quarta-feira, 17 de outubro de 2018

O CAMINHO DA GRANDEZA É A HUMILDADE E O SERVIÇO – Maria de Lourdes Cury Macedo.





Domingo, 21 de outubro de 2018.
Evangelho de São Mc 10,35-45.

No evangelho de hoje continuamos acompanhar Jesus no seu caminho para Jerusalém. Ele continua instruindo seus discípulos sobre o sentido e consequências do seu messianismo, isto é, o que significa seguir Jesus. Mais uma vez aparece a ignorância de seus discípulos, que não haviam entendido o verdadeiro significado do Reino de Deus. Presos à mentalidade humana, pensavam o Reino de Deus, como o reino da Terra.
Jesus já lhes dissera, agora anuncia pela terceira vez, que em Jerusalém, Ele iria sofrer, morrer, ressuscitar. No entanto eles não acreditavam que isso pudesse acontecer com Jesus, na mentalidade deles nada aconteceria de ruim com Ele.
Jesus caminha firme e à frente, sabendo que iria enfrentar os chefes dos sacerdotes e os doutores da Lei.  Os discípulos tinham um conceito muito humano do Reino de Cristo, conceito que leva a uma ambição muito comum nas pessoas. Mal Jesus anuncia a humilhação, o sofrimento e a morte que o aguardam, Tiago e João aproximam-se dele para pedir os postos de honra, os primeiros lugares, no Reino que será instaurado: “sentar-se um à direita e outro à esquerda quando Jesus estivesse na sua glória”. Fazem um pedido a Jesus, que na mentalidade humana deles seria irrecusável.
O que os dois estavam pedindo, são os dois mais elevados postos de honra, como os juízes de Israel. Provavelmente Tiago e João eram do partido dos zelotas que esperavam a salvação como uma situação de força, de poder e de glória, tornando-se os principais colaboradores do próprio rei, ou entendendo a expressão “na tua glória”, isto é, no céu, estavam pedindo postos importantes e de honra. 
Jesus estava falando com os discípulos de sua humilhação, de seu sofrimento, de derrota, de fracasso, de sua morte e os dois vêm com outro discurso, presume-se que eles não entenderam nada daquilo que Jesus falou. Jesus esclarece que a participação do Reino é consequência de ser discípulo, de participar do seu destino. Jesus os corrige: “vocês não sabem o que estão pedindo”. “Vocês podem beber o cálice que devo beber?” O cálice que Jesus vai beber é o cálice amargo do sacrifício e da morte.
Na Bíblia era comum utilizar a palavra cálice tanto para indicar a alegria como para a tristeza. Nos banquetes o dono da casa oferecia sua taça aos principais convidados. Por isso Jesus pergunta se João e Tiago, que desejam estar ao seu lado, poderão beber desse vinho poderoso, que ele beberá: o cálice da humilhação, da perseguição e das dores da paixão? E o batismo, que é sinônimo de mergulho na desgraça, símbolo de imersão (“submergir”), na paixão e morte de Jesus (Rm6,3). O Mestre vai beber esse cálice e ser batizado com esse Batismo. Portanto o cálice e o batismo são imagens que evocam a participação no sofrimento e a imersão na morte de Jesus.
Eles responderam que sim, pensando somente nos postos importantes que estavam imaginando na sua triste ignorância. Jesus aproveita a ocasião para instruir os discípulos sobre o tema do poder e do serviço. Os governantes e os poderosos utilizam o poder para abusar e oprimir o povo. Pelo contrário, Jesus institui o serviço como requisito fundamental para os animadores e dirigentes cristãos, tanto no campo religioso quanto no político ou econômico.
Jesus como Deus sabia que os apóstolos teriam no futuro que beber o cálice, mas só o Pai tem a competência para designar quem sentará à direita ou à esquerda de Jesus.
Apesar de Jesus falar do sofrimento, de dor, de cruz, os discípulos ainda julgavam que Jesus iria estabelecer em Jerusalém um grande reino terrestre. Continuavam ignorantes, pensando em coisas passageiras, efêmeras deste mundo. Ainda não tinham compreendido que a grandeza de quem segue a Jesus consiste em servir o próximo.
Todos nós seres humanos temos uma tendência natural para glória e à honra é o que a liturgia desse domingo vem nos alertar, assim poderemos tomar cuidado para não cairmos nessa fraqueza e sim, nos espelharmos em Cristo, o Servo Sofredor, que não busca a exaltação, mas o serviço mesmo passando pela experiência da dor e do sofrimento.
É claro que Jesus sabia que depois de sua ressurreição e da vinda do Espírito Santo, os discípulos dariam suas vidas, estariam dispostos a tudo. Sabia o quanto eles iriam sofrer por amor do Cristo crucificado, por isso que Jesus suportava a ignorância e a fraqueza deles. Mas lembra-lhes que o discípulo que O quiser seguir não deve se preocupar com a conquista dos primeiros lugares. É o Pai que vai julgar, na medida da generosidade e do amor de cada um.
Quem deseja compartilhar da glória de Cristo deve compartilhar também de suas dores e sofrimentos. Ser glorificado com Cristo supõe sofrer antes com Ele e a glória será proporcional ao sacrifício aceito por amor.
Assim como os apóstolos, também nós muitas vezes nos esquecemos disso, ficamos entusiasmados com a ideia de sermos colaboradores na obra da redenção, mas esquecemos de que a colaboração exige participação nos sofrimentos e nas dores.
Os outros apóstolos se irritam com o pedido dos dois irmãos, porque todos queriam ocupar um lugar de destaque, como muitos de nós hoje. Jesus permite que se manifeste esse defeito para lhes transmitir um ensinamento: a única maneira de conseguir os primeiros lugares é desejar os últimos lugares. O caminho da grandeza é a humildade. A maneira de se sobressair é o serviço ao próximo. Se nos humilhamos com sinceridade, Deus nos exalta.
Você encontra meios de servir o próximo? Como comunidade, o que você faz pelo próximo?

Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes



3 comentários:

  1. Maria de Lourdes; que DEUS te abençoe hoje e sempre.

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  2. Olá, José Efigênio,

    Amém! Assim SEja!Precisamos muito de bênçãos.

    Maria de Lourdes

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  3. Eu, Jair Ferreira da cidade de Cruz das Almas - Ba todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo.

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