quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

JESUS SE APRESENTA COMO O MAIOR DE TODOS OS PROFETAS – Maria de Lourdes Cury.



Domingo, 3 de fevereiro de 2019.
Evangelho de Lc 4, 21-30.

O quarto domingo do tempo comum continua o mesmo caminho do domingo anterior, o reconhecimento e a revelação da identidade de Jesus como aquele que vem em nome de Deus.
O evangelho é a continuação do evangelho da semana passada. Na sinagoga em Nazaré anuncia que a profecia de Isaías está se realizando nele, com isso deixou claro que ele era o Messias, o que escandalizou os presentes porque todos ali o conheciam, eram seus  conterrâneos. Conheciam seus pais: José, o carpinteiro e Maria sua mãe. Como uma pessoa criada ali com eles, pobre, simples poderia se dizer o Messias e falar palavras tão bonitas? Duvidam dele, o pior o rejeitam. Conhecem sua origem e não entendem como é possível aquele homem de Nazaré ter poder de curar e perdoar pecados. Todos se maravilham com suas palavras, reconhecem sua sabedoria e a beleza de suas palavras, mas por conhecer sua origem não o aceitam nem como profeta, pior ainda, o rejeitam.
Jesus conhece seus pensamentos por isso lhes disse um provérbio conhecido na literatura rabínica e grega: “Médico, cure-se a si mesmo!”  Esse provérbio  se explica da seguinte forma: se o Senhor é o Messias, manifeste seus prodígios primeiro em sua pátria, assim como o médico deve, antes de tudo, usar de sua ciência em seu próprio benefício.  Com isso queriam dizer que Jesus deveria fazer milagres em sua terra.
Jesus cita outro provérbio: “Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria,” queria explicar que mesmo se fizesse milagre em Nazaré seria desprezado, pois não passava de um simples filho do carpinteiro. Jesus quis deixar bem claro que o que faltava para aquele povo era fé, por isso não mereciam prodígios. Jesus foi enviado do Pai para todos, mas só os tem coração simples e aberto podem receber sua mensagem de salvação.
Jesus também mencionou os milagres de Elias e Eliseu para mostrar que a atividade do profeta pode ser mais facilmente entendida por estranhos e que a mensagem de libertação não se restringe apenas a um único povo. Os dois profetas realizaram milagres da ressurreição  e da cura  do leproso em benefício de estranhos, porque essas pessoas tinham um coração cheio de fé e sedentos de libertação. Todos ficaram furiosos com essas palavras e entenderam que Jesus estava dizendo que eles eram indignos dos favores de Deus, que não tinham fé. Foram incapazes de compreender que Deus assumiu a condição humana e escolheu os pobres, uma família simples, sem importância e da mesma cidade deles. Por isso levantaram cheios de ira contra Jesus e o levaram até o barranco para atirá-lo no precipício, porque estavam ofendidos, achavam que Jesus só favorecia aos estranhos. 
Mas Jesus com seu poder divino, com a autoridade que possuía, “passou no meio deles e retirou-se”. Não havia chegado o momento de sua morte, não era a sua hora, pois quando chegasse ele se entregaria livremente nas mãos de seus inimigos. Jesus sem medo, sem fugir, sem apressar o passo, sem perder a calma, passou pelo meio daqueles homens furiosos, experimentou sua rejeição, continuou seu caminho e ninguém ousou tocá-lo. Bela atitude de Jesus, só por ela seria suficiente para esses homens sem fé, preconceituosos se converterem. Jesus como homem experimentou tudo o que um ser humano pode experimentar, nisso consiste a sua glória.
Pelo batismo todos nós somos chamados a sermos profetas como os profetas do Antigo Testamento, é Deus que se dirige a nós como dirigia a eles. Somos pessoas simples, conhecidas, temos uma origem, uma identidade, mas Deus nos confia uma grande missão. Deus nos cumula de graças incontáveis para que o nosso agir seja o agir de Jesus. Deus infinitamente misericordioso nos chama a anunciar com nossa vida as alegrias do amor de Deus.
Nossa missão é evangelizar e encontramos na Eucaristia a força, a coragem, o sustento para exercermos nossa missão de anunciadores da Palavra de Deus. A Eucaristia é o alimento dos que necessitam ser nutridos do grande e infinito amor de Deus.  Como nos diz São Paulo:    “Tudo posso n’Aquele que me fortalece”. O caminho do profeta é um caminho de tropeços, de espinhos, caminho difícil, no qual nem sempre se manifestará só a alegria, mas sempre manifestará a graça incontável de Deus nosso Pai, que nos ama com amor eterno. Jamais podemos nos esquecer que Deus age no mundo por meio de seus filhos e filhas e que Ele nos capacitará para agirmos em seu nome. Sejamos, pois perseverantes, tenhamos fé e amor e o resto virá de Deus para enfrentarmos todos os obstáculos que surgirem para nos atrapalhar na missão.

Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes

4o Domingo do tempo Comum-c-Jorge Lorente


Evangelhos Dominicais Comentados

03/fevereiro/2019 – 4o Domingo do tempo Comum

Evangelho: (Lc 4, 21-30)

Jesus então começou a falar-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabais de ouvir”. Todos se puseram a falar dele e, maravilhados das palavras cheias de graça que saíam de sua boca, diziam: “Não é este o filho de José?” Ele lhes disse: “Certamente me direis o provérbio: ‘Médico, cura-te a ti mesmo; tudo quanto ouvimos que fizeste em Cafarnaum, faze-o aqui em tua terra”. E continuou: “Eu vos asseguro: nenhum profeta é bem recebido em sua própria terra. Na verdade, eu vos digo: Muitas viúvas havia em Israel nos dias de Elias, quando o céu se fechou por três anos e seis meses e houve grande fome em todo o país. Mas Elias não foi enviado a nenhuma delas senão a uma viúva em Sarepta de Sidônia. E havia muitos leprosos em Israel no tempo do profeta Eliseu, mas nenhum deles foi curado senão Naamã, o sírio”. Quando ouviram isso, todos os que estavam na sinagoga ficaram furiosos. Levantaram-se, arrastaram-no para fora da cidade e o conduziram até o alto do monte onde estava construída a cidade, para dali o precipitarem. Mas, passando por meio deles, Jesus foi embora.

COMENTÁRIO

Aqui estamos novamente, para juntos meditarmos a Palavra de fé e de esperança do Santo Evangelho. As Palavras de Jesus causam admiração e, ao mesmo tempo estranheza, a ponto do povo querer linchá-lo. Este evangelho é uma sequência do domingo anterior.

Lembra-se? Jesus estava na sinagoga, onde fez uma leitura e, ao terminar de ler afirmou: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura”. Seus amigos e conterrâneos elogiam a sabedoria e as palavras de Jesus. Estavam admirados com o que viam, até que... lembraram-se de algo muito importante:

Como puderam esquecer-se disso? Aquele que ali estava dizendo maravilhas era alguém que conheciam desde sua infância. Nascido em Nazaré, criado entre eles e filho de José, um humilde e pobre carpinteiro. Depois que se lembraram disso suas palavras perderam a beleza, perderam a credibilidade e Jesus foi rejeitado.

“Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria”. Com essas palavras Jesus quer explicar o motivo pelo qual não faz milagres em Nazaré. Sabia que se fizesse milagres seria questionado e desprezado, pois para aquele povo, Ele era simplesmente o filho de um operário.
Ainda hoje é assim. Supervalorizamos o rico forasteiro desconhecido e taxamos de incompetentes os pobres da região. Se não estiver trajando terno e gravata, se não tiver título de doutor, se não usar colarinho branco, não acreditamos em suas palavras nem no seu poder de realização.

O fato de todos o conhecerem deveria ser um motivo a mais para acreditarem nele, mas não é o que acontece. Jesus então se recusa a fazer milagres para provar que é o Messias. Quando Jesus fala dos milagres operados em favor de estrangeiros e não dos judeus, o povo sente inveja e fica enfurecido.

Diante do povo enfurecido, Jesus tenta mostrar que o que lhes falta é fé, por isso não recebem milagres. O milagre, a graça de Deus não são coisas que compramos em lojas, em supermercados, em shoppings, elas são bênçãos que recebemos gratuitamente através de orações e de ações, através da fé.

Deus sempre reserva para seus filhos o melhor, tudo o que precisam e não o que querem. A graça, nem sempre se traduz em milagres pomposos, em curas impossíveis e principalmente, não pode ser entendida como estabilidade financeira e ausência de problemas.

Estão transformando a religião num grande e lucrativo comércio. Tem muita gente por ai vendendo graças e bênçãos. É bom lembrar que o dinheiro é capaz de comprar remédio, mas não a saúde; capaz de comprar seguro de vida, mas não a vida.

Não é com milagres estrondosos que o Reino de Deus se impõe, mas com amor, fraternidade, perdão e partilha. Jesus entregou-se gratuitamente. Não cobrou nenhum centavo para curar leprosos, paralíticos, cegos e, muito menos, pelo milagre da libertação da humanidade.

Essa é a missão do cristão. Gratuitamente deve promover a paz, a libertação e a reconciliação. Jesus não veio para um grupo seleto, veio para todos. O amor não tem preço, a única exigência de jesus, é que tenhamos o coração puro, simples e aberto.

(2474)


“COM QUE MAIS PODEREMOS COMPARAR O REINO DE DEUS?” – Olivia Coutinho.


Dia 01 de Fevereiro de 2019

Evangelho de Mc4,26-34

O anuncio do Reino de Deus, só encontra resposta naquele que se faz pequeno, aquele  que esvazia de si mesmo, para encher-se de Deus! A grandiosidade deste Reino, se faz através dos pequenos, foram eles, os primeiros a acolhê-lo e a vivenciá-lo no seu dia a dia!
O jeito simples de Jesus falar do Reino facilitava a compreensão dos pequenos e dificultava a compreensão  dos grandes, estes, não viviam a  mesma realidade. Por meio das parábolas, Jesus falava do Reino de Deus, comparando-o com as coisas simples, presentes no cotidiano dos pequenos,  e assim, Jesus  confundia os grandes, os que faziam parte dos reinos da mentira, da ostentação...
Quem não observa as coisas simples, tem dificuldades em entender a pedagogia de Jesus, pois Ele servia-se de meios bem simples para falar da grandeza do Reino! 
Enquanto ficamos na expectativa de momentos extraordinários para sentirmos o Reino  Deus acontecer na nossa vida, perdemos a oportunidade de vivenciá-lo nas coisas simples da vida, como  no aconchego da família, na vida de comunidade, em todo o ambiente, onde o amor se faz presente.
 As coisas grandes podem até nos fascinar, mas é nas pequenas coisas, que o amor se faz presente!
No evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, Jesus fala fundo ao nosso coração, respondendo as indagações de muitos, que ainda tem muitas  dúvidas a  respeito do Reino de Deus, por imaginá-lo algo  distante, fora do nosso alcance.  O que não é verdade, pois o  Reino de Deus está ao  alcance de todos,  podemos  vivenciá-lo no cotidiano da nossa vida.
No texto, Jesus vem clarear a nossa mente, apresentando-nos uma das mais belas características do Reino de Deus: Ele é algo que cresce silenciosamente dentro de nós, não visualizamos, mas sentimos o seu efeito!
Jesus nunca comparou o Reino de Deus com algo grande, extraordinário, Ele o comparava  com coisas simples, entre tantas, com a dinâmica de uma semente que germina silenciosamente debaixo da terra. E para afirmar que a grandeza do Reino de Deus, não se mede geograficamente, Ele o compara também, com uma minúscula semente de mostarda, que apesar da aparência frágil, tem a força de romper a terra, germinar, crescer, florescer e tornar abrigo para os pássaros!
Mesmo não tendo a experiência de um agricultor, todos nós sabemos,  que do plantio à colheita, há um processo lento que requer muita paciência de quem planta, pois uma semente, não nasce de imediato, antes, ela precisa mergulhar nas profundezas da terra para adquirir raízes, afinal,  uma planta sem raiz, não consegue sustentar-se, qualquer ventinho a derruba.
Como semeadores da palavra de Deus, precisamos ter a paciência de um agricultor, esperar pelo o processo, que é lento, mas que traz resultados surpreendentes!
O crescimento do Reino de Deus, não depende somente da semente, depende também da disposição dos que são encarregados de semeá-la, que somos todos nós,  afinal, uma semente só nasce, se lançada na terra... 
Sejamos semeadores da palavra de Deus, lancemos esta  semente no coração das pessoas, contribuindo assim, para com o crescimento do Reino de Deus, um Reino de amor de paz e de justiça.
FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho
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“SE ALGUÉM TEM OUVIDOS PARA OUVIR OUÇA.” – Olivia Coutinho


Dia 31 de Janeiro de 2019

Evangelho de Mc4,21-25
A Luz que brilha em nós, não é nossa, é a presença de Deus em nós. Se abafarmos esta Luz, não vamos mostrar ao outro, o Deus que habita em nós, e que deseja habitar nele.
É desejo de Deus, que todos nós, seguidores de Jesus, estejamos sempre numa espécie de candeeiro, não, para sermos aplaudidos, mas para que os reflexos da sua luz, que brilha em nós, possa clarear, através de nossas ações, a vida daqueles que ainda não experimentaram uma vida em Jesus! 
No evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, Jesus, ao alertar uma multidão, sobre a importância de viver e testemunhar a sua palavra, deixa claro, que nós não podemos ficar somente no encantamento da palavra, é preciso dar vida a palavra que ouvimos, torná-la fecunda no nosso coração, conhecida no meio em que vivemos com o nosso testemunho!
Dar testemunho de Jesus neste mundo em volto em trevas, pode implicar em grandes riscos, pois são muitos, os adversários do Reino, porém, o maior de todos os riscos que corremos, é não aceitar o desafio do testemunho, o que pode nos condenar a pior de todas as trevas: estar longe de Jesus!
Ninguém deve fazer propagando do bem que faz, mas também, não precisa fazê-lo escondido, afinal, o crescimento do Reino de Deus, depende do nosso testemunho. Não podemos esconder o Deus que carregamos dentro de nós, todo o bem que fazemos, vem de Deus, é Ele quem age através de nós. Tudo o que fazemos gratuitamente, sem a intensão de mostra-lo, alguém verá, e este testemunho, poderá ser seguido.
“Quem é que traz uma lâmpada para coloca-la debaixo de um caixote, ou de uma cama?” A vida do cristão, deve ser transparente, luminosa como uma lâmpada acesa! A nossa pertença a Deus, deve ser integral o tempo todo, de nada adiante sermos um cristão que se incendeia nas celebrações dominicais, se passamos a semana inteira na passividade, como uma lâmpada apagada. 
Quando nos omitimos diante as injustiças, quando tentamos esconder os nossos malfeitos, podemos até enganar as pessoas por algum tempo, mas um dia, a verdade vem às claras, pois nada permanece escondido para sempre, nossas falsidades, nossas mentiras, serão descobertas diante a claridade da Luz de Deus que brilha no outro!
“Com a mesma medida que medirdes também vós sereis medidos...”
É importante conscientizarmos: da mesma forma que tratamos o nosso irmão, seremos tratados por Deus, ou seja: se somos indiferentes com o nosso irmão, Deus será indiferente conosco, por outro lado, se formos generosos com ele, Deus será generoso conosco! 
Os ensinamentos de Jesus são graças de Deus acessíveis a todos, aos que os acolhe lhes é dado o dom da sabedoria para que possam entendê-los bem, já aos que se fecham a graça de Deus, lhes é tirado até mesmo o pouco de entendimento que possam ter. 
A todo aquele que crê em Jesus, que está aberto para acolher e dar vida a sua palavra é dada a graça de conhecer o mistério do Reino dos céus, presente na pessoa de Jesus! 
Não é difícil identificar quem vive em Jesus, pois as suas atitudes, revelam a presença Dele no seu coração...
FIQUE NA PAZ DE JESUS! Olivia Coutinho

A semente do reino-Helena Serpa


1º DE FEVEREIRO DE 2019

SEXTA FEIRA – 3ª. SEMANA DO

TEMPO COMUM

                   Cor Verde
1ª. Leitura – Hb 10, 32-39

Leitura da Carta aos Hebreus 10,32-39
Irmãos: 32Lembrai-vos dos primeiros dias, quando, apenas iluminados, suportastes longas e dolorosas lutas. 33És vezes, éreis apresentados como espetáculo, debaixo de injúrias e tribulações;
outras vezes, vos tornáveis solidários dos que assim eram tratados.
34Com efeito, participastes dos sofrimentos dos prisioneiros e aceitastes com alegria o confisco dos vossos bens, na certeza de possuir uma riqueza melhor e mais durável. 35Não abandoneis, pois, a vossa coragem, que merece grande recompensa. 36De fato, precisais de perseverança para cumprir a vontade de Deus
e alcançar o que ele prometeu. 37Porque ainda bem pouco tempo, e aquele que deve vir, virá e não tardará. 38O meu justo viverá por causa de sua fidelidade, mas, se esmorecer, não encontrarei mais satisfação nele.' 39Nós não somos desertores, para a perdição. Somos homens da fé, para a salvação da alma.
Palavra do Senhor.
Reflexão - “o justo viverá pela fé
Quando perseguimos a justiça e resolvemos abraçar a vivência dos ensinamentos de Jesus, são muitas as dificuldades que temos de enfrentar. A provação é uma característica própria da vida de quem se envolve com as coisas de Deus.  “O meu justo viverá por causa da fé”, diz o Senhor, “mas se esmorecer não encontrarei mais satisfação nele”!  As palavras que lemos aqui são destinadas, justamente, a todas as pessoas que já começaram a sua caminhada espiritual e que, às vezes, sentem-se desestimuladas a continuar trilhando o caminho proposto por Deus, em vista das perseguições.  Muitas vezes, como nos fala a leitura, nós poderemos ser atribulados, presos em armadilhas, ver confiscados os nossos bens, destruído os nossos sonhos, porém, a perseverança na fé será a arma para que alcancemos o livramento.   Portanto, a nossa fidelidade e a nossa constância manifestam ao mundo a satisfação de Deus por causa de nós. Se, perdermos o alento e desistirmos de buscar “as coisas do alto”, por causa das dificuldades, perderemos também o brilho e a luz.  Que possamos também afirmar constantemente e incentivar a todos os que estão conosco nessa caminhada: “Nós não somos desertores, para a perdição. Somos homens, da fé, para a salvação da alma”. – Você é uma pessoa fiel a Deus? – Você tem momentos de desânimo por causa de perseguições? – Como você se mantém firme no caminho? – Você confia no Plano de Deus para a sua vida?

Salmo 36, 3-4. 5-6. 23-24. 39-40 (R. 39a)

R. A salvação de quem é justo, vem de Deus!

3Confia no Senhor e faze o bem, *
e sobre a terra habitarás em segurança.
4Coloca no Senhor tua alegria, *
e ele dará o que pedir teu coração.R.
5Deixa aos cuidados do Senhor o teu destino;*
confia nele, e com certeza ele agirá.
6Fará brilhar tua inocência como a luz, *
e o teu direito, como o sol do meio-dia.R.

23É o Senhor quem firma os passos dos mortais *
e dirige o caminhar dos que lhe agradam;
24mesmo se caem, não irão ficar prostrados,*
pois é o Senhor quem os sustenta pela mão.R.

39A salvação dos piedosos vem de Deus;*
ele os protege nos momentos de aflição.
40O Senhor lhes dá ajuda e os liberta,
defende-os e protege-os contra os ímpios, *
e os guarda porque nele confiaram.R.

Reflexão - O salmo nos ensina a nos mantermos firmes no caminho do Senhor. A confiança que tivermos em Deus e o bem que fizermos sobre a terra serão meios eficazes para que conservemos a alegria e recebamos do Senhor tudo o que o nosso coração anseia. O Senhor é o justo juiz que diante dos homens fará brilhar a nossa luz. É ele quem nos sustenta pela mão e nos protege nos momentos de aflição. Justo é, portanto, que esperemos Nele e nos apoiemos nas Suas promessas para nós. Não precisamos desanimar nem perder a coragem porque a nossa salvação vem do Senhor.

Evangelho – Mc 4, 26-34

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 4,26-34
Naquele tempo: 26Jesus disse à multidão: 'O Reino de Deus
é como quando alguém espalha a semente na terra. 27Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. 28A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. 29Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou'. 30E Jesus continuou: 'Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus? Que parábola usaremos para representá-lo? 31O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. 32Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra'. 33Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. 34E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos,
explicava tudo. Palavra da Salvação.

Reflexão - “a semente do reino”
Jesus nos conscientiza de que a ação do reino de Deus dentro de nós é como a semente que germina e que dá frutos. O reino dos céus é plantado no interior do nosso coração como uma semente que é semeada na terra. Vai crescendo de mansinho sem que percebamos e, assim como a planta em que aparecem primeiramente, as folhas depois, as espigas e por fim, os grãos que enchem as espigas, o reino vai aumentando aos poucos e mudando a nossa mentalidade, os nossos pensamentos, sentimentos e a nossa maneira de agir. O reino de Deus é semeado em nós pela ação da Palavra que é acolhida e apreendida de coração.  Quando a terra do nosso coração acolhe a semente da Palavra e do Amor de Deus e nós a deixamos germinar, temos como consequência, uma vida frutuosa, plena de abundante utilidade. Mesmo que tenhamos pouca fé, e às vezes nem entendamos muito, Deus vai realizando em nós o grande milagre do amor. E ninguém que haja sido tocado pelo Amor de Deus, poderá ficar estagnado, infeliz e descrente. A Palavra de Deus nos faz ser como árvore que dá abrigo a muitas pessoas e luz que brilha nas trevas do mundo.  De tal modo, haveremos de sair semeando a semente do amor por onde passarmos exalando o seu perfume onde estivermos. -  Você tem notado o crescimento do reino de Deus em você?
- Quais as mudanças que aconteceram em você?  - Você se sente mais feliz, hoje do que antes? - Você já está sendo árvore que dá sombra? – Você exala um perfume de aroma agradável por onde passa?


quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

A semente germina enquanto o dono dorme-Dehonianos


1 Fevereiro 2019
Tempo Comum - Anos Ímpares - III Semana - Sexta-feira
Lectio
Primeira leitura: Hebreus 10, 32-39
Irmãos, 32Recordai os primeiros dias nos quais, depois de terdes sido iluminados, 33suportastes a grande luta dos sofrimentos, tanto sendo expostos publicamente a insultos e tribulações, como sendo solidários com os que assim eram tratados. 34Tomastes parte nos sofrimentos dos encarcerados, aceitastes com alegria a confiscação dos vossos bens, sabendo que possuís bens melhores e mais duradouros. 35Não percais, pois, a vossa confiança, à qual está reservada uma grande recompensa. 36Na realidade, tendes necessidade de perseverança, para que, tendo cumprido a vontade de Deus, alcanceis a promessa. 37Pois ainda um pouco, de facto, um pouco apenas, e o que há-de vir, virá e não tardará. 38O meu justo viverá pela fé, mas, se ele voltar atrás, a minha alma não encontrará nele satisfação. 39Nós, porém, não somos daqueles que voltam atrás para a perdição, mas homens de fé para a salvação da nossa alma.
Consciente do delicado momento por que passa a comunidade judeo-cristã a que se dirige, o autor da Carta aos Hebreus, revelando profundo conhecimento do coração humano e grande capacidade de discernimento na orientação espiritual das almas, oferece-nos uma página cheia de sabedoria pastoral. Serpeia na comunidade a ameaça da tibieza que muitas vezes degenera em apostasia aberta ou em vida pecaminosa contrária à fé. Embora denuncie o perigo, o nosso autor não condena abertamente nem repreende com dureza. Prefere usar a exortação. Lembra que o passado de uma fé inquebrantável deve servir de estímulo para o presente. «Recordai os primeiros dias nos quais, depois de terdes sido iluminados, suportastes a grande luta dos sofrimentos» (v. 32-33). Entrevemos uma comunidade que deu provas de grande fortaleza e caridade, uma comunidade capaz de enfrentar as perseguições e as mais graves humilhações sem recuar. Até foi solidária com quem estava em provações! Era, pois, uma comunidade plenamente cristã, animada de verdadeiro amor fraterno, porque a sua fé estava apoiada pela certeza dos bens futuros. No actual momento de crise, há que reavivar essa fé, alimentando-a na palavra de Deus.
Evangelho: Mc 4, 26-34
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 26Dizia ainda: «O Reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra. 27Quer esteja a dormir, quer se levante, de noite e de dia, a semente germina e cresce, sem ele saber como. 28A terra produz por si, primeiro o caule, depois a espiga e, finalmente, o trigo perfeito na espiga. 29E, quando o fruto amadurece, logo ele lhe mete a foice, porque chegou o tempo da ceifa.» 30Dizia também: «Com que havemos de comparar o Reino de Deus? Ou com qual parábola o representaremos? 31É como um grão de mostarda que, ao ser deitado à terra, é a mais pequena de todas as sementes que existem; 32mas, uma vez semeado, cresce, transforma-se na maior de todas as plantas do horto e estende tanto os ramos, que as aves do céu se podem abrigar à sua sombra.» 33Com muitas parábolas como estas, pregava-lhes a Palavra, conforme eram capazes de compreender. 34Não lhes falava senão em parábolas; mas explicava tudo aos discípulos, em particular.
As duas parábolas, que Marcos põe na boca de Jesus, ilustram dois aspectos da inevitável tensão dialéctica do reino de Deus na história.
A parábola da semente, que cresce sem a intervenção do agricultor, diz-nos que o Reino é uma iniciativa de Deus, que deve permanecer sempre acima de toda a tentativa humana para guiar o curso do seu crescimento e maturação. É claro que Deus conta com a colaboração humana: «O Reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra» (v. 26). Para sublinhar a acção de Deus, a parábola esquece diversos trabalhos necessários, à sementeira, à limpeza, à rega, etc. Mas alude ao acto de semear. É essa a tarefa dos discípulos que, depois, devem aguardar, com paciência, que a Palavra actue pela força que tem em si mesma e dê fruto no tempo e no modo que Deus quiser.
A segunda parábola apresenta o reino como um grão de mostarda, que dá origem a um grande arbusto. Também aqui encontramos uma importante mensagem de confiança para a comunidade primitiva e para nós. Não havemos de preocupar-nos por sermos poucos e pequenos: a Palavra de Deus dará frutos incomensuráveis, não por nosso mérito, mas pela graça.
Os vv. 33 e 34 retomam o tema das parábolas para o grande público e das explicações privadas aos discípulos.
Meditatio
Podemos imaginar a alegria dos primeiros judeo-cristãos quando, iluminados pela graça, reconheceram em Jesus o Messias, o Esperado de todos os povos, o Salvador prometido. Essa descoberta surpreendente levou-os a entrar jubilosamente e a percorrer com entusiasmo e fervor o «caminho novo e vivo» que Deus lhes oferece em Jesus. Mas rapidamente se deram conta de que esse caminho é longo e duro e, à exaltação inicial, seguiu o cansaço e o desânimo. Era a hora da provação em que era preciso resistir com paciência. O autor da Carta aos Hebreus exorta os seus interlocutores à perseverança. Ainda que a paisagem se apresente desolada, cada passo aproxima-nos da meta. Na vida de cada um de nós há momentos em que precisamos de nos agarrar com todas as forças à esperança. Essa virtude é como que o bordão do peregrino a caminho do reino dos céus.
No evangelho, o Senhor ensina-nos a fé e a humildade, mas também a esperança. O crescimento espiritual não depende de nós, mas da Palavra de Deus semeada em nós. Só ela pode salvar a nossa vida. É bom desejar crescer e caminhar espiritualmente. É bom fazer por isso. Mas não basta a nossa boa vontade, não chegam os nossos esforços. O agricultor que lança a semente à terra, e procura rodeá-la das condições adequadas, não pode pretender fazê-la germinar e crescer. Esse poder não está nas suas mãos, mas nas de Deus.
O Senhor ensina-nos o abandono confiante a Deus na esperança. Como a terra acolhe a semente, assim devemos acolher a Palavra. E ela crescerá sem sabermos como. O abandono confiante a Deus e a esperança tornam suportável o tempo que vai da sementeira à colheita. Essa esperança baseia-se na experiência dos peregrinos de Emaús, na certeza de que Aquele que nos chama para a meta é também nosso silencioso companheiro de viagem. Quanto mais o caminho é difícil, mais Ele se faz presente.
Há pois que evitar a pressa de ver resultados, também no nosso itinerário espiritual. S. Francisco de Sales era severo com aqueles que se deixavam tomar por ela. Trabalhava muito mas ensinava que é preciso fazer tudo pacientemente: agir pacientemente, rezar pacientemente, sofrer pacientemente, lutar pacientemente. Se nos apoiarmos no Senhor verificaremos que Ele faz crescer em tudo, muitas vezes mais lentamente do que desejamos, mas outras vezes de m
odo mais belo e mais rápido do que esperamos. Não temos o metro para medir o crescimento, nem sequer o nosso. Por isso, precisamos de fé, de confiança, de paciência: o poder de fazer crescer pertence somente a Deus.
A vida de oblação que corresponde ao voto de vítima tão caro ao Pe. Dehon e aos nossos primeiros religiosos, passa pela aceitação das cruzes e canseiras de cada dia, no nosso itinerário espiritual, e também pela irradiação dos frutos do Espírito: a caridade, com os sinais da alegria e da paz; a paciência, a bondade e a benevolência; com as condições para viver os frutos do Espírito: a mansidão e a humildade do coração, o apego a Cristo, o deixar-se guiar nos pensamentos, desejos, projectos, afectos, palavras e acções, não pelo nosso eu, muitas vezes egoísta e apressado, mas pelo Espírito de Deus, que tudo cria e faz crescer ao ritmo que bem Lhe apraz. Vivendo assim, manifestamos aquele estilo de vida, aqueles comportamentos que caracterizaram o Pe. Dehon, por todos conhecido como o «Très bon Père», confiadamente abandonado e paciente em todas as circunstâncias da sua vida e do seu apostolado.
Oratio
Senhor, Tu és a nossa única esperança. Escondido na nossa fragilidade humana, experimentaste a perseguição, a solidão e a pobreza. Por nosso amor, aceitaste voluntariamente a morte, fizeste-Te nosso pão da vida, sustento do nosso caminho. Conheces o nosso coração e o nosso cansaço no esforço por conservar a fé e a esperança. Perdoa-nos se deixámos arrefecer o ardor e o entusiasmo do nosso primeiro amor, dos nossos primeiros passos no caminho para Ti. Faz-nos recordar o amor e o encanto com que optámos por Ti e Te seguimos na nossa juventude. Está connosco na tribulação e dá-nos o teu Espírito Santo para Te sermos fiéis até à morte. Amen.
Contemplatio
Nosso Senhor dá-nos o exemplo. Aceita as perseguições, as zombarias, as calúnias, para nos consolar nas nossas provações, para nos encorajar e para nos ensinar também que a paciência tem diante de Deus um grande valor. «A paciência, diz S. Paulo, é a provação, mas a provação prepara a esperança» (Rm 5,4). Nosso Senhor quis ser julgado e condenado e sucumbir vítima da justiça humana, para nos ensinar o desprezo das acusações falsas, das zombarias, dos juízos falsos e temerários. São tantas provas que se tornam também esperanças e fontes de graças, se as suportarmos em espírito de fé. O «seja crucificado» de Jesus, é a minha salvação, obtida pela sua paciência, pelos seus sofrimentos, pelas suas expiações, pelo amor do seu Coração. O seja crucificado da minha má natureza, é ainda a salvação obtida pelo sacrifício, pela mortificação, pela paciência. Obrigado a Nosso Senhor, pela sua adorável paciência, que é para mim a salvação e o exemplo a seguir. (Leão Dehon, OSP 3, p. 347s.).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Não percais a vossa confiança» (Heb 10, 35).


A luz deve estar no alto-Dehonianos



31 Janeiro 2019
Tempo Comum - Anos Ímpares - III Semana - Quinta-feira
Lectio
Primeira leitura: Hebreus 10, 19-25
Irmãos, 19temos plena liberdade para a entrada no santuário por meio do sangue de Jesus. 20Ele abriu para nós um caminho novo e vivo através do véu, isto é, da sua humanidade 21e, tendo um Sumo Sacerdote à frente da casa de Deus, 22aproximemo-nos dele com um coração sincero, com a plena segurança da fé, com os corações purificados da má consciência e o corpo lavado com água pura. 23Conservemos firmemente a profissão da nossa esperança, pois aquele que fez a promessa é fiel. 24Estejamos atentos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, 25sem abandonarmos a nossa assembleia - como é costume de alguns - mas animando-nos, tanto mais quanto mais próximo vedes o Dia.
O autor da Carta aos Hebreus fez, até aqui, uma exposição exaustiva dogmático-teológica sobre o sacerdócio de Cristo. Nesta secção, expõe a reacção do homem diante da obra de Cristo, e tira consequências práticas dos princípios doutrinais afirmados. Começa por chamar «irmãos» aos seus interlocutores. Agora podem compreender melhor o significado cristão desse nome. Podem ser chamados «irmãos» porque todos foram redimidos pelo sangue de Cristo, podem entrar em comunhão vital com Ele e uns com os outros. O acesso a Deus foi viabilizado pelo sangue de Cristo, pela sua obra em nosso benefício. Temos um caminho novo e vivo para Deus, aberto através do véu da carne de Alguém que é sacerdote, que é caminho. A própria pessoa de Jesus é o caminho que havemos de percorrer pela conversão, pela conformação com Ele. Por isso, devemos aproximar-nos d´Ele com as devidas disposições interiores, tais como a pureza do corpo e do espírito conferida pelo baptismo, mas também com «fé» e «esperança». Nas tribulações de vida, o cristão deve dar testemunho de que está apoiado, sem hesitações, num Deus cujo nome é «fiel e verdadeiro» (Ap 3, 14). Mas tudo isto não há-de ser vivido como busca de perfeição individual. Por isso, há-de ser vivida no exercício da caridade: é preciso ser uns pelos outros no exemplo, no estímulo, no apoio.
Evangelho: Mc 4, 21-25
Naquele tempo, disse Jesus à multdão: «21Põe-se, porventura, a candeia debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser colocada no candelabro? 22Porque não há nada escondido que não venha a descobrir-se, nem há nada oculto que não venha à luz. 23Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça.» 24E prosseguiu: «Tomai sentido no que ouvis. Com a medida que empregardes para medir é que sereis medidos, e ainda vos será acrescentado. 25Pois àquele que tem, será dado; e ao que não tem, mesmo aquilo que tem lhe será tirado.»
Depois da parábola do semeador, Marcos apresenta-nos dois pares de breves sentenças. O Evangelho é para todos na comunidade. Por isso, deve ser colocado «no candelabro». Se alguém cair na tentação de o guardar ciosamente para si, então ser-lhe-á tirado. A Sagrada Escritura não é privilégio só para alguns, mas é para todos. Por isso, deve ser posta ao alcance de todos. A fé recebida por mim deve ser posta ao serviço da minha comunidade e de todos os homens.
No primeiro par de sentenças, a imagem da lâmpada que deve ser exposta sobre o candelabro é desenvolvida por duas antíteses paralelas: o que está escondido há-de ser descoberto, o que está oculto há-de vir à luz. O Reino, ainda que, por enquanto, seja anunciado em parábolas, depressa virá à luz na sua glória, e o Evangelho será anunciado a todos os povos.
No segundo par de sentenças, a antítese volta-se para a condição interna da comunidade: a imagem da medida insinua a proibição de julgar os outros; a segunda sentença está mais ligada à parábola do semeador: «aquele que tem» corresponde à «boa terra», que acolhe a palavra e lhe permite produzir fruto.
Meditatio
O autor da Carta aos Hebreus faz-nos entrever o mistério de Jesus Cristo, que transformou a situação do homem. Depois de se detido a apresentar esse mistério, e o sacrifício agradável Si mesmo, que Cristo ofereceu ao Pai, obtendo-nos a salvação, o autor manifesta o seu espanto pela transformação que esse mesmo sacrifício operou em nós. Implicitamente, o autor da Carta compara a nossa situação com a do Antigo Testamento, quando as relações com Deus estavam sujeitas a limitações e a obstáculos de toda a espécie. Só o Sumo Sacerdote podia entrar no santuário uma vez por ano. O povo tinha que ficar fora dele, e não tinha caminhos para chegar a Deus. Na verdade, os próprios sacerdotes eram imperfeitos, e os Sumos Sacerdotes eram pecadores que deviam oferecer sacrifícios de expiação por si mesmos. Mas estes sacrifícios eram ineficazes e não os tornavam dignos de se aproximarem de Deus. Nós, os cristãos, pelo contrário temos plena liberdade para entrar no santuário «no santuário por meio do sangue de Jesus. Ele abriu para nós um caminho novo e vivo através do véu, isto é, da sua humanidade» (v. 20). Através da humanidade de Cristo, podemos chegar a Deus, tendo uma guia para nos acompanhar no caminho «um Sumo Sacerdote à frente da casa de Deus» (v. 21).
Este texto aplica-se bem à Eucaristia. Para penetrarmos no santuário, havemos de caminhar por meio do sangue de Cristo neste caminho novo e vivo, que Ele mesmo inaugurou. E não podemos avançar sem Ele. Por Ele, com Ele e n´Ele, avançamos para Deus com toda a confiança, porque Cristo Lhe é agradável. As disposições com que havemos de caminhar são a fé, a esperança e a caridade: «aproximemo-nos dele com um coração sincero, com a plena segurança da fé, com os corações purificados da má consciência e o corpo lavado com água pura. Conservemos firmemente a profissão da nossa esperança, pois aquele que fez a promessa é fiel. Estejamos atentos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras» (vv. 22-24). O caminho que, desde já nos leva a Deus, no sacramento, há-de levar-nos definitivamente a Ele para além da morte. Percorremos este caminho em comunidade, em Igreja. Daí que, depois da fé e da esperança, seja recomendada a caridade e a celebração comunitária da Eucaristia: «sem abandonarmos a nossa assembleia - como é costume de alguns - mas animando-nos, tanto mais quanto mais próximo vedes o Dia» (v. 25).
Louvemos o Senhor e agradeçamos-Lhe tudo quanto fez por nós em Jesus Cristo morto e ressuscitado. Segundo a Carta aos Romanos, o Pai destinou Cristo a servir de expiação, «como propiciatório» (ilasterion), com o Seu sangue, pelos nossos pecado
s (cf. Rm 3, 26). Na Segunda Carta aos Coríntios, Paulo afirma: «Aquele que não havia conhecido pecado (Cristo), Deus O fez pecado por nós para que nos tornássemos n´Ele justiça de Deus» (5, 21), isto é, Cristo assumiu uma carne pecadora, para se tornar vítima pelo pecado na carne pecadora, para que nós fôssemos justificados diante de Deus. Assim Cristo é a «vítima de expiação», imolada em holocausto pelo fogo do Espírito (cf. Heb 9, 14) «pelos nossos pecados"» (1 Jo 2, 2). Pode-se perfeitamente afirmar do Seu sangue aquilo que o Levítico diz do antigo holocausto que «consumado pelo fogo» era «perfume suave para o Senhor» (1, 17); esta imagem é retomada por Paulo: «Cristo amou-nos e Se entregou por nós a Deus, como oferenda e sacrifício de agradável odor» (Ef 5,2).
Oratio
Senhor Jesus, contemplamos com fé o Teu lado aberto do qual nascem rios de água viva para a nossa aridez e sangue precioso para uma Redenção Eterna. Tu és o verdadeiro sumo sacerdote, que entrando uma só vez no santuário, com o teu próprio sangue, ofereceste tudo o que era necessário para a nossa redenção. Tu és o sacerdote, o sacrifício e o templo, mas quiseste associar-nos a ti pela graça do baptismo. Por isso, queremos unir-nos à tua oblação. Dá-nos um espírito generoso e agradecido para te consagrarmos a nossa vida com obras de misericórdia. Amen.
Contemplatio
Jesus começou a dar o seu sangue, desde a aurora da sua vida, na circuncisão. O seu sangue correu de todos os seus membros durante a sua agonia no jardim das Oliveiras. Era o lagar anunciado por Isaías (Is 63), onde o sangue do Salvador corria como o vinho, quando os bagos são esmagados aos pés. O sangue correu do corpo adorável do Salvador durante a flagelação cruel e prolongada que sofreu. Correu da sua cabeça adorável na coroação de espinhos. Jesus perdia o seu sangue precioso levando a sua cruz até ao Calvário. Derramou-o abundantemente das suas mãos e dos seus pés, quando foi pregado à cruz, e estas fontes não se fecharam mais até ao esgotamento das veias do Salvador. Jesus deu as últimas gotas do seu sangue quando o seu Coração foi aberto pela lança. Mas a dizer a verdade, foi sempre o seu Coração que deu o seu sangue. Derramava-o de boamente, dava-o com o seu sangue. Derramava-o de boamente, dava-o com amor. Oferecia-o ao seu Pai por todas as suas chagas como por tantas bocas suplicantes. No Antigo Testamento, o sumo sacerdote levava ao Santo dos santos num vaso precioso os sangue dos vitelos e dos cabritos para o holocausto e a reparação. Jesus ofereceu no vaso do seu divino Coração todo o seu sangue precioso ao seu Pai. Derramou-o no Calvário, como Aarão e os seus filhos o derramavam no Santo dos santos; e agora no céu Jesus apresenta sempre o seu sangue ao seu Pai como um sacrifício único que basta a tudo, ao holocausto, à acção de graças, à reparação e à impetração. (Leão Dehon, OSP 3, p. 19).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Cristo entregou-Se por nós a Deus, como oferenda e sacrifício de agradável odor» (Ef 5,2).


"O SEMEADOR SAIU A SEMEAR..." - Olivia Coutinho


 Dia 30 de Janeiro de 2019

Evangelho de Mc4,1-20

Embora em meio a tantos opositores, a palavra de Deus ainda encontra resposta em muitos corações,  sempre haverá quem a acolhe e se deixa conduzir por ela!
A palavra de Deus é fonte de vida, ela é semente que trás dentro de si, a força do Senhor Jesus que continua lançando sementes em nossos corações, confiante de que nós saberemos cultivá-la no espírito da fé e da fidelidade à Deus!
O evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, nos apresenta a parábola do semeador! Jesus, dirigindo-se à multidão, fala da importância do acolhimento à palavra de Deus, comparando-a com uma semente.
Falando em parábola, ou seja, fazendo comparações do Reino de Deus, com a realidade vivida pelos os pequenos, Jesus passava a sua mensagem salvífica, revelando  os mistérios do Reino á aqueles que o  buscavam,  confundindo os “grandes” que não viviam a mesma realidade.
Com esta pedagogia, Jesus  falava diante de todos, mas só entendiam, aqueles  que queriam de fato entender, os que estavam abertos para acolher a sua mensagem! E assim, Jesus ia fazendo um passeio amoroso no coração dos pequenos, que entendiam a sua mensagem.
Uma parábola, tanto pode revelar, como esconder, vai depender da forma de ouvi-la! Para os pequenos, elas revelavam os Mistérios do Reino, já para os “grandes” as parábolas não diziam nada, não passavam de meras historinhas, pois eles não as assimilavam com a vida.
Esta forma diferente, de Jesus ensinar, contando histórias, provocou uma curiosidade nos discípulos, que perguntaram a Ele: “Porque tu falas ao povo em parábolas?” Jesus respondeu: “Porque a vós, foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não é dado. Pois à pessoa que tem, será dado ainda mais, e terá em abundância; mas à pessoa que não tem, será tirado até o pouco que tem. É por isso que eu lhes falo em parábolas: porque olhando, eles não veem, e ouvindo, eles não escutam, nem compreendem”...
Com esta explicação, Jesus diz aos discípulos, que no meio da multidão que o cercava, estavam os que buscavam os seus ensinamentos e os que queriam apenas confrontá-Lo, como os fariseus e mestres da lei que haviam vindos de Jerusalém com um único objetivo:  investigá-lo.
Através das parábolas, Jesus falava somente para os que estavam realmente interessados em acolher e a viver os seus ensinamentos, o que não era o caso dos Fariseus e mestres da lei, estes, tinham o coração fechado, por isto não entendiam a mensagem oculta nas parábolas.
“A todo aquele que crê em Jesus, que está aberto para acolher a sua mensagem, é dado a graça de conhecer os mistérios do Reino!” 
Jesus nos chama a sermos semeadores da palavra de Deus, há muita terra fértil, corações sedentos por esta semente! Mas é importante lembrarmos: a palavra que espalhamos, (semente) não é nossa, é de Deus, portanto, quem deve destacar, é o dono desta palavra, e não nós!
Como anunciadores da Boa Nova do Reino, devemos aproveitar todas as oportunidades para lançar a palavra de Deus, tomando para nós, o exemplo do vento, que  apenas  espalha a semente, sem querer saber, em que tipo de terreno ela irá cair.
Que na nossa missão de espalhar a palavra de Deus, sejamos humildes e pacientes  como o agricultor, que não almeja em ser conhecido, e muito menos ter algum prestígio, a nossa alegria deve estar  simplesmente em semear...

FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho
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