quinta-feira, 14 de junho de 2018

11°- DOMINGO DO TEMPO COMUM-Adélio Francisco


REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA  17/06/2018
-Marcos 4,26-34

"A SEMENTE QUE CRECE É O REINO QUE APARECE "

A liturgia de hoje nos convida a celebrar a presença do Reino de Deus entre nós. Este reino é obra de Deus e não nossa, uma obra que, todavia, não nos exclui nem nos acomoda. Ao contrário, através do testemunho, vamos anunciando a grandeza deste reino que nos envolve e fascina. O Reino de Deus cresce não pela virtude, preocupação ou mérito do pregador, mas pela sua energia interna, pela força da graça de Deus que atua onde, como e quando quer. Deus faz que brotem dentro de nós, sem sabermos como, santas inspirações, boas resoluções, fidelidade, maior entrega... Ele realiza em nós e á nossa volta àquilo que nem sequer poderíamos sonhar, desde que lancemos a semente e não atrapalhemos a obra de suas mãos.

Lemos hoje Duas parábolas em torno do Reino dos Céus. A primeira é típico de Marcos, isto é, só ele a conta. As duas parábolas fazem parte de todo um conjunto de ensinamentos.
Marcos reuniu-os no capítulo quarto. Todos eles referem-se ao Reino de Deus, que está próximo, e ao núcleo central costume de Jesus usar parábolas. O próprio Evangelista lembra isso hoje, no v. 34, informando também que, quando a sós, Jesus retomava as parábolas contadas para explicá-las melhor aos discípulos.

As duas parábolas partem de três momentos, que os ouvintes conheciam muito bem: a sementeira, o crescimento, a colheita. Como se trata de parábola (história inventada na hora, para dela se tirar uma ou mais lições de moral), não convém discutir pormenores de tempo, lugar nem mesmo de lógica, mas devemos ir diretos á lição ou aos símbolos que expressam.

A semente da primeira parábola é a própria doutrina salvadora de Jesus. Ele plantou. Ela há de frutificar. Esta é uma lição que Jesus procurou ensinar sempre de novo. Suas palavras são vivas, têm fecundidade divina: seu plano salvador não faltará. Ainda que demore. Ainda que as aparências sugiram fracasso, como foi o caso da cruz. A primeira parábola, na verdade, é uma lição de confiança. Noutra parábola, a do semeador, Jesus garantiu que sua doutrina (semente) só não frutifica, se a terra (pessoa) não for boa.

Em outras palavras, o pregador precisa da humildade para não atribuir às suas qualidades a fecundidade e o crescimento do Reino. Deve também revestir-se de muita confiança. O povo brasileiro tem um provérbio dito muitas vezes em hora de vingança; hoje quero aplicá-lo ao crescimento do Reino: "Deus tarda, mas não falha ". Todos os que trabalhamos no Reino e pelo Reino precisamos, ao lado da humildade e da confiança, ter muita paciência. O homem moderno costuma ser imediatista. Sua técnica acelera o crescimento e o amadurecimento dos frutos. A tentação de apressar o reino por métodos e técnicas humanas é grande. Ainda mais num tempo como o nosso que tanto valoriza a eficiência. 
É justo e louvável que o evangelizador use de técnicas humanas para a pregação. Mas o crescimento pertence a Deus. O apóstolo não pode usar os métodos extremamente humanos, como os violentos dos zelotes; o apego exagerado á letra escrita das leis. Como os fariseus; ou os cálculos minuciosos sobre o fim dos tempos, como os apocalípticos. A nova doutrina do novo Reino pedia homens novos, novo método, novo modo de pensar, novos caminhos de ação. Jesus associa a criatura humana ao seu projeto, mas o projeto será sempre dele e a criatura humana, por mais que faça terá sempre uma função secundária.

Talvez fosse bom lembrar que a semente fica escondida na terra. É seu modo natural para germinar e brotar. É seu modo natural de pôr raízes e se firmar. O mesmo acontece com as coisas do Reino: muitas e muitas vezes são escondidas, discretas, sem barulho. A garantia de seu futuro não depende de técnicas humanas, mas da vontade do pai.
O Reino dos Céus, de aparência humildade, de lento crescimento, nada espalhafatoso será a casa de todos os que crêem no senhor Jesus e nela encontrarão a desejada segurança.

PERMANECEMOS NA SANTA PAZ DE DEUS -Adélio Francisco. 



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REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA  14/06/2018
Mateus 5,20-26

"OUVISTES  O QUE FOI DITO AOS ANTIGOS :"NÃO MATARÁS !..."

No texto  do Evangelho que a liturgia nos convida a refletir neste dia de hoje, nos mostra  que  Jesus continua  o sermão da montanha. Hoje  ele  quer ajudar-nos a compreender que, ao trazer a Lei ao seu comprimento, a caridade fraterna, em primeiro lugar, é de sua radical exigência. 
  Não é suficiente apenas não ofender seriamente ou não ferir alguém ; precisamos amar  o próximo como a nós mesmos. Adorar a Deus, em si mesmo, não pode tomar o lugar da caridade, pois, nesse caso, a adoração seria  vazia. 
    Uma das novidades da Lei de Cristo é  condicionar o valor da religião às exigências da fraternidade. 

   Jesus disse : "Se  vosa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos Céus ". Não  é suficiente a justiça  dos fariseus. Não basta evitar os homicídios, as mortes, as guerras. Jesus quer ir à raiz do mal, que se situa no mais profundo de nosso ser,  e quer que  nos convertemos ao nível dessa  estrutura. O lugar  privilegiado de Deus no mundo, após a encarnação, não é mais nos templos, mas na pessoa humana. 
     É preciso decidir-se pela fé e pela conversão. O perdão fraterno não pode ser odiado. Converter-se é seguir Jesus no amor que ele tem por todos nós. 
     
Hoje, sabemos, que  é inútil um culto a Deus se não cultuarmos o irmão, não amarmos o nosso próximo. E a reconciliação com o próximo  tem precedência à adoração de Deus. Estamos assim perto de Deus na medida em que estamos perto de nosso próximo. 
  
PERMANECEMOS NA SANTA PAZ DE DEUS -Adélio Francisco. 

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