Domingo, 3 de fevereiro de 2019.
Evangelho de Lc 4, 21-30.
O quarto domingo do tempo comum continua o mesmo caminho do domingo
anterior, o reconhecimento e a revelação da identidade de Jesus como aquele que
vem em nome de Deus.
O evangelho é a continuação do evangelho da semana passada. Na
sinagoga em Nazaré anuncia que a profecia de Isaías está se realizando nele,
com isso deixou claro que ele era o Messias, o que escandalizou os presentes
porque todos ali o conheciam, eram seus
conterrâneos. Conheciam seus pais: José, o carpinteiro e Maria sua mãe.
Como uma pessoa criada ali com eles, pobre, simples poderia se dizer o Messias
e falar palavras tão bonitas? Duvidam dele, o pior o rejeitam. Conhecem sua
origem e não entendem como é possível aquele homem de Nazaré ter poder de curar
e perdoar pecados. Todos se maravilham com suas palavras, reconhecem sua
sabedoria e a beleza de suas palavras, mas por conhecer sua origem não o aceitam
nem como profeta, pior ainda, o rejeitam.
Jesus conhece seus pensamentos por isso lhes disse um provérbio
conhecido na literatura rabínica e grega: “Médico, cure-se a si mesmo!” Esse provérbio se explica da seguinte forma: se o Senhor é o
Messias, manifeste seus prodígios primeiro em sua pátria, assim como o médico
deve, antes de tudo, usar de sua ciência em seu próprio benefício. Com isso queriam dizer que Jesus deveria
fazer milagres em sua terra.
Jesus cita outro provérbio: “Nenhum profeta é bem recebido em sua
pátria,” queria explicar que mesmo se fizesse milagre em Nazaré seria
desprezado, pois não passava de um simples filho do carpinteiro. Jesus quis
deixar bem claro que o que faltava para aquele povo era fé, por isso não
mereciam prodígios. Jesus foi enviado do Pai para todos, mas só os tem coração
simples e aberto podem receber sua mensagem de salvação.
Jesus também mencionou os milagres de Elias e Eliseu para mostrar
que a atividade do profeta pode ser mais facilmente entendida por estranhos e
que a mensagem de libertação não se restringe apenas a um único povo. Os dois
profetas realizaram milagres da ressurreição
e da cura do leproso em benefício
de estranhos, porque essas pessoas tinham um coração cheio de fé e sedentos de
libertação. Todos ficaram furiosos com essas palavras e entenderam que Jesus
estava dizendo que eles eram indignos dos favores de Deus, que não tinham fé.
Foram incapazes de compreender que Deus assumiu a condição humana e escolheu os
pobres, uma família simples, sem importância e da mesma cidade deles. Por isso
levantaram cheios de ira contra Jesus e o levaram até o barranco para atirá-lo
no precipício, porque estavam ofendidos, achavam que Jesus só favorecia aos
estranhos.
Mas Jesus com seu poder divino, com a autoridade que possuía,
“passou no meio deles e retirou-se”. Não havia chegado o momento de sua morte,
não era a sua hora, pois quando chegasse ele se entregaria livremente nas mãos
de seus inimigos. Jesus sem medo, sem fugir, sem apressar o passo, sem perder a
calma, passou pelo meio daqueles homens furiosos, experimentou sua rejeição,
continuou seu caminho e ninguém ousou tocá-lo. Bela atitude de Jesus, só por
ela seria suficiente para esses homens sem fé, preconceituosos se converterem.
Jesus como homem experimentou tudo o que um ser humano pode experimentar, nisso
consiste a sua glória.
Pelo batismo todos nós somos chamados a sermos profetas como os
profetas do Antigo Testamento, é Deus que se dirige a nós como dirigia a eles.
Somos pessoas simples, conhecidas, temos uma origem, uma identidade, mas Deus
nos confia uma grande missão. Deus nos cumula de graças incontáveis para que o
nosso agir seja o agir de Jesus. Deus infinitamente misericordioso nos chama a
anunciar com nossa vida as alegrias do amor de Deus.
Nossa missão é evangelizar e encontramos na Eucaristia a força, a
coragem, o sustento para exercermos nossa missão de anunciadores da Palavra de
Deus. A Eucaristia é o alimento dos que necessitam ser nutridos do grande e
infinito amor de Deus. Como nos diz São
Paulo: “Tudo posso n’Aquele que me
fortalece”. O caminho do profeta é um caminho de tropeços, de espinhos, caminho
difícil, no qual nem sempre se manifestará só a alegria, mas sempre manifestará
a graça incontável de Deus nosso Pai, que nos ama com amor eterno. Jamais
podemos nos esquecer que Deus age no mundo por meio de seus filhos e filhas e
que Ele nos capacitará para agirmos em seu nome. Sejamos, pois perseverantes,
tenhamos fé e amor e o resto virá de Deus para enfrentarmos todos os obstáculos
que surgirem para nos atrapalhar na missão.
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
Obrigada pela linda reflexão. Abençoado domingo pra você e sua família
ResponderExcluiramei a homilia,
ResponderExcluirObrigada por se dispor a colaborar conosco que fazemos a reflexão nos cultos em nossas comunidades. Reflexão super interessante. Nos ajuda muito. Deus te abençoe sempre.
ResponderExcluirUm santo e abençoado domingo a todos! Sabias palavras!
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