Domingo, 25 de março de 2018.
Evangelho de Mc 11, 1-10.
Com a celebração do Domingo de Ramos entramos na semana maior, a
Semana Santa. Entrar na Semana Santa é entrar em Jerusalém com Jesus, onde Ele
será aclamado como Rei, mas será crucificado daí uns dias.
Jesus entra triunfalmente em Jerusalém porque é acolhido como Rei,
embora sendo um rei diferente dos reis, sem carruagem, sem luxo, sem súditos,
sem exército, sem palácio... Um rei pobre montado num jumento, montaria dos
pobres. Jesus entra como o Messias, o rei da paz, manso e humilde, indicando um reino de Justiça,
de Amor e de paz. Jesus não veio para dominar, mas para proclamar o reino da
paz, da fraternidade e da justiça. Jesus não é um rei com valores do “mundo”,
seu reinado é o serviço e amor a todos. Um reino próximo do povo e para o povo,
muito diferente do que havia até então. De acordo com a concepção dos judeus, o
povo esperava um Messias diferente, triunfante, mas Jesus é simples, se achega
às pessoas com simplicidade, humildade, sem cerimônias e formalidades. Muitos
não entenderam o reinado de Jesus, como hoje muitos ainda não entenderam quem é
Jesus e qual o seu reinado.
O povo gritava
“Hosana” que em hebraico, significa “salve-nos!” Era isso que aquele povo sofrido
gritava à passagem de Jesus, montado em um simples jumento. O povo que pedia
por sua salvação, reconhecia definitivamente naquele homem que passava o
Salvador tão esperado, aquele que poderia libertá-lo do sofrimento e do jugo
dos dominadores. Todos sacudiam ramos de palmeira ou de oliveira, jogavam suas
vestes no chão para Jesus passar, aclamavam com fervor, como que enlouquecidos
pelo rei Jesus. Os ramos da oliveira, árvore da qual se extrai o azeite, era
uma forma de aclamar Jesus como o Ungido, o Messias esperado. Muitos que
gritaram louvando e saudando Cristo, depois incitados pelos fariseus gritaram
juntos com os outros “Crucifica-O”. Esse fato nos leva a recordar que quantas
vezes louvamos Jesus com os lábios, o recebemos na Eucaristia, mas o condenamos
com a nossa língua ferina, com a maneira de viver, de ser, de agir. São muitas
as maneiras de crucificarmos Cristo Jesus, quando somos coniventes com as
injustiças, com a opressão, quando falamos mal dos nossos irmãos, quando damos
continuidade a fofocas e intrigas que fazem nossos irmãos sofrerem. São muitas
as formas de condenação de Cristo que hoje fazemos e que mostram a necessidade
de conversão que precisamos todos os dias. Somos pecadores, precisamos mudar de
direção, ser mais amorosos com o próximo.
Vamos aproveitar essa celebração dos ramos para aprender com Jesus
a sermos simples, humildes, mansos... Só a Ele, devemos aclamar, porque Ele é o
verdadeiro Rei. Podemos saudar Jesus com ramos, com bandeirinhas, com foguetes,
mas principalmente saudá-lo com uma vida de simplicidade, humildade, amor e
serviço aos irmãos.
O povo da primeira Aliança, que durante a Festa das
Tendas levava ramos nas mãos, simbolizando a esperança no Messias, hoje, nós aclamamos o Cristo Rei Redentor, Vitorioso e podemos renovar nossa adesão a Ele. Deixemos que o mistério pascal da paixão, morte e ressurreição de Jesus se realize em nossa vida.
Tendas levava ramos nas mãos, simbolizando a esperança no Messias, hoje, nós aclamamos o Cristo Rei Redentor, Vitorioso e podemos renovar nossa adesão a Ele. Deixemos que o mistério pascal da paixão, morte e ressurreição de Jesus se realize em nossa vida.
Devemos nos identificar com o povo, que foi tantas vezes ajudado
por Jesus, que percebeu nele uma saída para a sua vida, que cheios de esperança
aclamava-O. Precisamos hoje crer, como aquele povo, que ele há de cumprir as
promessas de Deus e está sempre do lado dos pobres e sofredores. A Boa Notícia
deste domingo é o anúncio daquele que se fez servo, paciente nas provações,
obediente até a morte, e morte de cruz para salvar a humanidade do pecado e da
morte.
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
Repetimos todo ano o mesmo itinerário rumo a Jerusalém, mais a humanidade ainda não sabe ou não quis aprender o caminho. Rezamos pra que um dia aprendam o caminho da verdade da humildade e da salvação. Feliz Pascoal.
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