terça-feira, 17 de julho de 2018

16o Domingo do Tempo Comum-Jorge Lorente


Evangelhos Dominicais Comentados

22/julho/2018– 16o Domingo do Tempo Comum

Evangelho: (Mc 6, 30-34)

Os apóstolos voltaram para junto de Jesus e lhe contaram tudo que tinham feito e ensinado. Jesus lhes disse: “Vinde vós sozinhos para um lugar deserto e repousai um pouco”. Pois eram tantos os que iam e vinham, que eles não tinham tempo nem para comer. Eles partiram de barco para um lugar deserto e afastado. Mas, vendo-os partir, muitos compreenderam para onde iam, e de todas as cidades foram a pé e chegaram antes deles. Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão de povo e sentiu compaixão dele, pois eram como ovelhas sem pastor. E se pôs a ensinar-lhes muitas coisas.
 
COMENTÁRIO

Os dias passam como relâmpagos. Parece que ainda ontem estávamos juntos meditando o Evangelho dominical, e já estamos de volta. Ô vida agitada, sô! É uma paradinha rápida para as refeições e só. Mal temos tempo para descansar.

Pelo visto essa agitação toda não é exclusividade dos tempos modernos. No tempo de Jesus a coisa não era muito diferente; pelo menos para Ele e seus discípulos. As multidões não davam folga. Durante as vinte e quatro horas chegavam pessoas de todos os cantos, a procura da Palavra e de ajuda.

Jesus até que tentou amenizar o dia-a-dia dos seus apóstolos. Percebendo o olhar de fome, de cansaço, e talvez observando as bolhas em seus pés, resultantes das caminhadas, Jesus convidou-os para um merecido descanso.

No mesmo instante, subiram no barco e foram para um local deserto e afastado dali. Parecia que iriam descansar, mas não foi o que aconteceu, milhares de pessoas os seguiram.

Já pensou se isso acontecesse conosco? Com tantos dias na semana, procurar nossa ajuda num dia de folga e bem na hora do almoço? Se fosse uma só pessoa, ela já não seria bem aceita, imagine então, aquele mundo de gente! Para mim e, quem sabe, para você, essa insistência chega a ser irritante. 

Mas não foi esse o comportamento de Jesus, Ele não se irritou. Muito pelo contrário, ficou compadecido ao ver tanta gente esperando pelo atendimento, e aguardando uma palavra de conforto e de carinho. Ficar próximos de Jesus, era tudo o que queriam, era só o que precisavam.

Jesus comparou aquela multidão a ovelhas sem pastor. Perdidas, andando de um lado para o outro, sem destino e inseguras. Se o Bom Pastor é capaz de dar a vida por suas ovelhas, você acha que Ele não seria capaz de sacrificar seu horário de refeição por elas?

Jesus sabe muito bem qual é sua missão. Em tempo integral está a serviço do Reino de Deus. Sua missão é guiar o povo pelos caminhos que conduzem ao Pai. Sabe da urgente necessidade de reaver suas ovelhas, quer acariciá-las e curar suas feridas.

Não tem dia, não tem hora e nem intervalo para refeição. Não existe hora de descanso para quem pretende cuidar e manter unido o rebanho. Mais vale um exemplo do que um milhão de palavras, esse foi o recado de Jesus quando deixou tudo para estar próximo dos necessitados. Só não entende sua mensagem quem não quer. Aquele ou aquela que pretende ser seu discípulo, precisa imitá-lo.

O discípulo de Jesus tem que estar disponível e deve andar com o "lanche" na mochila. O evangelizador precisa aguçar o seu apetite; apetite para evangelizar. A oração é um excelente estimulante da fome e da sede, pois o verdadeiro apetite não é informado pelo cérebro, mas sim pelo coração.

A boa notícia de hoje é poder dizer que o discípulo que Jesus ama é um bem aventurado que sente fome de justiça e de paz.  É aquele que sente sede de unidade e de amor. Portanto, basta acreditar no Mestre para todas nossas necessidades sejam saciadas.

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