terça-feira, 26 de março de 2019

4º DOMINGO DA QUARESMA-C-José Salviano


4º DOMINGO DA QUARESMA

31 de março   de 2019
Evangelho Lc 15,1-3.11-32

A misericórdia do Pai- Lc 15,1-3.11-32-José  Salviano
A parábola conhecida como o Filho Pródigo, pede e deve ser reconhecida e refletida como a parábola do pai misericordioso, o qual nos direciona para o Pai amoroso.
Geralmente ficamos refletindo demoradamente sobre a loucura daquele filho sem juízo, e não percebemos a grande misericórdia daquele pai, a qual provocou a ira do seu filho mais velho (o que não foi enfocado neste texto).
Deus está mais empenhado em nos salvar do que em nos castigar.  O pai que todo dia olhava o caminho esperando ver o seu filho voltar, representa Deus que todo dia nos oferece uma chance nova de nos arrependermos e de voltar para a Igreja, para Ele, para a conversão.
O amor do Pai é imenso. É parecido com o amor de mãe, só que multiplicado a milionésima, potência e muito mais. Ou seja, Deus nos ama com um amor parecido com o amor de mãe, e por isso Ele está sempre disposto a nos perdoar, e esperando para nos abraçar, como aquele pai da parábola.
O evangelho de hoje nos mostra um Deus de amor, um Deus que perdoa não importando o tamanho do nosso pecado, não se importando o que tenhamos aprontado.
Quando fugimos da presença de Deus e mergulhamos pelos caminhos do pecado, e tendência é pecar e pecar mais, acumulando um pecado sobre o outro, e satanás do nosso lado nos instiga a curtir a vida, a viver aquela falsa liberdade com tudo o que temos direito, até que chega a um momento onde  descobrimos que todos aqueles prazeres da comida, da bebida, da falsa diversão, NADA DAQUILO NOS  SATISFAZ. Pois somos invadidos por uma sensação de VAZIO, de SENTIMENTO DE CULPA, de TRISTEZA, de ARREPENDIMENTO etc. 
E eis que neste momento em que estamos no fundo do posso, em que nos sentimos como aquele jovem que teve vontade de comer a lavagem dos porcos, momento em que a nossa alma tem sede e fome de Deus, e semelhante à terra árida que deseja  água, a nossa alma tem sede e fome de Deus. E é exatamente neste momento de profunda depressão que sentimos a mão forte de Deus,  segurando o nosso ombro e em seguida segurando a nossa mão,  nos levantando, nos conduzindo à CONVERSÃO, AO ARREPENDIMENTO, À CONFISSÃO, A VOLTAR  PARA A CASA DO PAI.

Meus irmãos e irmãs. Cada um de nós agora procuremos nos identificar com os personagens desta parábola. Uns se sentem o filho malandro que queria curtir a vida sem se preocupar com as consequências, outros podem se sentir no lugar do pai que perdoa por ter sentido muita saudade do filho perdido, e, finalmente, há quem se  sinta como o irmão injustiçado pela reação do pai de fazer uma festa para o vagabundo do filho que voltou para casa depois de gastar toda a sua parte na herança, em vez de lhe dar-lhe uma boa surra!...

Tem gente que fica revoltado com Deus por Ele não castigar os malvados, enquanto nós que damos uma dura, trabalhando honestamente, continuamos passando às vezes por  algumas dificuldades e necessidades... 

Nós somos mais a favor da justiça do que pela misericórdia. Porém, não é assim. Ele não pensa assim como nós. Pois Deus é puro amor!
Esta parábola nos mostra  a misericórdia de Deus!
Misericórdia  que nós  queremos somente para nós. Queremos sempre o perdão dos nossos pecados e erros. A justiça,  o castigo, queremos para os demais.  É, meus irmãos! Nós  pensamos assim: Todos os que erram devem ser condenados. E nós, quando pecamos, devemos contar com a misericórdia e o perdão. Pois prometemos não errar mais. Né? Será que vamos cumprir?

Caríssimo irmão, prezada irmã. Você que se desgarrou do rebanho e hoje se sente como o filho(a) pródigo(a) mergulhado(a) na lama do pecado, a exemplo do filho pródigo, reconheça-se pecador(a) diante de Deus, e não tenha medo, Não veja Deus como um  Juíz pronto a lhe dar uma sentença! Veja e sinta Deus, como Jesus o retratou nesta parábola! Um Deus Pai que nos ama com um amor de mãe, Um Pai que espera todo dia a nossa volta para casa. Um Pai que nos deixou tudo o que precisamos para nos redimir, para nos arrepender, e para nos converter e voltar para os seus caminhos. E tudo isso encontramos em sua Igreja, una, (composta de seres humanos sujeitos a falhas)  porém santa, por causa da assistência do Espírito Santo.

O Evangelho de hoje nos convida a sentir a vontade de voltarmos par Deus. A sentir a vontade de reconhecer os nossos próprios pecados, e buscar o perdão de Deus através de uma confissão.  E depois teremos a oportunidade de nos alegrar e festejar pela misericórdia do Pai que nos perdoa, e nos acolhe de volta.

A alegria na festa pela recuperação do filho morto que voltou a viver, a alegria de ter de volta o que se perdeu. Também nós vamos nos alegrar pela devolução da paz que havíamos perdido, pela absolvição concedida por Deus.

Irmãos. As leituras de hoje nos faz um convite a comemoração da graça perdida através do pecado, e recuperada através do perdão de Deus por meio do sacerdote. Porém, nessa alegria não podemos nos esquecer do propósito de uma mudança radical da nossa vida, como o fez aquele filho errante:
“ Tendo-me levantado, irei a meu pai e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti. E de modo algum sou digno de ser chamado teu filho, aceita-me como um de teus empregados.”
Devemos mudar a nossa visão de Deus, e consequente devemos mudar também a nossa relação com o Pai. A parábola do Filho Pródigo nos lembra que Deus não é como um César dos tempos de Roma, e que nossa convivência com Ele e com o irmão deve ser repensada, melhorada, e aprimorada diariamente.

OREMOS. Deus Pai de bondade e misericórdia infinita, dê-me  a vossa mão, levanta-me desta situação em que estou vivendo! Perdoa-me, pois eu prometo  perdoar a todos os meus irmãos. Eu quero entregar todo o meu ser a vós. Governe a minha vida, dirija os meus passos, pensamentos e decisões. Afasta de mim tudo aquilo que tem me afastado de vós. Não me deixeis cair em tentações, e livra-me de todo o mal. Amém. 

José Salviano.

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