quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

3o Domingo do Advento-Jorge Lorente


Evangelhos Dominicais Comentados

16/dezembro/2018 – 3o Domingo do Advento

Evangelho: (Lc 3,10-18)


As multidões perguntavam a João: “Então, o que devemos fazer?” Ele respondia: “Quem tiver duas túnicas dê uma a quem não tem nenhuma; e o mesmo faça quem tiver alimentos”. Vieram batizar-se também cobradores de impostos e lhe diziam: “Mestre, o que devemos fazer?” Ele respondeu: “Não cobreis mais do que a taxa fixada”. Perguntavam-lhe também os soldados: “E nós, o que devemos fazer?” E ele respondeu: “Não pratiqueis torturas nem chantagens contra ninguém e contentai-vos com vosso soldo”. Havia uma expectativa entre o povo, e todos se perguntavam se não era ele o Cristo. João disse a todos: “Eu vos batizo com água, mas vem outro mais forte do que eu, de quem não sou digno de desatar a correia das sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. Já está com a peneira na mão para limpar o seu terreiro: ele recolherá o trigo ao celeiro, mas queimará a palha num fogo que não se apaga”. Fazendo muitas outras exortações, João anunciava a boa nova ao povo.
 
COMENTÁRIO

Celebramos hoje o terceiro Domingo do Advento, o domingo da alegria. Este dia também é reservado para a Coleta para a Evangelização. É dia de dar “um pouco do que temos para que o evangelho chegue a todos”. É o nosso pouco se transformando em muito.

Quem conhece Jesus e vive suas Palavras, tem que viver intensamente este dia. A coleta para a evangelização é a grande oportunidade que Deus nos apresenta para assumirmos a evangelização. Nós podemos e devemos colaborar para que a Palavra de Deus chegue a todos nossos irmãos e irmãs, para que a festa da vida nunca termine. 

A Palavra de Deus é Vida. A vida é uma festa e o amor é o ritmo que cadencia e embala o viver. Amar é partilhar, dividir, distribuir... e é exatamente sobre essas coisas que o evangelho de hoje, nos fala. A Palavra de Deus, mesmo quando parece dura e exigente, está sempre voltada para a alegria.

João fala firme, suas palavras são dirigidas para todas as pessoas que o procuravam. Não lhe importa a classe social ou a função, fala da mesma forma para alguém do povo, para o soldado ou para o cobrador de impostos. A lei é uma só e é válida também, para o imperador. 
Neste episódio, João nem falou em jejum. Ressaltou a partilha, a justiça e a caridade, como elementos fundamentais para a salvação. Aos representantes da lei, aos soldados civis e militares, ele pede que não usem de violência, que tratem os presos com naturalidade, sem maus tratos e sem torturas.

O recado de João é direto. Podemos vê-lo dizendo: “Vocês ganham para manter a lei e a segurança de todo cidadão, independente da cor do seu colarinho. Contentem-se, portanto com seus salários, vivam de forma honesta sem cobrar pela liberdade e sem extorquir o ex-prisioneiro, o perueiro ou o camelô”.

Aos cobradores de impostos, João adverte que não roubem o povo, que não cobrem nada além da taxa estabelecida. João não condena a profissão, o que João condena é o abuso de poder, o descaramento de homens públicos, de auditores, policiais e fiscais que cobram propinas para cumprir suas obrigações. Agem pensando em si próprios, como se já não bastassem os pesadíssimos impostos governamentais que recaem sobre o povo.  

Ao povo e para cada um de nós, a mensagem de João pode ser traduzida assim: Lembre-se do próximo. Por que manter aquele mundo de agasalhos no guarda roupas e nas gavetas, embolorando, cheirando “naftalina” e correndo o risco de serem corroídos pelas traças? Provavelmente nunca serão utilizados, enquanto milhares morrem de frio.

João diria ainda: Com a comida faça o mesmo! Distribua, divida, lembre-se daqueles que passam fome. Ouça o clamor dos indigentes e abandonados. Lembre-se que famílias inteiras tentam tirar do lixão o seu sustento.

Diante da pergunta: o que devemos fazer? João nos deixa esta resposta: Aquele que lutar por mudanças, viver a justiça e a caridade, já tem seu lugar reservado como o trigo no celeiro. Em compensação, quem fechar seus olhos para essas coisas, vai arder como palha, no fogo que não se apaga.

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