terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Reconciliação, já!-Helena Serpa

23/02/2018 - 6ª. FEIRA DA PRIMEIRA SEMANA DA QUARESMA   - 1ª. Leitura – Ez 18, 21-28 - “arrependimento é conversão”

Esta leitura põe abaixo a mentalidade do mundo que prega o fim para quem no passado praticou o mal e diz que “pau que nasce torto, não tem jeito, morre torto”. O profeta é bem claro quando manifesta o oráculo do Senhor: “o pecador que se arrepender de seus pecados, e começar a praticar o direito e a justiça, viverá; porém o justo que se desviar da justiça e praticar o mal, morrerá”. A justiça de Deus é o Amor e o Seu poder é o poder do Amor. Ele é Pai e quer a salvação dos Seus filhos. Todos nós temos chance e oportunidade para mudar de vida em qualquer idade em que estejamos ou em qualquer situação e estágio de vida que atravessamos.  Tudo o que já vivemos, já aconteceu e faz parte do nosso passado, tanto a justiça que praticamos como o pecado que cometemos.   Erroneamente, às vezes, nós entendemos que o mal ou o bem que deixamos para trás irão valer por toda a vida. Não, o Senhor nos ensina a viver a justiça, agora. Viver a justiça e o direito no agora da nossa vida é a garantia de que a viveremos sempre. Deus é presente: Ele olha o nosso hoje, o agora da nossa vida. O que fizemos errado no passado e do qual já nos arrependemos e pedimos perdão, já está perdoado. O arrependimento dos males do passado é garantia para uma nova vida agradável a Deus e sinal de conversão.  Aquela pessoa que de coração se arrepende dos males cometidos recebe de Deus o perdão e poderá perfeitamente viver uma nova vida. Mas, em compensação, aquela pessoa que compreende ter sido muito boazinha antes e agora resolve mudar de atitude, desviando-se do caminho da justiça, tem como consequência, o esquecimento de todo bem feito anteriormente, pois o bem que fizemos antes também já foi acolhido no coração de Deus para aquele momento da nossa vida.  Não podemos voltar atrás no tempo, mas no dia de hoje podemos recuperar o tempo perdido para fazer o que é bom e agradável aos olhos do Senhor.  Hoje é outro dia, o que vale é o AGORA.   O Senhor nos chama continuamente à conversão e à mudança de mentalidade e, mesmo que outrora tenhamos sido os piores pecadores, HOJE nós somos chamados (as) à santidade e à justiça de Deus. Por isso, estejamos atentos (as) às ações que praticamos, HOJE. Que possamos sempre perseguir o melhor e a justiça de Deus nos levará para frente.  - Como você considera o bem que já fez no passado?  - E as coisas ruins que você fez influenciam no seu presente? - Vale a pena começar tudo agora! – O que você ainda não conseguiu esquecer mesmo que já esteja arrependido? – Deus é justo e conhece o seu coração, portanto não perca tempo e caminhe para diante, olhe para o céu!

 


Salmo  129, 1-2. 3-4. 5-6. 7-8 (R. 3)

R. Se levardes em conta nossas faltas, quem haverá de subsistir?

Esta é uma grande verdade! Se Deus levasse em conta as nossas faltas e se elas marcassem a nossa alma para sempre, com certeza, não haveria salvação para nós. Porém, diz o salmista: “mas em vós se encontra o perdão”. É no Senhor que está a nossa esperança e é por Ele que a nossa alma e espera mais que o vigia pelo amanhecer do dia. Por isso, também, neste tempo de misericórdia que o nosso clamor se faça ser ouvido pelo Senhor que está atento às preces dos nossos lábios. Clame ao Senhor pelo perdão, faça a sua renúncia ao pecado e experimente a graça da conversão, HOJE.

Evangelho – Mt 5, 20-26 – “reconciliação, já!”


Neste Evangelho Jesus nos coloca nos trilhos e nos admoesta em relação aos nossos relacionamentos humanos, nos levando a perceber o quanto estamos em perigo, em função da nossa displicência para com os nossos irmãos. A justiça de Deus é o amor e este é, também, o termômetro para o nosso julgamento.   Para isso, Jesus nos adverte de que a nossa justiça deve ser maior do que a dos mestres da lei e dos fariseus que viviam na rigidez da lei: não matar!  Jesus, no entanto, vai mais além do que era pregado pelos fariseus e nos dá um direcionamento novo: “todo aquele que se encoleriza com o seu irmão será réu de juízo”.   E disse mais: “quem disser ao seu irmão patife! Será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de tolo será condenado ao fogo do inferno.” Diante do exposto por Jesus, como ficamos? Como é a nossa justiça? O amor, o perdão e a reconciliação são a justiça de Deus. E a nossa?  O amor implica em acolhimento, ternura, compaixão, compreensão, tudo o que Jesus viveu e nos revelou como ensinamento. No final da nossa vida, diante do tribunal nós mesmos (as) relembraremos as nossas ações e à Luz de Deus enxergaremos o que foi bom e o que foi mal. Ai então, os nossos atos revestidos de ira, raiva, impaciência com os nossos irmãos serão as medidas que nós mesmos (as) usaremos contra nós na hora em que formos aquilatados (as).  Estamos aqui a caminho do tribunal. Todos nós passaremos pelo crivo do amor e aqui caminham conosco os nossos aliados, mas também os nossos adversários, isto é, aqueles (as) a quem nós amamos e do mesmo modo os que nós abominamos. Quem nos entregará ao juiz será o adversário, pois o pecado que cometemos contra ele estará gravado dentro do livro da nossa vida e desde que não seja apagado virá à luz, um dia. Podemos, hoje mesmo, mudar o nosso comportamento e para isso Jesus nos dá o entendimento a fim de que possamos agir enquanto é tempo: “procura reconciliar-te com o teu adversário enquanto caminha contigo para o tribunal” ... “deixa a tua oferta ali diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão”.       Quando fazemos as nossas ofertas diante Altar do Senhor não usamos nenhum critério. Não paramos para averiguar e refletir como está o nosso coração e se a nossa oferenda é justa diante de Deus. Seremos julgados pela justiça que praticamos, portanto, no final seremos ajuizados pelo amor que vivenciarmos segundo os critérios de Deus e conforme os Seus ensinamentos. Ainda temos a chance de desfazer toda a cadeia de intriga que possa ter sido armada na nossa vida. Jesus nos chama à reconciliação, portanto, comecemos dentro da nossa casa.   – Existe alguém que tem alguma queixa contra você?  - Você já procurou conversar com essa pessoa? -  Você já pensou que enquanto você faz a oferta do seu coração na hora da Missa, ele pode estar sujo com a injustiça da falta de perdão, da ofensa feita, do ódio por alguém? 

2 comentários:

  1. José Maria Nascimento23 de fevereiro de 2018 às 03:38

    Obrigado Senhor, obrigado Helena !!!

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  2. DEUS te abençoe e te ilumine. Obrigado p/ reflexão.
    Santa Maria, Rio Grande do Sul.

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