim, pelo o bem que ele deixou de fazer.
Podemos comparar o rico desta história, com aqueles que detém o poder e com muitos de nós, que dizemos seguidores de Jesus, mas ignoramos  os prediletos de Deus que são  os pobres.

O Lázaro representa o povo ignorado, sofrido e oprimido e  como existem  Lázaros espalhados pelo mundo afora, pessoa passando fome, morrendo nas portas de hospitais sem atendimento médico, e o pior, diante dos olhares insensíveis daqueles que poderiam salvar suas vidas.

Outra coisa que deve chamar a nossa atenção nesta história, é que Lázaro, mesmo sendo pobre, sobrevivendo das migalhas que caía da mesa do rico, não reclamava da vida, o que nos mostra, que ele tinha total confiança na promessa de Deus, promessa, que se concretizou com o seu acolhimento no céu!

A parábola nos diz claramente que é impossível transpor o abismo que separa o inferno do paraíso. A ponte que nos liga ao céu, deve ser construída aqui na terra, no aqui e no agora, através de nossos gestos concretos de amor ao próximo.

Não esperemos que o pobre venha até nós, para que possamos ajudá-lo, a exemplo de Jesus, vamos até ele, certifiquemos  de suas necessidades, conheçamos a sua história, demonstremos  interesse por ele, e não esqueçamos: a sua fome, nem sempre é só  de pão, muitas vezes,  é também, fome de amor...

Quantas vezes passamos por um pobre e não o enxergamos, o pior,  é quando o enxergamos , mas para  justificar a nossa impassibilidade diante dele, taxamo-lo de preguiçoso, de vagabundo...

É bom tomarmos consciência de que no nosso julgamento final, seremos muito mais cobrados pelo o  bem que deixamos de fazer ao prediletos  do Pai, do que pelo o que fizemos de errado.

No rosto desfigurado  do pobre,  está estampado o semblante de Jesus, ignorá-lo, é ignorar o próprio Jesus.

FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho

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