“QUEM É MINHA MÃE E QUEM SÃO MEUS IRMÃOS?”- Olivia Coutinho

Dia 24 de Julho de 2018

Evangelho de Mt12,46-50

O evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, começa dizendo,  que enquanto Jesus estava falando à multidão, a sua  mãe  e os seus irmãos, ficaram do lado de fora, querendo  falar com Ele: “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora a tua procura.” Jesus  não interrompe a sua missão junto aqueles que o Pai lhe confiara, para atender a sua família de sangue.

Este episódio, para muitos, é de grande complexidade, mas para quem medita a palavra de Deus, dentro do contexto Bíblico, é de fácil compreensão!   

Primeiramente vamos procurar entender, o porquê que  os parentes de Jesus foram a procura Dele, a resposta, vamos encontrar em Mc3, 20-21.

É natural, que os familiares de Jesus, se assustassem, ao vê-lo  cercado pelas as  multidões, se misturando com prostitutas, cobradores de impostos, com pessoas de comportamento não aceitos pela sociedade daquele tempo. Seus parentes, não entendendo tudo isso, queria protege-lo, eles  chegaram  a pensar, que Jesus estivesse  louco, o que é compreensível, afinal,  eles estavam acostumados com um Jesus pacato, circulando pelas vielas de Nazaré...

Até sua Mãe,  à princípio,  deve ter assustado, ao vê-lo tão sediado e  confrontado por alguns.  Maria tinha consciência de que Jesus não lhe pertencia,  de que Ele havia vindo ao mundo para realizar o projeto de Deus, mas como isso iria acontecer,  ela não tinha clareza, ela ia compreendendo,  à medida em que os  fatos iam acontecendo. E ela deve ter ficado  imensamente feliz ao constatar  que  o seu filho abraçava junto ao povo, a missão a quê  Ele veio.

Jesus, certamente, tinha consciência da sua Divindade, mas Ele fez o caminho humano para deixar aflorar a sua Divindade.  Até então, mesmo sendo Divino desde o nascimento, Jesus se apresentava como um homem comum. Foi a partir do momento em que Ele assumiu publicamente  o seu ministério, que a humanidade e a Divindade de Jesus se unificaram visivelmente na sua pessoa. O povo foi descobrindo a divindade de Jesus, na sua humanidade.

Não dando um atendimento  preferencial  aos seus familiares,  Jesus sinalizava ali, um desligamento presencial da sua família de sangue, unindo-a  a uma só  família: a família de Deus!

Ao assumir o seu Ministério, Jesus teve  um comportamento semelhante ao de um jovem que sai de casa, ou para abraçar o matrimonio, ou o sacerdócio. E Maria, que guardava tudo no seu silencio, compreendeu tudo aquilo, ela sabia, que mais cedo ou mais tarde, Jesus  sairia de casa, para se entregar a missão que o Pai lhe confiara.

Ao acolher o povo como membros de sua família, Jesus demonstrou um amor grandioso pelo o Pai! Um gesto, que certamente alegrou Maria, pois assim como Jesus, ela só queria agradar a Deus, ela foi o primeiro ser humano a acolher o projeto de Deus,  se colocando disponível para gerar Aquele que seria o fio condutor do projeto de Deus, que iria  reaproximar a criação do seu Criador!

"Todo aquele que faz a vontade do meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe"! Com estas palavras, Jesus não desconsiderou sua Mãe, pelo o contrário, a elevou, pois ninguém mais do que ela, fazia a vontade do Pai! Ela se colocou como sua serva, desde o anuncio de que ela seria a mãe de Jesus! "Eis aqui a serva do Senhor, faça em mim, segundo a Sua vontade"!

Sempre que deparamos com este evangelho, ficamos centrados na referencia que Jesus faz de quem é a sua família, ou questionando se Maria teve ou não, outros filhos, com isso, deixamos de meditar o cerne do evangelho,  a sua mensagem principal,  que é um convite  a fazermos a vontade do Pai! 

Fazer a vontade do Pai é a única condição  que Jesus nos apresenta,  para fazermos parte da Sua família.

FIQUE NA PAZ DE JESUS  - Olivia Coutinho

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